RJ autoriza aplicar Pfizer caso falte AstraZeneca para segunda dose

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) autorizou a utilização da vacina da Pfizer contra covid-19 como segunda dose para a Oxford/AstraZeneca, apenas no caso de o estado não receber quantidade suficiente desse imunizante. Segundo a SES, a decisão foi publicada ontem em uma nota técnica. A SES reforça que a intercambiabilidade com essas vacinas só poderá ser realizada se os municípios registrarem falta da vacina Oxford/AstraZeneca para completar o esquema vacinal de quem já recebeu esse imunizante na primeira dose. Segundo a SES, a decisão foi tomada em conjunto com a equipe de especialistas do Conselho de Análise Epidemiológica que assessora a vigilância estadual. A vacina Oxford/AstraZeneca é produzida no Brasil pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Apesar de poder produzir mais de 1 milhão de doses por dia, o instituto tem sua capacidade limitada pela disponibilidade do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que precisa ser importado da China. Bio-Manguinhos já iniciou o processo de transferência de tecnologia para se tornar autossuficiente na produção do insumo, mas os primeiros lotes da vacina produzida com IFA nacional só devem ficar prontos no quarto trimestre deste ano. Até a semana passada, a Fiocruz já havia produzido e entregado 80,5 milhões das 100,4 milhões de doses previstas no acordo de encomenda tecnológica com a AstraZeneca. A fundação já encomendou IFA para mais doses e prevê reforçar a produção com o ingrediente farmacêutico ativo nacional.

G20: população diz que planeta está perto de ponto de difícil retorno

A maioria da população dos 20 países mais industrializados do mundo concorda em tornar prioritário o combate à crise climática e a proteção da natureza. Os empregos e lucros podem passar para segundo plano, dizem 74% da população dos países do G20, de acordo com pesquisa feita para a Global Commons Alliance. A atividade humana empurra o planeta para um ponto de difícil retrocesso. A opinião é três quartos da população dos países mais ricos do mundo. Para eles, a prioridade é apoiar ações decisivas para inverter esse caminho, mesmo que implique perder lucro econômico. Entre os entrevistados nos países do G20, 58% afirmam que estão extremamente preocupados com o estado do planeta. “O mundo não caminha como um sonâmbulo para a catástrofe. As pessoas sabem que estamos correndo riscos colossais, querem fazer mais e querem que seus governos façam mais”,  afirma Owen Gaffney, da Global Commons Alliance, um dos autores do estudo. Para ele, “os resultados da ciência devem fornecer aos líderes do G20 a confiança para agir mais rapidamente e implementar políticas mais ambiciosas para proteger e regenerar nossos bens comuns globais” O estudo mostra que, entre as nações do G20, 73% das pessoas acreditam que a “atividade humana empurrou a Terra para perto de pontos de inflexão”. Os países menos ricos têm maior consciência desses riscos – Indonésia (86%), Turquia (85%), Brasil (83%), México (78%) e África do Sul (76%) – comparativamente às respostas dos países mais ricos – Estados Unidos (60%), Japão (63%), Grã-Bretanha (65%) e Austrália (66%), que reconhecem menor perigo. Quatro em cada cinco entrevistados afirmaram que estavam dispostos a alterar o seu cotidiano para ajudar a regenerar os bens comuns globais. Elizabeth Wathuti, ambientalista queniana, escreveu no prefácio da pesquisa que “as pessoas começam a sentir que a natureza está reagindo”. “As pessoas no poder parecem achar que não há problema em derrubar árvores velhas ou destruir ecossistemas naturais para construções ou estradas, ou extrair petróleo, desde que plantem novas árvores. Mas essa abordagem não está funcionando, e as descobertas no relatório mostram que muitas pessoas não apoiam mais essa idiotice econômica”, alerta Wathuti. Resistência Os autores do trabalho acreditam que vão encontrar resistência entre grandes grupos económicos e investidores, mas por outro lado, o documento representa a opinião pública desses 20 países industrializados. Mais de 8% das pessoas ouvidas pretendem proteger o equilíbrio da natureza e 69% defendem que a proteção dos sistemas de suporte à vida do planeta custará menos que os danos causados pelas alterações climáticas. Os brasileiros são os que mais apoiam essa ideia e os franceses, menos. Apenas 25% das pessoas questionadas dizem que os governos devem manter a prioridade em garantir empregos e lucros. Pandemia A Covid-19 também foi assunto do estudo – 75% das pessoas acreditam que a pandemia demonstra como o comportamento humano pode se alterar de um momento para outro e abrir porta para a mudança. Se a ONU e outras organizações internacionais deveriam receber mais poder para proteger a natureza, o consenso entre indianos, chineses e turcos ultrapassou os 75%. Os americanos são quem menos apoiam – apenas 49% apresentaram resposta favorável. O relatório também identificou que a consciência e a vontade de agir são menores entre os homens, pessoas mais velhas, habitantes rurais, população dos Estados ricos e pessoas de tendência política nacionalista. O trabalho foi realizado em abril e maio, antes das ondas de calor, inundações e incêndios do verão do Hemisfério Norte. O levantamento fará parte da base de trabalho de reuniões e conferências internacionais sobre a vida planetária, a Cop26, que ocorrerão em Glasgow, na Escócia.

