Presidente Roberto Cidade parabeniza Zona Franca e reforça importância do modelo para economia do país

Presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado estadual Roberto Cidade (UB), parabenizou a Zona Franca de Manaus (ZFM) e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que completam nesta terça-feira, dia 28, 56 anos de existência. “Esse modelo proporciona ao nosso Estado uma economia forte, pujante, que ajuda a preservar a nossa biodiversidade e contribui com a sociedade na geração de emprego, renda e oportunidades. Esta Casa Legislativa já demonstrou que possui mulheres e homens comprometidos e que farão todo possível para fortalecer nossa economia e proteger nossos empregos. A Zona Franca é a principal matriz econômica do nosso Estado, contribui para manter a nossa floresta em pé e com o desenvolvimento do interior. Temos muitos fundos que são arrecadados pelas empresas da ZFM que ajudam a dar mais robustez ao Governo do Amazonas, através da arrecadação de impostos que permitem a continuidade de grandes projetos”, falou. O deputado falou ainda sobre a responsabilidade que todos que assumem cargos públicos precisam ter quanto à proteção da competitividade da ZFM, que gera mais de 500 mil empregos diretos e indiretos, e mantém 97% da floresta preservada. E, além disso, propôs maior e melhor divulgação para o restante do Brasil sobre a importância do modelo Zona Franca para as áreas econômica, social e ambiental da região Norte. “Todos que chegam às Casas Legislativas, ao Executivo e aos demais poderes constituídos precisam ter um olhar diferenciado sobre a ZFM, que já enfrentou batalhas políticas e brigas jurídicas. A Zona Franca é um modelo exitoso, que está na nossa história. Todos nós queremos ter uma outra matriz econômica, mas não podemos de forma alguma abrir mão da Zona Franca. Temos que fazer o Brasil conhecer e reconhecer a importância da ZFM. Fazer com que o restante do país olhe a Zona Franca como um modelo que beneficia o país como um todo e esse deve ser um esforço conjunto, do Executivo, Legislativo e do cidadão que quer ver o Amazonas crescendo, prosperando. Parabéns para a Zona Franca. Ela é do estado do Amazonas, ela é do Brasil”, disse. Responsável por um dos maiores PIBs da indústria brasileira, a ZFM fabrica produtos que fazem parte do dia a dia de todos os brasileiros, tais como tablets, smartphones, videogames, televisores, notebooks, semicondutores, motocicletas, canetas esferográficas e barbeadores, entre outros. Cerca de 95% da produção do PIM é destinada a abastecer o mercado nacional. Em 5 de agosto de 2014, o modelo foi prorrogado por mais 50 anos, até 2073

Estado do Rio tem 24 casos confirmados de leptospirose este ano

Nos dois primeiros meses do ano, o estado do Rio teve 24 casos e três mortes pela leptospirose confirmados. No mesmo período do ano passado, 71 casos foram notificados, informou a Secretaria Estadual de Saúde (SES), que alerta para o risco da doença após as fortes chuvas que atingiram regiões do estado. Segundo a pasta, pessoas que tiveram contato com a água ou lama de enchentes e que apresentarem febre associada a dores de cabeça ou a dores musculares devem procurar uma unidade de saúde. O objetivo do alerta é evitar casos graves e óbitos provocados pela doença, que tem sua incidência aumentada após alagamentos. “A Secretaria de Estado de Saúde vem alertando as secretarias municipais de Saúde para intensificar a vigilância e a prevenção, orientando a população para adotar os devidos cuidados de higienização após as chuvas com uso de hipoclorito”, disse, em nota, o secretário de Saúde, Doutor Luizinho. As mortes por leptospirose passam por análises para confirmação da causa. Além dos três óbitos confirmados no município do Rio, há um óbito em investigação em São Gonçalo. No ano passado, 32 óbitos foram confirmados. Os dados foram obtidos em 27 de fevereiro, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e estão sujeitos à revisão. O que é a doença A leptospirose é uma doença causada por uma bactéria, a leptospira, encontrada na urina contaminada de roedores. A doença é transmitida para os seres humanos pela exposição direta ou indireta à urina contaminada desses animais, que pode ser veiculada pela água em enchentes. A bactéria invade o organismo através de pequenas feridas na pele, nas mucosas ou na pele íntegra imersa por longo período em água contaminada. A fase inicial da leptospirose dura aproximadamente de três a sete dias. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas, podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. A qualquer sinal desses sintomas, é importante procurar imediatamente um médico e relatar o contato com água, lama de enchente, esgoto ou água contaminada, para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível. Nas formas mais graves, geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade de cuidados especiais em caráter de internação hospitalar. O doente também pode apresentar hemorragia, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória. Fonte

