Trazer um novo conceito para o consumo do guaraná (Paullinia cupana) é o objetivo de um projeto apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que utiliza o fruto para produzir uma novidade premium para o mercado em forma de pó orgânico. A iniciativa, desenvolvida pela empresa “MawêProdutos da Amazônia”, que apresenta o produto em embalagens informativas, sobre a história de origem do produto e dos produtores rurais.
Intitulado “Identificação e Implementação do padrão de guaraná premium”, o projeto amparado pelo Programa Inova Amazônia Módulo Tração, celebrado pela Fapeam, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), utiliza insumos diretamente de Maués (distante 276 quilômetros da capital), e visa mapear as variáveis do guaraná, a fim de obter o melhor resultado em propriedades energéticas.
O coordenador da pesquisa, Aldemir Gomes de Almeida Filho, reforça a importância de se trabalhar com o guaraná, a fim de não somente fortalecer a economia do município e agregar valor ao produto, mas também encontrar novos mercados e conseguir entregar retorno socioeconômico para as famílias de pequenos produtores rurais, mantendo a floresta e as tradições dos povos nativos vivas.
“Somos filhos da terra do guaraná, Maués, e embora atualmente estejamos morando em Manaus, nossos pais, tios e parentes continuam vivendo da renda do guaraná”, disse o empreendedor sobre a relevância da agricultura familiar.
Atualmente, a empresa produz e comercializa o guaraná em pó em embalagem descartável plástica, contendo o peso igual ou superior a 100 g. Os produtos são disponibilizados para a venda no site da empresa e por meio do perfil no Instagram, na forma de: refil de guaraná em pó, bastão de guaraná, refil de cacau em pó e óleo vegetal de castanha.
Novidades no produto
A mudança de embalagem pretende preservar as características e os nutrientes do guaraná, proporcionando aos potenciais clientes a reutilização da embalagem em outros produtos. “A lata irá estender o tempo de vida do produto, além de preservar as propriedades e poder ser utilizada como embalagem reutilizável contribuindo com a preservação do meio ambiente”, explica ele.
O produto na forma como é atualmente comercializado tem uma exposição solar, o que impacta na mudança de coloração, na diminuição e/ou perda das propriedades nutricionais do guaraná e na insatisfação dos clientes pela alteração do sabor e não percepção dos seus efeitos.
O guaraná tem um mercado crescente, com clientes que já o consomem há muito tempo, mas o objetivo do projeto é justamente ensinar aos novos clientes sobre os hábitos de consumo do guaraná, suas propriedades e benefícios. Aldemir reforça ainda sobre a expectativa da empresa, para que futuramente sejam desenvolvidos projetos em outras cadeias produtivas, como cacau, castanha e açaí.
“Estamos iniciando os trabalhos com esses produtos e já temos algumas parcerias estabelecidas. Nosso intuito é buscar parceiros investidores para pesquisar sobre as propriedades dos produtos amazônicos e transformá-los em produtos com alto valor agregado”, complementa.
Importância da Fapeam
“A Fapeam nos forneceu o subsídio financeiro para que pudéssemos nos dedicar à pesquisa, além de todos os treinamentos, mentorias e acompanhamentos que estamos tendo através do programa, sem o qual não seria possível realizá-la”, reforçou sobre a importância da Fundação para a consolidação dos produtos amazônicos no mercado.
Sobre o Programa
O Programa Inova Amazônia Módulo Tração visa fomentar, apoiar e desenvolver pequenos negócios, startups, empreendimentos e ideias inovadoras alinhadas à bioeconomia, que tenham como premissa a atuação direta ou indireta para preservação ou uso sustentável dos recursos da biodiversidade do bioma Amazônia.
Objetiva, ainda, gerar novos negócios, agregar valor às empresas existentes e fortalecer o ecossistema de bioeconomia amazônico, por meio da inovação, da sustentabilidade e da conexão entre empreendedores da região e empreendedores de outras localidades.
FOTO: Nathalie Brasil (Fapeam)