Estado de São Paulo libera eventos, museus e feiras a partir de hoje

A partir de hoje (17) o governo de São Paulo permitirá a retomada de eventos sociais, feiras corporativas e reabertura de museus, que estavam proibidos desde o início da pandemia de covid-19. No entanto, a liberação segue condicionada ao controle de público e ao uso obrigatório de máscara. Esses eventos também não podem gerar aglomeração. Para o comércio e os serviços não haverá mais limitação de público ou de horário de funcionamento. Eventos que provoquem aglomeração, como shows, casas noturnas e competições esportivas com público, por exemplo, continuam proibidos no estado. “A partir de 17 agosto teremos toda a população [adulta do estado de São Paulo] com acesso à primeira dose [de vacina contra a covid-19]. Com isso, eventos sociais, corporativos, culturais e esportivos passam a ser permitidos em um modelo onde não há restrição de ocupação, mas permanece a restrição de distanciamento. Então, o cálculo de ocupação precisa ser realizado, porque não pode haver aglomeração, e as pessoas precisam estar distanciadas. O uso de máscaras permanece”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen. A liberação de atividades começa em um momento em que o estado vem apresentando queda no número de óbitos e de internações por covid-19, graças ao avanço da vacinação. No entanto, isso não significa que a pandemia esteja controlada. Na semana passada, o estado voltou a apresentar um crescimento no número de casos. Além disso, o número de casos pela variante Delta (inicialmente identificada na Índia) já vem crescendo no estado e pode se tornar prevalente. A variante Delta foi responsável pelo aumento do número de casos em diversos países do mundo, inclusive na Europa e nos Estados Unidos. Segundo a secretária, os shows com público em pé, torcidas e pistas de dança vão continuar proibidos no estado até o dia 1º de novembro, quando o governo espera que pelo menos 90% dos adultos de São Paulo tenham concluído o seu esquema vacinal contra a covid-19. A partir daí, o governo espera liberar todos esses eventos, desde que continue havendo controle de público. “A partir de 1º de novembro será permitido eventos com controle de público, mas que possam ter pessoas em pé e pistas de dança. Lembrando que o distanciamento e o uso de máscara continuam obrigatórios”, afirmou.

