Rússia amplia sanções contra EUA para incluir esposa e filha de Biden

A Rússia ampliou nesta terça-feira (28) sua lista de norte-americanos atingidos por sanções, para incluir nela a esposa e a filha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assim como outras figuras proeminentes do país. O passo foi dado “como resposta às crescentes sanções dos EUA contra figuras políticas e públicas russas”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em comunicado. Otan Para o Kremlin, a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é um “bloco agressivo” que foi criado para o confronto. A aliança militar anunciou nessa segunda-feira um acúmulo maciço de tropas em toda a Europa, destinado a reforçar suas defesas. Em conversa telefônica com repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a campanha da Rússia na Ucrânia, que Moscou chama de “operação militar especial”, vai alcançar seus objetivos.  

Incêndio destrói 16 casas na comunidade Kelsons´s no Rio

Um incêndio de grandes proporções destruiu 16 casas na comunidade Kelson’s, na Penha Circular, zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com os bombeiros, o fogo começou em um galpão de ferro velho e se alastrou para as moradias. Não houve registro de vítimas, mas os moradores relataram a perda total das casas e de seus bens. O chamado para o Corpo de Bombeiros foi feito às 22h17 de ontem (27).As primeiras viaturas de combate a incêndio e salvamento, que chegarem no local, eram do quartel da Penha, mas diante da intensidade das chamas, houve apoio dos bombeiros de Irajá, de Parada de Lucas, de Ramos, da Tijuca, do Campinho, todos da zona norte, e ainda do Catete, da zona sul. Os quartéis de São Cristóvão e do Grajaú, da zona norte, enviaram equipamentos para auxiliar no combate ao fogo. Segundo os Bombeiros, o incêndio foi controlado às 6h40 e ainda segue em fase de rescaldo realizado pelo quartel da Penha. Os outros já deixaram o local.

Rublo atinge pico de sete anos contra dólar

O rublo atingiu máxima de mais de sete anos nesta terça-feira (28). Os controles de capital e os impostos de fim de mês compensaram o impacto negativo das declarações ocidentais que a Rússia deu calote em seus títulos internacionais pela primeira vez em mais de um século. A Casa Branca e a agência de crédito Moody’s disseram que a Rússia entrou em inadimplência, pois as sanções efetivamente excluíram o país do sistema financeiro global. O Kremlin, que tem dinheiro para fazer pagamentos a partir das receitas de petróleo e gás, rejeitou as afirmações e acusou o Ocidente de levá-lo a uma inadimplência artificial. O rublo tinha alta de 0,9% em relação ao dólar, a 52,93, depois de atingir seu nível mais forte desde o início de junho de 2015, de 52,5750, no pregão de Moscou. O rublo ganhava 0,8% do euro, a 55,88, se aproximando de níveis muito mais fortes do que antes de a Rússia enviar dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia, em 24 de fevereiro. Na época, o rublo era negociado perto de 80 por dólar e 90 por euro uma vez que estava em modo de flutuação livre, afetado por temores de sanções e sem suporte dos controles de capital. A alta do rublo pode ser limitada, dada a crescente preocupação com o impacto da moeda forte sobre as receitas da Rússia com a venda de commodities no exterior em moeda estrangeira. As restrições de capital fizeram do rublo a moeda com melhor desempenho este ano e ajudaram a deixar de lado as questões com a emissões de dívida da Rússia. *É proibida a reprodução deste conteúdo.

Confiança do empresário da indústria sobe 1,5 ponto em junho

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 1,5 ponto na passagem de maio para junho. Essa é a terceira alta consecutivo do indicador, que atingiu 101,2 pontos em uma escala de 0 a 200 pontos, o maior nível desde novembro de 2021 (102,1 pontos). Treze dos 19 segmentos da indústria brasileira analisados pela pesquisa apresentaram aumento da confiança em junho, na comparação com maio. Melhor desempenho O Índice da Situação Atual, que mede a confiança do empresário da indústria no presente, cresceu 1,9 ponto e chegou a 102,3 pontos. O melhor desempenho ocorreu na satisfação com o nível de demanda por produtos industriais. O Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, subiu 1,2 ponto e atingiu 100,2 pontos, principalmente devido ao desempenho do componente de otimismo com a evolução da produção física nos três meses seguintes.

Polícia Federal prende três acusados de uso de dinheiro falso no Rio

Policiais federais fazem hoje (28) uma operação contra organização criminosa especializada no uso de dinheiro falso em Niterói, no Grande Rio. Os agentes cumpriram três mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão contra acusados de colocar em circulação grande quantidade de notas falsas. Segundo a Polícia Federal (PF), os alvos da ação de hoje são ligados a outros dois homens que já estão presos. Através do cruzamento de dados de inteligência e diligências nas ruas, os policiais identificaram os três acusados. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Niterói. Os presos foram encaminhados à Delegacia da PF no município e, depois, serão levados ao sistema prisional. Falsificar dinheiro é crime previsto no Código Penal e pode render uma pena de 12 anos de prisão, de acordo com a Polícia Federal. Os nomes dos envolvidos não foram revelados.

