Enquanto caminha na Câmara dos Vereadores do Rio o processo que poderá resultar na cassação do mandato do vereador do Rio, youtuber e ex-PM Gabriel Monteiro (PL), o parlamentar segue perdendo patrocínios nas redes sociais. Até agora, 24 marcas retiraram suas aparições nos perfis do político, que tem 6 milhões de inscritos no canal do Youtube e 6,9 milhões de seguidores no Facebook. Suas postagens acumulam até 50 milhões de visualizações.
A última empresa a sair das redes de Monteiro foi a Alura Cursos Online. A campanha #DesmonetizaGabrielMonteiro é encabeçada pela Sleep Giants Brasil, movimento contra o financiamento de discursos de ódio e de fake news.
Terceiro vereador mais votado do Rio em 2020, o parlamentar é alvo de uma série de polêmicas. Em meio às acusações, o YouTube está investigando o comportamento da conta do ex-PM.
“O caso em questão está sob análise. Quando não há violação à política de uso do YouTube, a análise final sobre a necessidade de remoção de conteúdo cabe ao Poder Judiciário, nos termos do Marco Civil da Internet”, informou a empresa, em nota, explicando como funciona o processo: “Para manter a plataforma uma comunidade segura e auxiliar no processo de análise dos conteúdos, contamos com uma combinação de inteligência de máquina, revisores humanos e denúncias de usuários para identificar material que possa estar em desacordo com as nossas regras. Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um conteúdo no YouTube em desacordo com as nossas diretrizes pode denunciar o vídeo ou o canal por meio da plataforma”.
Segundo Leonardo Leal, diretor jurídico da Sleep Giants Brasil, várias empresas continuam aderindo à campanha que, segundo ele, está só começando. Ele diz que esse é um “trabalho de formiguinha”, que, para surtir o efeito desejado, precisa atingir de cem a 200 marcas, durando em média dois meses.
“Não basta tirar as principais, que dão lucro (para o canal), e elas irem sendo substituídas por outras. O objetivo é conseguir o maior número possível (de adesões)”, explicou o diretor.
Leonardo Leal conta que a Sleep Giants Brasil já vinha monitorando, com preocupação, as redes do vereador há algum tempo, pela exacerbação da propagação de discursos de ódio e transfobia. De acordo com o diretor, a campanha atual se deve a três fatores: propagação de conteúdo nocivo e comportamento desinformativo e odioso, além do grande alcance de suas publicações.
“Quanto mais ele produzir, mais vai ganhar. Nossa lógica é desmonetizar o conteúdo, para que ele pare de ganhar dinheiro com isso”, afirmou Leal.
Fonte: Portal Baré