Talibãs mostram-se abertos à admissão de mulheres no governo

Os talibãs, que instauraram o Emirado Islâmico depois da reconquista de Cabul, declararam uma “anistia” em todo o Afeganistão e defenderam a participação das mulheres no governo. Apesar das promessas dos talibãs de maior moderação, o povo afegão permanece cético e teme um retrocesso na sociedade, principalmente as mulheres. Enamullah Samangani, membro da Comissão Cultural do Emirado Islâmico, fez os primeiros comentários sobre o novo governo do Afeganistão após a reconquista do país por parte do grupo extremista islâmico. Em discurso transmitido pela televisão do antigo Estado afegão, controlada desde domingo (15) pelos talibãs, Samangani afirmou que “o Emirado Islâmico não quer que as mulheres sejam vítimas”, defendendo que “elas devem estar na estrutura do governo de acordo com a lei sharia”. O representante do Emirado Islâmico acrescentou que “a estrutura do governo não está totalmente definida”, mas afirmou que “com base na experiência, deve haver uma liderança totalmente islâmica e todas as partes devem juntar-se”. De acordo com a Associated Press, que cita a declaração transmitida pela televisão, Samangani não avançou com mais detalhes, mas sugeriu que o povo afegão já conhece as regras da lei islâmica que os talibãs esperam que sigam. “O nosso povo é muçulmano e não estamos aqui para os forçar ao Islã”, disse. Por outro lado, os insurgentes declararam que “uma anistia geral foi declarada para todos e que, por isso, todos devem regressar à normalidade, em confiança”. Extremismo Apesar das promessas dos talibãs de maior moderação, o povo afegão permanece cético e teme um retrocesso na sociedade, principalmente as mulheres, que durante 20 anos lutaram pela sua independência. Entre 1996 e 2001, sob governo dos talibãs – que têm interpretação extremista da lei islâmica –, as mulheres estavam em grande parte confinadas às suas casas, sem direito à educação. Eram obrigadas a usar burca e impedidas de sair à rua sem um homem a acompanhar. Agora, os talibãs afirmam que não será negado o acesso à escola às mulheres e meninas, mas a vida das mulheres afegãs já mudou com a chegada dos extremistas ao poder. Os centros de estética foram fechados em Cabul e os cartazes com mulheres foram retirados das ruas. Uma imagem de um homem a cobrir cartazes de mulheres nas vitrines das lojas está se tornando viral nas redes sociais. Os talibãs também anunciaram que não se iriam se “vingar” daqueles que trabalharam para o governo ou para os serviços de segurança, mas as suas ações transmitem mensagem oposta. No mês passado, depois de terem conquistado a cidade de Malistan, na província de Ghazni, membros do grupo extremista foram de porta em porta em busca de pessoas que tinham trabalhado para o governo, tendo matado pelo menos 27 civis. Aeroporto De acordo com relatos das agências internacionais, “a calma voltou ao Aeroporto Internacional de Cabul depois de um dia caótico, marcado pela invasão de centenas de pessoas à pista do aeroporto, numa tentativa desesperada de fuga a bordo dos aviões dos Estados Unidos. Alguns vídeos mostram pessoas se pendurando nas laterais do avião, havendo relatos de vítimas que caíram quando houve a decolagem. Os soldados norte-americanos foram obrigados a disparar para dispersar multidões. Há registro de pelo menos sete mortos nessa segunda-feira (16) no aeroporto de Cabul. Hoje, o número de civis no aeroporto é muito menor, e os voos militares de repatriamento foram retomados. Dois aviões militares, um francês e um alemão, realizaram a primeira retirada de pessoas de Cabul. Um avião militar francês fez, de madrugada, a primeira retirada de pessoas do aeroporto. “Uma espécie de ponte aérea” deve tirar do país os franceses e os civis afegãos que colaboraram com o seu Exército entre 2001 e 2014. “Lançamos as bases para uma ponte aérea entre Cabul e Abu Dhabi”, disse a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, em entrevista à rádio RTL, acrescentando que novos voos poderão ser organizados nos próximos dias. A França enviou dois aviões militares para a sua base nos Emirados Árabes Unidos para organizar o repatriamento das “várias dezenas” de franceses que permanecem no Afeganistão e dos afegãos que trabalharam para as suas forças armadas durante a missão internacional naquele país. Parly não quis dar uma estimativa de quantos afegãos poderiam chegar à França dessa forma, considerando que seria prematuro. Segundo a ministra, nos últimos anos, já houve “várias centenas” de pessoas que saíram do país.

IGP-10 acumula inflação de 32,84% em 12 meses, diz FGV

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou inflação de 1,18% em agosto deste ano. A taxa é superior ao 0,18% de julho deste ano, mas inferior ao 2,53% de agosto do ano passado. Com o resultado, o IGP-10 acumula taxas de inflação de 16,88% no ano e de 32,84% em 12 meses, segundo a FGV. O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede o varejo, registrou inflação de 1,29% em agosto. Em julho, havia tido uma deflação (queda de preços) de 0,07%. O Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, também teve alta na taxa, ao subir de 0,70% em julho para 0,88% em agosto. Por outro lado, a inflação do Índice Nacional de Custo da Construção recuou de 1,37% em julho para 0,79% em agosto.

PF faz ação contra suspeitos de favorecer facção em presídios do Rio

A Polícia Federal (PF) cumpre hoje (17) três mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão contra um suposto esquema criminoso estabelecido na cúpula da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro. Os alvos da operação Simonia são suspeitos de favorecer lideranças de uma facção criminosa fluminense. De acordo com a PF, agentes públicos facilitaram a entrada de pessoas e itens proibidos em unidades prisionais do estado e libertaram pessoas contra as quais ainda havia mandados de prisão pendentes de cumprimento. Há ainda a suspeita de que esses agentes realizaram diligências para viabilizar o retorno, para o Rio de Janeiro, de criminosos detidos na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A investigação contou com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e do Departamento Penitenciário Federal (Depen).

