Brasil negocia compra de vacina contra varíola dos macacos

Com 696 casos confirmados de varíola dos macacos, o Brasil articula com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a aquisição da vacina contra a doença. De acordo com o Ministério da Saúde, as negociações estão sendo feitas de forma global com o fabricante para ampliar o acesso ao imunizante para os países onde há casos confirmados da doença. Por meio de nota, a pasta ressaltou que a vacinação em massa não é preconizada pela OMS em países não endêmicos para a enfermidade, como é o caso do Brasil. A recomendação, até o momento, é que sejam imunizadas pessoas que tiveram contato com casos suspeitos e profissionais de saúde com alto risco ocupacional diante da exposição ao vírus. Dos 696 casos confirmados no país ate o momento, 506 são procedentes do estado de São Paulo, 102 do Rio de Janeiro, 33 de Minas Gerais, 13 do Distrito Federal, 11 do Paraná, 14 do Goiás, três na Bahia, dois do Ceará, três do Rio Grande do Sul, dois do Rio Grande do Norte, dois do Espírito Santo, três de Pernambuco, um de Mato Grosso do Sul e um de Santa Catarina. Emergência internacional A OMS decidiu hoje (23) declarar que a varíola dos macacos configura emergência de saúde pública de interesse internacional. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa. “Temos um surto que se espalhou rápido pelo mundo, através de novas formas de transmissão, sobre as quais entendemos muito pouco, e que se encaixa nos critérios do Regulamento Sanitário Internacional. Por essas razões, decidi que a epidemia de varíola dos macacos representa uma emergência de saúde pública de preocupação internacional”, disse Tedros. A doença A varíola causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês) provoca um quadro mais brando que a varíola conhecida como smallpox, que foi erradicada na década de 1980.  A varíola doas macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente. Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento se refere, em geral, a pessoas imunossuprimidas, como pacientes com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos. Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, nos pés, no peito, no rosto ou em regiões genitais. Para prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante higienizar as mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel. Fonte

Portaria cria Casa da Criança e do Adolescente vítimas de violência

Portaria publicada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no Diário Oficial da União de hoje (29) institui a Casa da Criança e do Adolescente, nome adotado para os centros de atendimento integrado voltados a vítimas ou testemunhas de violência praticada contra este público. A criação dos centros estava prevista no Plano Nacional de Enfrentamento da Violência contra Crianças e Adolescentes (Planevca), lançado pela pasta em abril. A Portaria 1.235 define como centros de atendimento integrado “equipamentos públicos que reúnem, em um mesmo espaço físico, programas e serviços voltados à proteção e ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência por meio de equipes multidisciplinares especializadas”. O custeio das equipes técnicas que darão atendimento nesses locais ficará a cargo das unidades federativas; dos municípios; e dos “demais órgãos do sistema de justiça”. Já a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos será responsável pela coordenação do compartilhamento da metodologia de implantação e desenvolvimento de tais centros. A portaria apresenta, em anexo, o formulário para adesão de gestores interessados em adotar a metodologia, o que deverá ser feito pelas respectivas secretarias locais destinadas a promover a defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes. O formulário foi também disponibilizado na internet e pode ser acessado por meio do site do Sistema Nacional de Direitos Humanos. É necessário indicar, no formulário de adesão, os responsáveis pela articulação e implementação das ações. A portaria apresenta, também, competências a serem exercidas pela Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, bem como de estados, municípios e Distrito Federal, caso optem pela adesão ao programa. Além disso, descreve a composição dos comitês vinculados à Casa da Criança e do Adolescente, bem como linhas de ação e finalidades, visando articular, mobilizar, planejar, acompanhar, implementar e gerir os centros. Source link

Avante lança candidatura de André Janones à Presidência da República

O Avante oficializou neste sábado (23) a candidatura de André Janones para a Presidência da República. O anúncio foi feito durante convenção nacional do partido, realizada no Grande Teatro do Minascentro, em Belo Horizonte. Essa é a primeira vez que Janones tentará assumir o posto de presidente. Em seu discurso na convenção do partido, Janones destacou que o eixo central do seu programa de governo é a redução da desigualdade social no país. “Hoje, temos um projeto que contempla todas as áreas, saúde, segurança, educação, agro. Todas as áreas e com a mesma mensagem: a diminuição da desigualdade social no país, a diminuição da distância entre os mais ricos e os mais pobres”. André Janones defende o retorno do auxílio emergencial no valor de R$ 600 mensais, além de uma reforma tributária ampla, que taxe lucros e dividendos, institua o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), tribute menos o consumo e mais a renda, além de conceder isenção para quem tem salários de até R$ 5 mil. “A classe média está pagando o auxílio do mais pobre. Em vez de a classe média puxar o mais pobre lá de baixo [para cima], ela está indo junto”. O Avante ainda não definiu o candidato a vice-presidente. O partido tem até o dia 15 de agosto para registrar a candidatura, conforme calendário definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Perfil Natural de Ituiutaba (MG), André Luis Gaspar Janones trabalhou como cobrador de ônibus e como escrevente no Tribunal de Justiça de Minas Gerais antes de ser formar em direito e abrir seu próprio escritório, em 2008. Candidatou-se a prefeito de Ituiutaba em 2016, mas não foi eleito. Em 2018, durante greve dos caminhoneiros, Janones acabou se tornando uma espécie de porta-voz do movimento, com vídeos transmitidos da BR-365 para as redes sociais. O episódio o colocou em evidência e, em 2019, foi eleito deputado federal por Minas Gerais. Fonte

