Com uma corda no pescoço, corpo é encontrado em igarapé de Manaus

O corpo de Ronaldo Bezerra Paes, de 59 anos, foi encontrado em uma casa, na rua Líbano, bairro Zumbi dos Palmares, zona norte de Manaus. O corpo já estava em avançado estado de decomposição. Conforme a vizinhança, dava para sentir um odor muito forte vindo do segundo andar da residência onde Ronaldo morava. Foi o momento em que um dos vizinhos decidiu ir até lá, como ninguém abriu a porta, ele decidiu arrombar, quando de cara se deparou o corpo jogado ao chão. Segundo a polícia, ao lado do corpo tinha umas garrafas de bebida alcoólica. O Departamento de Perícia-Técnico Científico foi acionado para saber a causa da morte e a quantos dias o corpo estava morto na residência. O corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML). O caso será investigado pela Polícia Civil por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).Nesta quarta-feira, 12, o corpo de um homem foi encontrado em um igarapé no bairro Alvorada, zona Centro-Oeste de Manaus. A polícia foi acionada após o cadáver ser visto por populares que passavam pelo local. De acordo com equipe de busca do Corpo de Bombeiros, a vítima estava com uma corda enrolada no pescoço, já em estado de decomposição. Acredita-se que o corpo tenha sido arrastado pela correnteza até o local. A remoção do cadáver foi feita pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Instituto Médico Legal (IML). Fonte

Homem é baleado por suposto ‘caseiro’ no bairro Puraquequara, em Manaus

Um homem identificado como Paulo Ricardo Araújo de Alcântara, de 47 anos, foi baleado na noite desta quarta-feira (12), na estrada do Puraquequara, zona Leste de Manaus. Segundo informações repassadas pelos policiais militares da 4ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), o homem teria tentado fugir de um suposto “caseiro” da área, que estaria tentando lhe matar. Ainda conforme a polícia, o homem levou cerca de nove tiros. A equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada até o local, é o encaminhou a uma unidade hospitalar. Fonte

Corpo em estado de decomposição é encontrado dentro de residência em Manaus

O corpo de Ronaldo Bezerra Paes, de 59 anos, foi encontrado em uma casa, na rua Líbano, bairro Zumbi dos Palmares, zona norte de Manaus. O corpo já estava em avançado estado de decomposição. Conforme a vizinhança, dava para sentir um odor muito forte vindo do segundo andar da residência onde Ronaldo morava. Foi o momento em que um dos vizinhos decidiu ir até lá, como ninguém abriu a porta, ele decidiu arrombar, quando de cara se deparou o corpo jogado ao chão. Segundo a polícia, ao lado do corpo tinha umas garrafas de bebida alcoólica. O Departamento de Perícia-Técnico Científico foi acionado para saber a causa da morte e a quantos dias o corpo estava morto na residência. O corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML). O caso será investigado pela Polícia Civil por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Fonte

