Desinformação permanente impacta de políticas públicas a saúde mental
No dia 27 de fevereiro, uma ampla mobilização nacional foi lançada para recuperar as coberturas vacinais, que estão em queda desde 2015. Os esforços para que a população busque a imunização incluíram o fato de o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter recebido a vacina bivalente contra a covid-19 diante das câmeras. Porém, enquanto governo e veículos de imprensa destacavam a necessidade de aumentar a proteção contra as doenças imunopreveníveis, esforço contrário era empreendido nas plataformas digitais, com a divulgação de mentiras, conteúdos descontextualizados e teorias da conspiração que associavam de forma fraudulenta as vacinas até mesmo ao extermínio da população mundial. Esse movimento negacionista foi destrinchado em um relatório do Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NetLab/UFRJ). Os pesquisadores mostram que houve um pico de conteúdo antivacinista nas plataformas digitais no dia em que Movimento Nacional pela Vacinação foi lançado. Somente no Twitter, foram catalogadas mais de 50 mil publicações desse teor. Entre 26 de fevereiro e 21 de março, mais de 320 mil tuítes, 20 mil publicações no Facebook e 6 mil no Instagram com conteúdo antivacinista foram identificados pelo laboratório, que também registrou milhares de mensagens em grupos monitorados no WhatsApp e no Telegram e mais de 200 vídeos no TikTok. Enquanto pesquisadores, comunicadores e autoridades empenhavam-se em convencer a população da segurança e eficácia das vacinas, essas mensagens bombardeavam usuários de redes sociais com o oposto. O NetLab conseguiu mapear um grupo de 36 mil perfis no Twitter que retuitaram mais de 100 mil publicações com conteúdo antivacina após o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação. Retuitar significa encaminhar para os seguidores publicação de outro perfil. Tal articulação acabou sendo mais intensa que a dos 41 mil perfis que fizeram 79 mil retuítes a favor da vacinação. Ação criminosa O movimento negacionista não passou despercebido pelo Ministério da Saúde. A ministra Nísia Trindade reconheceu que há uma campanha antivacinista buscando minar os esforços da sociedade para elevar a cobertura vacinal. “Temos enfrentado uma forte campanha, desde 27 de fevereiro, de fake news [notícias falsas] envolvendo a vacina bivalente. Isso é extremamente sério, e eu tenho destacado que não se trata de desinformação, se trata de ação criminosa”, declarou a ministra. Coordenadora de pesquisa do NetLab, a cientista da informação Débora Salles explica que, em diversos momentos, a pauta política do país é um gatilho para campanhas de desinformação, e o movimento pela vacinação foi um episódio emblemático. “Quando o presidente Lula se vacina, a extrema direita ativa uma campanha muito intensa em que várias narrativas são acionadas em diferentes plataformas, tentando trazer dúvidas sobre o quão seguras as vacinas são”, afirma. “Percebe-se que campanha se aproveita de um evento, mas as narrativas já circulavam antes e se intensificaram para criar um pico de discussão e trazer a atenção para aquela pauta, disputando a narrativa com a campanha oficial”, diz Débora. Desinformação permanente Segundo a pesquisadora, os conteúdos que já estavam prontos e apenas foram intensificados fazem parte de um fluxo permanente de desinformação que circula nas plataformas digitais do Brasil e do mundo há anos, provocando desconfiança em relação a instituições, deturpações no debate público, amplificação de discurso de ódio e radicalização política. Débora define a desinformação como uma campanha sistemática cujo objetivo é produzir desconfiança nas pessoas e diz que o fluxo constante de mensagens deforma o debate público no longo prazo. “Muita propaganda e muita informação problemática passam por informação neutra, orgânica e verdadeira, e isso vai alterando a percepção das pessoas e a qualidade do debate público. E, quando se perde qualidade no debate público, isso leva a mudanças nas políticas públicas. Com o tempo, inclusive médicos passam a duvidar de evidências científicas”, enfatiza. De acordo com Débora, esse caldeirão de desinformação depende de um núcleo que direciona campanhas, produz conteúdo e orquestra reações, mas também precisa de capilaridade para ser disseminado. “A desinformação bem-sucedida se aproveita de uma infraestrutura que vimos surgir no Brasil com a extrema direita, que foi montando uma estrutura que é tanto centralizada e organizada quanto capilarizada, e consegue chegar a várias pessoas de diferentes nichos e de diferentes formas”, afirma a pesquisadora. Ela afirma que a extrema direita é a corrente política que mais aposta na desinformação. “Nossos dados mostram que as campanhas de desinformação de outras posições ideológicas são exceção, mas é importante reforçar que, se não se atualizarem