Cientistas veem China com papel central e não creem em Talibã moderado

Cientistas que estudam a geopolítica no Oriente Médio consideram que é preciso olhar com cautela para as promessas de moderação do Talibã. Também questionam os resultados obtidos pelos Estados Unidos (EUA) durante a ocupação que durou 20 anos e avaliam que os desdobramentos na região vão depender de como a China irá se movimentar diante do retorno do grupo extremista ao poder no Afeganistão. “Estamos vendo algumas mudanças importantes. O grupo que foi derrubado pelos Estados Unidos há 20 anos está agora virando governo e, inclusive, sendo reconhecido por alguns países, como é o caso da China. Durante muito tempo, nas discussões sobre a geopolítica da região, se debatia o papel dos Estados Unidos, da Rússia, da Inglaterra. Pela primeira vez, precisamos entender qual será o papel chinês e qual vai ser a política chinesa para a região. Já está claro que os chineses vão negociar com os talibãs”, observa Fernando Luz Brancoli, pesquisador e professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mais cedo, a China acenou para o novo governo afegão. A porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, disse que o país respeita o direito do povo afegão de decidir seu próprio destino e deseja seguir mantendo relações amistosas e de cooperação com o Afeganistão. Ela ainda afirmou que a embaixada, situada na capital Cabul, manteria seu funcionamento normal. Para o cientista político João Paulo Nicolini Gabriel, pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mudanças na região irão muito além da relação entre Estados Unidos e Afeganistão. “Devido à sua localização, é um país que ocupa espaço extremamente importante no cenário asiático. A Ásia Central sempre foi muito importante. Agora precisamos olhar como os Estados Unidos, a China e Rússia vão lidar com o Afeganistão. São países que desempenham papel central. Mas um ponto pouco falado envolve os papéis do Paquistão e da Índia, que são essenciais, porque têm grande influência na região. Pode haver fricções e realinhamentos diplomáticos”, diz. O Paquistão foi um dos poucos países que mantiveram relações diplomáticas com o Afeganistão, durante o período governado pelo Talibã na década de 90. Segundo João Paulo, as declarações do primeiro-ministro Imran Khan dão indícios de que o governo paquistanês está disposto a aceitar a volta do grupo extremista. De outro lado, a situação impõe novas preocupações à Índia. O governo liderado por Narendra Modi, que costuma explorar politicamente crises com o Paquistão, poderá ficar em posição menos confortável com a saída das tropas norte-americanas do Afeganistão. A volta dos talibãs ao poder foi consolidada no último domingo (15): o presidente afegão Ashraf Ghani deixou o país e o controle do palácio presidencial foi assumido pelos rebeldes. Tudo ocorreu sem que houvesse resistências. Diante do cenário, os EUA precisaram acelerar a conclusão do processo de saída do país, em curso desde o ano passado: uma megaoperação para tirar às pressas diplomatas e cidadãos americanos foi montada pelas tropas norte-americanas, que ainda controlam o aeroporto. No entanto, imagens que ganharam repercussão internacional mostraram um caos no local, com milhares de civis desesperados para deixar o país se aglomerando junto aos aviões. Para Brancoli, a rápida recuperação do poder pelos talibãs coloca em cheque os bilhões de dólares investidos pelos Estados Unidos no treinamento do Exército afegão. “Os armamentos deixados pelos Estados Unidos vão cair nas mãos dos talibãs. Tem até uma curiosidade: eles tinham lá os Super Tucanos, que são aeronaves construídas no Brasil junto com os Estados Unidos. Agora o Talibã tem acesso a eles. Não sei se vão saber pilotar”, observa. Apesar das imagens com milhares de pessoas reunidas no aeroporto em busca de uma oportunidade de sair do país, o pesquisador avalia que a população não tem uma visão homogênea e não há uma repulsa generalizada contra os talibãs. Segundo ele, os moradores das áreas rurais são indiferentes ou apoiam o Talibã, e a elite urbana não é tão numerosa. “É preciso lembrar que o Afeganistão é um país majoritariamente rural. E nas áreas rurais a população olhava para o governo central de forma muito desconfiada. Muitos consideravam um governo corrupto que não atendia aos seus interesses. Uma das explicações para o avanço tão rápido do Talibã seria, em parte, esse apoio da população local. Não houve grandes resistências nas partes periféricas. E quando chegou em Cabul, onde se esperava uma resistência um pouco maior, o próprio Exército parecia que já tinha desistido de lutar e não tinha interesse no conflito. O presidente fugiu”, acrescenta. João Paulo observa que o governo afegão apoiado pelos EUA nunca teve 100% de domínio sobre o território do país, e os talibãs sempre controlaram algumas áreas. Ele avalia que, sobretudo nas grandes cidades, uma parte da população está apavorada. Há ainda imigrantes de diversos países buscando deixar o país. “Se pegarmos os últimos comunicados internacionais, da Índia por exemplo, vemos que há grande preocupação de como retirar seus cidadãos do Afeganistão. Outros países também tentam proteger suas populações”. De acordo com o cientista político, o cenário revela a incapacidade da política norte-americana de alcançar certos objetivos, o que fez com que a ocupação tenha se arrastado por mais tempo do que se esperava. “Reformularam até o sistema eleitoral do país e não conseguiram garantir uma estabilidade. Ghani tinha dificuldade de manter popularidade. E justamente por isso havia tantos soldados norte-americanos lá”.  Legado Tornando-se conhecido como grupo religioso fundamentalista na primeira metade dos anos 90, o Talibã foi organizado por rebeldes que haviam recebido apoio dos Estados Unidos e do Paquistão para combater a presença soviética no Afeganistão, que durou de 1979 a 1989, em meio à Guerra Fria. A chegada ao poder se consolida em 1996, com a tomada de Cabul. Uma vez no controle do governo, o Talibã promoveu execuções de adversários e aplicou sua interpretação da Sharia, a lei islâmica. Um violento sistema judicial foi implantado: pessoas acusadas de adultério podiam ser condenadas à morte e suspeitos de roubo sofriam punições físicas. O uso de barba se tornou obrigatório para os homens e as mulheres não poderiam transitar e ser vistas publicamente sem

