Passo a Paço deixa saudades na cena cultural de Manaus

Em 2020, o festival foi um dos muitos eventos que, por questões de prevenção contra a pandemia de Covid-19, precisou ser cancelado. 

O Passo a Paço, que é um dos maiores Festivais Multiculturais da Amazônia, tem como objetivo principal a valorização e reocupação do centro histórico de Manaus. Em 2020, o festival foi um dos muitos eventos que, por questões de prevenção contra a pandemia de Covid-19, precisou ser cancelado.

O estudante de Jornalismo, Diego Sampaio, comentou sobre o sentimento de não poder viver o Passo a Paço esse ano.

“O meu sentimento é de tristeza e decepção mesmo. Era a temporada que mais esperava todo ano, eu via todos os meus amigos em um só lugar e sem falar que o evento é o único da cidade que sempre inova e traz artistas alternativos” disse o estudante.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, publicou no seu perfil do twitter que o sonho para 2020 era fazer ainda melhor.

“A pandemia do novo coronavírus mudou muitos planos mas tenho certeza de que esse evento vai permanecer na lembrança de todos” escreveu Arthur.

O Festival busca trazer um resgate histórico de todos os processos que aquela área já vivenciou e permite que o cidadão amazonense relembre suas origens. São quatro dias que conectam gastronomia contemporânea regional, música, teatro, dança, instalações culturais e exposições de artes plásticas que proporcionam novas experiências ao público. As atrações costumam reunir 13 grandes nomes da música nacional, um nome internacional e mais de 30 atrações locais.

Suas edições acontecem anualmente na primeira quinzena do mês de setembro, em torno do Paço da Liberdade, que é um dos últimos exemplares da arquitetura neoclássica do Brasil e é onde funciona hoje o Museu da Cidade de Manaus.

O Passo de 2019 quebrou recordes e levou mais de 200 mil espectadores ao centro da cidade.

Um festival para todos 

O Passo a Paço tem o poder de reunir em um só canto da cidade as mais variadas “tribos” e uma das características do evento, segundo a Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia, Edilene Mafra, é a possibilidade de vivenciar shows que em dias normais seriam inacessíveis para grande parte das pessoas.

“A prefeitura oportunizava esse espaço de interação cultural, não era só a música, era uma forma do público interagir, de conhecerem culinária e de conhecerem também um pouco da sua cultura local”, disse Edilene.

Ainda segundo Mafra, o festival deixa um vazio muito grande para as pessoas que não tem a possibilidade de estar acessando a internet para acompanhar as lives que substituíram os eventos presenciais. E esse vazio fica maior ainda para aqueles que não tem a oportunidade de custear os shows que serão ofertados depois da pandemia.

A cultura foi um dos setores que mais foi prejudicado pela pandemia, a sua essência natural é completa de aglomerações, o público interagindo com o artista e trocando milhares de experiências com que estiver ao redor.

 

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