Pandemia de Aids pode acabar até 2030, diz Unaids

O fim da Aids é uma escolha política e financeira dos países e lideranças que estão seguindo esse caminho e estão obtendo resultados extraordinários, o que pode levar ao fim da pandemia de Aids até 2030. É o que mostra um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). O relatório – denominado O Caminho que põe fim à Aids – expõe dados e estudos de casos sobre a situação atual da doença no mundo e os caminhos para acabar com a epidemia de Aids até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.  Segundo a entidade, esse objetivo também ajudará o mundo a estar bem preparado para enfrentar futuras pandemias e a avançar no progresso em direção à conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Unaids é o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids que lidera e inspira o mundo a alcançar sua visão compartilhada de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à Aids. Ele trabalha em colaboração com parceiros globais e nacionais para combater a doença.  Metas 95-95-95 Países como Botsuana, Essuatíni, Ruanda, República Unida da Tanzânia e Zimbábue já alcançaram as metas 95-95-95. Isso significa que, nesses países, 95% das pessoas que vivem com HIV conhecem seu status sorológico; 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV estão em tratamento antirretroviral que salva vidas; e 95% das pessoas em tratamento estão com a carga viral suprimida. Outras 16 nações, oito das quais na África subsaariana – região que representa 65% de todas as pessoas vivendo com HIV – também estão perto de alcançar essas metas. Brasil: 88-83-95 O Brasil, por sua vez, também está no caminho, com suas metas na casa de 88-83-95. Mas o país ainda enfrenta obstáculos, causados especialmente pelas desigualdades, que impedem que pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade tenham pleno acesso aos recursos de prevenção e tratamento do HIV que salvam vidas. Na visão da Oficial de Igualdades e Direitos do Unaids Brasil, Ariadne Ribeiro Ferreira, o movimento em casas legislativas municipais, estaduais e no Congresso Nacional de apresentar legislações criminalizadoras e punitivas que afetam diretamente a comunidade LGBTQIA+, especialmente pessoas trans, pode aumentar o estigma. “Este movimento soma-se às desigualdades, aumentando o estigma e discriminação de determinadas populações e pode contribuir para impedir o Brasil de alcançar as metas de acabar com a Aids até 2030”, diz ele.  Lideranças “O fim da Aids é uma oportunidade para as lideranças de hoje deixarem um legado extraordinariamente poderoso para o futuro”, defende a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima. “Essas lideranças podem ser lembradas pelas gerações futuras como aquelas que puseram fim à pandemia mais mortal do mundo. Podem salvar milhões de vidas e proteger a saúde de todas as pessoas”, acrescenta. O relatório destaca que as respostas ao HIV têm sucesso quando baseadas em uma forte liderança política com ações como respeitar a ciência, dados e evidências; enfrentar as desigualdades que impedem o progresso na resposta ao HIV e outras pandemias; fortalecer as comunidades e as organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garantir financiamento suficiente e sustentável. Investimentos  O relatório do Unaids mostra, também, que o progresso rumo ao fim da Aids tem sido mais forte nos países e regiões com maior investimento financeiro. Na África Oriental e Austral, por exemplo, as novas infecções por HIV foram reduzidas em 57% desde 2010 e o número de pessoas em tratamento antirretroviral triplicou, passando de 7,7 milhões em 2010 para 29,8 milhões em 2022. Com o apoio e investimento no combate à Aids em crianças, 82% das mulheres grávidas e lactantes vivendo com o HIV em todo o mundo tiveram acesso ao tratamento antirretroviral em 2022, em comparação com 46% em 2010, o que levou a uma redução de 58% nas novas infecções por HIV em crianças de 2010 a 2022, o número mais baixo desde a década de 1980. Marcos legais Segundo o relatório, o fortalecimento do progresso na resposta ao HIV passa pela garantia de que os marcos legais e políticos não comprometam os direitos humanos, mas os protejam. Vários países revogaram leis prejudiciais em 2022 e 2023, incluindo Antígua e Barbuda, Ilhas Cook, Barbados, São Cristóvão e Nevis e Singapura que descriminalizavam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Financiamento O financiamento para o HIV também diminuiu em 2022, tanto de fontes internacionais quanto domésticas, retornando ao mesmo nível de 2013. Os recursos totalizaram US$ 20,8 bilhões em 2022, muito aquém dos US$ 29,3 bilhões necessários até 2025, afirma o documento. O relatório expõe, no entanto, que existe agora uma oportunidade para acabar com a Aids na medida em que a vontade política é estimulada por meio dos investimentos em resposta sustentável ao HIV. Esses recursos devem ser focados no que mais importa, reforça o Unaids: integração dos sistemas de saúde, leis não discriminatórias, igualdade de gênero e fortalecimento das redes comunitárias de assistência e apoio. “Os fatos e os números compartilhados neste relatório não mostram que o mundo já está no caminho certo, mas indicam claramente que podemos chegar lá. O caminho a seguir é muito claro”, observa a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima. Fonte

