Trabalho em equipe, dedicação dos professores, envolvimento dos familiares e conteúdos programáticos diversificados são algumas das ações que as escolas da Prefeitura de Manaus, com as melhores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb 2019), desenvolveram para alcançar metas. Com o resultado do Ideb, divulgado em setembro pelo Ministério da Educação (MEC), Manaus se manteve entre as dez capitais do Brasil com as melhores notas.
“Me orgulha não apenas estarmos na elite da educação brasileira, mas saber que esse resultado é fruto de todo um trabalho que fizemos desde o início da minha segunda gestão, quando estávamos entre as últimas colocações entre as capitais. E não paramos aí. Mesmo com a pandemia, seguimos inaugurando escolas, creches e centros educacionais que já são modelo para o país. A educação é a porta de entrada para termos cidadãos mais conscientes e preparados no futuro dessa metrópole amazônica”, destacou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
A educação pública municipal ultrapassou a meta estipulada pelo MEC para 2021 e nos anos iniciais (1° ao 5° ano do ensino fundamental) ficou com 5.9 e 4.7 nos anos finais (6° ao 9° ano). A meta do MEC para 2021 é de 5.8 e 4.6, respectivamente.
“Queremos que as escolas mantenham um trabalho organizado e de qualidade, contribuindo para o aprendizado dos seus alunos. Os índices são de fato importantes e melhoramos bastante em vários deles, como o de abandono, que no ano passado foi de 0,7”, comentou a subsecretária de Gestão Educacional, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Euzeni Araújo.
Melhores notas
Nos anos iniciais, a escola municipal José Carlos Martins Mestrinho, no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul, ficou em primeiro lugar na rede municipal de ensino e alcançou a nota 8.4, superando a meta estipulada pela unidade de ensino que era de 8.2. Na edição anterior do Ideb, de 2017, a escola também ficou em primeiro. A escola municipal José Carlos Martins Mestrinho atende 384 alunos, sendo 114 da educação infantil e 269 do fundamental.
Segundo a gestora Vera Aragão, o compromisso de todos e a preparação dos estudantes desde a educação infantil, junto com a prática dos alunos do 4° ano para o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é o que mantém os bons resultados.
“O comprometimento de todos os funcionários da escola é o ponto principal do bom resultado no Ideb, desde 2017, quando alcançamos 8.1. Em nossa escola, as merendeiras, o pessoal de serviços gerais, administrativo, pedagogos, gestor e principalmente os professores, todos são comprometidos em oferecer uma educação de qualidade, que inicia na educação infantil, para que esse aluno, ao chegar ao ensino fundamental, tenha um melhor desenvolvimento e domínio das habilidades e competências. No 4° ano já começamos a preparar os alunos para o Saeb com as bases necessárias para o próximo ano, quando os alunos estarão no 5° ano e farão a prova, e estarão preparados e com confiança para realizar a avaliação”, pontuou.
O professor de matemática da escola, Reinaldo Ferreira da Cruz, realiza várias atividades com os alunos e disse que o maior desafio é manter a qualidade de ensino e o acompanhamento dos familiares na aprendizagem dos alunos.
“Nosso objetivo é oferecer um ensino de qualidade e isso envolve todos que trabalham na escola. Quando ficamos em primeiro lugar no Saeb de 2017, nosso desafio ficou maior ainda, porque teríamos que manter essa colocação e a qualidade da aprendizagem, e precisávamos envolver os alunos e familiares novatos e envolvê-los com a nossa metodologia de trabalho. Nós elaboramos de forma muito criteriosa os conteúdos, nossos alunos sabem que constantemente estão sendo desafiados e as aulas são muito dinâmicas. Tudo isso fazemos durante todo o ano letivo e com certeza nos ajuda bastante no nosso resultado final”, disse.
As duas outras unidades com as melhores notas nos anos iniciais foram as escolas municipais Professora Léa Alencar Antony com 7.7, seguida da República do México, com 7.6.
Segunda melhor do Amazonas
A escola municipal Professora Francisca Pereira de Araújo, localizada na comunidade Parque das Nações, zona Centro-Sul, além de ter a melhor nota na rede municipal de ensino, com 6.7, também foi avaliada como a segunda melhor escola do Amazonas.
Para a atual gestora da unidade, Silvandira Lemos, a metodologia desenvolvida com os alunos, professores e familiares é o diferencial da escola e que o legado deixado pelo antigo gestor da escola, Genivaldo Lacerda, morto no início deste ano, continuará.
“Queremos para 2021 manter a mesma metodologia e ritmo de ensino aprendizagem. Sabemos que o difícil não é alcançar, mas manter o que foi conquistado. Continuaremos com a participação da família na escola, oferecendo e cobrando conteúdos programáticos. No próximo ano, vamos estender para as turmas dos 6°, 7° e 8° anos essa capacitação, para que no 9° ano, eles estejam com uma aprendizagem garantida e plena. Vamos também, verificar conteúdos que possam ser trabalhados em sala de aula e o que tem dado certo será mantido, como o reforço nas disciplinas de língua portuguesa e matemática”, explicou Silvandira.
O segundo lugar ficou com a escola municipal Professora Jarlece Conceição Zaranza, na Cidade Nova, zona Norte, com a nota 6.3. Já o terceiro lugar, com a nota 6, ficou a escola municipal Pintor Leonardo da Vinci, no Nova Esperança, zona Oeste da cidade.
Compromisso
O professor Genivaldo Lacerda era um apaixonado pela educação e durante os quase 9 anos em que esteve à frente da direção da escola municipal Professora Francisca Pereira Araújo, transformou a realidade da comunidade escolar, com desempenho e trabalho sério. Genivaldo foi assassinado em janeiro deste ano, entretanto, antes do lamentável episódio, havia se comprometido a deixar a escola em primeiro lugar, mais uma vez. O velório do gestor ocorreu na quadra da unidade de ensino e causou grande comoção entre alunos, equipe escolar e comunidade.
“Genivaldo levava muito a sério a educação, ele se preocupava com o desempenho dos nossos estudantes. Os alunos do 5° ano tinham reforço no contraturno e sempre às sextas-feiras fazíamos uma avaliação para ver como estava o nível da turma. Uma pessoa alegre e generosa, Genivaldo sempre incentivava a todos, mostrando que todo mundo é capaz e pode ser um vencedor. Ele era muito participativo, não ficava nunca trancado na sala dele, sempre ia para a sala de aula e dava dicas onde os professores precisavam melhorar Com certeza nosso mérito vem dele”, disse a professora de matemática da escola, Maria Jucimara Vanderlei da Silva.
Texto – Érica Marinho / Semed
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