Cara de líder: saiba seis motivos que explicam a mudança do Vasco sob o comando de Ramon

Da terra arrasada de março à empolgação de agosto: entenda a evolução vascaína desde a chegada do treinador
Quando Ramon assumiu o Vasco, no fim de março, o cenário era de terra arrasada. Com apenas quatro vitórias em 14 jogos no ano, o time acumulava atuações ruins. Sem fazer um gol sequer em clássicos, por exemplo, estava praticamente eliminado do Carioca.
Quase cinco meses depois, a história dentro de campo é bem diferente. Com 100% de aproveitamento nos cinco jogos – dois no Carioca e três no Brasileiro – sob o comando de Ramon, o time empolga a torcida e ocupa a liderança do principal torneio nacional pela primeira vez em oito anos.
Para quem está surpreso com a campanha vascaína neste início de Brasileiro, o ge responde: o que mudou com a chegada do novo treinador? Veja as seis principais alterações de Ramon que mexeram com a cara do Vasco.
Confiança para o elenco
Em seu primeiro ato depois de efetivado, Ramon – que antes era auxiliar – ligou para a maior parte dos jogadores individualmente. Em outro momento, fez chamadas com integrantes de cada setor do elenco (goleiros, zagueiros…). Com o futebol parado e todos em casa em razão da pandemia da Covid-19, o técnico procurou passar confiança para o grupo, explicou o que queria de cada um e ouviu sugestões. A atitude recebeu elogios e ajudou o treinador a levar os jogadores para seu lado.
Efetivação de Ricardo Graça
Integrante da seleção sub-23 que disputou o Pré-Olímpico no início deste ano, Ricardo Graça voltou ao Vasco na condição de reserva. O então técnico, Abel Braga, não via com bons olhos a escalação de dois zagueiros canhotos, já que Castan é titular absoluto. Quando assumiu, Ramon botou Castan e Graça juntos desde o primeiro jogo, e o resultado apareceu de imediato.
No Brasileirão, o Vasco chegou a ser dominado em momentos dos três jogos que disputou, mas, com grande atuação da dupla de zaga, sofreu apenas um gol, de pênalti. É a defesa menos vazada da competição até agora.
— Sou até suspeito de falar do Ramon, porque no ano passado eu já era muito colado com ele. Nos dávamos muito bem. De conversar, trocar ideia e treinar antes de eu saber que ia ser treinador, ele era auxiliar permanente. Nossa relação sempre foi muito aberta, de ele falar o que eu tinha de melhorar e o que eu tinha que manter. Os treinos deles são muito bons. Quando estávamos no time reserva, pedíamos para treinar com o Ramon porque sabíamos que o treino dele era bom. Porque ele ia dar atenção para nós e nos faria evoluir em conceitos táticos e técnicos – disse Ricardo ao ge.

Nova função de Henrique
A trajetória de Henrique é das mais curiosas. Revelado pelo Vasco, ele estreou no profissional em 2013, nunca deixou o clube e disputou mais de 150 jogos, mas jamais caiu nas graças da torcida. Um dos jogadores mais contestados a cada partida pré-pandemia em São Januário, o lateral-esquerdo encarou um novo desafio com Ramon: atuar quase como um terceiro zagueiro.

A ideia de Ramon era aproveitar a capacidade ofensiva de Yago Pikachu (que se machucou na primeira rodada do Brasileirão) pela direita e segurar Henrique para ajudar a defesa. Até agora, o resultado é muito bem-sucedido. Com boa marcação no mano a mano, o lateral-esquerdo cresceu de produção, soma nove desarmes em três jogos e virou peça-chave no sistema defensivo.

Nova função de Fellipe Bastos
Outro jogador contestado pela torcida, Fellipe Bastos também mudou de papel sob o comando de Ramon. Em participação no podcast GE Vasco, o volante contou que o treinador lhe avisou sobre a nova função no primeiro contato depois da efetivação. O técnico pediu que Bastos ocupasse uma posição mais adiantada no meio-campo vascaíno.

  • Logo quando o Ramon assumiu o time, ele me ligou, a gente conversou. Ele me mostrou o que estava pensando, até para eu usar o meu chute, estar mais perto da área… Ele perguntou: “Mas você também precisa recompor, isso fisicamente vai te exigir muito. Você consegue?”. Eu de bate-pronto falei que sim – contou Bastos no podcast.

O resultado apareceu logo aos 8 minutos do primeiro tempo da estreia do Vasco, quando Bastos apareceu na área do Sport para abrir o placar. O volante tem três gols em três jogos até agora no Brasileiro.

Mudanças durante os jogos
O elenco do Vasco é curto, com poucas opções de nome no banco. Ainda assim, Ramon tem conseguido mudar o time para melhor durante as partidas. Contra São Paulo e Ceará, por exemplo, a equipe cresceu consideravelmente depois das substituições do técnico.

Até agora, Ramon foge do óbvio nas mexidas. Diante do São Paulo, por exemplo, ele fez duas substituições que alteraram a estrutura tática da equipe. O meia Gabriel Pec, que atuava pela ponta, deu lugar ao volante Bruno Gomes, que melhorou a saída de bola. Já o volante Fellipe Bastos foi substituído pelo lateral-esquerdo Neto Borges, que reforçou a marcação no lado esquerdo.

Quando Ramon assumiu, Benítez tinha pouquíssimo tempo de clube, com apenas dois jogos disputados. Em melhor forma do que quando chegou, o argentino se tornou destaque do Vasco neste início de Brasileiro. Seja pela esquerda, pela direita ou pelo meio, três funções nas quais já atuou com Ramon, o meia é o jogador mas criativo da equipe.

Com bom passe, o argentino também é combativo e lidera o time no quesito desarmes, com 13 em três jogos. Duas dessas roubadas de bola acabaram em gols do Vasco: o segundo diante do São Paulo e o primeiro contra o Ceará, ambos de Cano.

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