Comentarista diz, durante o Globo Esporte SP, que contratação de atacante “não faz sentido”, por causa da condenação em primeira instância por violência sexual
O Santos contratou, na última semana, o atacante Robinho, condenado em primeira instância, na Itália, a nove anos de prisão por violência sexual – o caso está em recurso -, e tem sido alvo de críticas. Nesta terça-feira, Casagrande se posicionou contrário ao retorno do jogador ao clube.
Durante o Globo Esporte SP, o comentarista fez elogios a Robinho como jogador, mas criticou a contratação por causa da investigação em curso na Itália.
– Eu fico desolado e perco um pouco a esperança. No momento em que o mundo e principalmente o Brasil quer se reorganizar na moral e na ética, isso é um desrespeito não só às mulheres, mas é uma violência à moral da sociedade. Não entendi o motivo da contratação, não faz sentido. Robinho é um ótimo jogador e não tenho nada contra ele pessoalmente; inclusive, ele deu uma camisa que dei para o meu filho santista. Ele é oficialmente condenado por estupro, um crime hediondo, então fico desolado. Estou do lado da moral, da ética e dos valores – disse Casagrande.
Também nesta terça-feira, os advogados de Robinho divulgaram uma nota oficial em que explicam detalhes do caso. A defesa alega que o jogador deve ser considerado um “homem livre” enquanto todos os recursos não se esgotarem.
– De acordo com a Ordem Constitucional Italiana, Robinho deve ser considerado inocente, com base no artigo 27 da Carta Constitucional da República Italiana, segundo o qual o acusado não é considerado culpado até a sentença final (e isso somente se a condenação é confirmada pelo Supremo Tribunal de Cassação, que julga após o Tribunal de Recurso) – diz a nota.
Em entrevista à rádio CBN no último sábado, o jurista Wálter Maierovitch afirmou que o atacante, que ainda espera o julgamento de um recurso, não pode ser considerado culpado:
— Na realidade, existe um princípio civilizatório, adotado inclusive pela nossa Constituição, que é a presunção de inocência. Não podemos esquecer disso. O Robinho foi condenado em primeiro grau. Na Itália, é um colégio, um tribunal, não é só um juiz. Tem participação popular. Foi condenado, mas não é uma condenação definitiva. Ele apelou e foi reconhecido o direito de recorrer em liberdade. Isso está em sede de apelo. Portanto, acho que a gente não pode excluir e deixar de lado essa presunção de não culpabilidade.