Detran Amazonas informa como realizar agendamento no Portal de Serviços

Com a finalidade de aprimorar ainda mais o acesso a informações e serviços, o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) ensina o passo a passo de como realizar um agendamento no Portal de Serviços da instituição. Para quem necessita usufruir dos serviços de Habilitação e Veículos, basta acessar o site do Detran Amazonas (www.detran.am.gov.br) e clicar em “Agendamento”, que fica logo na página principal. Na primeira etapa do agendamento, os interessados deverão obrigatoriamente preencher os seguintes dados pessoais: nome completo, número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), telefone e e-mail. Ainda na primeira etapa, o usuário terá que escolher a opção “Veículos”, caso queira agendar pagamento do licenciamento anual, transferência de propriedade, vistoria veicular, entre outros. Após selecionar o tipo do serviço, terá que informar o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) ou o número do chassi. Já para os serviços envolvendo a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o usuário deverá selecionar a opção “CNH – Carteira de Habilitação”. Após escolher e responder os campos anteriores, deve clicar no botão “Solicitar” para prosseguir com os próximos passos do procedimento. A seguir vem a segunda etapa do agendamento, na qual será exibido um calendário com as datas disponíveis para cada mês. Após selecionar o dia e o mês que deseja, o usuário será informado dos locais e horários disponíveis para o atendimento. Após realizadas as escolhas, basta clicar no botão “Concluir”. Na próxima e última etapa, o solicitante deverá conferir se os dados informados estão corretos. Após a validação, é só apertar em “Confirmar” que o agendamento estará realizado. Cancelamento Caso o interessado não possa comparecer na data e na hora marcadas, é possível cancelar o procedimento. Basta acessar o site Detran Digital (www.digital.detran.am.gov.br), clicar em “Agendamento”, em seguida “Consultar Agendamento”, informar o CPF  e apertar na opção “Desmarcar Agendamento”. FOTOS: Isaque Ramos/Detran-AM Fonte

Castramóvel do Governo do Amazonas realiza ação itinerante no Shopping ViaNorte a partir desta quinta (02/03)

O Castramóvel do Governo do Amazonas já tem endereço certo para sua próxima ação itinerante. Agora será a vez do Shopping Manaus ViaNorte, na zona norte da capital, receber a Unidade Móvel de Castração da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), entre a quinta-feira (02/03) e o dia 10 de março. “Nós tivemos uma ação de muito sucesso no Shopping Phelippe Daou, com mais de 2 mil castrações solidárias realizadas. Agora nossa equipe estará no Shopping ViaNorte, oferecendo o serviço com toda a qualidade e segurança para os animais”, disse Vanessa Menezes, coordenadora do Castramóvel. Para esta ação, será necessário realizar o agendamento presencial do procedimento, na quinta e na sexta-feira (02 e 03/03). Os tutores interessados devem comparecer no Castramóvel, que estará no Estacionamento Coberto (G1) do ViaNorte, ao lado da estação de ônibus, das 9h às 14h. Para realizar o agendamento, o tutor precisa levar o seu RG, CPF, comprovante de residência, bem como uma foto do animal que será castrado, conforme destaca Vanessa. “O agendamento será feito por ordem de chegada e, nesse primeiro momento, não é necessário levar o seu animal. Também é necessário que o tutor responsável pelo cão ou gato seja maior de idade”, informou. As castrações vão ser realizadas de sábado (04/03) até o dia 10 de março, apenas para os animais já agendados. A data e o horário do procedimento serão repassados aos tutores no ato do agendamento. O gerente de Marketing do shopping, Vinicius Teixeira, faz um convite à população da área. “Estamos muito felizes com essa parceria, porque a população que mora na zona norte da cidade necessita desse tipo de ação. Muitos que frequentam o Shopping Manaus ViaNorte têm animais em casa, no entanto, não têm condições de pagar por esse procedimento. O Castramóvel vai ser uma oportunidade de cuidar ainda mais do seu animal, então aproveite os dias da ação e traga o seu pet”, disse. O Shopping Via Norte fica localizado na avenida Arquiteto José Henrique Bento Rodrigues, bairro Monte das Oliveiras, na zona norte de Manaus. Sobre o CastramóvelA Unidade Móvel de Castração faz parte da Política Estadual de Bem-Estar e Fauna Doméstica, em implementação pelo Governo do Amazonas no ano de 2021, por meio da Sema Amazonas. Por meio do Castramóvel, o Estado já realizou a castração solidária de aproximadamente 14 mil cães e gatos, em Manaus e no interior. FOTOS: Divulgação/Sema Fonte

PC-AM divulga imagens de duas pessoas que desapareceram em Manaus

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops), divulga as imagens de Railson Augusto de Souza, 27, e Reison Palmeiras Fonseca, 19, que desapareceram nas zonas urbana e rural de Manaus, respectivamente. De acordo com a delegada Catarina Torres, titular da Deops, o apoio da população por meio do compartilhamento das imagens das pessoas desaparecidas, principalmente nas redes sociais, é primordial para localizá-las e trazê-las ao convívio familiar. Desaparecidos Railson Augusto de Souza, 27, desapareceu no domingo (26/02), por volta das 16h, quando foi visto pela última vez na rua Viriato Corrêa, bairro Colônia Oliveira Machado, zona sul. Desde a data mencionada, ele não retornou para casa e nem compareceu em seu local de trabalho. Também está desaparecido Reison Palmeiras Fonseca, 19, desde segunda-feira (27/02), por volta das 11h. Ele foi visto no ramal Cláudio Mesquita, na Rodovia Federal BR-174, zona rural de Manaus. Os familiares ainda não tiveram informações sobre o seu paradeiro. Colaboração A PC-AM solicita a quem saiba a localização dos desaparecidos, que as informações sejam repassadas por meio do número (92) 3214-2269, disque-denúncia da Deops, bem como pelo 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). A Deops está localizada nas dependências do 12° Distrito Integrado de Polícia (DIP), na avenida Professor Nilton Lins, conjunto Parque das Laranjeiras, bairro Flores, zona centro-sul de Manaus. FOTO: Divulgação/PC-AM Fonte

