Moro será convocado ao Congresso após fazer ‘delação premiada’ contra Bolsonaro
Líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida diz que encaminha convocação para Sergio Moro explicar os crimes cometidos por Bolsonaro e denunciados por ele em pronunciamento. Deputado Marcelo Freixo (PSOL) pedirá convocação à CPMI das Fake News24 de abril de 2020, 12:41 h2(Foto: Reuters | Câmara dos Deputados)247 – O agora ex-ministro da Justiça Sergio Moro será convocado à Câmara dos Deputados para explicar os crimes cometidos por Jair Bolsonaro e denunciados por ele em pronunciamento à imprensa, no qual anunciou sua saída do governo, apontou interferência do Executivo na Polícia Federal e reconheceu autonomia nos governos do PT.Líder da bancada do PCdoB, a deputada federal Perpétua Almeida (AC) informou que encaminha um pedido de convocação para que Moro ‘compareça na Câmara e esclareça o conjunto de crimes que presenciou o Presidente Bolsonaro cometer’. “A coletiva de Moro é uma delação e enquadra Bolsonaro em vários crimes previstos na CF e no CP”, disse ela no Twitter.Já o deputado federal Marcelo Freixo, do PSOL-RJ, informou que está “pedindo a convocação de Moro na CPMI das Fake News para que ele preste esclarecimentos sobre a demissão de Valeixo e sobre as interferência de Bolsonaro na Polícia Federal para proteger a família”.Segundo Moro, Bolsonaro quis indicar um nome de conhecimento pessoal seu para o comando da PF para obter informações sigilosas de investigações que envolvesse sua família.
Sérgio Moro anuncia saída do governo Bolsonaro e entrega cargo de ministro
BRASÍLIA – O ministro da Justiça, Sergio Moro, entregou o cargo nesta sexta-feira, 24, e deixou o governo após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ter sido publicada nesta madrugada no Diário Oficial da União. Ele anunciou a saída do governo a assessores mais próximos.Conforme a Folha revelou, Moro pediu demissão a Jair Bolsonaro na manhã desta quinta, 23, quando foi informado pelo presidente da decisão de trocar Valeixo. O ministro avisou o presidente que não ficaria no governo com a saída do diretor-geral, escolhido por Moro para comandar a PF.A exoneração foi publicada como ‘a pedido’ de Valdeixo no Diário Oficial, com as assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e Moro. Segundo a Folha apurou, porém, o ministro não assinou a medida formalmente nem foi avisado oficialmente pelo Planalto de sua publicação.Seu nome foi incluído no ato de exoneração pelo fato de o diretor da PF ser subordinado a ele. É uma formalidade do Planalto. Na avaliação de aliados de Moro, Bolsonaro atropelou de vez o ministro ao ter publicado a demissão de Valeixo durante as discussões que ainda ocorriam nos bastidores sobre a troca na PF e sua permanência no cargo de ministro.Diante desse cenário, sua permanência no governo ficou insustentável e Moro decidiu deixar o governo.Moro topou largar a carreira de juiz federal, que lhe deu fama de herói pela condução da Lava Jato, para virar ministro. Ele disse ter aceitado o convite de Bolsonaro, entre outras coisas, por estar “cansado de tomar bola nas costas”.Tomou posse com o discurso de que teria total autonomia e com status de superministro. Desde que assumiu, porém, acumula recuos e derrotas.Moro se firmou como o ministro mais popular do governo Bolsonaro, com aprovação superior à do próprio presidente, segundo o Datafolha. Pesquisa realizada no início de dezembro de 2019 mostrou que 53% da população avalia como ótima/boa a gestão do ex-juiz no Ministério da Justiça. Outros 23% a consideram regular, e 21% ruim/péssima.Bolsonaro tinha números mais modestos, com 30% de ótimo/bom, 32% de regular e 36% de ruim/péssimo. O ministro, nos bastidores, também vinha se mostrando insatisfeito com a condução do combate à pandemia do coronavírus por parte de Bolsonaro. Moro, por exemplo, atuou a favor de Luiz Henrique Mandetta (ex-titular da Saúde) na crise com o presidente.Aliados de Moro avaliam que ele foi um dos alvos da recente declaração de Bolsonaro de que usaria a caneta contra ‘estrelas’ do governo. “(De) algumas pessoas do meu governo, algo subiu à cabeça deles. Estão se achando demais. Eram pessoas normais, mas, de repente, viraram estrelas, falam pelos cotovelos, tem provocações. A hora D não chegou ainda não. Vai chegar a hora deles, porque a minha caneta funciona”, afirmou Bolsonaro, no início do mês, a um grupo de religiosos que se aglomerou diante do Palácio da Alvorada.
Renúncia | Moro convoca coletiva e deve anunciar saída do Ministério da Justiça
De acordo com pessoas ligadas ao ministro, ele foi pego de surpresa com a exoneração do diretor-geral da PF e não gostou Moro não gostou da decisão do presidente Jair Bolsonaro | Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilAliados do ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmaram que ele foi pego de surpresa com a publicação, no “Diário Oficial” desta sexta-feira (24), da exoneração do delegado Maurício Valeixo, agora ex-diretor-geral da Polícia Federal. De acordo com interlocutores do ministro, Moro não gostou da decisão do presidente Jair Bolsonaro e vai anunciar sua saída do governo em entrevista coletiva marcada para as 11h na sede do ministério.A exoneração de Valeixo, no diário, aparece assinada por Moro e Bolsonaro. Mas, segundo fontes ligadas ao ministro, o nome dele aparece por formalidade.A Polícia Federal é subordinada ao ministro da Justiça, e é praxe, em casos como o esse, o chefe da pasta assinar a exoneração. A assinatura aparecer sem o consentimento de Moro foi mais um movimento inusual que confirma que a saída de Valeixo não estava combinada com o ministro, muito menos para esta sexta.O governo publicou que que a exoneração foi “a pedido” (quando o próprio servidor público pede para sair do cargo), mas fontes confirmam que Valeixo não pediu demissão, foi exonerado. Considerava que não havia motivo objetivo para que não permanecesse no cargo.Leia maisNa quinta, em conversa com Bolsonaro, Moro disse que se Valeixo saísse, ele deixaria o ministério.*Com informações do G1