Ex-marido da blogueira dona da ‘Mydrestore’ é preso suspeito no envolvimento na morte de comerciante; VÍDEO

  Aimá Martins Fragata, foi preso pela Polícia Civil nessa sexta-feira, 22, acusado de envolvimento na morte do comerciante Luiz Celso Ferraz, de 59 anos, em uma “Roleta Russa” dentro do estabelecimento da vítima, localizado no município de Rio Preto da Eva (81 KM de distância até Manaus), no dia 15 de Janeiro deste ano. O suspeito é o terceiro preso no envolvimento na morte do comerciante. Outras 6 pessoas também participaram do crime. Segundo informações, a quadrilha agiu contra o empresário após saber da informação de que na casa da vítima havia uma quantia de R$ 100 mil em espécie. Os bandidos renderam Luiz Celso e sua família durante o ato criminoso. Testemunhas disseram ainda que os criminosos só teriam encontrado R$ 13 mil no local e então teriam iniciado a “brincadeira” chamada “roleta russa” para causar pânico nas vítimas. Outros dois envolvidos identificados como Gabriel Bleno Celestino Terencio, de 26 anos, conhecido como vulgo “GB”, e Samia Caroline da Silva Marques, 28,  já foram presos. Os outros suspeitos que seguem foragidos são: José dos Reis Alves Da Conceição, 40, conhecido como “Maranhão”; Luan de Souza Paiva, 25; Wendel Oliveira Linhares, 31, chamado de “Bombado”; e Willian Gabriel Santos De Melo, 23, vulgo “Magrelo”. Fonte

Maranhão: Justiça resgata 26 pessoas em condição análoga à escravidão

Vinte e seis pessoas que trabalhavam em condição análoga à de escravo, em duas fazendas na zona rural de Mirador, no Maranhão, foram resgatadas por auditores-fiscais do Trabalho, com o apoio da Polícia Federal. A equipe de fiscalização realizou inspeção nos estabelecimentos na manhã do dia 27 de junho e, entrevistas com os trabalhadores no dia seguinte, na sede da Promotoria de Justiça da cidade de Colinas. Após diligências de inspeção, foi apurado que as vítimas haviam deixado o local no dia 21 de junho, por decisão de uma equipe da Polícia Civil do Maranhão, que determinou um pagamento de R$ 416 reais a cada trabalhador. Como eles já tinham sido afastados do local de trabalho, a auditoria-fiscal prosseguiu com os procedimentos destinados a assegurar todos os direitos aos trabalhadores, desde a formalização e rescisão dos contratos, pagamento das verbas rescisórias e habilitação de seguro-desemprego. Os auditores apuraram que três vítimas com idade inferior a 18 anos, trabalhavam na “mais completa informalidade, despidos de qualquer proteção social, tendo sido arregimentados por um intermediário na zona rural dos municípios de Colinas, Mirador e São Domingos do Azeitão”. As provas colhidas permitiram concluir, entre outras irregularidades, que as vítimas dormiam em redes sob barraco de lona, que não oferecia proteção contra intempéries; não tinham acesso a instalações sanitárias e as refeições eram preparadas em fogareiros improvisados no chão. Além disso, elas consumiam água quente e não filtrada e trabalhavam sem equipamentos de proteção contra o sol. O valor a ser pago pelos dois empregadores totalizou cerca de R$ 44 mil, calculados pela auditoria-fiscal do Trabalho, que dará continuidade ao procedimento de fiscalização com a lavratura dos autos de infração e notificação de débito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). *Com informações do Ministério do Trabalho e Previdência Source link