Wilson Lima diz que Amazonas não abre mão da Zona Franca e reforça medidas do Estado em defesa do modelo

Empenhado em garantir a manutenção e o avanço do principal modelo econômico do Amazonas, o governador Wilson Lima garantiu que o Estado não abrirá mão da Zona Franca de Manaus (ZFM) e elencou algumas das ações que seu governo vem realizando para assegurar a permanência de incentivos fiscais e a geração de emprego e renda para os amazonenses. “Nós não abrimos mão da Zona Franca de Manaus. A Zona Franca responde hoje por 70% da economia do nosso estado”, declarou o governador Wilson Lima, em Brasília, durante entrevista à imprensa nesta terça-feira (28/02), dia em que a Superintendência da Zona Franca de Manaus completa 56 anos. O governador lembrou, ainda, que um de seus atos no primeiro ano em que assumiu o Governo do Amazonas, em 2019, foi criar um grupo de trabalho formado por técnicos das secretarias estaduais de Fazenda (Sefaz) e de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) para trabalhar em favor do modelo. Wilson Lima informou, inclusive, que esse grupo está à disposição da bancada dos deputados federais e dos senadores do Amazonas para manter a defesa do modelo Zona Franca frente à Reforma Tributária. Paralelo a Zona Franca, o governador do Amazonas tem defendido e incentivado novas matrizes econômicas, mas igualmente destacado que o modelo ZFM é a iniciativa de desenvolvimento regional mais bem-sucedida do país, sobretudo na área social porque gera mais de 500 mil empregos diretos e indiretos, além de receita tributária ao Estado e de contribuir para que o Amazonas preserve 97% da sua floresta. “É por isso que a gente está sempre dialogando e mostrando a importância da Zona Franca a quem quer que seja e, quando se faz necessário, recorrendo à Justiça. Além disso, para contribuir com a segurança jurídica desse modelo, o nosso governo renovou os incentivos fiscais estaduais até 2032 com o objetivo de manter os investimentos das empresas já instaladas e atrair novos empreendimentos e, assim, gerar mais empregos”, reiterou Wilson Lima. ZFM Neste 28 de fevereiro de 2023, a Suframa e o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) completam 56 anos, data que celebra a publicação do Decreto Lei nº 288/1967 que instituiu a Autarquia e reformulou as diretrizes da ZFM, que conta hoje com aproximadamente 500 empresas instaladas, faturando mais de R$ 170 bilhões e gerando cerca de meio milhão de empregos diretos, indiretos e induzidos. FOTO: Divulgação / Secom Fonte

Inflação pelo IPC-S é de 0,34% em fevereiro

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou inflação de 0,34% em fevereiro deste ano. A taxa é menor que a de janeiro (0,80%). Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPC-S acumula  4,66% em 12 meses. A queda de janeiro para fevereiro foi puxada por quatro dos oito grupos de despesas pesquisados, entre eles alimentação, que caiu 0,51 ponto percentual (pp), ao passar de 0,48% em janeiro para -0,03% em fevereiro. Também tiveram recuo neste período os grupos educação, leitura e recreação (-4,08 pp), ao recuar de 3,28% para -0,80%, transportes (-0,49 pp), caindo de 0,92% para 0,43% e comunicação (-0,06 pp), indo de 0,73% para 0,67%. Alimentação e saúde sobem Ao mesmo tempo, quatro grupos tiveram alta na taxa de janeiro para fevereiro: habitação (0,34 pp), ao passar de 0,26% para 0,60%, vestuário (0,44 pp), indo de -0,08% para 0,36%, saúde e cuidados pessoais (0,42 pp, ao passar de 0,42% para 0,84%) e despesas diversas (0,04 pp), indo de 0,97% para 1,01%. O IPC-S calcula, semanalmente, a variação de preços no período de um mês, em sete capitais: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Fonte

União de Maricá, Sereno e Acari desfilam na Sapucaí em 2024

As escolas de samba União de Maricá e Sereno de Campo Grande foram as campeãs da Série Prata (terceira divisão) do carnaval carioca. A União do Parque Acari conquistou o vice-campeonato geral. Com isso, as três agremiações avançaram para a Série Ouro (segunda divisão). A apuração do resultado ocorreu ontem (28). Neste ano, 32 escolas de samba participaram da Série Prata e desfilaram na Avenida Ernani Cardoso, em Cascadura, na zona norte da cidade do Rio. União de Maricá ficou com o título de melhor escola de sexta-feira (24), Sereno de Campo Grande conquistou o título de sábado (25), enquanto União do Parque Acari foi a vice-campeã geral. Como a Série Ouro desfila na Avenida Marquês de Sapucaí (Sambódromo), no centro da cidade, as três escolas estarão, no ano que vem, na Passarela do Samba, onde também se apresentam as agremiações do Grupo Especial (primeira divisão). Na Série Ouro, as três se unirão a Império Serrano (última colocada no Grupo Especial) e às outras 12 escolas que se mantiveram no grupo: Unidos de Padre Miguel, Inocentes de Belford Roxo, Império da Tijuca, Acadêmicos de Niterói, União da Ilha do Governador, São Clemente, Estácio de Sá, Unidos de Bangu, Acadêmicos de Vigário Geral, Unidos da Ponte, Arranco do Engenho de Dentro e Em Cima da Hora. Série Bronze Também ontem houve apuração da Série Bronze (quarta divisão) e Grupo de Avaliação (quinta divisão). As primeiras colocadas da Bronze (a campeã Fla Manguaça, além de Tubarão de Mesquita, Barra da Tijuca, Concentra Imperial e Feitiço Carioca) sobem para a Série Prata. As cinco primeiras colocadas do Grupo de Avaliação sobem para a Série Bronze: a campeã Alegria do Vilar, Império de Brás de Pina, TPM, Império de Nova Iguaçu e Unidos de Cosmos. Fonte