Covid-19: DF começa a vacinar jovens a partir de 18 anos

O Distrito Federal (DF) começa nesta terça-feira (17) a vacinar contra a covid-19 jovens com idade a partir de 18 anos. A aplicação das doses estará disponível a partir do meio-dia. Essas faixas de idade poderão continuar recebendo a vacina, de acordo com a disponibilidade dos imunizantes. O início da vacinação ao meio-dia ocorre pelo fato de o DF ter recebido o insumo necessário à vacina (diluente) na noite de ontem. Com isso, foi necessário um tempo para a preparação das doses. Para esta nova fase da vacinação, foram recebidas 55.150 doses de CoronaVac e 60.840 doses do imunizante da Pfizer. O plano do DF é avançar na imunização de adolescentes para o conjunto da faixa etária, e não somente para aqueles com comorbidades. Isso depende, no entanto, da entrega de mais doses, o que é esperado para esta semana. Em entrevista coletiva nessa segunda-feira (16), o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, informou que mais de 75% dos moradores do DF com mais de 18 anos já receberam a primeira dose ou a dose única. Considerando o conjunto da população, foram imunizados 60,25%. Quanto à segundo dose, o índice de imunização chega a 29,85% da população com mais de 18 anos e a 22,59% do total de moradores da capital. Variante Delta O secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, disse que já foram identificados 87 casos da variante Delta. Desse total, 53 são mulheres e 34, homens. As faixas etárias com mais casos são de pessoas entre 20 e 29 anos (21) e entre 50 e 59 anos (22). Okumoto lembrou que cidades de outros países, como Nova York e Tel Aviv, voltaram a exigir o uso de máscaras em razão da retomada dos casos, especialmente da variante Delta. Ele reforçou a importância das medidas de prevenção.

