A situação de Manaus preocupa mais do que a de outras capitais, entenda

Com os números de internações diárias por Covid-19 batendo recorde todos os dias, a cidade de Manaus (AM) vive as consequências mais severas da pandemia. Na quarta-feira (6) a ocupação dos leitos de UTI da rede pública do estado chegou a 92%. Na rede privada, a situação é pior: não há mais leitos disponíveis.

De acordo com especialista em Medicina Tropical Silvio Fragoso, o problema está no grande número de pacientes das cidades do estado, que se infectaram e precisam ser tratados nos hospitais da capital.

“Uma das principais causas para a sobrecarga de Manaus ser maior em relação a outras capitais é a infraestrutura nos outros estados: as cidades menores contam com hospitais próprios. Aqui no Amazonas, só Manaus dispõe da estrutura necessária para atender os pacientes da Covid-19. Logo, os de outras regiões vêm se tratar aqui na cidade”, explicou Fragoso.

O médico prevê que a situação tende a piorar nos próximos dias. “Até o dia 20 de janeiro, seremos atingidos pelo reflexo das eleições e das festas do final de ano. E nesse contexto teremos, aumento no número de infectados”, ressaltou. 

Na terça-feira (5), o prefeito de Manaus, David Almeida, decretou estado de emergência por 180 dias. O decreto autoriza, por exemplo, a contratação temporária de pessoal, de serviços e aquisição de bens e materiais.

A situação na cidade levou o governo do estado a decretar alerta roxo, nível que indica o maior risco de contaminação pela doença.

Em entrevista, David Almeida (Avante) disse que o município providenciou a construção de 22 mil covas. 

“Estamos contratando para que, de forma emergencial, possamos garantir que essas famílias possam ter seus entes queridos sepultados de forma digna”, disse.

Vacinação é uma saída

Para Fragoso, a vacinação emergencial é a saída para o colapso no sistema de saúde em Manaus.

“Uma vez que a vacinação comece, reduziremos substancialmente o número de pessoas infectadas. Dessa forma, poderemos concentrar os esforços para ajudar os pacientes mais graves”, explicou o diretor.

Enquanto a imunização não começa, o médico é categórico ao reforçar que as regras básicas, desenhadas para evitar a proliferação do contágio pelo vírus, devem ser seguidas.

“Precisamos continuar evitando aglomerações, usando a máscara e o álcool em gel e se cuidando da melhor forma”, enfatizou.

*Com informações CNN

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