MC Marcinho, do hit “Glamurosa”, morreu aos 45 anos, no Rio de Janeiro. A morte do artista foi confirmada hoje a Splash pelo Hospital Copa d’Or, onde o músico estava internado e lutava contra complicações cardíacas.
O Hospital Copa D’Or confirma com pesar a morte da paciente Marcio André Nepomuceno Garcia na manhã deste sábado(26), às 9h10, em decorrência da falência múltipla de órgãos. O hospital se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda.
O quadro de saúde piorou após o funkeiro sofrer uma parada cardíaca, no dia 10 de julho, e precisou ser intubado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
No dia 22 de agosto, o músico teve uma infecção generalizada, sendo foi retirado da lista de espera para transplante do coração.
MC Marcinho deixa três filhos do relacionamento com Kelly Garcia, que anunciou a separação dele no dia 21 de agosto. O cantor também deixa o filho Marcinho, fruto do relacionamento com MC Cacau.
Saúde debilitada
Em 2021, o funkeiro colocou um marca-passo – dispositivo que monitora e regula os batimentos cardíacos. Antes do procedimento, ele passou mal e chegou a ficar internado na UTI. O cantor também ficou mais de uma semana internado com uma inflamação severa nos ossos, no início do mesmo ano.
O dono do hit “Glamurosa” disse que precisava realizar um procedimento cardíaco e que estava muito debilitado, em março de 2023. “Tive que ficar ausente dos shows. Me desculpem os contratantes e o público, mas é que eu tô muito debilitado, não consigo nem andar direito, para ir da sala para o quarto eu preciso de alguém para me ajudar”, explicou o funkeiro, em vídeo publicado no Instagram.
À época, o músico também enfrentou dificuldades com o plano de saúde e pediu ajuda nas redes sociais. “Tenho que fazer uma cirurgia no coração, a gente já deu entrada no plano de saúde há mais de 10 dias, e nada até agora”, continuou, pedindo ajuda. Ele conseguiu autorização para o procedimento após o apelo público.
‘Príncipe do funk’
Márcio André Nepomuceno Garcia, o MC Marcinho, nasceu em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e ficou conhecido nacionalmente como um dos maiores representantes do chamado “funk melody”.
O músico emplacou dois sucessos antes dos 20 anos, “Rap da Solidão” e “Princesa”, mas logo perdeu espaço para o “baile de corredor”.
“As pessoas iam para o baile brigar. Lado A de um lado, lado B de outro e minutos de luta sem seguranças por perto. Ninguém quer brigar escutando música romântica, né? Ficou muito difícil para mim porque sempre fui mais melódico e romântico”, disse o funkeiro ao UOL, em 2017.
À época, ele precisou trabalhar na administração de um hospital para conseguir pagar as contas. O cantor só passou a viver do funk após o lançamento de “Glamurosa”, em 2001.
O hit, aliás, foi feito para a apresentadora Xuxa – e não só porque Marcinho era fã da eterna rainha dos baixinhos. “Eu passei a ser nacionalmente conhecido por causa da Xuxa, que levava vários funkeiros aos programas ‘Xuxa Hits’ e ‘Xuxa Park'”.
Acidente, dívidas e vontade de parar
Marcinho sofreu um acidente de carro e quase perdeu a perna, em 2006, quando ainda colhia os frutos do sucesso nacional de “Glamourosa”. O DJ João Carlos Garcia da Cruz, primo do MC, e o motorista que conduzia a equipe do artista, morreram.
“Eu não tinha plano de saúde porque tinha preguiça de ir lá e fazer uma avaliação. Pensava: ‘Se eu passar mal, vou ali, pago uma consulta e fico tranquilo’. Nunca ia imaginar que ia sofrer um acidente. Eu saí do hospital devendo muito dinheiro. Só ferro no meu pé, eu tive que colocar três”, contou ao UOL, em 2017.
Depois do acidente, Marcinho demorou pelo menos quatro anos para se recuperar física e financeiramente, mas em 2014 aconteceu um novo baque. A má alimentação e as bebidas alcoólicas depois do show fizeram com que o MC tivesse uma bactéria no estômago.
“Quase morri. Tive duas paradas cardíacas. Depois disso, pensei em parar para dar uma desacelerada. Estava trabalhando muito. A igreja também começou a falar mais alto para mim, mas entendi que posso cantar bastante ainda. Nunca fui alcoólatra e também nunca usei drogas. Ainda tenho muita coisa para oferecer”.
Por: UOL