Simão Peixoto e sua esposa, Aldine Mirella de Freitas se entregaram à Polícia Civil, nesta segunda-feira, 29/5. O ex-prefeito de Borba estava foragido há seis dias por investigações que o apontam como chefe de uma associação criminosa no município. O casal fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, foram encaminhados para o presídio.
Alvos da Operação Garrote, do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), ele e, diversos servidores municipais são investigados por fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. Os desvios somam R$ 29,2 milhões, segundo MP-AM.
Garrote é uma expressão usada na linguagem popular para designar uma espécie de torniquete que estanca hemorragias, em uma analogia com as medidas judiciais que visam estancar a “sangria” de desvio de dinheiro público.
Segundo o documento do MP-AM, faziam parte parte do grupo criminoso parentes próximos de Peixoto, agentes públicos e pessoas jurídicas. Além de Peixoto e a esposa, também tiveram prisão decretada Aldonira Rolim de Assis; Edival das Graças Guedes; Ione Azevedo Guedes; Michele de Sá Dias; Kleber Reis Mattos; Maria Suely da Silva Mendonça; Adan de Freitas da Silva; Keliany de Assis Lima; e Kaline de Assis Lima.
Operação Garrote
Na última terça-feira, 23/5, o MP-AM informou em nota que, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou uma operação que buscava cumprir 11 mandados de prisão preventiva, 28 mandados de busca domiciliar, 28 mandados de busca pessoal e 28 mandados de busca veicular, totalizando 95 medidas cautelares.
“As medidas foram determinadas pelo Poder Judiciário do Estado do Amazonas após requerimento formulado pelo Procurador-Geral de Justiça, por intermédio do GAECO/MP-AM, e visam instruir investigações que apuram uma provável organização criminosa instalada com o propósito de obter vantagens de diversas ordens, por meio da prática de crimes contra a administração pública, crimes licitatórios, lavagem de capitais e outras condutas típicas conexas, tudo em detrimento do erário do município de Borba”, afirmou o MP-AM, em nota, à época.
O MP-AM informou ainda que busca o ressarcimento aos cofres públicos e o afastamento dos funcionários investigados de suas funções.
“Com o propósito de buscar o ressarcimento aos cofres públicos e devolver à sociedade os recursos potencialmente desviados, acolhendo o pedido do GAECO, houve a determinação judicial para o bloqueio e indisponibilidade de bens e valores dos investigados. Quanto aos agentes públicos investigados, além da prisão, houve ainda a determinação para o afastamento de suas funções”, detalha o informe.