Levantamento da FVS-AM identifica obesidade como principal fator de risco em óbitos de pessoas jovens por Covid-19

Levantamento da FVS-AM identifica obesidade como principal fator de risco em óbitos de pessoas jovens por Covid-19 09:36 – 25/03/2021 FOTOS: Lucas Silva/Secom Comorbidade aparece com frequência nas mortes por coronavírus na faixa etária de 20 a 39 anos Um levantamento feito pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), no período de 1º de janeiro a 18 de março de 2021, aponta a obesidade como principal comorbidade identificada em pessoas que desenvolvem formas graves da Covid-19 e evoluem para óbito, na faixa etária de 20 e 39 anos. De acordo com o estudo, a obesidade foi verificada em 18,4% dos óbitos por Covid-19, na faixa etária de 20 a 29 anos. As cardiopatias apareceram em 8% dos óbitos; e a diabetes, em 6,9% das mortes confirmadas pelo novo coronavírus, entre 1º de janeiro a 18 de março. Na faixa de 30 a 39 anos, a obesidade também é o fator de risco mais frequente, identificada em 15,8% das mortes por Covid-19. A diabetes está em segundo lugar (11,1%); e as cardiopatias em terceiro, aparecendo em 10,9% das mortes. “Pacientes com obesidade possuem um tecido adiposo mais acentuado, e esse tecido é receptivo à infecção e à multiplicação do vírus. Então essas pessoas têm uma maior multiplicação e um tempo maior de permanência do vírus no seu organismo. Por conta desse tecido adiposo elevado, eles também têm um estado de inflamação já crônico. A carga viral nesses pacientes é muito maior”, detalhou o diretor-presidente da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Marcus Guerra. O infectologista ressalta que a dinâmica respiratória é prejudicada em pacientes obesos. “Ele não tem tanta expansibilidade torácica nem diafragmática, então ele já tem um certo grau de dificuldade respiratória, mesmo sem a infecção. Com o processo infeccioso nas vias respiratórias, isso se acentua ainda mais. Há uma dificuldade, também, no manejo do paciente. O decúbito que é vantajoso para o paciente é mais difícil de ser executado em obesos, o benefício da ventilação é bem menor”, destacou Guerra. Outras faixas etárias – Embora não seja o principal fator de risco, a obesidade também aparece com alto índice nas mortes por Covid-19 ocorridas na faixa etária de 40 a 49 anos, em 14,5% dos casos. É a terceira comorbidade dessa faixa etária, atrás da diabetes (18,5%) e das cardiopatias (17,6%). A obesidade aparece, ainda, em quarto lugar quando observados os óbitos por Covid-19 na faixa etária de 50 a 59 anos, figurando em 9,2% dos casos. As três comorbidades mais recorrentes nessa faixa etária são diabetes (30%), cardiopatias (26%) e hipertensão (15,3%). “Nós temos visto trabalhos que têm mostrado que pacientes obesos são mais hospitalizados, vão mais para as UTIs, precisam de ventilação mecânica, e um percentual expressivo dos óbitos tem sido visto em pacientes com obesidade. Obeso desenvolve hipertensão mais do que os não obesos, e insuficiência vascular e cardiovascular também”, acrescenta Marcus Guerra, ao alertar a população para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e para a prática de exercícios. Novos hábitos – Aos 36 anos, o motorista de aplicativo Rômulo dos Santos teve Covid-19 em abril de 2020, quando estava com obesidade grau dois, de acordo com os parâmetros definidos pelo Índice de Massa Corpórea (IMC). Hipertenso e diabético, ele ficou internado durante uma semana no Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo, respirando com a ajuda de cateter nasal para administração do oxigênio. “Quando entrei na Covid estava pesando 108 quilos, e quando saí, saí com 95 quilos. Hoje eu estou com 97, 98 quilos. Eu tive muita dificuldade, porque eu não fazia exercício, então agora eu procuro caminhar, me alimentar na hora certa, evito gorduras até por causa da minha doença, diabetes, hipertensão”, pontuou Rômulo, que chegou a ter 80% dos pulmões comprometidos pela doença. Quase um ano depois, ele garante que mantém os novos hábitos e enfatiza que redobrou os cuidados por conta da variante P.1, em circulação no Amazonas. “Me assusta muito, eu sou do grupo de risco. Eu saio para trabalhar, mas eu tenho a proteção, às vezes eu vou de luva, a gente pega em dinheiro, e toda hora higienizando a mão com álcool em gel, pedindo para o passageiro sempre sentar no banco de trás, com máscara. Não saio muito para fazer viagem sem necessidade, saio mesmo para tentar trazer o sustento para dentro de casa”, observou o motorista. O diretor-presidente da FMT alerta: “Em qualquer variante ele está em risco. Mas, já que ele é um bom receptor da infecção viral, essa variante, que se multiplica mais e, portanto, é mais transmissível, porque você elimina uma carga viral maior, estará com maior risco ainda, e o percentual pode ser elevado em função da infecção por essa nova variante”, reforça Marcus Guerra.

