Governo planeja 100 novos aeroportos até o fim do mandato, diz Márcio França

Ministro ainda deu detalhes sobre programa de viagens a R$ 200; segundo França, o “Voa Brasil” vai ter app, máximo de passagens e grupos prioritários

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou em entrevista à CNN nesta quinta-feira (13) que o governo federal planeja instalar cem novos aeroportos até o fim do mandato, que termina em 2026.

“Temos boa parte dos aeroportos — que são mais consistentes, com maior volume de gente — hoje concessionados. Então nós vamos passar a uma nova fase, que é implantar 100 novos aeroportos em lugares que não tem muito acesso e precisam de mais voos”, disse.

França destacou ainda o impacto ambiental positivo que essas instalações podem acarretar. “Existem lugares no Brasil em que fazer uma pista de aeroporto significa desmatar menos, não ter de fazer uma rodovia ou uma ferrovia, e também significa integração nacional“, completou.

Durante a entrevista, o ministro também voltou a falar sobre o programa de passagens aéreas a R$ 200. Ele indicou que o “Voa Brasil” vai operar a partir de um aplicativo. Os passageiros que se enquadrarem nos requisitos vão poder comprar quatro tickets por ano.

Além disso, o programa contará com diferentes fases, e a primeira delas vai ter como foco atender aposentados e pensionistas, segundo o ministro.

“A primeira fase do programa, estamos conversando com as empresas, para fazer com aposentados e pensionistas. Por isso todo mundo que tem vínculo com a previdência vai poder entrar no site e ter essa facilidade”, disse.

Segundo a explicação de França, o aplicativo funcionará da seguinte maneira:

  • Passageiros que cumprem os requisitos e não viajaram nos últimos 12 meses deverão acessar site ou app do governo federal e cadastrar seus CPFs;
  • No app, os passageiros vão selecionar o percurso que gostariam de realizar (por exemplo, de São Paulo à Manaus ou de Brasília ao Rio de Janeiro);
  • O mecanismo então vai oferecer opções de datas e voos, sempre no valor de R$ 200, para que o passageiro selecione sua viagem.

Cada passageiro que se enquadrar no programa vai poder adquirir quatro passagens a R$ 200 por ano. Ou seja, pode fazer viagens de ida e volta acompanhado de uma outra pessoa.

“Voa Brasil”

Outra novidade que o programa pode trazer é um mecanismo de “cashback” para taxas de embarque. Segundo o ministro, as companhias aéreas vão devolver (aos beneficiários do programa) parte do valor da taxa.

Esse cashback poderá ser usado para consumo dentro do aeroporto ou em meios de transporte para se deslocar até o aeroporto.

A ideia do programa é diminuir assentos ociosos nas aeronaves. Com isso, na tese do ministério, outras passagens também seriam barateadas.

Atualmente a ociosidade em voos ronda a casa dos 20% no Brasil, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Em abril de 2023, o dado ficou em 22,4%.

O ministério defende que o objetivo do programa é democratizar o uso do modal aéreo no país.

“Nossa deficiência é aquela que já conhecem: das 100 milhões de passagens vendidas, só 10% dos CPFs que usam. As passagens ainda são inacessíveis para a maior [parte]. Por isso vamos lançar a partir de agosto, se Deus quiser, um grande programa”, disse França.

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