Ciclone no RS: mais de 250 mil pessoas estão sem energia elétrica

Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) colocou o Rio Grande do Sul e Santa Catarina em alerta vermelho, na situação de “grande perigo”, devido à passagem do fenômeno meteorológico Mais de 250 mil pessoas estão sem energia elétrica no Rio Grande do Sul devido à passagem de um ciclone extratropical na região Sul do país, nesta quinta-feira (13). Os dados são da Rio Grande Energia (RGE) e da CEEE Grupo Equatorial, responsáveis pela distribuição de energia no estado. Em nota, a RGE informou que 110 mil pessoas tiveram o fornecimento de energia interrompido, principalmente nas regiões da Serra Gaúcha e do Planalto, em virtude dos danos causados à rede da concessionária pelo ciclone. A companhia destaca ainda que funcionários trabalham para restabelecer o serviço aos clientes. VÍDEO – Mais de 110 mil pessoas estão sem energia no RS, diz RGE Já a CEEE Grupo Equatorial aponta que, ao todo, 144 mil pessoas tiveram o fornecimento de energia interrompido. Em Pelotas, 60 mil pessoas foram afetadas; em São José do Norte, 15 mil; e em Jaguarão, 10 mil. Não há previsão para que as operações sejam normalizadas. Ainda de acordo com a concessionária, o fornecimento de energia na capital Porto Alegre segue normal. Cidade de SC tem rajadas de vento acima dos 120 km/h A cidade de Bom Jardim da Serra, em Santa Catarina, registrou rajadas de vento acima dos 120 km/h na manhã desta quinta-feira (13), de acordo com a Defesa Civil do estado. Em Urupema, na Serra Catarinense, os ventos passaram dos 100 km/h. Maiores rajadas de vento registradas em SC* Bom Jardim da Serra: 127,1 km/h Urupema: 103,9 km/h Rancho Queimado: 70,6 km/h Criciúma: 67,8 km/h Joaçaba: 65,9 km/h  Jaraguá do Sul: 63,7 km/h Chapecó: 63,5 km/h São Joaquim: 59,1 km/h Curitibanos: 59 km/h Campos Novos: 56,5 km/h *: atualizado pela Defesa Civil de Santa Catarina às 06h desta quinta-feira (13) Ciclone deve ser mais intenso do que o de junho A Defesa Civil Nacional informou que os ventos desse novo ciclone devem ser iguais ou até superiores aos que atingiram o Rio Grande do Sul em junho, quando diversas cidades registraram estragos. As informações foram repassadas durante coletiva de imprensa promovida pelo Ministério da Integração Nacional na tarde de terça-feira (11). “Os ventos serão tão fortes quanto aqueles [do ciclone anterior]. O que a gente tem de diferente é que neste teremos mais áreas atingidas. No anterior, tivemos a concentração na região metropolitana de Porto Alegre. Mas, neste aqui, a área é maior e as rajadas devem chegar a Santa Catarina e ao Paraná”, comentou a meteorologista Marcia Seabra, do Inmet. O que é um ciclone extratropical? Segundo a Climatempo, um ciclone extratropical é uma área de baixa pressão atmosférica onde os ventos giram ao redor de um centro, sempre no sentido horário, no caso do Hemisfério Sul, formando um círculo completo. A empresa informa que, “quanto mais baixa a pressão do ar no centro do ciclone, mais fortes são os ventos e maior o potencial para o desenvolvimento de nuvens muito extensas, que provocam chuva volumosa e forte, ventania, raios e eventualmente granizo”. Com informações de Douglas Porto e Gabriel Ferneda da CNN Fonte