as regras do jogo, a tendência é que todas as vertentes queiram aproveitar essas estratégias de manipulação.” O que a pesquisadora chama de infraestrutura é uma rede de perfis que atua em diversas plataformas de forma coordenada, republicando, comentando e participando de transmissões ao vivo, programas, podcasts, e também em portais e canais do YouTube, além de aplicativos de mensagens. Essa coordenação, inclusive, reduz a eficácia de derrubar publicações em uma plataforma específica, porque um tuíte, por exemplo, pode ser printado (impresso, copiado) e continuar circulando no Instagram ou no Telegram, mesmo depois de o original ser apagado. “A infraestrutura é uma atuação multiplataforma lucrativa e autossuficiente, que se retroalimenta e se republica. Nenhuma narrativa emplaca com um ou dois influenciadores em só uma rede social.” A coordenadora do NetLab relata que o monitoramento de tal infraestrutura é um trabalho cada vez mais desafiador porque as plataformas digitais têm reduzido o acesso dos pesquisadores aos dados. É um desafio que ocorre na vertente política, com a defesa de uma regulamentação que garanta acesso aos dados, e também na vertente metodológica, porque é preciso construir formas de pesquisar o que está disponível neste momento.“O primeiro passo é ter mais transparência para diagnosticar o problema e pensar em políticas públicas e regulamentação baseada em evidências. Atualmente os dados são escassos e incompletos. Cada empresa decide o que quer disponibilizar, e isso coloca a sociedade à mercê dos interesses corporativos dessas plataformas”. Poluir o debate Além da construção de narrativas falsas, a desinformação serve para desviar o foco do debate público e ocupar os espaços de discussão, ressalta
Conheça o Azerbaijão, país jovem de tradição milenar
Uma nação jovem com histórias milenares, o Azerbaijão é o tema do programa Caminhos da Reportagem deste domingo (15), que vai ao ar às 22h, na TV Brasil. Encravado entre a Europa e a Ásia, o Azerbaijão foi dominado por alguns dos maiores impérios do mundo ao longo dos últimos séculos: do Romano ao Persa e do Otomano ao Russo. Já no século passado, o controle do território passou a ser soviético. Os azeris, como são conhecidos os habitantes do país, fazem questão de afirmar que têm identidade e origem definidas: são moradores do Cáucaso há milhares de anos. Apesar disso, a nação é jovem. Surgiu em 1991, logo após a desintegração da União Soviética. “É uma região importante e muito disputada”, define o professor Estevão Martins, que leciona História das Relações Internacionais na Universidade de Brasília. Monumento em homenagem aos mortos em guerras em Baku, capital do Azerbaijão – TV Brasil O país é cortado pela Cordilheira do Cáucaso e está à beira do Mar Cáspio. Rico em petróleo e gás natural, o Azerbaijão tenta “se fazer conhecido”, explica o ministro conselheiro da Embaixada do Brasil em Baku, capital do país, Alexandre Silveira. “É aquela história: algumas pessoas sabem que o Azerbaijão existe. Mas não é só uma terra exótica, remota. Eles têm o que oferecer para o mundo, têm papel importante e de maior relevância do que tem sido conhecido até agora”, completa o ministro conselheiro. Outro ponto importante: boa parte da população é muçulmana. Majoritariamente xiita, por sinal. “A gente associa o xiismo com o radicalismo islâmico. E não tem nada a ver. O problema é que um país de maioria xiita tem um regime extremista. Essa é a questão. Aqui, a maioria é xiita, mas há uma herança soviética e o governo atual preza pelo estado laico. Tanto que você não escuta chamados de oração nas mesquitas. Não tem restrição a álcool. Não existe nada relacionado a restrições de vestimentas, a comportamentos. É um lugar que te acolhe, você tem uma vida normal”, conta Alexandre Silveira. Ao longo do programa, os repórteres Flavia Peixoto e Sigmar Gonçalves, que foram ao país a convite da embaixada do Azerbaijão no Brasil, mostram a sensível relação dos azeris com os vizinhos armênios. Houve duas guerras recentes entre os dois países. Arquitetura local mistura tradição e modernidade – TV Brasil A equipe do Caminhos da Reportagem também vai mostrar a rica culinária local com a ajuda do jovem chef de cozinha Yagub Zeynalzade. Ele percorre o interior do país em uma Kombi em busca de novos ingredientes e heranças gastronômicas. Ousado, Yagub transformou um apartamento de 18 metros quadrados (m²) em restaurante, onde recebe clientes do mundo todo. “O Projeto Apartamento é mais que um restaurante e um lar. No começo, era também uma academia culinária. E nós, ainda hoje, realizamos eventos aqui, para promover produtos especiais”, afirma o chef. E uma curiosidade: além do futebol brasileiro, a capoeira tem muitos admiradores no Azerbaijão. Tanto é que existe uma Federação de Capoeira no país. “Capoeira não é só um esporte, é um modo de vida. A combinação de dança, música e luta me faz amar esse esporte”, diz o vice-presidente da federação, Elgiz Alizada. O episódio Azerbaijão – nação jovem, histórias milenares vai ao ar neste domingo (16/04) às 22h, na TV Brasil. Clique aqui e saiba como sintonizar a TV Brasil Fonte