Confiança do empresário sobe 0,6 ponto em fevereiro, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve alta de 0,6 ponto em fevereiro deste ano. Com o resultado, o indicador atingiu 89,2 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, e interrompeu uma sequência de quatro quedas seguidas. O ICE consolida os quatro índices de confiança setoriais medidos pela FGV: indústria, comércio, serviços e construção. O Índice de Expectativas, que mede a confiança dos empresários no futuro, subiu 1,9 ponto e chegou a 87,9 pontos. Já o Índice da Situação Atual, que mede a percepção dos empresários sobre o presente, caiu 1 ponto e atingiu 89,9 pontos, menor nível desde fevereiro do ano passado (88,1 pontos). A alta do ICE em fevereiro foi puxada pela confiança do comércio, que cresceu 3 pontos. Apesar do avanço o setor continua tendo o menor índice de confiança entre os quatro segmentos pesquisados (85,8 pontos). Também teve alta o setor da construção (0,8 ponto), o qual se mantém como o segmento com maior confiança (94,4 pontos). Por outro lado, a indústria recuou 1,1 ponto e atingiu 92 pontos, enquanto os serviços caíram 0,4 ponto e chegaram a 89,2 pontos. Fonte

Tabatinga: cidade mostra negligências em cada esquina

É por Tabatinga que se chega ao Vale do Javari, caso parte do percurso seja feita de avião. Do aeroporto, o viajante pode seguir para Benjamin Constant e Atalaia do Norte, uma das cidades que se associam ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dom Phillips, assassinados em junho de 2022, por denunciar o crime organizado na região, a caça e a pesca ilegais. O município fica a 1,1 mil quilômetros de Manaus. Em Tabatinga (AM), que tem 68 mil habitantes, anda-se uma pequena distância e logo são vistas casas de palafita, o que confirma dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal é de 0,616, em uma escala de 0 a 1, e somente 21,6% das residências têm esgotamento sanitário em conformidade com o padrão. Em grande número, motocicletas andam pelas avenidas e ruelas, frequentemente com três pessoas a bordo, inclusive crianças, em meio a dois adultos. O clima de abandono em Tabatinga está também em um posto que, há cerca de uma década, foi da Força Nacional de Segurança Pública. Na Avenida da Amizade, na fronteira com a Colômbia, a unidade agora tem paredes com pichações, cercadas por mato alto. Em uma mesma via, igrejas evangélicas ficam a poucos passos uma da outra. Do alto de uma das inúmeras ruas de onde sobe pó de asfalto, avista-se o Porto de Tabatinga, popularmente chamado de Porto das Catraias, em referência às embarcações de pequeno porte. Segundo moradores ouvidos pela reportagem, é por ele que narcotraficantes, tanto brasileiros quanto de nacionalidade colombiana e peruana, transportam carregamentos, ao contrário do que ocorre no porto onde atracam embarcações maiores e a vigilância ocorre mais fortemente. Os criminosos asseguram passagem com a ajuda de meninos, alguns de 6 e 7 anos de idade, que os avisam quando policiais se aproximam. Todos da vizinhança sabem disso. Esse é um pedaço da história contada pelo bairro Guadalupe. A área, em dias de temporal, sofre com a destruição de enchentes como a do Rio Amazonas. Em maio de 2022, a prefeitura municipal chegou a lançar oficialmente, com solenidade na Secretaria Municipal de Defesa Civil, uma ação específica para os moradores: o auxílio enchente. Atalaia do Norte (AM), 28/02/2023 – Movimentação no porto de Atalaia do Norte, que recebe indígenas de comunidades do Vale do Javari. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Marcelo Camargo/Agência Brasil O cenário é conhecido pela secretária da Diocese do Alto Solimões, Marcy de Lima Pinheiro, há quase duas décadas, quando se mudou para a cidade. Um dos pontos que ela ressalta é a facilidade com que o narcotráfico coopta menores de idade, diante da vulnerabilidade generalizada. “As nossas crianças, os nossos adolescentes estão muito à deriva”, afirma. “Tem menino de 12 anos que já está matando.” Além dos problemas externos que afetam meninos e meninas da cidade, há ainda a possibilidade de a família ser a origem de fatalidades. “Faço parte de uma associação que cuida das mulheres com violência doméstica. Só que, quando a gente faz algum evento, alguma ação, o que dá de criança impressiona”, comenta Marcy. O afilhado dela, o estudante Victor Sidney Castelo Branco, completou 18 anos com a certeza de que Tabatinga e as cidades vizinhas não são para ele, ao contrário do que deseja sua mãe. O jovem planeja passar em medicina veterinária, para que possa trancar a matrícula do curso de agropecuária que faz no Instituto Federal do Amazonas. Para isso, entretanto, precisa se mudar para Manaus, já que o curso de sua preferência não é oferecido onde mora, Benjamin Constant. Uma de suas irmãs gêmeas enfrenta a mesma situação, pois quer cursar direito. Victor disse que nunca viu perspectivas de futuro para ele caso permanecesse no município, o que está fora de cogitação para amigos também. “Eu tive a experiência de um amigo que entrou para a vida do tráfico. Perdi o contato com ele, porque não compactuo com isso. Mas foi mais por essa desvantagem de a gente morar aqui e não ter tantas oportunidades”, acrescentou. Sucessão de violência Questionada sobre como chegam até ela os crimes de mineração e caça ilegais, comuns na região, Marcy responde que sabe de alguns deles apenas por telejornais, embora outros cheguem por conversas com pessoas de seu círculo social. “Eu já vi com mais frequência tempos atrás. Eu vou muito ao mercado e percebo. Não sei se vendem escondido, isso não posso te falar. Mas, por exemplo, Benjamin Constant era um lugar que vendia muito, em 2006, por aí. Enquanto a história do Javari [de Bruno e Dom], eu só vi pela televisão, mas já havia acontecido alguns fatos que a gente fica sabendo.” Atalaia do Norte (AM), 28/02/2023 – Movimentação no porto de Atalaia do Norte, que recebe indígenas de comunidades do Vale do Javari. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Marcelo Camargo/Agência Brasil Um dos fatos que já haviam chegado ao conhecimento de Marcy foi o assassinato do funcionário da então Fundação Nacional do Índio (Funai) Maxciel Pereira dos Santos, que também fazia a defesa de indígenas do Vale do Javari. Ele foi morto em 2019, com dois tiros na nuca. Uma das bases onde trabalhava era a Ituí-Itacoaí, que já tinha sido alvo de ataques de invasores quatro vezes desde 2018.  “A gente vive em uma fronteira muito perigosa”, lamenta Marcy. O bairro Vila Paraíso é outro sobre o qual o tráfico de drogas tem domínio. Segundo apuração da reportagem, no início da noite, traficantes da área instituem uma regra aos moradores de não mais sair de casa. Todos seguem à risca sem que nada mais precise ser dito. Balanço da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) indica que, em 2021, foram registrados 52 homicídios no município, quatro latrocínios e um feminicídio. O ano de 2022 fechou com 29 homicídios, um feminicídio e nenhum caso de latrocínio. Em nota de abril de 2022, a SSP-AM diz que o apoio de equipes de inteligência, o emprego de tropas especializadas e o aumento de ações dos agentes de segurança na tríplice fronteira são os elementos que melhoraram os índices de homicídio. “Atualmente, o município tem o apoio da operação Hórus, que conta com efetivo de todo o sistema de segurança pública

