Praticar atividade física tem que virar hábito e, para isso, é indispensável ser agradável. Cabe a quem orienta encontrar a proposta adequada ao aluno, explica fisiologista
Por Turibio Barros, Miami, Estados Unidos
Todo início de ano resgata velhas propostas e aquela que é sempre uma a ser cumprida na temporada que começa: aderir a um programa de exercícios. Para mais uma vez a promessa não ficar perdida no caminho, devemos sempre ter certos cuidados básicos para o programa ser seguro e efetivo.
Que cuidados devemos ter na prescrição de exercícios?
Podemos considerar que qualquer orientação deve abordar vários aspectos. Tudo para proporcionar a elaboração de um programa que não só vá de encontro aos objetivos do indivíduo como respeite suas intolerâncias e eventuais limitações e ainda possa ser realizado com conforto, prazer e bem-estar.
Uma vez definidos os objetivos com as respectivas prioridades, como, por exemplo, perder peso, ganhar massa muscular ou melhorar o condicionamento físico, o passo seguinte seria avaliar a tolerância para elaborar o critério de intensidade. Neste quesito, os cuidados a serem respeitados dizem respeito a uma avaliação de dois grandes componentes: sistema cardiovascular e aparelho locomotor.
O sistema cardiovascular representa o verdadeiro motor metabólico que vai proporcionar a produção de energia durante a atividade física. Qualquer critério adotado para prescrição de intensidade deve ajustar um nível de tolerância determinado a partir de um diagnóstico da aptidão cardiorrespiratória do indivíduo, seja por um teste de avaliação, que proporciona um diagnóstico mais preciso, ou pela utilização de fórmulas baseadas nas faixas de intensidade previstas pela frequência cardíaca.
O aparelho locomotor gera o movimento e deve ser capaz de tolerar adequadamente a sobrecarga proposta. Qualquer limitação muscular ou articular deve ser respeitada para evitar uma lesão ou agravar um problema já existente. Os programas de fortalecimento muscular devem proporcionar não somente um ganho de força e massa magra como também um equilíbrio adequado dos diferentes grupos musculares.
Finalmente, nós devemos enfrentar um último desafio: elaborar uma programação em que o indivíduo faça não como quem toma um remédio amargo ou tolera um sofrimento. Afinal, praticar exercício físico tem que ser hábito e, para isso, é indispensável ser agradável. Cabe a quem orienta encontrar a proposta adequada ao aluno. Cabe a quem faz, por sua vez, aceitar fazer somente aquilo que gosta.
* Com a colebração da Dra. Gerseli Angeli
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