Mega-Sena acumula e prêmio é estimado em R$16 milhões
Nenhum apostador acertou as seis dezenas do Concurso 2.583 da Mega-Sena, sorteadas na noite deste sábado (15), em São Paulo. Os números sorteados foram 02, 20, 27, 30, 52 e 57. A quina teve 51 acertadores e cada um receberá R$ 58.015,77. Para os 3.786 ganhadores da quadra, o prêmio será de R$ 1.116,44 O prêmio para o próximo sorteio, marcado para a noite de quarta-feira (19), também em São Paulo. está estimado em R$ 16 milhões. As apostas para a Mega-Sena podem ser feitas até as 19h do dia do sorteio em qualquer casa lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal . Fonte
Flamengo recebe Coritiba na rodada de abertura do Brasileirão 2023
Flamengo e Coritiba iniciam suas jornadas no Campeonato Brasileiro de 2023 neste domingo (16), no Maracanã. O duelo colocará frente a frente duas equipes que buscam deixar para trás um início de ano abaixo das expectativas. Com início às 16h (horário de Brasília), a partida terá transmissão ao vivo da Rádio Nacional, com narração de André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz, reportagem de Maurício Costa e plantão de notícias com Bruno Mendes. HOJE TEM MENGÃO NO BRASILEIRÃO! Às 16h, o Mais Querido estreia na competição diante do Coritiba, no Maracanã! Vamos com tudo em busca dos três pontos! #FLAxCFC #VamosFlamengo pic.twitter.com/r9OlrQ3pcw — Flamengo (@Flamengo) April 16, 2023 No Flamengo, é grande o descontentamento com o início da temporada. O clube é um dos três (junto com Cruzeiro e Goiás) a trocar o comando técnico antes mesmo do começo da competição nacional. O treinador português Vitor Pereira – que fracassou em tentar conquistar quatro títulos no início do ano – não resistiu à derrota para o Fluminense na final do Campeonato Carioca e foi demitido do Flamengo na última terça (11). Três dias depois, o Rubro-Negro anunciou a chegada do argentino Jorge Sampaoli para assumir o cargo. No entanto, entre os dois acontecimentos, o time carioca sofreu outro revés surpreendente. Atual campeão da Copa do Brasil, o Rubro-Negro foi derrotado fora de casa, por 2 a 0, pelo Maringá-PR – clube da Série D do Brasileiro – no jogo de ida da terceira fase do torneio. Assim como no confronto contra o Maringá, o Flamengo volta a ser comandado neste domingo (16) pelo interino Mário Jorge, técnico da equipe sub-20. Ele terá de contornar cinco desfalques para escalar o time: Vidal, Arrascaeta, Matheuzinho e Erick Pulgar estão lesionados, enquanto Filipe Luís se queixou de dores na panturrilha. É A ESTREIA DO CORITIBA NO #BRASILEIRÃO! #FLAxCFC – 1ª rodada 🏆 Campeonato Brasileiro⌚ 16h🌃 Rio de Janeiro – RJ🏟 Maracanã📺 Globo & Premiere 🇳🇬 #VamosCoxa #CoxaDoido pic.twitter.com/AkyUo05XKh — Coritiba (@Coritiba) April 16, 2023 Do outro lado, o Coritiba ainda busca engrenar na temporada. No campeonato estadual, a eliminação precoce para o Cascavel, ainda nas quartas de final, passou longe de deixar a torcida satisfeita. Na Copa do Brasil, a equipe paranaense ficou no empate (3 a 3) com o Sport, em casa, na última quarta (12) e terá que decidir em Recife a vaga para as s oitavas de final. O destaque ficou por conta do atacante Alef Manga, artilheiro do Coxa na temporada, que marcou os três gols do time na partida. O técnico português António Oliveira ainda tem muitas dúvidas para a formação do time para a estreia. Uma certeza é que o zagueiro Henrique não estará em campo, pois ainda se recupera de uma lesão muscular. Fonte
Petrópolis ganha mostra que destaca primeira estrada de ferro do país
O município de Petrópolis, na região serrana fluminense, ganha neste domingo (16), a partir das 10h, a mostra permanente Painel de Cerâmica na Cidade Imperial cujo tema é Transporte e Independência. O objetivo é promover a memória histórica da Estrada de Ferro Mauá, que começou a ser construída em 1852. O tema celebra também os 200 anos da Independência do Brasil a partir do resgate da importância dos transportes para o progresso do estado do Rio de Janeiro e do Brasil. Idealizados pela artista plástica e ceramista Rane Bessa, os três painéis de cerâmica foram instalados na Praça de Nogueira, onde funciona o Centro Cultural Estação Nogueira, que tem preservada a história da ferrovia naquele município. O projeto tem patrocínio do governo fluminense, por meio do Edital Retomada Cultural 2, da Secretaria do Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. Atendendo a um concurso nacional, 35 artistas enviaram suas propostas, sendo duas delas selecionadas pelas curadoras Patrícia Pedrosa, doutora em história da arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e