Nos 458 anos do Rio, heranças indígenas resistem ao tempo

O roteiro é conhecido. No dia 1º de março de 1565, um capitão português chamado Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro aos pés do Pão de Açúcar. Na época, nada mais era do que uma base militar para garantir a posse do território. Havia a concorrência dos franceses, que ocupavam áreas da Baía de Guanabara desde 1555, e de diferentes povos indígenas, que habitavam a região há pelo menos quatro mil anos. Os conflitos entre os grupos tiveram um desfecho na Batalha de Uruçumirim, em 1567: a aliança dos portugueses/temiminós derrotou a dos franceses/tamoios (ou tupinambás). Passados 458 anos da fundação do Rio, as lembranças da vitória e da ocupação portuguesa têm destaque na paisagem urbana carioca. Mas a participação dos povos indígenas, mesmo sendo protagonistas nesses eventos e no desenvolvimento da região, é praticamente invisível. A Igreja de São Sebastião, no bairro da Tijuca, reúne os principais símbolos portugueses daquele período. Lá encontra-se uma pedra retangular com um desenho do brasão de armas do país. Acredita-se que seja o marco fincado na terra pelo grupo de Estácio de Sá quando da fundação da cidade. Na igreja, estão também a lápide (construída em 1583) e os restos mortais dele. Além desses vestígios históricos, um memorial ajuda a perpetuar a fama do português no Aterro do Flamengo. Uma pirâmide de pedra, projetada pelo arquiteto Lucio Costa, foi inaugurada em 1973, como Monumento a Estácio de Sá. No subsolo, há um centro de visitantes com réplica da lápide e material informativo sobre o homenageado. A maior parte dos vestígios antigos dos povos indígenas foi destruída durante o período de colonização portuguesa. E hoje em dia não há memorial equivalente ao de Estácio de Sá que faça menção à herança desses povos na construção e na formação do território que veio a ser o Rio de Janeiro. Monumento a Estácio de Sá, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio. Tânia Rêgo/Agência Brasil Existe uma estátua de Araribóia, líder dos temiminós e colaborador dos portugueses, do outro lado da baía, na cidade de Niterói. No Rio, mal se conhece o nome de Aymberê, por exemplo, que liderou a resistência dos tamoios. A estátua do Curumim, na Lagoa Rodrigo de Freitas, é a única referência da presença pré-colonial dos tamoios (sem nenhum tipo de placa informativa). Mesmo assim, é um marco genérico por se referir a uma palavra da língua tupi que significa criança ou menino. Até o nome da lagoa é um símbolo importante de apagamento: enquanto os habitantes nativos a chamavam de Sacopã, Piraguá ou Sacopenapã, o nome que persiste até hoje é o de um português, capitão do exército, Rodrigo de Freitas. “Desde 2015, com a efeméride dos 450 anos, essa data da fundação da cidade vem com muita força. Mas a gente tem que lembrar que, bem antes da guerra de fundação da cidade, em 1565, a região já tinha sido ocupada por outros povos que não eram os portugueses. Então, é importante falar da nossa herança indígena”, lembra o historiador Rafael Mattoso, especialista na história do Rio. “A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi construída em cima de aldeias indígenas. A fundação dela marca a redenção do colonizador sobre os povos originários. E para esse triunfo dos portugueses, muito sangue indígena foi derramado. A partir de então, toda a visibilidade da memória coloca o colonizador como protagonista, quando na verdade não foi assim. Para os portugueses conseguirem consolidar a colonização, tiveram de fazer aliança com lideranças indígenas. O número de franceses e portugueses era infinitamente menor do que o dos tupinambás, tamoios e temiminós”, reforça a historiadora Ana Paula da Silva, doutora em memória social e pesquisadora do Programa de Estudos dos Povos Indígenas (Pro Índio), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). No século 16, quando os europeus chegaram à região, cronistas franceses estimaram que existiam entre 30 e 40 aldeias ao redor da Baía de Guanabara, com população que variava entre 500 a três mil por aldeia. A colonização portuguesa avançou sobre os territórios e provocou a morte de indígenas por meio de conflitos armados e doenças. Muitos dos que sobreviveram foram usados como força de trabalho compulsória na abertura de estradas, construção de engenhos, de fortalezas e de estruturas que hoje são pontos turísticos do Rio de Janeiro. Como é o caso do Passeio Público, do Paço Imperial e dos Arcos da Lapa. Mas essa participação, mesmo que feita sob coerção e violência, é esquecida. Mão de obra explorada “Há muitos documentos que mostram essa exploração da mão de obra indígena no Rio de Janeiro. E não existe a materialização dessa memória. Você vai nos Arcos da Lapa, não tem sequer uma plaquinha dizendo que a estrutura foi construída a partir do trabalho indígena”, critica a historiadora Ana Paula da Silva, sobre o processo que aconteceu nos séculos 17 e 18, de criação do que então se chamava Aqueduto da Carioca, para conduzir água do Rio Carioca para o centro. Outro ponto emblemático para a historiadora é o Outeiro da Glória, onde hoje está situada a Igreja de Nossa Senhora da Glória. Antes chamado de Uruçumirim, o morro foi o lugar da já mencionada vitória de Portugal em 1567. A estrutura católica foi construída em cima do que era uma aldeia tupinambá, chamada Kariók ou Karióg, que na língua tupi significava “casa de índio carijó”. O nome pode ter dado origem à palavra carioca. A permanência do gentílico nos dias atuais é um símbolo de resistência indígena às ações de apagamento e silenciamento ao longo do tempo. Por mais que a materialidade desses povos seja rara, ela se mantém forte por meio das heranças imateriais. Herança cultural O patrimônio linguístico carioca deve muito aos habitantes mais antigos da terra, mesmo que a origem dos termos não seja tão popular. No artigo “O Rio de Janeiro continua índio”, do professor e antropólogo José Ribamar Bessa Freire, são listadas as principais marcas imateriais desses povos