‘Golpista’, diz Dilma Rousseff após ser citada como ‘honesta’ por Michael Temer

Após ser descrita como “honestíssima” pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a chamar o ex-vice de seus dois mandatos no Planalto de “golpista” e afirmou que não pretende mais “debater com este senhor”. Em carta publicada em seu site, a petista disse ainda que Temer, que a sucedeu após ela sofrer impeachment, articulou “uma das maiores traições políticas dos tempos recentes”. Dilma argumentou que sua dificuldade de “articulação com o Congresso”, motivo ao qual Temer atribui seu impedimento, não é crime passível de afastamento do cargo, e afirmou que sua distância do Legislativo se devia à sua “integral rejeição” ao deputado federal Eduardo Cunha, então presidente da Câmara. Embora tenha se defendido quanto à opinião de Temer sobre o que a derrubou na prática, o fundamento jurídico para o impeachment da petista foi o cometimento de crimes de responsabilidade, por sua condução do País no âmbito fiscal. “Tal ‘dificuldade’ era uma integral rejeição às práticas do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, criador do Centrão, que queria implantar com o meu beneplácito o ‘orçamento secreto’, realizado, hoje, sob os auspícios de um dos seus mais próximos auxiliares na Câmara Federal”, escreveu. Dilma também disse que Temer não teria razão para se opor ao modo de governar do PT, já que sabia qual era o programa político da chapa para a qual foi indicado como vice. As reformas aprovadas durante a gestão do emedebista, segundo a ex-presidente, configuram “traição” ao voto popular. “As provas materiais da traição política estão expressas na PEC do Teto de Gastos, na chamada reforma trabalhista e na aprovação do PPI (Preço de Paridade de Importação) para as quais não tinha mandato. Nenhum desses projetos estavam em nossos compromissos eleitorais, pelo contrário, eram com eles contraditórios. Trata-se, assim, de traição ao voto popular que o elegeu por duas vezes.” Ao falar sobre Dilma nesta quinta-feira, 21, em entrevista ao UOL, Temer ponderou que o motivo jurídico de seu impeachment foi “extremamente técnico” e não teve relação com casos de corrupção, e que ela caiu por não ter boa articulação com o Congresso. Ele criticou a prática de pedaladas fiscais apontada por órgãos de controle durante o governo da petista. “Às vezes falam de corrupção, mas é mentira. Ela (ex-presidente Dilma) é honesta. O que eu sei e pude acompanhar, embora estivesse à margem do governo e embora fosse vice-presidente, não há nada que possa apodá-la de corrupta. Para mim, honestíssima. Houve problemas políticos. Ela teve dificuldade no relacionamento com o Congresso Nacional, teve dificuldade no relacionamento com a sociedade e teve as chamadas ‘pedaladas’, uma coisa extremamente técnica, decretada pelo Tribunal de Contas da União. Esse conjunto de fatores é que levou multidões às ruas”, disse. Em nota enviada via assessoria a respeito das críticas endereçadas a ele por Dilma, Temer afirmou que “é tão desarrazoada a manifestação que não merece resposta”. Via: Notícia ao Minuto Fonte

Jogador preso por acidente com morte recebe liberdade provisória

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) informou neste sábado (23) ter concedido liberdade provisória ao zagueiro Renan, do Red Bull Bragantino, preso em flagrante na sexta-feira (22) sob acusação de atropelar e matar um motociclista de 38 anos de idade em um acidente de carro pela manhã, em Bragança Paulista (SP). O jogador de 20 anos tem 72 horas para pagar a fiança, no valor de 200 salários mínimos, em torno de R$ 242 mil. Segundo nota do TJSP, Renan ainda terá de comparecer a todos os atos do processo quando convocado e manter endereço atualizado, além de estar proibido “de frequentar bares, prostíbulos e casas de show”. O zagueiro ainda precisará entregar o passaporte à Polícia Federal, também no prazo de 72 anos, sob pena de revogação da liberdade provisória. O acidente ocorreu às 6h40 de sexta-feira, na Rodovia Alkindar Monteiro Junqueira, no bairro Quinta da Baronesa, em Bragança Paulista (SP). Renan foi detido por homicídio culposo e passou a noite na cadeia pública de Piracaia (SP), cidade vizinha. Na decisão referente à audiência de custódia deste sábado, foi informado que o zagueiro não possuía permissão para dirigir e estava conduzindo “sob a influência de álcool”. As imagens da tragédia mostram que o defensor estava com o carro na contramão. Tanto o Bragantino, clube ao qual Renan está emprestado até o fim da temporada, como o Palmeiras, com quem o jogador é vinculado até 2025, manifestaram-se na sexta-feira, por meio de notas oficiais. Os dois times informaram que acompanham o caso de perto e se colocaram à disposição das autoridades e dos familiares da vítima, com os quais se solidarizaram. O Bragantino enfrenta o Fluminense neste domingo (24), às 16h (horário de Brasília), no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ), pelo Campeonato Brasileiro. A Rádio Nacional transmite o duelo ao vivo. A lista de jogadores relacionados pelo Massa Bruta foi divulgada neste sábado. O nome de Renan, evidentemente, não está nela. Fonte