por Rane Bessa. Painéis O primeiro painel, intitulado Dos Caminhos aos Reencontros, utiliza o processo de pintura digital em azulejo e foi criado pela artista Camila Gomes. O projeto foi executado por Lazaro Trucci. O painel busca reunir a história dos transportes no Brasil, a partir da construção da ferrovia, que teve grande importância para o desenvolvimento econômico do país, impactando o cotidiano das pessoas. O segundo painel, da artista Margarida Gallo, identifica na gravura sobre cerâmica a locomotiva Baroneza, primeira a percorrer a Estrada de Ferro Mauá. A locomotiva ganhou fama no mundo devido à sua importância como meio de transporte. Atualmente, existem apenas dois exemplares da locomotiva, sendo um no Brasil e outro na Inglaterra. O painel tem execução de Rane Bessa. Já o terceiro painel, de fotocerâmica, é intitulado Fotos Históricas e composto por imagens históricas da época da construção da Estrada de Ferro Mauá. Selecionadas por Rane Bessa, Julia Botafogo e Tadzia Maya, as imagens recriam a importância da primeira ferrovia do país para o progresso do Brasil. A base para o painel são as fotografias e litografias do artista Revert Henry Klumb, que documentou de 1863 a 1868 a construção da Estrada União e Indústria, que liga Petrópolis a Juiz de Fora. Promove também a importância das locomotivas como patrimônio cultural. Esse painel teve execução de Julia Botafogo. A mostra ganha acessibilidade nos painéis Transporte e Independência, que trazem um QR Code com audiodescrição das imagens e texto da curadora em libras. Além do circuito de painéis, um minidocumentário reúne imagens dos bastidores da execução da mostra, bem como a importância da parceria com o Centro Cultural Estação Nogueira. Após a inauguração, serão promovidas, ainda durante o mês de abril, visitas guiadas com alunos da rede pública de ensino do município de Petrópolis, pela curadora Patrícia Pedrosa. A estrada de ferro Considerado Patrono do Ministério dos Transportes, Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), o Barão de Mauá, foi comerciante, empresário, político, armador, banqueiro, respondendo por grandes obras para o progresso do país. Em abril de 1852, ele conseguiu a concessão do governo imperial para construção e exploração de uma ferrovia que se estendia desde o Porto de Estrela, na Baía de Guanabara, até Fragoso, na Raiz da Serra. Sua intenção era subir até Petrópolis e, posteriormente, alcançar Minas Gerais e São Paulo. Em maio do mesmo ano, ele fundou a Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis. Em junho, recebeu concessão para explorar uma linha de navegação pela Baía de Guanabara desde a Prainha (atual Praça Mauá), no Rio de Janeiro, até Estrela (atual Magé), fazendo a integração dos transportes marítimo e ferroviário. Em 29 de agosto de 1852, foi iniciada a construção da primeira ferrovia brasileira. A cerimônia de lançamento da pedra fundamental contou com a presença do imperador D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina. A Estrada de Ferro Mauá foi inaugurada em 30 de abril de 1854. Em 1954, por ocasião do seu centenário, a estrada foi declarada Monumento Histórico Nacional, sendo tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Barão de Mauá foi um dos responsáveis também pela construção da Estrada União e Indústria, a primeira rodovia pavimentada no Brasil, inaugurada em 23 de junho de 1861, ligando a cidade de Petrópolis a Juiz de Fora (MG). Fonte
Três em cada quatro hectares desmatados têm indícios de ilegalidade
Quase 73% das áreas desmatadas, entre 2019 e 2022, apresentam indícios de ilegalidade – o que corresponde a três em cada quatro hectares. Essa é a conclusão obtida a partir de dados recentes do Monitor da Fiscalização do Desmatamento, plataforma online do MapBiomas. De acordo com a organização, que une universidades, organizações não governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia, os números revelam um alto índice de ilegalidade no uso da terra. “A ideia é compreender quanto do desmatamento é legalizado, porque ele tem uma autorização do órgão competente, quanto não tem autorização e, portanto, apresenta indícios de ilegalidade, e quanto disso já foi fiscalizado pelos órgãos competentes”, explica Ana Valdiones, coordenadora da plataforma. Lançado em 2022, o Monitor da Fiscalização atualmente compila dados de dez unidades federativas: Acre, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rondônia e São Paulo. Segundo as informações obtidas, 72,6% das áreas desmatadas no período avaliado estiveram livres de fiscalização. “A gente conseguiu chegar a dez estados porque eram aqueles que tinham essa informação disponível na internet com a qualidade que nos permitia uma análise”, afirma Ana Valdiones. Os estados que apresentaram números mais alarmantes foram Acre, Ceará e Rondônia. No Acre, apenas 146 alertas de desmatamento