IBGE encerra coleta de dados do Censo e inicia fase de apuração

Com mais de 92% da população brasileira recenseada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – 189,4 milhões de pessoas -, a coleta do Censo Demográfico terminou. Em alguns estados, como Santa Catarina, Piauí e Paraíba, mais de 96% dos moradores responderam aos pesquisadores. Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, a chamada base mais fundamental de dados entra a partir de agora em sua etapa de apuração. Nesta fase, os supervisores técnicos do IBGE podem determinar retornos pontuais ao campo. Isso significa que determinados bairros em algumas cidades podem passar por ações específicas de recenseamento para conferência de dados ou mesmo para determinar se domicílios originalmente encontrados vazios estão, de fato, desocupados. “Criamos um comitê de fechamento do censo, que inclui oito demógrafos contratados exclusivamente para essa etapa de apuração, que trabalharão em sintonia direta com os demógrafos do próprio IBGE”, explicou o presidente interino do instituto, Cimar Azeredo. Yanomami Ao mesmo tempo em que iniciará a etapa de apuração de milhões de dados, o IBGE realizará este mês uma operação pontual final de coleta de dados para o censo junto aos moradores da Terra Indígena Yanomami. A operação começa no próximo dia 6 e, a depender das condições climáticas no território que passa pelos estados de Roraima e Amazonas, será concluída entre 20 e 30 dias depois. Durante o censo, os recenseadores já coletaram dados de 50% dos moradores do território Yanomami. Agora, resta a metade final, que vive em áreas de acesso especialmente complexo. Para viabilizar a operação, a ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, liderou uma frente interministerial de apoio que envolveu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o ministro da Defesa, José Múcio, e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Em reuniões, a ministra defendeu a centralidade que o censo exerce para as políticas públicas nacionais e regionais. Após despachos diretos entre os ministros, Tebet colocou o corpo técnico do Ministério do Planejamento para, junto do presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, viabilizar detalhes logísticos da viagem de recenseadores e supervisores do instituto até a Terra Indígena Yanomami. Segundo o Ministério do Planejamento, entre recenseadores e supervisores do IBGE, experientes em coletas junto a terras indígenas, e técnicos militares e policiais de apoio, o IBGE estima 38 pessoas que usarão, em diferentes turnos, helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mobilizada para a viabilização do censo a partir de decisões do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Divulgação em abril Desde o censo de 1960 que o IBGE realiza revisões técnicas sobre os dados coletados junto à população.  A expectativa é de que as informações do censo sejam divulgadas no fim de abril. “Com o censo podemos definir políticas públicas mais focalizadas e, portanto, mais efetivas”, disse a ministra Simone Tebet. “Ao conhecermos com clareza quantos somos em cada município, como cada um de nós vive, como são nossas famílias e nossas realidades, passamos, também, a pensar em aprimoramento de políticas em áreas como saúde, educação, benefícios sociais, infraestrutura urbana, logística e tecnológica”, afirmou a ministra do Planejamento.   Fonte

Nos 458 anos do Rio, heranças indígenas resistem ao tempo

O roteiro é conhecido. No dia 1º de março de 1565, um capitão português chamado Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro aos pés do Pão de Açúcar. Na época, nada mais era do que uma base militar para garantir a posse do território. Havia a concorrência dos franceses, que ocupavam áreas da Baía de Guanabara desde 1555, e de diferentes povos indígenas, que habitavam a região há pelo menos quatro mil anos. Os conflitos entre os grupos tiveram um desfecho na Batalha de Uruçumirim, em 1567: a aliança dos portugueses/temiminós derrotou a dos franceses/tamoios (ou tupinambás). Passados 458 anos da fundação do Rio, as lembranças da vitória e da ocupação portuguesa têm destaque na paisagem urbana carioca. Mas a participação dos povos indígenas, mesmo sendo protagonistas nesses eventos e no desenvolvimento da região, é praticamente invisível. A Igreja de São Sebastião, no bairro da Tijuca, reúne os principais símbolos portugueses daquele período. Lá encontra-se uma pedra retangular com um desenho do brasão de armas do país. Acredita-se que seja o marco fincado na terra pelo grupo de Estácio de Sá quando da fundação da cidade. Na igreja, estão também a lápide (construída em 1583) e os restos mortais dele. Além desses vestígios