Em Manaus, bebê morre asfixiado ao dormir em rede com mãe adolescente de 14 anos

Na madrugada deste sábado, 23, um bebê de apenas dois meses morreu após a mãe dele, uma adolescente de 14 anos, que não teve a identidade revelada, no momento em que dormiam, rolar por cima do filho. De acordo com a Polícia Militar (PM), o caso ocorreu na própria residência da jovem mãe, no beco Adalto, rua Marçal, no bairro Raiz, na zona Sul de Manaus. Os relatos da polícia dizem que a mãe e o bebê dormiam em uma rede, quando por volta das 4h30, o avô do bebê acordar e perceber que a criança estava por baixo da mãe adolescente. Os familiares ainda tentaram reanimar a criança, sem sucesso. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, somente para confirmar a morte por asfixia. A perícia informou que o bebê não apresentava sinais de violência, mas que provavelmente a morte já tivesse ocorrido há cerca de seis horas, uma vez que já apresentava rigidez cadavérica. Após o cadáver ser encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), a adolescente de 14 anos e a avó do bebê morto foram encaminhadas para a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) para prestar mais esclarecimentos sobre o caso, que segue sendo apurado pela Especializada. Fonte

ECA faz 32 anos e tem desafios ampliados pela pandemia

Considerado marco para os direitos humanos no Brasil e usado como modelo mundo afora, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) chega hoje (13) aos 32 anos. Após mais de dois anos de pandemia, pesquisadores ainda se debruçam sobre os dados para mensurar os prejuízos em diversas áreas, como evasão escolar, violência doméstica e coberturas vacinais, mas destacam que o estatuto continua a apontar o caminho para a proteção integral das crianças e adolescentes. Especialista em Proteção da Criança no Fundo das Nações Unidas para a Infância no Brasil (Unicef Brasil), Luiza Teixeira considera que as crianças e adolescentes foram quem mais sofreram os efeitos da pandemia de forma indireta, devido ao isolamento social, à superlotação das unidades de Saúde e à suspensão de serviços da rede de proteção. Tudo isso se soma ao fechamento das escolas para conter a propagação do vírus, o que, além da educação, impactou na saúde mental de crianças e adolescentes. “Durante estes tempos excepcionais, os riscos de maus-tratos, negligência, violência física, psicológica ou sexual, discriminação racial, étnica ou de gênero e ainda o trabalho infantil foram maiores do que nunca para meninas e meninos. E com o aumento da pobreza, elas e eles ficaram ainda mais expostos às violências e às discriminações”, afirma. Essas foram algumas das áreas em que o ECA mais tinha promovido avanços desde 1990, quando foi promulgado. Naquele ano, uma em cada cinco crianças e adolescentes estava fora da escola; a cada mil bebês nascidos, quase 50 não chegavam a completar um ano; e cerca 8 milhões de crianças e adolescentes de até 15 anos eram submetidos ao trabalho infantil. Passadas três décadas, o percentual de crianças e adolescentes fora da escola havia caído de 20% para 4,2%, a mortalidade infantil chegou a 12,4 por mil, e o trabalho infantil deixou de ser uma realidade para 5,7 milhões de crianças e adolescentes. Esses números, porém, são todos de antes da covid-19 chegar ao Brasil. Uma pesquisa publicada pelo Unicef no ano passado mostrou que mais de 5 milhões de meninas e meninos de 6 a 17 anos não tinham acesso à educação no Brasil em novembro de 2020. Desses, mais de 40% eram crianças de 6 a 10 anos, faixa etária em que a educação estava praticamente universalizada antes da pandemia, disse Luiza Teixeira. “Conhecer o Estatuto da Criança e Adolescente é fundamental para que elas sejam vistas e tratadas como sujeitos de direito por suas famílias, comunidade e pelo poder público. É importante, ainda, avaliar as políticas para a infância e adolescência implementadas a nível nacional e local, pensar em um plano de prevenção das violências, e fortalecer as capacidades do Sistema de Garantia de Direitos para prevenir e responder às violências de forma eficaz”, disse Luiza. Para o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos, Maurício Cunha, a violência é o maior desafio na promoção dos princípios garantidos pelo ECA – Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil Violência O Unicef destaca que, mesmo antes da pandemia, a violência estava entre os maiores desafios para garantir os direitos das crianças e adolescentes brasileiros. Uma publicação do fundo das Nações Unidas e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançada em 2021, apontou que, entre 2016 e 2020, houve quase 35 mil mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes. O cenário mapeado pelo estudo trazia um aumento da violência, com os dados mostrando 27% mais mortes entre crianças de até 4 anos e 44% dos crimes acontecendo na residência das vítimas. “A escola se configura como um espaço de proteção, onde é possível observar mudanças de comportamento que podem indicar sinais de violência e realizar o devido encaminhamento para operadores do Sistema de Garantia de Direitos, incluindo o Conselho Tutelar, os serviços de Saúde, e os centros de Referência Especializados de Assistência Social”, disse Luiza. Para o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos, Maurício Cunha, a violência é o maior desafio na promoção dos princípios garantidos pelo ECA, problema que precisa ser enfrentado com maior integração dos órgãos responsáveis pela proteção de crianças e adolescentes e empenho das famílias e de toda a sociedade. “A criança e adolescente são o público no Brasil que mais sofre violência. Posso falar isso com segurança, porque a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos fica no nosso ministério, e a maior parte das denúncias de violação de direitos são de crianças e adolescentes. São o público mais vulnerável. Colocaria esse como o maior desafio, e, dentro disso, o fato de que a violência, em mais de 80% dos casos, é intrafamiliar”, afirma. “No Brasil, morrem mais de 7 mil crianças por ano vítimas de violência, vitimas de agressão. A sociedade é extremamente violenta contra crianças e adolescentes”. A escola se configura como um espaço de proteção, disse a especialista em Proteção da Criança no Fundo das Nações Unidas para a Infância no Brasil (Unicef Brasil), Luiza Teixeira  – REUTERS / Amanda Perobelli/direitos reservados Pandemia Nos 32 anos do ECA, Cunha avalia que houve avanços em todas áreas, mas muitas delas sofrem com retrocessos desde o início da pandemia. Ele conta que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos firmou uma parceria com a Universidade de Brasília para a produção de um estudo amplo que mensure as perdas desde 2020. “Houve um retrocesso de cerca de 10 anos no acesso à educação. Temos identificado fortemente um aumento nos casos de sofrimento psíquico, automutilação, suicídio, problemas de ordem psicológica, diminuição da cobertura vacinal e aumento do trabalho infantil, que era um tema em que o Brasil tinha avançado muito e na pandemia houve um aumento. Mas ninguém sabe ainda o impacto real da pandemia sobre a infância”, disse. Para Cunha, seja qual for esse impacto, o caminho a seguir está indicado no ECA, que define os direitos da criança e do adolescente como prioridade absoluta para as políticas públicas. “O ECA é considerado uma lei