tiveram ações de fiscalização sobrepostas, dos mais de 32 mil alertas validados no estado. O monitor usa como base informações fornecidas por órgãos federais e estaduais de controle, tais como autorizações, autuações e embargo de propriedades rurais. Para identificar quanto do desmatamento tem ações de fiscalização sobrepostas, esses dados são cruzados com os alertas de desmatamento publicados pelo MapBiomas. Cada alerta é conferido, validado e gera um laudo com imagens em alta resolução de antes e depois da área desmatada. Para Ana Valdiones, é preciso aumentar a transparência sobre os dados ambientais disponibilizados. “Nossa intenção é que o monitor cubra todos os estados brasileiros, com a atuação de todos os órgãos ambientais, estaduais e federais, mas a gente se depara com essa questão de nem sempre ter acesso facilitado a informações de qualidade”, esclarece. O Monitor da Fiscalização do Desmatamento é uma iniciativa do MapBiomas em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV) e com a plataforma Brasil.IO, que propõe a disponibilização de dados públicos em formato acessível para a população. As informações compiladas pelo monitor podem ser acessadas online gratuitamente. De acordo com Ana Valdiones, a organização espera ampliar o monitoramento para todo o território nacional até o final de 2023. Fonte
Grupo Música Antiga, da UFF, faz concerto inspirado na obra de Camões
O grupo Música Antiga, da Universidade Federal Fluminense (UFF), apresenta neste domingo (16), às 10h30, concerto de música ibérica que destaca a obra poética do escritor português Luís Vaz de Camões. O concerto será realizado no Cine Arte UFF, em Icaraí, Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Os ingressos têm valor único de R$ 15. Especialista em música medieval, renascentista e barroca, o grupo Música Antiga da UFF foi criado em 1982, contando, inicialmente, com nove músicos que acabaram sendo contratados, em 1984, como funcionários pela universidade. Com o decorrer dos anos, muitos dos integrantes se aposentaram, ficando o grupo com cinco músicos. Em 2018, foram abertas duas vagas e, em 2019, mais uma. O concurso público promovido então pela instituição, em dezembro de 2019, aprovou três musicistas que se integraram ao grupo, composto atualmente por cinco músicos. No ano passado, após a pandemia da covid-19, o grupo voltou a ensaiar e a tocar presencialmente, e promoveu concerto comemorativo dos 40 anos do Música Antiga no teatro da UFF, para o qual foram convidados músicos aposentados do conjunto. Em seus 40 anos de existência, o Música Antiga da UFF busca recriar a sonoridade da Idade Média e do Renascimento, levando ao espectador as músicas e o fascínio das histórias que compõem seus ricos repertórios, e transmitindo também não apenas a música, mas o contexto histórico e cultural dessas épocas. O grupo vem atuando ao longo de sua trajetória na consolidação do ensino, da pesquisa e da extensão, realizando trabalho de formação de plateia e de conexão da universidade com a sociedade. Os cinco integrantes são Cecilia Aprigliano, Leandro Mendes, Mario Orlando, Rosimary Parra e Sônia Leal Wegenast. Grupo Música Antiga da UFF tem atualmente cinco integrantes – Divulgação Leandro Mendes informou à Agência Brasil que os instrumentos tocados pelo grupo incluem flautas doces, viela de arco (instrumento medieval antecessor do violino), percussão, harpa, viola da gamba (instrumento surgido em torno de 1400, antecessor do violoncelo), alaúde e vihuela (viola de mão). Leandro Mendes e Sônia Leal Wegenast cantam solo e todos fazem coro. Camões O programa do concerto engloba 15 músicas renascentistas portuguesas, envolvendo poesias do poeta português Camões que foram musicadas, além de canções que teriam versos do poeta ou, ainda, músicas de compositores da mesma época. O tema foi sugerido por Mario Orlando, que está fazendo doutorado e teve como uma das matérias as poesias de Camões. ”Ele fez o levantamento das músicas dessa época que teriam poesias de Camões. Como não eram muitas músicas, a gente preencheu [o repertório] com compositores da mesma época, como Luys Milan e compositores anônimos. Porque a gente usa muito cancioneiros renascentistas que têm músicas anônimas, entre as quais o Cancioneiro de Paris, Cancioneiro do Palácio, Cancioneiro D’Elvas, Cancioneiro de Belém, que é português. Usamos também canções de Antonio de Cabezón, que era compositor da época, entre outros”, disse Leandro Mendes. Entre as músicas cantadas que têm poesias de Camões, destaque para Minina dos Olhos Verdes, Foyse Gastamdo a Esperança, Señora bem Poderey, Vida da Mynha Alma, todas escritas em português e castelhano arcaico, explicou Mendes. O poeta português viveu entre 1524 e 1580 e teve sua poesia musicada em diversas peças encontradas em cancioneiros ibéricos. Na poesia de Camões, as redondilhas são elaboradas a partir de um mote. Na música instrumental do século 16, percebem-se novas elaborações melódicas a partir de uma estrutura musical já conhecida, oriunda da música vocal ou da dança. Confira aqui o programa completo. Fonte
