Em setembro, foram 89 enterros de pessoas que morreram pelo novo coronavírus, maior número desde junho. Fiocruz aponta que alta da doença na capital apresenta “níveis acima do esperado”.
O número de enterros em cemitérios públicos de Manaus voltou a apresentar aumento, no mês de setembro, após quatro meses de queda, segundo dados divulgados pela Prefeitura de Manaus, nesta quinta-feira (1º). Em um único mês, durante o pico da pandemia, a cidade chegou a registrar 349 enterros de vítimas do novo coronavírus e o número de mortes ficou 108% acima da média histórica.
Segundo a Prefeitura, os registros de mortes causadas pela Covid-19 também voltaram a apresentar alta em setembro, com 89 casos. Até esta quinta-feira (1º), o número de casos do novo coronavírus em Manaus chegou a mais de 52 mil, com mais de 2,6 mil mortes registradas apenas na cidade. No estado, são mais de 140 mil casos, com mais de 4,1 mil.
O Governo do Amazonas identificou aumento de casos e internações pela doença nas últimas semanas, e decidiu voltar a fechar bares, praias e restaurantes após quatro meses de flexibilização do isolamento. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou uma nota afirmando que a alta da doença em Manaus apresenta “níveis acima do esperado”.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), responsável por gerir os cemitérios públicos da capital, o maior número de sepultamentos registrados na cidade em um único mês foi em abril, quando 2.433 enterros foram feitos. Nos quatro meses seguintes, os dados apresentaram diminuição e chegaram a 828 enterros, em agosto.
Após o período de queda, o índice voltou a apresentar um leve aumento, em setembro, com 868 sepultamentos feitos no mês.
Os sepultamentos e cremações de óbitos tendo como causa a Covid-19, nos cemitérios públicos de Manaus, alcançaram em setembro a maior taxa desde o mês de junho.
Conforme a Semulsp, nos últimos 30 dias, foram registrados nos espaços funerários públicos 89 sepultamentos e cremações tendo como causa confirmada a doença provocada pelo novo coronavírus. Em julho, foram contabilizados 67 sepultamentos de óbitos por Covid-19 e em agosto foram 77.
“Os dados seguem bem abaixo do registrado nos meses de abril e maio, quando ocorreu o pico de casos e mortes por Covid-19 em Manaus, mas acende o sinal de alerta em razão do crescimento de óbitos por Covid-19 e, como consequência, o aumento no total de sepultamentos”, observou o secretário da Semulsp, Paulo Farias, por meio de assessoria.
Desde o pico da pandemia do novo coronavírus no estado, registro entre abril e maio, já são 892 sepultamentos de pessoas que tiveram como causa oficial na declaração de óbito a Covid-19, de um total de 7.807 sepultamentos no mesmo período.
De janeiro até o fim de setembro de 2020, já são 10.392 sepultamentos registrados nos cemitérios públicos, o que representa quantitativo maior que todo o ano de 2019, quando foram registrados 10.342.
Mortes acima de média histórica
O Amazonas viveu a primeira onda de Covid-19 entre os meses de abril e maio, quando o sistema público de saúde da capital entrou em colapso. Na época, o número de mortes em Manaus ficou mais de 100% acima da média histórica.
Com aumento no número de mortes durante o pico de casos e o aumento na média de mortes por dia, na cidade, a Prefeitura de Manaus chegou a fazer enterros em valas comuns, chamadas pelo órgão de trincheiras. Após um registro de diminuição da média de mortes, a medida foi suspensa e os sepultamentos voltaram a ser feitos em covas individuais.