Bard, ‘ChatGPT do Google’, é lançado no Brasil; veja como usar agora

Para acessar o Bard, é preciso logar no site oficial (bard.google.com) com uma conta Google. Feito o login, basta enviar os comandos para o chatbot, que mantém um histórico de interações, de forma bem similar ao do ChatGPT. É possível apagar chats antigos tocando no ícone de lixeira, que aparece quando você seleciona uma das conversas. Um diferencial do Bard em relação ao ChatGPT é que o chatbot do Google conta com cinco estilos de resposta. São eles simples, longo, curto, profissional ou casual. Assim, caso você não goste da forma como o chatbot respondeu, você pode alternar entre os modelos. Ainda, você pode também indicar se gostou ou não da resposta, bastando tocar sobre os ícones de “????” ou “????”, respectivamente. O Bard também pode responder ao usuário em voz alta, bastando tocar no ícone de microfone, e, nos Estados Unidos, o chatbot ganhou integração com o Google Lens. Assim, ele tem também a capacidade de entender comandos com imagens. Google Bard guarda o histórico de interações — Foto: Divulgação/Google Outra diferença em relação ao chatbot da OpenAI é que o Bard não indica diretamente as fontes utilizadas no desenvolvimento de sua resposta. Para driblar esse problema, o Google indica perguntar à IA quais foram as bases de dados consultadas — porém, a empresa também frisa que, no caso de respostas que não sejam 100% factuais, é possível que o Bard não consiga entregar todas as fontes. Vale ainda dizer que, caso você não queira que o Bard guarde informações suas, é possível fazer a exclusão na página de Minha Atividade do Google (myactivity.google.com/product/bard). Por enquanto, o chatbot funciona apenas pela página do navegador, e não há previsão de ser lançado no buscador. Uma inteligência artificial em fase “experimental” Apesar da expansão, o Google diz considerar o Bard uma ferramenta em estágio “experimental”. A empresa afirma que não há, por enquanto, previsão de quando esse status mudará, mas disse também que pretende, com esse lançamento, colher mais feedbacks de usuários para melhorar o chatbot. De acordo com a big tech, esses feedbacks são revisados por um time de pessoas, que busca otimizar a IA para evitar problemas comuns a esse tipo de inteligência artificial – como vieses preconceituosos ou alucinações. Esses problemas costumam acontecer porque, para treinar essas inteligências artificiais, são usadas grandes bases de dados, que podem conter conteúdo enganoso ou enviesado. Isso acontece também com o ChatGPT e outros modelos do tipo. No caso específico do Bard, foram usadas informações públicas disponíveis na web para treiná-lo — ou seja, a estrutura da IA é muito vasta. Por isso, é muito importante sempre checar as respostas dadas pelo chatbot, já que ele pode errar em alguns momentos. O TechTudo questionou o Google sobre o que é feito para evitar que a inteligência artificial utilize alguma fonte não-confiável em seu treinamento. Em resposta, a empresa afirmou que “um time de revisores foi treinado para analisar e avaliar a qualidade de resposta” e que, caso seja identificada uma resposta de baixa qualidade, imprecisa ou prejudicial, outra equipe sugere “respostas de maior qualidade”. Já as alucinações acontecem quando o modelo de linguagem não tem dados suficientes para responder corretamente à pergunta, mas tem capacidade para formular uma resposta. Quando isso ocorre, o chatbot dá uma resposta errada de forma convincente – o que é especialmente perigoso para o ecossistema de desinformação na web. Fonte: Techtudo Fonte