Sete meses depois, Cuca está de volta ao comando do Atlético-MG

O Atlético-MG agiu rápido após a demissão de Antonio “Turco” Mohamed e acertou o retorno de Cuca. O treinador de 59 anos, que levou o Galo aos títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil em 2021, foi anunciado neste sábado (23), um dia após o clube definir a saída do técnico argentino. Cuca deixou o Atlético em dezembro do ano passado, alegando “motivos pessoais, de ordem familiar”, conforme a nota divulgada pelo Galo na ocasião. O comunicado ainda informava que o técnico não comandaria outra equipe em 2022. O substituto dele foi justamente Turco Mohamed. “Tive um chamado da diretoria e, momentaneamente, interrompo o meu projeto. Não podia deixar de atender esse chamado da diretoria, da massa [torcida] e poder me unir novamente ao grupo de jogadores nessa empreitada difícil, mas com bastante otimismo para que possamos atender aos anseios de todos. Nossa história com o Galo é muito grande, muito bonita. Não tinha como, nesse momento, negar meus serviços ao clube que tanto amo”, declarou Cuca, em vídeo divulgado pelo Atlético. A previsão é que a reestreia de Cuca seja no próximo domingo (31), às 16h (horário de Brasília), contra o Internacional, no Beira-Rio, em Porto Alegre, pela 20ª rodada do Brasileiro. Ele chega à Belo Horizonte na segunda-feira (25). Neste domingo (24), diante do Corinthians, às 18h, no Mineirão, o Atlético será comandado pelo auxiliar permanente Lucas Gonçalves. O técnico assume o Galo na terceira posição do Brasileiro, com 32 pontos, quatro atrás do líder Palmeiras. A equipe também está viva na Libertadores, classificada para as quartas de final, onde terá justamente o Verdão pela frente, mesmo adversário que eliminou os mineiros na edição passada da competição, na semifinal. Será a terceira passagem de Cuca pelo Atlético. Ele dirigiu a equipe alvinegra em 224 jogos, com 128 vitórias, 48 empates, 48 derrotas e 64,2% de aproveitamento. O primeiro trabalho foi realizado entre 2011 e 2013, marcado pelo bicampeonato mineiro (2012 e 2013) e o inédito título da Libertadores (2013). O segundo, entre março e dezembro do ano passado, teve as conquistas do Estadual, da Copa do Brasil e do Brasileiro, que não vinha desde 1971. Fonte