Ucrânia busca 36 desaparecidos após ataque russo matar 18 em shopping

Bombeiros e soldados fizeram buscas nesta terça-feira (28) por sobreviventes nos escombros de um shopping center ucraniano, onde autoridades disseram que 36 pessoas ainda estão desaparecidas após um ataque com mísseis russo que matou pelo menos 18. Parentes dos desaparecidos estavam reunidos em um hotel do outro lado da rua dos destroços do shopping center, onde equipes de resgate montaram uma base. Bombeiros de aparência exausta sentaram-se em um meio-fio depois de uma noite lutando contra o incêndio e procurando por sobreviventes. Oleksandr, molhando o rosto com uma garrafa de água, disse que sua equipe trabalhou a noite toda revirando os escombros. “Retiramos cinco corpos. Não encontramos ninguém vivo”, afirmou ele. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, acusou a Rússia de atingir civis deliberadamente no ataque na cidade de Kremenchuk, no centro da Ucrânia, longe da linha de frente. Ele o chamou de “um dos ataques terroristas mais desafiadores da história europeia.” A Rússia disse que o incidente foi causado por um ataque a um alvo militar legítimo. O Ministério da Defesa do país alegou ter disparado mísseis em um depósito usado para armazenar armas enviadas pelo Ocidente, e que a explosão de munição no local causou o incêndio no shopping próximo. Moscou disse que o shopping estava sem uso e vazio no momento do ataque, uma afirmação refutada por sobreviventes feridos, como Ludmyla Mykhailets, de 43 anos, que estava fazendo compras lá com o marido quando a explosão a jogou no ar. “Eu voei de cabeça e estilhaços atingiram meu corpo. O lugar inteiro estava desmoronando”, disse ela em um hospital público próximo, onde estava sendo tratada. “Foi um inferno”, afirmou seu marido, Mykola, 45 anos, com sangue escorrendo por um curativo em volta da cabeça. Líderes das principais democracias do Grupo dos Sete (G7), em uma cúpula na Alemanha, disseram que o ataque foi “abominável.” “O presidente russo Putin e os culpados ​​serão responsabilizados”, disseram em comunicado conjunto. A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, afirmou à Reuters que outro míssil também atingiu uma fábrica próxima, que estava fechada, e não era um alvo militar. “É uma questão sobre crimes contra a humanidade”, disse ela. “Acho que é como um bombardeio sistemático da infraestrutura civil – com que objetivo? Assustar as pessoas, matar pessoas para fazer terror em nossas cidades e vilarejos.” A Rússia nega alvejar intencionalmente civis em sua “operação militar especial”, que destruiu cidades, matou milhares de pessoas e expulsou milhões de suas casas. O ataque a Kremenchuk ocorre após dias de crescentes ataques de mísseis russos longe da linha de frente, incluindo os primeiros ataques à capital Kiev em semanas. Moscou também intensificou o bombardeio de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, onde as tropas russas foram repelidas em uma contraofensiva em maio. O governador de Kharkiv disse que cinco pessoas morreram e 22 ficaram feridas em um bombardeio na segunda-feira que atingiu alvos como prédios de apartamentos e uma escola. *É proibida a reprodução deste conteúdo.

Embaixada dos EUA oferece curso de inglês para indígenas

Foram abertas nesta segunda-feira (27) as inscrições para o programa Access Amazon, um curso de inglês online com 140 vagas para indígenas entre 18 e 35 anos. As aulas começam em setembro e vão até junho de 2023. As inscrições podem ser feitas pelo site do programa. Os interessados devem ter nível básico do idioma para participar.  O objetivo do curso é abordar a questão da sustentabilidade alinhada à aprendizagem do idioma. Durante as aulas, os alunos vão compartilhar suas experiências em relação ao meio ambiente e à cultura dos povos amazônicos.  O programa é oferecido pela Embaixada dos Estados Unidos em mais de 86 países. No Brasil, o projeto começou em 2008 e beneficiou mais de 3 mil participantes. 