Rocam detém homem em posse de entorpecentes em Tabatinga

Rocam detém homem em posse de entorpecentes em Tabatinga 09:38 – 25/03/2021 FOTO: Divulgação/PMAM Policiais militares das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) efetuaram a detenção de um homem de 28 anos, em posse de 60 gramas de entorpecentes, na noite de quarta-feira (25/03), durante desdobramento da Operação “Hórus”, na cidade de Tabatinga (a 1.108 quilômetros da capital). A equipe policial Rocam 6761 recebeu, por volta de 21h30, denúncia de um cidadão de que um indivíduo envolvido no tráfico de drogas estaria amedrontando moradores na rua Isaias Costa, bairro Santa Rosa. Ao chegar ao local, os militares identificaram e abordaram um suspeito com as características indicadas. Com ele foram encontradas 60 gramas de substância com características de cocaína, material que o suspeito confessou comercializar. Questionado quanto ao fato de amedrontar moradores com armas, o homem confessou que possuía armamento, levando os militares até seu quarto, onde foi encontrada uma espingarda calibre 16, sem numeração aparente e com três munições intactas, além de uma balança digital. Diante disso, ele foi detido e juntamente com o material ilícito apreendido, apresentado a Delegacia Interativa de Tabatinga para a conclusão dos procedimentos de polícia judiciária. Ele possuía registro criminal por tráfico de drogas.

Idam apoia a entrega da declaração de orgânicos a agricultores familiares de Tefé

Idam apoia a entrega da declaração de orgânicos a agricultores familiares de Tefé 09:40 – 25/03/2021 FOTOS: Divulgação/Idam O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) apoiou a entrega das Declarações de Orgânicos da Organização de Controle Social (OCS) do Clube de Mães Santa Margarida Maria de Alacoque, na Comunidade Missão, no município de Tefé (distante 523 quilômetros de Manaus), na última semana. Na oportunidade, também foram entregues kits de sementes para agricultores familiares fornecidos pelo Governo do Estado. A entrega da declaração de orgânicos foi realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e teve o apoio do Idam, que auxiliou os agricultores familiares em todo o processo, junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Secretaria de Produção, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e Sustentável de Tefé. De acordo com o extensionista do Idam, o engenheiro agrônomo Jackson da Silva, foram entregues 50 declarações de orgânicos a agricultores e agricultoras. “O documento é um reconhecimento oficial de que cada um deles produz orgânicos e assim pode vender seus produtos de maneira diferenciada e agregando valor a eles. O resultado é uma melhora na condição socioeconômica destas famílias, bem como de toda a comunidade”, avaliou. Atualmente, a OCS Clube de Mães produz organicamente plantas alimentícias não convencionais (pancs) como hortaliças, entre elas jambu, alface, taioba e cariru; além de alguns tipos de batatas, como cará, mangarataia e ariá. Kit Sementes – Durante a cerimônia foram entregues simbolicamente cinco kits de sementes, mas ao todo os 50 agricultores assistidos pelo Idam vão ser contemplados com o benefício. Cada kit é composto por dez tipos diferentes de sementes, de hortaliças, frutas e também grãos. De acordo com o Governo do Amazonas, cada kit desse tem a possibilidade de produzir até 2.500 quilos de alimentos. O gerente do Idam, Rinéas Farias, acrescentou que o Idam em Tefé vem realizando várias ações no apoio às comunidades de agricultores familiares. “Entre elas está a participação na entrega da declaração de orgânicos para a OCS Clube de Mães, e também teve o prazer de entregar os kits de sementes aos agricultores. As sementes são uma forma de engrandecer o processo junto à primeira comunidade do Médio Solimões que recebeu a declaração de orgânicos”. Participou da ação também o secretário de produção de Tefé, Odormando Duarte de Vasconcelos, entre outros.