Justiça cobra obras de prevenção para evitar tragédias em Petrópolis

A Justiça do Rio de Janeiro estabeleceu prazo até o dia 2 de agosto para que a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Obras (Seinfra) inicie a fase de execução de obras estruturais no município de Petrópolis, na região serrana do Rio, como forma de prevenção às chuvas do próximo verão. O juiz Jorge Luiz Martins Alves, da 4ª Vara Cível de Petrópolis, teme que a demora no início das obras possa resultar em nova tragédia no município, como a que ocorreu em fevereiro, com alagamentos e deslizamentos que provocaram a morte de 233 moradores. Na decisão, o magistrado escreveu: “Determino que o estado do Rio, pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Obras, até, e inclusive, 2 de agosto de 2022, inicie a fase de execução das obras estruturais, e que até, e inclusive, 4 de agosto, protocolize petição instruída com meios documentais e fotográficos que comprovem o cumprimento do comando judicial”. Na ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, o juiz homologou o compromisso firmado pelo governo do estado, por meio da Seinfra e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e pelo próprio município de Petrópolis, que acordaram realizar uma série de ações para a implementação de um sistema de macrodrenagem no Centro Histórico de Petrópolis como forma de prevenção a alagamentos na cidade. No prazo máximo de 180 dias, deverão ser realizadas obras estruturais postas em projeto executivo, ou em perícia, para o estabelecimento de sistema de drenagem de águas pluviais como solução para as inundações das vias e residências próximas aos rios Quitandinha e Piabanha. Também está prevista a recomposição ambiental de medidas mitigadoras e/ou compensatórias, onde a recomposição da mata ciliar se revelar impossível ou inviável. O juiz fixou ainda prazo de 10 dias para que a Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) inicie a limpeza das calhas, com a retirada de lixo e matagal dos rios Quitandinha e Verna, assim como a limpeza das calhas e o desassoreamento do rio Palatino. Fonte

Sesc São João de Meriti apresenta contos literários

O Sesc São João de Meriti, na Baixada Fluminense, apresenta hoje (23) o projeto Reconto – Cada qual no seu recanto, a partir das 16h. A entrada é gratuita. De acordo com a contadora de histórias Benita Prieto, idealizadora do projeto, “cada povo tem sua mitologia, histórias que contam sobre o tempo e as origens das coisas que vemos ou apenas acreditamos existir. Para São João de Meriti, vamos conhecer mitos que vêm de terras africanas, indígenas e de outros povos. Eles nos ajudam a entender o mundo”. O evento faz parte do edital Sesc RJ Pulsar e será apresentado ao vivo e no formato híbrido, reunindo os contadores de histórias José Mauro Brant, Lucia Morais e Rogério Andrade Barbosa, que estarão no palco do Sesc, enquanto Benita Prieto e Tâmara Bezerra narram seus contos por um telão, respectivamente de Portugal e Ceará. Entre as histórias que serão apresentadas está A conquista do Fogo, mito do povo Suruí, de Roraima, contada por José Mauro Brant. Projeto O projeto foi criado durante o período mais difícil da pandemia, que paralisou o setor cultural. Os contadores de histórias buscaram se reinventar e encontraram na internet o seu refúgio. Em formato 100% online e ao vivo, o projeto já contou com participação de artistas de todos os cantos do Brasil e do mundo, como diz o título, “cada qual no seu recanto”, mostrando a diversidade de linguagens narrativas e seus diferentes sotaques. A direção artística é de José Mauro Brant, premiado ator, autor teatral, que divide a curadoria com Benita Prieto, contadora de histórias e produtora de eventos na área da leitura e literatura, que hoje mora em Alhandra, Portugal. Brant explica que “entre 2020 e 2021 fizemos 10 edições 100% online do projeto Reconto, inspirados no livro Decameron, de Bocaccio, onde um grupo de 10 jovens se refugiam da pandemia da peste negra e passam 10 dias contando histórias. Nosso refúgio foi a internet e, como Bocaccio, vivemos 10 jornadas de histórias, que nos possibilitaram encontros memoráveis”. O Sesc São João de Meriti/Teatro Sesc fica na Avenida Automóvel Clube, 66, centro. Fonte

