Vice-governador do Amazonas é alvo de busca em operação da PF

O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida (PTB), é alvo de busca na manhã desta quinta-feira (8) na segunda a fase da Operação Sangria, que investiga desvios em recursos da Saúde. A operação da Polícia Federal foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O ex-secretário de Saúde do estado, Rodrigo Tobias, e a ex-secretária executiva da pasta, Daiana de Souza, são alvos de mandados de prisão. Além deles, outras três pessoas da cúpula do estado, cujos nomes não foram divulgados – um deles, segundo o Ministério Público Federal (MPF), seria uma pessoa de confiança do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

Essa é a 2ª fase da operação Sangria. Desta vez, o objetivo é aprofundar a investigação sobre uma organização criminosa instalada no governo do Amazonas com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender às necessidades da pandemia de Covid-19.

As medidas cautelares incluem, além de prisão e buscas, o sequestro de bens e valores de seis investigados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e também por promover a dispensa de licitação fora das hipóteses previstas em lei.

A assessoria particular do vice-governador Carlos Almeida informou ao G1 que ainda não vai se pronunciar sobre o assunto. Por enquanto, aguarda o levantamento de mais informações sobre a operação.

G1 ainda busca contato com os outros alvos da operação.

Na primeira fase dessa mesma operação, em junho, um dos alvos foi o governador Wilson Lima, que foi alvo de buscas e bloqueio de bens. A força-tarefa prendeu ainda a secretária de saúde do estado, Simone Papaiz. Nesta segunda etapa, o governador não é alvo.

Segundo o MPF, provas obtidas na 1ª fase da Sangria mostram que o governador Wilson Lima exercia domínio completo não apenas dos atos de aquisição dos respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também das demais ações governamentais relacionadas à questão. Para a procuradoria, atos ilícitos teriam sido praticados na ocasião.

Vice-governador

Carlos Almeida, segundo a investigação dos procuradores, com base em registros já reunidos pelo MPF, tinha grande influência na gestão da Secretaria de Saúde, onde atuou durante os três primeiros meses de governo. As provas apontam que a cúpula da Secretaria de Saúde se reportava frequentemente ao vice-governador para tratar de contratos da área de saúde, inclusive sobre pagamentos.

No pedido enviado ao STJ, a subprocuradora-geral da República indicou que o inquérito em curso investiga o direcionamento na contratação da empresa; sobrepreço e superfaturamento na aquisição dos respiradores; organização criminosa; lavagem de dinheiro; montagem de processos e adulteração de documentos, com a finalidade de encobrir os crimes praticados.

A compra fraudulenta de 28 respiradores teria movimentado R$ 2,9 milhões. Os aparelhos, segundo laudo pericial da PF, foram comprados, sem licitação, com sobrepreço de até 133%.

Foto: Reprodução

Fonte: G1

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