Com intuito de aprimorar o atendimento humanizado às mulheres vítimas de violência, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) promoveu, nesta segunda-feira (5/8), uma reunião de alinhamento para o lançamento do “Protocolo de Acolhida e Atendimento Integrado das Mulheres em Situação de Violência”, previsto para iniciar ainda neste mês de agosto. O encontro foi realizado no auditório da sede da DPE-AM, bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus.
De acordo com a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), Carolina Carvalho, a ideia é aprimorar a acolhida e atendimento das assistidas que buscam os serviços da DPE desde o primeiro contato com a instituição.
“Essas mulheres irão perceber que todas as portas da Defensoria estão abertas para elas. Então, iniciamos esse trabalho com essa reunião, teremos capacitações com o setor psicossocial, capacitações com todas as pessoas que fazem parte dessa porta de entrada da Defensoria. Vamos realizar uma série de capacitações para que todas as unidades estejam preparadas caso uma mulher em situação de violência chegue até essa unidade”.
Além de capacitar os integrantes da DPE, a defensora também ressalta que os trabalhos contarão com participação direta das assistidas em determinadas atividades. “Haverá palestras educativas para que elas compreendam o que se trata a violência contra a mulher, porque nós temos inúmeras delas que chegam até nós falando que passou por tal situação e não sabiam que se tratava de violência”, observa.
A DPE também trabalha na elaboração de mecanismos para otimizar o atendimento quanto à especificidade de cada mulher atendida. “Estamos em elaboração de algumas ferramentas para o fluxo de atendimento ser ainda melhor”.
Facilitando
Para os servidores que participaram da reunião de alinhamento, o protocolo é fundamental para o atendimento das mulheres, que acabam chegando atrás de atendimento fragilizadas por conta do ciclo de violência.
“Já fazemos essa acolhida, mas agora é muito importante termos esse canal, ter a quem encaminhar e existir no sistema esse meio de fazer esse trabalho tão delicado. Por isso, é necessária essa reunião de hoje, que abre uma porta para o nosso serviço. Ela acolhe o nosso serviço e nós acolhemos a assistida”, comenta Taciana Costa, analista social atuante na área da família.
Para Priscila Correia, da administração social de psicologia do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), a iniciativa auxilia na maior qualidade de trabalho aos que buscam pelos serviços ofertados na DPE. “Quanto mais conseguirmos ajudar os fluxos, melhor para toda a instituição. Hoje, quando atendemos uma pessoa em instrução de violência, já ligamos vários alertas e fazemos alguns encaminhamentos. Ter isso dentro da instituição é uma ferramenta muito potente”.
Na leitura do analista social, Lucas Araújo, além de facilitar a chegada das demandas na Defensoria Pública, o protocolo ajuda na formulação de políticas que amparem essa parcela da população. “Vejo que a criação do protocolo cumpre esse papel para um tema que é tão sensível hoje em nossa sociedade. Felizmente, hoje conseguimos conversar mais tranquilamente sobre isso entre os órgãos públicos e podemos criar políticas públicas para a defesa das mulheres. Então, acho que é uma iniciativa muito interessante”.
Segundo a defensora Carol Carvalho, ao longo de agosto, mês dedicado ao combate à violência contra as mulheres e período que será celebrado os 18 anos da Lei Maria da Penha, diversos encontros serão realizados e novo protocolo já será colocado em prática.
“Teremos outras atividades que nós iremos informar mais adiante nesse mês do ‘Agosto Lilás’, voltado para esse olhar às mulheres nas situações de violência. Faltam alguns ajustes e, em breve, essa prática ainda mais humanizada que já é uma realidade aqui na DPE estará ainda mais forte”, finaliza.
Foto: Márcio Silva/DPE-AM