Anestesista é indiciado por estupro de vulnerável

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável. Ele estuprou uma mulher na hora do parto. O inquérito, enviado à Justiça, foi concluído pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde ocorreu o crime.  De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), 19 pessoas foram ouvidas no inquérito e os medicamentos usados pelo médico no parto foram periciados. Outros cinco casos continuam sendo investigados pela Deam. Entre eles estão os de duas mulheres que tiveram filhos no mesmo domingo (10) e foram sedadas por Giovanni Quintella Bezerra. A delegada Bárbara Lomba, titular da Deam, que presidiu o inquérito e está à frente das investigações, ainda apura a possibilidade de o crime ter sido praticado também em mais de 30 mulheres que passaram por procedimentos com o médico. Réu Na sexta-feira passada (15), o anestesista virou réu pelo crime de estupro de vulnerável. A decisão foi do juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que recebeu denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra o médico. Na denúncia, os promotores apontaram que “o crime foi cometido contra mulher grávida e com violação do dever inerente à profissão”. O MP pediu ainda que fosse decretado sigilo no processo, para preservar e resguardar a imagem da vítima. O processo contra o anestesista começou com a gravação do crime feita pela equipe de enfermagem que participava do parto, depois de desconfianças sobre o comportamento do médico. De posse das imagens, os enfermeiros comunicaram os fatos à chefia do hospital, que acionou a Polícia Civil. Os agentes fizeram a prisão em flagrante do anestesista ainda no Hospital da Mulher Heloneida Studart, onde ocorria o parto, em São João de Meriti. No despacho, o magistrado declarou que a denúncia oferecida pelo Ministério Público preenchia os pressupostos legais para o recebimento. “A esse respeito, destaco que a denúncia contém a exposição dos fatos criminosos, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado, a classificação do crime e o rol de testemunhas”, escreveu. Para os promotores que ofereceram a denúncia, Giovanni Quintella Bezerra agiu de forma livre e consciente. “Com vontade de satisfazer a sua lascívia, praticou atos libidinosos diversos da conjunção carnal com a vítima, parturiente impossibilitada de oferecer resistência em razão da sedação anestésica ministrada”, apontaram. O anestesista está preso desde terça-feira (12), na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, para onde são levados os custodiados com nível superior. O médico foi hostilizado pelos outros presos quando chegou ao presídio. Cremerj O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que estão sendo cumpridos os ritos exigidos pelo Código de Processo Ético-Profissional e que Giovanni Quintella Bezerra, desde o dia 12, está impedido provisoriamente de exercer a medicina em todo o país. O Cremerj decidiu ainda instaurar um processo ético-profissional, cuja sanção máxima é a cassação definitiva do registro. “Firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige”, garantiu o presidente do Cremerj, Clóvis Munhoz, no último dia 12. Fonte

Expresso do Brincar chega ao Parque Ibirapuera com atividades lúdicas

O projeto Expresso do Brincar chega ao Parque Ibirapuera neste sábado (23). A ação itinerante, que propõe atividades como forma de aprendizado para as crianças, é realizada pelo Movimento Unidos pelo Brincar e tem apoio institucional da Urban95, Fundação Bernard van Leer e Instituto Alana. Além de São Paulo, o projeto passará por 11 cidades, mostrando a aprendizagem lúdica entre pais e cuidadores para a valorização de brincadeiras como fator de desenvolvimento integral das crianças. O Expresso do Brincar tem como cenário um trem e traz estações temáticas, nas quais responsáveis e crianças podem interagir com atividades de acordo com o interesse. A ideia é adaptar espaços às necessidades das crianças, inserindo brincadeiras espontâneas nas rotinas dos pequenos. O projeto entende que brincar é a linguagem das crianças e uma oportunidade de interação positiva. A proposta prioriza comunidades mais vulneráveis. Entre as estações disponíveis está a Estação Artista, onde quadros, tintas, pincéis e outros objetos estimulam a criação. Na estação Mundo da Imaginação, o convite é para explorar o espaço, brinquedos e outros elementos disponíveis. Já a Estação Serelepe põe à disposição estímulos motores, levando em consideração a acessibilidade. A Estação Sossego é voltada para a concentração e a atenção. Para construir os próprios brinquedos, o destino é a Estação Mão na Massa. E, para viajar por brincadeiras regionais, basta chegar à Estação Memórias. O circuito vai passar pelas seguintes cidades: Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes (SP), São José dos Campos (SP), Juiz de Fora (MG), São João del Rei (MG), Belo Horizonte (MG), Uruçuca (BA), Serra Grande, (BA), Mata de São João (BA) e Salvador. O próximo destino, nos dias 27 e 28, é o Espaço Alana, no bairro Jardim Pantanal, ainda em São Paulo.  A cada parada, o projeto deixa materiais de apoio para que os parceiros locais possam seguir com o trabalho de estimular o aprendizado por meio de brincadeiras. Será disponibilizada, por exemplo, uma biblioteca com 80 livros para guiar as experiências das crianças desses lugares. O projeto faz parte da campanha global Construa o Mundo do Brincar. Como reforço da iniciativa, a ChangeX criou uma plataforma de engajamento comunitário com um fundo no valor R$ 850 mil. A proposta é capacitar e estimular grupos comunitários, pais e cuidadores a criarem mais experiências lúdicas para crianças.   Fonte