Hoje é Dia: semana tem datas dos povos indígenas, Tiradentes e Brasil
Datas ligadas à história do Brasil serão lembradas na semana que começa neste domingo (16) – e que traz um feriado nacional na próxima sexta-feira (21): o de Tiradentes. Na quarta-feira, dia 19 de abril, é o Dia dos Povos Indígenas. No dia seguinte, completam-se 100 anos da criação da Rádio Sociedade (atual Rádio MEC), a primeira emissora de rádio do país. Por fim, no dia 22 se completam 523 anos da chegada dos portugueses ao que hoje chamamos de Brasil. E para falar sobre os primeiros povos que habitaram o território nacional, o Hoje é Dia resgata o documentário Índios somos nós, da TV Brasil. Filmado em 2016, durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, o documentário entrevista indígenas de diversas etnias, que detalham suas culturas, tradições, passando pelas diversidades entre os povos e também os pontos de contato de suas histórias. Assista: O Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, tem uma série de episódios dedicados aos povos indígenas, abordando temáticas como a luta por demarcação das terras de seus antepassados, a saúde indígena em tempos de pandemia, a saúde mental dos indígenas, o universo mítico e a sobrevivência da tradição no século 21, e, recentemente, a crise humanitária do povo Yanomami. Cem anos da primeira rádio No dia 20 de abril de 1923, foi assinada a ata de criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira emissora de rádio do país. Jovens cientistas e intelectuais que faziam parte da Academia Brasileira de Ciências, como Edgard Roquette-Pinto, Osório de Almeida, Henrique Morize, Paulo de Frontin, almirantes Álvaro Alberto e Moraes Rêgo, fizeram parte da fundação da pioneira emissora, que viria a entrar no ar em 7 de setembro daquele ano. Os pioneiros da Rádio Sociedade em 1924: à direita do relógio, Roquette Pinto, e, à esquerda, Henrique Morize (mais alto, de óculos). – Acervo EBC/Direitos reservados Anos depois, em 1936, a Rádio Sociedade seria doada ao governo federal, passando a se chamar Rádio Ministério da Educação – popularmente Rádio Ministério e, depois, Rádio MEC. A Rádio MEC, que faz parte da Empresa Brasil de Comunicação, é a emissora que há mais tempo opera de forma ininterrupta no país, e também foi a primeira experiência de comunicação pública, com programação voltada para educar e divulgar ciência e cultura. Conheça a história da Rádio Sociedade e da Rádio MEC nestes episódios da série 100 anos do rádio no Brasil: Rádio Sociedade: Rádio MEC: Herói nacional O dia do enforcamento do inconfidente Joaquim José da Silva Xavier – mais conhecido como Tiradentes – virou feriado nacional no Brasil ainda no ano de 1890. A execução deste que viria a entrar no rol de heróis da Pátria aconteceu em 21 de abril de 1792. O programa Na Trilha da História, da Rádio Nacional, contou a história do conjurado mineiro: suas origens na fazenda do Pombal, o ofício de “tirar dentes”, sua carreira militar e o que fez Tiradentes se rebelar contra a Coroa portuguesa: Antônio Parreiras – Estudo para Prisão de Tiradentes – Museu Antônio Parreiras/Direitos reservados Outro episódio do programa explica o que foi a Inconfidência Mineira, bem como suas contradições e as lacunas na história da revolta da elite de Vila Rica (atual Ouro Preto, em Minas Gerais) contra a alta carga tributária imposta por Portugal: Em 2015, a Radioagência Nacional, em parceria com a Rádio Educativa da Universidade Federal de Ouro Preto, publicou uma série de cinco reportagens sobre a Inconfidência Mineira. O primeiro fala sobre a origem do movimento; o segundo, sobre os formadores da insurreição; o terceiro, sobre as mulheres envolvidas na revolta; o quarto, sobre os mitos e lendas sobre a Inconfidência Mineira, e o último, que você ouve abaixo, sobre a sentença e a execução de Tiradentes: Terra à vista! No sábado (22), completam-se 523 anos desde que a esquadra de Pedro Álvares Cabral – a maior frota portuguesa lançada ao mar até então – chegou em terras hoje brasileiras. O “achamento” do Brasil foi tema de dois episódios do programa Na Trilha da História: um, que foi ao ar em 2017, reconstitui a expedição da armada, e fala também sobre a expansão marítima portuguesa e como eram as travessias destas embarcações pelo oceano Atlântico: Já este episódio de 2020 fala o que houve depois da chegada dos portugueses ao Brasil, como foi a relação com os indígenas e as consequências da exploração da “nova” terra pelos europeus: Mais efemérides Outras datas comemorativas acontecem nos próximos dias: o Dia Mundial da Voz, neste domingo (16); o Dia Internacional da Hemofilia, em 17 de abril; o Dia Nacional da