Irã apresenta pedido para ingressar no Brics

O Irã quer se tornar membro do grupo de economias emergentes conhecido como Brics. Segundo o Ministério das Relaçõesw Exteriores do país, a adesão ao bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, “resultaria em valores agregados para ambos os lados”. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a Argentina também se candidatou para fazer parte do grupo. Autoridades argentinas não puderam ser contactadas de imediato para comentar. O presidente da Argentino, Alberto Fernández, que está atualmente na Europa, reiterou nos últimos dias seu desejo de que a Argentina se junte ao Brics. “Enquanto a Casa Branca pensava sobre o que mais poderia desligar, proibir ou estragar no mundo, a Argentina e o Irã se candidataram para entrar no Brics”, disse Zakharova no aplicativo de mensagens Telegram. Há muito tempo, a Rússia vem pressionando para forjar laços mais estreitos com a Ásia, a América do Sul e o Oriente Médio, e intensificou esforços recentemente para resistir às sanções impostas pela Europa, os Estados Unidos e outros países por causa de sua invasão à Ucrânia. Nessa segunda-feira (27), os Estados Unidos e outras nações ocidentais prometeram apoio inabalável à Ucrânia, após 28 civis terem sido mortos em diversos ataques russos, incluindo um com mísseis contra um shopping center lotado. A Rússia nega ter como alvo civis no que chama de “operação militar especial” para desarmar a Ucrânia e protegê-la de fascistas. A Ucrânia e seus aliados no Ocidente dizem que a guerra é um ato de agressão sem provocação. * Reportagem adicional de Adam Jourdan

Beneficiários com NIS final 8 recebem hoje Auxílio Brasil

A Caixa Econômica Federal paga hoje (28) a parcela de junho do Auxílio Brasil aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 8. O valor mínimo do benefício é R$ 400. As datas seguem o modelo do Bolsa Família, que pagava nos dez últimos dias úteis do mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas em dois aplicativos: Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco. Atualmente, 17,5 milhões de famílias são atendidas pelo programa. No início do ano, 3 milhões foram incluídas no Auxílio Brasil. Veja o calendário: NIS jun jul ago set out nov dez 1 17/06 18/07 18/08 19/09 18/10 17/11 12/12 2 20/06 19/07 19/08 20/09 19/10 18/11 13/12 3 21/06 20/07 22/08 21/09 20/10 21/11 14/12 4 22/06 21/07 23/08 22/09 21/10 22/11 15/12 5 23/06 22/07 24/08 23/09 24/10 23/11 16/12 6 24/06 25/07 25/08 26/09 25/10 24/11 19/12 7 27/06 26/07 26/08 27/09 26/10 25/11 20/12 8 28/06 27/07 29/08 28/09 27/10 28/11 21/12 9 29/06 28/07 30/08 29/09 28/10 29/11 22/12 0 30/06 29/07 31/08 30/09 31/10 30/11 23/12 Auxílio Gás O Auxílio Gás também é pago hoje às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 8. Com valor de R$ 53 em junho, o benefício segue o calendário regular de pagamentos do Auxílio Brasil. Com duração prevista de cinco anos, o programa beneficiará 5,5 milhões de famílias até o fim de 2026, com o pagamento de 50% do preço médio do botijão de 13 quilos, conforme valor calculado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) nos últimos seis meses. Pago a cada dois meses, o Auxílio Gás tem orçamento de R$ 1,9 bilhão para este ano. Só pode fazer parte do programa quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica. Benefícios básicos O Auxílio Brasil tem três benefícios básicos e seis suplementares, que podem ser adicionados caso o beneficiário consiga emprego ou tenha filho que se destaque em competições esportivas, científicas e acadêmicas. Podem receber o benefício as famílias com renda per capita até R$ 100, consideradas em situação de extrema pobreza, e até R$ 200, em condição de pobreza. A Agência Brasil elaborou um guia de perguntas e respostas sobre o Auxílio Brasil. Entre as dúvidas que o beneficiário pode tirar estão os critérios para integrar o programa social e o detalhamento dos nove tipos diferentes de benefícios. * O Auxílio Brasil é coordenado pelo Ministério da Cidadania, responsável por gerenciar os benefícios do programa e pelo envio dos recursos para pagamento da Caixa.