históricos, um memorial ajuda a perpetuar a fama do português no Aterro do Flamengo. Uma pirâmide de pedra, projetada pelo arquiteto Lucio Costa, foi inaugurada em 1973, como Monumento a Estácio de Sá. No subsolo, há um centro de visitantes com réplica da lápide e material informativo sobre o homenageado. A maior parte dos vestígios antigos dos povos indígenas foi destruída durante o período de colonização portuguesa. E hoje em dia não há memorial equivalente ao de Estácio de Sá que faça menção à herança desses povos na construção e na formação do território que veio a ser o Rio de Janeiro. Monumento a Estácio de Sá, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio. Tânia Rêgo/Agência Brasil Existe uma estátua de Araribóia, líder dos temiminós e colaborador dos portugueses, do outro lado da baía, na cidade de Niterói. No Rio, mal se conhece o nome de Aymberê, por exemplo, que liderou a resistência dos tamoios. A estátua do Curumim, na Lagoa Rodrigo de Freitas, é a única referência da presença pré-colonial dos tamoios (sem nenhum tipo de placa informativa). Mesmo assim, é um marco genérico por se referir a uma palavra da língua tupi que significa criança ou menino. Até o nome da lagoa é um símbolo importante de apagamento: enquanto os habitantes nativos a chamavam de Sacopã, Piraguá ou Sacopenapã, o nome que persiste até hoje é o de um português, capitão do exército, Rodrigo de Freitas. “Desde 2015, com a efeméride dos 450 anos, essa data da fundação da cidade vem com muita força. Mas a gente tem que lembrar que, bem antes da guerra de fundação da cidade, em 1565, a região já tinha sido ocupada por outros povos que não eram os portugueses. Então, é importante falar da nossa herança indígena”, lembra o historiador Rafael Mattoso, especialista na história do Rio. “A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi construída em cima de aldeias indígenas. A fundação dela marca a redenção do colonizador sobre os povos originários. E para esse triunfo dos portugueses, muito sangue indígena foi derramado. A partir de então, toda a visibilidade da memória coloca o colonizador como protagonista, quando na verdade não foi assim. Para os portugueses conseguirem consolidar a colonização, tiveram de fazer aliança com lideranças indígenas. O número de franceses e portugueses era infinitamente menor do que o dos tupinambás, tamoios e temiminós”, reforça a historiadora Ana Paula da Silva, doutora em memória social e pesquisadora do Programa de Estudos dos Povos Indígenas (Pro Índio), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). No século 16, quando os europeus chegaram à região, cronistas franceses estimaram que existiam entre 30 e 40 aldeias ao redor da Baía de Guanabara, com população que variava entre 500 a três mil por aldeia. A colonização portuguesa avançou sobre os territórios e provocou a morte de indígenas por meio de conflitos armados e doenças. Muitos dos que sobreviveram foram usados como força de trabalho compulsória na abertura de estradas, construção de engenhos, de fortalezas e de estruturas que hoje são pontos turísticos do Rio de Janeiro. Como é o caso do Passeio Público, do Paço Imperial e dos Arcos da Lapa. Mas essa participação, mesmo que feita sob coerção e violência, é esquecida. Mão de obra explorada “Há muitos documentos que mostram essa exploração da mão de obra indígena no Rio de Janeiro. E não existe a materialização dessa memória. Você vai nos Arcos da Lapa, não tem sequer uma plaquinha dizendo que a estrutura foi construída a partir do trabalho indígena”, critica a historiadora Ana Paula da Silva, sobre o processo que aconteceu nos séculos 17 e 18, de criação do que então se chamava Aqueduto da Carioca, para conduzir água do Rio Carioca para o centro. Outro ponto emblemático para a historiadora é o Outeiro da Glória, onde hoje está situada a Igreja de Nossa Senhora da Glória. Antes chamado de Uruçumirim, o morro foi o lugar da já mencionada vitória de Portugal em 1567. A estrutura católica foi construída em cima do que era uma aldeia tupinambá, chamada Kariók ou Karióg, que na língua tupi significava “casa de índio carijó”. O nome pode ter dado origem à palavra carioca. A permanência do gentílico nos dias atuais é um símbolo de resistência indígena às ações de apagamento e silenciamento ao longo do tempo. Por mais que a materialidade desses povos seja rara, ela se mantém forte por meio das heranças imateriais. Herança cultural O patrimônio linguístico carioca deve muito aos habitantes mais antigos da terra, mesmo que a origem dos termos não seja tão popular. No artigo “O Rio de Janeiro continua índio”, do professor e antropólogo José Ribamar Bessa Freire, são listadas as principais marcas imateriais desses povos