Há atrito entre líderes russos desde motim, diz general dos EUA

A liderança da Rússia está sofrendo com uma quantidade significativa de “atrito e confusão” desde o motim do grupo mercenário Wagner no mês passado, mas o impacto que está tendo nas linhas de frente da guerra na Ucrânia ainda é incerto, disse o principal general dos Estados Unidos nesta quinta-feira (13). O motim de 24 de junho, liderado pelo chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, cujos combatentes tomaram a cidade de Rostov-on-Don, no sul do país, e percorreram centenas de quilômetros em direção a Moscou sem praticamente nenhuma resistência, foi abruptamente desarmado em um acordo ostensivamente intermediado pelo presidente de Belarus, Alexander Lukashenko. Prigozhin disse que o motim não tinha como objetivo derrubar o governo, mas “levar à Justiça” aos chefes do Exército e da Defesa pelo que ele chamou de seus erros e ações não profissionais na Ucrânia. “Em nível estratégico, está bem claro que há uma quantidade significativa de atrito e confusão”, disse o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, a um pequeno grupo de repórteres que viajava com ele pela Ásia. “Há muito drama acontecendo nos níveis mais altos. Como tudo isso vai se desenrolar no final do dia? Ainda não tenho certeza”, disse Milley. “Não acho que tenhamos terminado com isso. Acho que há muitos outros capítulos a serem ouvidos sobre isso.” Milley disse que as tropas russas de nível inferior na Ucrânia provavelmente estavam mais concentradas na situação local e em sobreviver no dia a dia. Desde o motim, que representou o maior desafio interno para o Estado russo em décadas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, manteve até agora o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, em seus cargos. Inicialmente, Putin condenou os amotinados como traidores e, em seguida, disse que eles teriam permissão para se refugiar em Belarus. Na última surpresa, o Kremlin disse nesta semana que Putin se encontrou com Prigozhin e seus comandantes apenas cinco dias após o motim. O paradeiro exato de Prigozhin não foi revelado. Lukashenko primeiro anunciou que Prigozhin estava em Belarus, depois disse na semana passada que ele estava de volta à Rússia. “Acho que ele vai e volta (entre a Rússia e Belarus) para dizer a verdade”, disse Milley, que se recusou a dizer exatamente onde ele acreditava que Prigozhin estava. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Fonte