EMPRESÁRIOS TOMAM VACINA ÀS ESCONDIDAS

Grupo do setor de transporte importou o imunizante da Pfizer e, violando a lei, não fez a doação para o SUS e vacinou familiares a 600 reais pelas duas doses  THAIS BILENKY 24mar2021_17h36  Clesio Andrade sobre a vacina comprada por empresários: “Fui convidado, foi gratuito para mim” –  FOTO: PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO Um grupo de políticos e empresários, a maioria ligada ao setor de transporte de Minas Gerais, e seus familiares, tomou na terça-feira, dia 23, a primeira das duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19, em Belo Horizonte. Eles compraram o imunizante por iniciativa própria e não repassaram ao SUS (Sistema Único de Saúde), como prevê a lei. A segunda dose está prevista para ser aplicada nas cerca de cinquenta pessoas daqui a trinta dias. As duas doses custaram a cada pessoa 600 reais. O ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi um dos agraciados. “Estou com 69 anos, minha vacinação [pelo SUS] seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”, disse ele à piauí. Uma fonte familiarizada com o caso disse à revista que a vacina era da Pfizer, mas o laboratório nega que tenha vendido seu imunizante no Brasil “fora do âmbito do programa nacional de imunização”. Segundo pessoas que se vacinaram na ocasião, os organizadores foram os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da viação Saritur. Uma garagem de uma empresa do grupo foi improvisada como posto de vacinação. A piauítelefonou e mandou mensagem para Rômulo Lessa, que não respondeu. O Congresso aprovou há cerca de vinte dias um projeto de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que autoriza a compra de vacinas pela iniciativa privada, mas determina que todas as doses devem ser doadas ao SUS até que os grupos de risco – 77,2 milhões de pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde – tenham sido plenamente imunizados em todo o país. O Brasil vacinou menos de 15 milhões de pessoas até agora. Mesmo depois da imunização dos grupos prioritários, as vacinas compradas pela iniciativa privada devem ser divididas meio a meio com o SUS, numa operação fiscalizada pela pasta. O Ministério da Saúde enviou uma nota na qual diz que “as doses contratadas pela pasta da Pfizer/BionTech ainda não chegaram ao Brasil. A previsão do laboratório é entregar a primeira remessa a partir de abril ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) – que é a base da vacinação de todos os brasileiros contra a Covid-19”. O deputado estadual de Minas Alencar da Silveira (PDT) também foi vacinado, segundo relatos de pessoas presentes. Silveira contou às pessoas que estavam no local da vacinação que já tinha tido Covid, mas que seu médico autorizara que se imunizasse. À piauí, Silveira conformou que já tinha sido infectado pelo novo coronavírus, mas negou que tivesse participado da imunização paralela. “Não estou sabendo, não. Até gostaria, mas estou com coronavírus, nem posso”, afirmou. De acordo com relatos, o grupo foi vacinado por uma enfermeira que se atrasou porque estava imunizando outro grupo na Belgo Mineira, mineradora hoje pertencente à ArcellorMittal Aços. Em nota, a ArcelorMittal afirmou que nunca comprou nenhuma vacina para o combate da Covid-19 da Pfizer ou de qualquer outra empresa farmacêutica. “A empresa nunca fez nenhum contato com a Pfizer ou qualquer outra empresa do setor farmacêutico para compra direta de vacinas contra o coronavírus. A Abertta Saúde, empresa de gestão de saúde da ArcelorMittal, atua como posto avançado de vacinação do SUS junto às Secretarias Municipais de Saúde de Belo Horizonte e de Contagem. No entanto, a ArcelorMittal desconhece qualquer atuação de seus profissionais em atos correlacionados à vacinação fora dos protocolos do Ministério da Saúde e do Programa Nacional de Imunização – PNI.” Em nota, a Pfizer disse que “nega qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a COVID-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização. O imunizante COMIRNATY ainda não está disponível em território brasileiro. A Pfizer e a BioNTech fecharam um acordo com o Ministério da Saúde contemplando o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a COVID-19 ao longo de 2021”. Após a publicação da reportagem, o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), presidente da CPI dos Fura-Filas da Vacina na Assembleia de Minas, afirmou que, na quinta-feira, vai “ouvir Ministério Público, corregedoria e ouvidoria do governo”. O objetivo é averiguar se a CPI tem competência para investigar o caso. *A reportagem foi atualizada às 22h41 do dia 24/03/2021