Preconceito afeta produção de dados sobre LGBTI+

Reivindicação histórica do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais (LGBTI+), a produção de dados oficiais sobre essa população deu um passo inédito neste ano, com a divulgação da primeira contagem populacional de homossexuais e bissexuais na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Dia do Orgulho LGBTI+, comemorado hoje (28), ativistas e pesquisadores explicam que, apesar desse avanço, a subnotificação mostra o longo caminho de luta contra os temores e estigmas que levam essas pessoas, muitas vezes, a  esconderem sua identidade.  Divulgada em maio, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) contabilizou 2,9 milhões de homossexuais e bissexuais no Brasil. Na própria apresentação dos dados, o IBGE pediu cautela ao interpretar a informação. “A gente não está afirmando que existem 2,9 milhões de homossexuais ou bissexuais no Brasil. A gente está afirmando que 2,9 milhões de homossexuais e bissexuais se sentiram confortáveis para se autoidentificar ao IBGE como tal”, disse a analista Nayara Gomes, em entrevista coletiva. O instituto apontou principalmente o estigma e o preconceito por parte da sociedade como fatores que podem fazer com que as pessoas não se sintam seguras em declarar a própria orientação sexual. O IBGE também ponderou que a falta de familiaridade da população com os termos usados na pesquisa pode ter contribuído para a subnotificação. Professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e representante do Conselho Regional de Psicologia no Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, Pedro Paulo Bicalho considera que qualquer dado produzido sobre a população LGBTI+ sempre estará sujeito à subnotificação, enquanto o contexto social incluir violências e estigmas contra a diversidade de identidades de gênero e de orientações sexuais. “Para conseguir fazer uma pesquisa em que não haja subnotificação e em que a gente consiga entender quem são, como são e como vivem todas as pessoas LGBTI+, teríamos que fazer isso em uma sociedade livre de LGBTIfobia, que não é a nossa. Acredito que não será a nossa geração, em que pesem todos os esforços e lutas sociais para que isso possa diminuir”,  afirma Bicalho. “O máximo que a gente consegue é uma pesquisa sobre pessoas que se reconhecem LGBTI+”. O pesquisador explica que esse obstáculo deve ser encarado como contexto para interpretar os dados, e não como motivo para que não sejam coletados. “Não quer dizer que não devemos continuar insistindo, só que precisa ser muito bem construído”.  O psicólogo defende que um ponto importante é estabelecer relação de confiança da pesquisa com a população LGBTI+, para que ela acredite na finalidade do estudo e no aproveitamento dos dados para produzir uma vida melhor. “Mesmo entre as pessoas que se reconhecem LGBTI+, passa por uma relação de confiança falar sobre isso, então, um tipo de pesquisa como essa precisa ser muito bem preparada. Esse Estado que chega à casa das pessoas e pergunta quem elas são precisa fazer isso de forma que essa pessoa confie e entenda para que está dando a informação. Passa também, acrescenta o pesquisador, por uma relação de confiança que não é só entre entrevistador e entrevistado, mas também em relação ao país em que se vive. Se o LGBTI+ não consegue entender que esse país tem vontade política de produzir políticas públicas sobre nós, será muito complicado”.  Visibilidade A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Keila Simpson, também acredita que um trabalho de treinamento das pessoas envolvidas em pesquisas como a PNS e o Censo poderia criar um clima mais acolhedor para que os entrevistados respondam sobre questões como a identidade de gênero e a sexualidade.  “O próprio IBGE pode procurar consultores e consultorias de pessoas que trabalham com o assunto, têm essa experiência e que vão ajudar a achar o melhor caminho para fazer essas perguntas”, avalia. “Um elemento importante é fazer formação, contratar pessoas com traquejo nesse universo e que possam tratar com humanidade os que vão responder à pesquisa”. Apesar dos estigmas e violências, Keila defende que há, mesmo assim, grande número de LGBTI+ disposto a responder pesquisas de órgãos oficiais para ajudar na produção de dados. “Quando a gente vê uma parada LGBTI+, as pessoas que estão ali querem visibilidade. Elas não iriam se ocultar de responder a um Censo do IBGE”.  Enquanto deu o primeiro passo para produzir dados oficiais sobre homossexuais e bissexuais, a PNS ainda deixou de fora a população transexual, já que nenhuma pergunta sobre identidade de gênero foi incluída no estudo. Sem dispor de informações oficiais em temas como trabalho, saúde e segurança pública, a Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais – é uma das organizações não governamentais que se engajou na produção dos próprios dados e divulga anualmente o Dossiê de Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras. O trabalho é parecido com o realizado pelo Grupo Gay da Bahia, que produz relatórios anuais sobre casos de assassinatos de LGBTI+ noticiados pela imprensa.  “O que a Antra faz é mexer em uma temática que, se a gente não jogar luz, ela não vai existir”, afirma Keila,. Ela conta que a associação não tem recursos para contratar pesquisadores e depende de voluntários e ativistas para que o estudo possa ser lançado todo dia 29 de janeiro, quando é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Censo A falta de mais dados faz com que as demandas dessa população não sejam contempladas como poderiam, argumenta o diretor de políticas públicas da Aliança Nacional LGBTI+, Cláudio Nascimento, que esteve à frente do programa estadual Rio Sem Homofobia. “É necessário ter política focalizada para a população LGBTI+? Sabemos que sim, mas não temos dados para confirmar essa informação e garantir, nos próximos anos, um conjunto de políticas públicas que possam mudar essa realidade. É muito grave que hoje exista um apagão de dados oficiais no Brasil que interfira de maneira estratégica na produção de políticas para a comunidade LGBTI+”. Cláudio Nascimento considera que um passo importante nesse sentido teria sido a inclusão de perguntas no próximo Censo que pudessem gerar mais dados, ainda que possivelmente subnotificados. “A inclusão da população LGBTI+ no Censo vai além de saber quantos