Botânica, também no dia 17, em alusão ao nascimento do naturalista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius; o Dia Nacional do Livro Infantil, em 19 de abril; e, no dia 20, o Dia do Disco (que homenageia o músico Ataulfo Alves, falecido nesta data, mas do ano de 1969) e o Dia do Diplomata (que marca a data de nascimento do Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia nacional). Confira a lista semanal* do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados: 16 a 22 de abril de 2023 16 Nascimento do violonista e compositor paraense Sebastião Tapajós (80 anos) Morte do compositor fluminense Gustavo Thomás Filho, o Brasinha (25 anos) Morte do naturalista, matemático e escritor francês, Georges-Louis Leclerc, o conde de Buffon (235 anos) – suas teorias influenciaram duas gerações de naturalistas, entre os quais se contam Jean-Baptiste de Lamarck e Charles Darwin Início da Expedição Automobilística Brasileira Pan-Americana, ou Carreteira Pan-Americana (95 anos) Dia Mundial da Voz 17 Morte da fotógrafa e ativista norte-americana Linda McCartney (25 anos) Morte da cantora e compositora paulistana Florinda Grandino de Oliveira, a Linda Batista (35 anos) – em 1937, foi a primeira cantora a ser eleita Rainha do Rádio, título que manteve por 11 anos consecutivos; pouco depois do concurso, foi contratada pela Rádio Nacional Dia Internacional da Hemofilia Dia Nacional da Botânica – a data foi instituída pelo Decreto nº 1.147, de 24 de maio de 1994, em homenagem às comemorações dos 200 anos do nascimento do naturalista alemão
A 500 dias da Paralimpíada, Brasil quer ampliar presença em Paris 2024
A contagem regressiva rumo à Paralimpíada de Paris chega a 500 dias neste domingo (16). O evento em solo francês começa em 28 de agosto de 2024 e segue até 8 de setembro, com expectativa de reunir 4,4 mil atletas, em 549 eventos de 22 modalidades. O Brasil, por enquanto, está assegurado em três delas. A primeira foi o vôlei sentado, que tem a seleção feminina garantida, após o inédito título mundial, obtido em novembro passado, em Sarajevo (Bósnia e Herzegovina). A equipe disputará dois torneios em 2023 que valem vaga para os Jogos: o Campeonato Pan-Americano, em Edmonton (Canadá), em maio, e a Copa do Mundo do Cairo (Egito), em novembro. Como já está classificado, o time brasileiro utilizará as competições, basicamente, como preparação. “Tem hora que até eu mesmo não acredito que já conquistamos a vaga e que tem gente ainda correndo atrás. Agora, é treinar para buscar o título”, celebrou Janaína Petit, jogadora da seleção de vôlei sentado. “Dá uma tranquilidade grande [ter classificado por antecipação], mas um ano e meio passa muito rápido. A gente vai testar [formações e jogadas], mas já tem na cabeça o que queremos. Acho que o time ficará mais forte. Entraremos em igualdade de condições para ganhar a medalha de ouro [em Paris]”, completou o técnico Fernando Guimarães, que também está à frente da seleção masculina, que disputará os dois eventos de 2023 para buscar vaga na Paralimpíada – apenas o campeão se garante. Seleção de vôlei sentado garantiu vaga em Paris após conquistar Mundial – Divulgação/World Paravolley/Direitos Reservados A participação brasileira em 2024 também está confirmada no goalball masculino, graças à conquista do tricampeonato mundial pela seleção, em dezembro do ano passado, em Matosinhos (Portugal). O esporte é disputado por atletas com deficiência visual (total ou baixa visão) e é o único do movimento paralímpico a não ser uma adaptação de alguma prática “convencional”. Outra modalidade que tem representação verde e amarela assegurada em Paris é o ciclismo. Em fevereiro, a União Ciclística Internacional (UCI) destinou duas vagas ao Brasil – uma por gênero – por conta da posição do país nos rankings das Américas masculino (líder) e feminino (segundo). Considerando as três modalidades, o avião do Brasil rumo à Paris tem, neste momento, 20 lugares reservados: 12 para atletas do vôlei sentado feminino, seis do goalball masculino e dois do ciclismo. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) quer classificar, ao menos, 250 esportistas. Na edição de Tóquio (Japão), em 2021, o país teve 259 representantes, incluindo aqueles sem deficiência (atletas-guia de atletismo e natação, o timoneiro do remo, os goleiros do futebol de cegos e calheiros da bocha). Vagas em vista Ainda há vagas a serem conquistadas nos outros 19 esportes. Algumas serão definidas este ano, nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago (Chile), em novembro. No tênis de mesa, por exemplo, os campeões das 11 categorias (masculino e feminino) vão à Paris. Nomes como Cátia Oliveira (classe 2), Israel Stroh (7), Sophia Kelmer (8) e Bruna Alexandre (10) têm chances de classificarem via ranking mundial, que será fechado apenas em 2024, mas podem antecipar o passaporte se vencerem o Parapan. Outra