Denúncias de tortura e maus-tratos triplicaram no estado São Paulo

O número de denúncias de violação de direitos, como torturas, castigos, maus-tratos e ameaças, sofridos por pessoas encarceradas triplicou em 2023 no estado de São Paulo. Os relatos feitos à Defensoria Pública do estado neste ano (211 casos) são 3,45 vezes maiores do que as denúncias recebidas em todo o ano passado (61). O coordenador do Núcleo Especializado de Situação Carcerária da Defensoria Pública de São Paulo, Diego Polachini, avalia que “o sistema como um todo é uma tortura”. Segundo ele, a violação de direitos dentro do cárcere não se restringe a casos pontuais, ela é sistemática, e a única solução passa pelo desencarceramento do máximo de pessoas possível. “A vivência na cadeia já é torturante. A ideia de prender uma pessoa numa jaula evidentemente configuraria tortura em qualquer aspecto, mas como é uma pessoa que está cumprindo pena, isso não é considerado”, disse o defensor em entrevista à Agência Brasil. No momento, há apenas hipóteses para o aumento nas denúncias, conforme apontou Polachini: um aumento na intensidade das torturas e maior acesso das famílias aos meios de denúncias. Em março deste ano, a Defensoria Pública de SP enviou para o Comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Tortura uma análise do cumprimento pelo Brasil das regras constantes na Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, denunciando práticas violentas e inércia do estado diante dos casos. No documento, o órgão aponta o prejuízo do veto pelo governo do estado, em 2019, ao projeto de lei que estabelecia um Mecanismo e um Comitê de Prevenção e Combate à Tortura no estado; a necessidade de investigação rápida e imparcial em casos de violência institucional; e denuncia ainda graves episódios de tortura praticados por grupos táticos prisionais. Polachini destaca casos ocorridos durante a invasão do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), que estão no documento. O grupo tático prisional, subordinado à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), deveria ser uma intervenção pontual para reprimir desordens nas unidades. No entanto, a defensoria avalia que o grupo se tornou presença habitual e ostensiva nos presídios, sendo protagonista de episódios corriqueiros de violência e tortura contra pessoas presas. “Em ações regulares, normalmente eles invadem uma cadeia, quando tem alguma alegação de distúrbio ou algum preso que não quer voltar para cela, com bomba de borracha, cachorros, os presos são obrigados a ficar pelados, sendo ameaçado muitas vezes pelos cachorros muito próximos. Então é uma tortura psicológica muito severa que eles fazem”, contou o defensor. Objetos ilícitos nas celas Um dos episódios relatados à Organização das Nações Unidas (ONU) foi operação realizada em 2015, na Penitenciária de Presidente Prudente, para apreender possíveis objetos ilícitos nas celas. Na ocasião, cerca de 240 detidos sofreram violência física e psicológica por duas horas e meia. De acordo com o documento, mesmo sem encontrar resistência, os agentes do GIR xingaram e agrediram fisicamente os presos com socos, chutes e golpes de cassetete, além de disparos de balas de borracha em ambiente fechado.  “Vários presos sofreram lesões corporais, principalmente nas costas e nádegas, demonstrando que estavam em posição indefesa. Como se não bastasse, entre os feridos estavam um idoso e um cadeirante, o que demonstra o nível de brutalidade dos ataques”, relatou a Defensoria na análise. O documento aponta que, além da violência institucional, outras violações sistemáticas que configuram atos de tortura no sistema prisional paulista são “a superlotação carcerária, falta de ventilação e iluminação adequadas, equipes mínimas de saúde insuficientes, falta de medicamentos, má qualidade da estrutura física dos prédios, racionamento de água, falta de água potável, falta de chuveiros quentes, limitação e ausência de banhos de sol, falta de itens de higiene pessoal e vestuário e falta de alimentação adequada e em quantidade suficiente”. Detentos no interior de uma das celas do setor disciplinar da Penitenciária de Mirandópolis II reclamavam da falta de higiene no local, durante inspeção feita em maio de 2022 – Relatório da Defensoria Pública de São Paulo/Reprodução Fome Há reclamações recorrentes sobre a quantidade da alimentação no sistema penitenciário paulista. “O medo da fome é constante no sistema carcerário, os presos vivem sob essa ameaça e passam fome constantemente aqui no estado de São Paulo. Eles precisam complementar a alimentação através do apoio familiar. Se a família não manda comida, eles reclamam que passam muita fome, que a comida não é suficiente”, revelou Polachini à Agência Brasil. O defensor citou ainda situações conhecidas como “pena de fome”, em que irregularidades cometidas pelas pessoas encarceradas são punidas com racionamento de comida. “Eles ficam sem comer por um período ou é diminuída a comida para eles. Isso me parece uma evidente tortura”, comentou. Além disso, segundo ele, cotidianamente boa parte das unidades racionam a água, os presos muitas vezes são privados de tomar banho e passam sede constantemente. Em relação as violências psicológicas, há denúncias de ameaças por parte dos funcionários das unidades prisionais. “Quando vai chegando perto da saída dele [para o semi aberto], os funcionários começam a ameaçar com [aplicação de] faltas graves, então ele vive uma constante tortura psicológica com medo de falar qualquer coisa, fazer qualquer coisa, e ter o direito dele a progressão de regime impedido.” Segundo ele, há também uma tortura que é feita durante as revistas. “Tem penitenciárias específicas em que os presos, para saírem para trabalhar, por exemplo, ainda que eles estejam no regime semi aberto, eles têm que tirar a roupa todo dia”. O defensor acrescentou que, em uma das denúncias recebidas pela Defensoria, uma pessoa com deficiência era obrigada a tirar a roupa e sentar no chão em todas as saídas da cela, o que foi definido como “torturante” pelo denunciante. Condições ideais O defensor público Polachini ressalta que a única limitação imposta pela Justiça às pessoas encarceradas é privação de liberdade. Diante disso, os demais direitos, garantidos a qualquer cidadão, deveriam ser garantidos também dentro do cárcere. Segundo ele, esse é o entendimento das cortes superiores e dos tribunais internacionais. Entre as medidas consideradas básicas, estão o afastamento de guardas