“Doses de reforço contra covid-19 salvam vidas”, diz especialista

Tomar a dose de reforço e manter o esquema de vacinação completo e atualizado ajuda a salvar vidas. A afirmação é de Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “Todos os lugares tiveram uma queda da imunidade com o decorrer do tempo após a imunização. E eles viram que essa queda era ainda mais acentuada quando se considerava as variantes aparecendo”, afirmou. “Isso nos obrigou a instituir as doses de reforço que salvam vidas. As pessoas que estão adequadamente vacinadas, com duas doses e mais o reforço, e que estão pegando covid-19, estão tendo formas leves. No máximo, moderadas. Mas não estão internadas, entubadas ou morrendo. Isso é indiscutível. Isso ocorre no mundo inteiro”, acrescentou. Em entrevista à Agência Brasil, Mônica lembrou que as vacinas atuais não foram desenvolvidas para as variantes do novo coronavírus, mas para aquele vírus original, o primeiro identificado em Wuhan, na China. Apesar disso, essas vacinas continuam apresentando uma boa proteção contra a doença. “São vacinas que têm mantido seu papel principal que é evitar formas graves e óbitos, independente das variantes”, observou. Para ela, as pessoas precisam lembrar que o mundo enfrentou momentos bem difíceis na pandemia, com a internação e morte de milhões de pessoas. E que isso ainda não acabou. Por isso, os cuidados e a vacinação devem continuar sendo uma constante. “As pessoas têm memória curta. Há muito pouco tempo a gente estava disputando leitos, correndo atrás de oxigênio para usar em quem estava precisando e agonizando. A gente estava num colapso de saúde pública, vivendo uma situação horrível. E as pessoas já não lembram mais disso por quê? A pandemia ainda não acabou. Estamos com a circulação dessas variantes, principalmente da BA.4 e BA.5. Há um ligeiro aumento de casos, estamos tendo um novo pico”, destacou a diretora da SBIm. Para ela, faltam campanhas para estimular as pessoas para que ampliem os esquemas vacinais. E não somente contra a covid-19. “Eu acho que primeiro faltou uma campanha de comunicação mais efetiva. Essa dificuldade logística também. Você não sabe que posto vai estar aberto, qual vacina que vão te dar lá. Tem acontecido falta de comunicação com a população desde o começo da covid-19”, alertou. “Agora, é um momento para a gente aumentar essa cobertura para a terceira e quarta doses, quer dizer, o primeiro e o segundo reforço, e as pessoas têm que ser motivadas”, reforçou. Caderneta de vacinação Para Mônica, as pessoas devem continuar se vacinando não só contra a covid-19, mas atualizando a caderneta de vacinação também para outras doenças. Afinal, diz ela, a vacinação também é um ato coletivo de cuidado com o outro. “A vacina vai muito além de te proteger contra doenças, ela protege a sociedade. A baixa cobertura vacinal está nos colocando em risco real. Nova York teve um caso de pólio esta semana. A gente teve em Israel, outro [caso] na Inglaterra, em alguns países da África. Nós estamos com cobertura da pólio baixíssima e, se a gente não voltar a vacinar como antes, nós vamos ter pólio e sarampo de novo. Não é uma brincadeira: a gente precisa que todo mundo faça seu papel como cidadão e tenha responsabilidade também com os outros. A decisão de não se vacinar também atinge outras pessoas”, afirmou. “Qualquer sociedade civilizada entende que o interesse coletivo prevalece sobre direitos de escolhas individuais. Vacinação é um ato coletivo”, observou. Riscos Quase seis milhões de pessoas deixaram de completar o seu esquema vacinal contra a covid-19 no Rio Grande do Sul, revela levantamento divulgado esta semana pelo governo gaúcho. Em São Paulo, cerca de 2,4 milhões de pessoas ainda não tomaram sequer a segunda dose de imunizante e outras 19,4 milhões de pessoas já estão aptas, mas não retornaram aos postos para tomar as doses de reforço. No mês passado, o governo do Rio de Janeiro apontava seis milhões de faltosos acima dos 18 anos que não haviam recebido quaisquer doses de reforço no estado. Deixar de completar o esquema vacinal é se colocar em risco. Com o vírus da covid-19 ainda em alta circulação no Brasil, tomar as doses de reforço disponíveis nos sistemas de saúde significa fortalecer os níveis de proteção contra a doença, inclusive contra as subvariantes da Ômicron, que já respondem pela maior parte dos casos confirmados no país. Levantamento feito pelo Instituto Todos pela Saúde e divulgado no último dia 21 aponta que os casos prováveis de Covid-19 provocados pelas subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron – e que fizeram diversos países apresentarem uma nova alta de casos – já representam a quase totalidade das ocorrências identificadas no Brasil (96,9%). “Todos que têm o direito a doses adicionais dos imunizantes disponíveis; os que ainda não tomaram nenhuma dose devem procurar os postos de vacinação o quanto antes: o reforço vacinal é essencial para enfrentarmos o cenário epidemiológico atual e reduzir os impactos à saúde”, reforçou o instituto nas redes sociais. A vacina contra a covid-19 fornece para o sistema imunológico ferramentas para que ele possa identificar e combater o vírus, funcionando como um reforço para as defesas naturais do corpo humano. E, ao se tomar as doses de reforço, essa proteção aumenta. Foi o que apontou estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas. Ele demonstrou, ainda, que essa proteção tende a cair após seis meses da aplicação da dose, mas, ao se tomar a dose adicional, essa proteção começa a se restabelecer novamente. Fonte