modalidade com disputa de vaga em Santiago é o rugby em cadeira de rodas. O campeão parapan-americano se assegura nos Jogos. A seleção brasileira tenta, pela primeira vez, classificar-se à Paralimpíada sem ser o país-sede. Para alcançar a classificação ainda em 2023, porém, a equipe terá de superar, principalmente, Estados Unidos (prata em Tóquio) e Canadá (onde o esporte surgiu). “Pensando com os pés no chão, o caminho rumo à Paris é ficar entre segundo e terceiro no Parapan, porque terá um torneio classificatório, entre fevereiro e março de 2024, com oito seleções e três vagas. Nosso plano é chegar a esse classificatório e buscar uma dessas três vagas”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), José Higino. Tricampeã mundial, equipe masculina de goalball estará nos Jogos Paralímpicos – Renan Cacioli/CBDV/Direitos Reservados Além do tênis de mesa e do rugby, o Parapan definirá vagas à Paris no goalball, bocha, tiro com arco, futebol de cegos e remo. Nestas três últimas, haverá, ainda, possibilidade de vagas por meio de Campeonatos Mundiais deste ano, que também servirão como classificatório para mais quatro modalidades: atletismo, natação, paracanoagem e tiro esportivo. Diferentemente do tênis de mesa, no qual as vagas dos campeões parapan-americanos são dos próprios atletas, as demais pertencem ao país, que definirá os critérios para convocação. Nos Jogos de Tóquio, por exemplo, o CPB definiu que os medalhistas de ouro nos Mundiais de atletismo e natação de 2019 teriam lugar garantido na Paralimpíada. Os parâmetros para 2024 ainda serão anunciados. “Eu sou muito ansiosa [risos]. A gente tem que entender que cada passo é um passo. Por isso, temos nossa psicóloga, com quem fazemos um bom trabalho, para chegar bem e calma no Mundial. E aí conseguir essa vaga será consequência do trabalho”, projetou Marcelly Pedroso, velocista da classe T37 (paralisia cerebral), que sonha com a primeira Paralimpíada da carreira em Paris. Fonte
Lula defende G20 e quer mais países em governança global
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em entrevista coletiva em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o fortalecimento de uma governança global que amplie a representatividade de países em espaços de diálogo internacional. “Não quero criar movimento separado do G7. O G7 não depende do Brasil para existir”, declarou. Para o brasileiro, um bloco mais amplo de países, a exemplo do G20, deve ser responsável por discutir temas da ordem do dia, como paz entre as nações; meio ambiente; temas econômicos, como inflação e juros; violência; discurso de ódio nas redes digitais; e fortalecimento da democracia. “Quando criamos o G20, foi porque o G7 tinha entendido que ele já não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008”, pontuou. Lula disse ainda que o Brasil quer ser protagonista em temas globais. “Eu respeito todos os países, todas as reuniões que cada um quiser fazer, respeito a autodeterminação dos povos, mas o que quero dizer é que o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser ator protagonista de muita influência, sobretudo, nessa questão do clima. Poucas nações têm autoridade política e moral para discutir isso”, apontou. Lula, que retorna neste domingo (16) ao Brasil, destacou que a viagem à China representou acordos que somam R$ 50 bilhões. Nos Emirados Árabes, foram negociados investimentos da ordem de R$ 12,5 bilhões por meio de um memorando de entendimento entre o estado da Bahia e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021. “Em maio, vamos discutir com governadores brasileiros as principais obras no país. E queremos apresentar essas obras a outros países para que empresários que quiserem investir no Brasil tenham opção certa de investimento. O Brasil é um país que tem estabilidade jurídica, estabilidade política e vai se transformar num país de estabilidade econômica. Somos um governo que tem credibilidade na sociedade e com outros países do mundo. Nós garantimos a estabilidade social no país e somos um governo de muita previsibilidade”, declarou. Negociação pela paz O presidente voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia”, afirmou. Lula disse ainda que pretende envolver países da América Latina. Extradição Ao ser questionado, o presidente confirmou a extradição de Thiago Brennand, empresário brasileiro que é acusado de agressão contra mulheres, além de possuir armas ilegais. Lula afirmou que o tema não foi tratado oficialmente com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos. “Eu fiquei sabendo que os Emirados Árabes vão fazer a extradição. Quando ela vai acontecer é uma questão da Justiça. A única coisa que eu sei é que se no mundo existir um milhão de cidadãos como este todos merecem ser punidos. Não é aceitável que um brutamonte desses seja agressor de mulheres. Acho que ele tem que pagar”, defendeu. Fonte