PF investiga pesca e comercialização ilegal de lagosta no Ceará

Crimes ambientais que envolvem pesca e comercialização ilícitas de lagostas no Ceará são o alvo da Operação Macruros, da Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (1º). Ao todo, 60 mandados judiciais, expedidos pela 15ª Vara da Justiça Federal, estão sendo cumpridos em Fortaleza, Eusébio (CE), Aracati (CE), Fortim (CE), Icapuí (CE), Porto do Mangue (RN) e Alcobaça (BA). Segundo a PF, a operação de hoje envolve 230 policiais federais e tem a parceria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que identificou mais de 249 toneladas de lagosta com indícios de serem provenientes de pesca ilegal no Ceará. “A investigação apontou indícios de esquema criminoso de pesca ilegal de lagosta em praias dos municípios de Aracati, Fortim e Icapuí, envolvendo pescadores, atravessadores e empresas, com indícios de falsidades documentais para que o produto da pesca ilegal fosse formalmente inserido no mercado nacional e internacional”, detalhou a PF. Os investigados podem ser enquadrados em crimes de pesca ilegal; obstrução a ação fiscalizadora ambiental; falsidade ideológica; receptação qualificada; associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas nesses casos podem chegar a 34 anos de prisão, sem prejuízo da descoberta de outros crimes mais graves praticados no material apreendido. “As investigações continuam com análise do material apreendido e fluxo financeiro dos suspeitos”, acrescentou a PF. Fonte

Anvisa autoriza ensaio clínico de vacina tetravalente contra influenza

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início do ensaio clínico da fase III da vacina tetravalente contra a influenza, produzida pelo Instituto Butantan. “O estudo tem o objetivo de avaliar a segurança, imunogenicidade e consistência de resposta imune nos lotes da vacina”, informou a Anvisa. Em 2019, a agência já havia autorizado a realização do ensaio clínico referente à versão inicial do protocolo clínico da vacina. Em razão da pandemia de covid-19, o ensaio só começou em 2021. Em 2022, o Butantan comunicou a interrupção do estudo, antes de ter completado o número de participantes necessários. A vacina trivalente contra a influenza do Instituto Butantan já é utilizada nas campanhas do Programa Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde. A dose é composta pelo vírus influenza fragmentado e inativado, contendo a cepa A (H1N1), a cepa A (H3N2) e a cepa B (linhagem Victoria e Yamagata).  O processo de produção da vacina tetravalente, segundo a Anvisa, é semelhante ao da trivalente. No entanto, enquanto uma das vacinas trivalentes contém o vírus B (linhagem Yamagata – TIV-Y-IB) e a outra, o vírus influenza B (linhagem Victoria – TIV-V-IB), a tetravalente possui as duas cepas da linhagem B na mesma formulação. “Espera-se obter uma vacina análoga à trivalente, mas com proteção adicional contra uma segunda cepa B, determinada sazonalmente pela Organização Mundial da Saúde. A adição da segunda cepa B de influenza (quarta cepa na vacina) ocorreu na transição da vacina sazonal bivalente para a trivalente, após a pandemia de influenza H1N1”, informou a agência. Fonte