Palmeiras e São Paulo decidem vaga na semi da Libertadores nesta terça

Palmeiras e São Paulo decidem na noite desta terça-feira (16) quem avança às semifinais da Copa Libertadores da América. O Verdão leva vantagem por ter marcado no empate em 1 a 1 fora de casa, no duelo de ida  – de acordo com a regra, se houver empate no placar agregado (soma dos resultados nos duelos de ida e volta), avança na competição quem tiver balançado a rede na casa do adversário. A partida no Allianz Parque, a partir das 21h30 (horário de Brasília), será transmitida ao vivo na Rádio Nacional, com narração de André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz e Bruno Mendes.  Comandado pelo técnico português Abel Ferreira, o Palmeiras chega ao confronto após derrota por  2 a 0 para o Atlético-MG, “Estamos preparados para nosso grande jogo. Mas nós não podemos ter jogadores profissionais, treinadores e árbitros amadores”, disse o treinador após a partida, contrariado com a arbitragem na partida do último sábado (14), pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro.  ⚡🔥🔛 É semana de decisão na @LibertadoresBR! #GloriaEterna #VamosSãoPaulo 🇾🇪 pic.twitter.com/VhKSMOm0dU — São Paulo FC (@SaoPauloFC) August 16, 2021 Jogando em casa, o São Paulo também poupou titulares no Brasileirão, mas venceu o Grêmio por 2 a 1. O triunfo tricolor deixou o treinador argentino Hernan Créspo ainda mais confiante para o clássico Choque-Rei. “Cada dia que passa, sinto mais e mais orgulho de vocês. Com este espírito de batalha, vamos conquistar muito mais”, afirmou Créspo.. Os dois treinadores têm quase todo a elenco à disposição. No Palmeiras, a dúvida é o atacante Luiz Adriano. Já o São Paulo não sabe se irá contar com o zagueiro Arboleda. Um novo empate em 1 a 1 leva a decisão da vaga para os pênaltis. O zero a zero é do Palmeiras e qualquer outra igualdade, do Tricolor paulista.

Abertas as inscrições para lista de espera do ProUni

Estudantes que não foram selecionados na segunda chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni) terão uma última chance de entrar este ano. Hoje (17) e amanhã (18) estão abertas as inscrições na lista de espera. O resultado será divulgado na próxima quarta-feira (20). Os selecionados no programa podem receber bolsas de 50% ou 100% em instituições de todo o país. Documentação Segundo o Ministério da Educação, os selecionados nessa etapa terão entre os dias 23 e 27 de agosto para comprovar as informações prestadas por meio de documentação. No segundo semestre de 2021, o programa oferece 134.329 bolsas de estudo – 69.482 integrais e 64.847 parciais – em mais de 10 mil cursos de quase mil instituições particulares de ensino superior. Critérios Para obter uma bolsa integral, o interessado precisa comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até 1,5 salário mínimo. No caso de bolsas parciais (50%), é preciso comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa da família, de até três salários mínimos.

Conselho do FGTS deve decidir distribuição de lucro a trabalhadores

Os trabalhadores com carteira assinada podem se preparar para ver o saldo na conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) subir até o fim do mês. O Conselho Curador do FGTS deve decidir na reunião de hoje (16) a distribuição de parte do lucro de R$ 8,467 bilhões em 2020. Formado por representantes do governo, das empresas e dos trabalhadores, o conselho decidirá o percentual do lucro a ser repassado às contas do FGTS. Feita desde 2017, a distribuição ocorre de forma proporcional ao saldo de cada conta em 31 de dezembro do ano anterior. Quanto maior o saldo, maior o lucro recebido. No ano passado, o FGTS distribuiu cerca de R$ 7,5 bilhões aos trabalhadores, o que equivale a 66,2% do lucro de 2019. Caso o percentual seja mantido neste ano, seriam repassados cerca de R$ 5,8 bilhões às contas vinculadas. Segundo a Caixa Econômica Federal, caso a distribuição dos lucros seja aprovada, o crédito em cada conta será feito até 31 de agosto. Em 2017 e 2018, a legislação fixava a distribuição de 50% do lucro do FGTS no ano anterior aos trabalhadores. Em 2019, o Congresso tinha aprovado a distribuição de 100% do lucro, na lei que criou a modalidade de saque-aniversário, mas o presidente Jair Bolsonaro vetou o artigo, e o percentual passou a ser aprovado a cada ano pelo Conselho Curador. Com rentabilidade fixa de 3% ao ano, o FGTS tem os rendimentos engordados com a distribuição dos lucros. Em 2020, o procedimento elevou a rentabilidade do fundo para 4,9%. O pagamento de parte dos ganhos do FGTS não muda as regras de saque. O dinheiro só poderá ser retirado em condições especiais, como demissões, compra da casa própria ou doença grave. Quem aderiu ao saque-aniversário pode retirar uma parte do saldo até dois meses após o mês de nascimento, mas perde direito ao pagamento integral do fundo no caso de demissão sem justa causa.