Vice-governador Tadeu de Souza inaugura quatro unidades móveis do PAC e amplia serviços de cidadania

Representando o governador Wilson Lima, o vice-governador do Amazonas, Tadeu de Souza, inaugurou, nesta quarta-feira (25/01), quatro unidades móveis do Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) em Manaus. Estruturadas em contêineres, as unidades estão distribuídas, inicialmente, em três pontos das zonas centro-sul e norte. Com isso, a rede de atendimento da capital passa a ter 13 unidades com serviços diversos de cidadania. “Existe um trabalho do governo Wilson Lima de reestruturação dos PACs. Nos últimos dois anos várias unidades foram revitalizadas, houve ampliação dos serviços com a inauguração do PAC em Presidente Figueiredo e Tefé”, disse o vice-governador, que também falou sobre novos investimentos. “Nos próximos meses outras quatro unidades serão inauguradas, inclusive no interior do estado”, acrescentou Tadeu. Com as novas estruturas, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejusc) amplia o acesso aos serviços de cidadania também para a Região Metropolitana, nas cidades que não possuem PACs. Para essa região, o cronograma de municípios está em fase de definição. Hoje, semanalmente, são 32,5 mil atendimentos em nove unidades de Manaus. A expectativa é que esse número aumente para 40 mil. O acesso aos serviços deverá ser feito via aplicativo SASI, onde serão abertas vagas para agendamento semanal. “O objetivo é ficar cada vez mais próximo da população, ampliar o leque de atendimento com mais parcerias, atendimento à população de forma geral. O padrão é o mesmo do PAC normal que fica fixo. Ele vai ter o mesmo tipo de atendimento, mesmo serviço”, disse a titular da Sejusc, Jussara Costa. Cada container possui 12 postos de atendimento e, inicialmente, devem ser instalados no período de 45 dias em cada local selecionado. Ao todo, são 48 novos postos disponíveis para atender à população de Manaus e, posteriormente, a Região Metropolitana. O interior também vai receber as estruturas. Quatro unidades móveis estão sendo preparadas e serão distribuídas em quatro municípios. Novos PACs Os novos PACs funcionarão em horário de expediente, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Qualquer alteração nos horários será comunicada via Sejusc. Dois contêineres foram instalados nas dependências da Escola de Educação Profissional do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), localizado na Rua Marginal Esquerda, no bairro Galileia, zona norte. Somente nessa região, são 24 postos de atendimento abertos. Uma unidade, com capacidade para atender até 12 pessoas ao mesmo tempo, está na área da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM), localizada na avenida Mário Ypiranga, Parque 10 de Novembro, zona centro-sul. A quarta estrutura, que também atenderá até 12 pessoas ao mesmo tempo, está instalada no estacionamento do Shopping Phelippe Daou, na avenida Camapuã, no bairro Cidade de Deus, zona norte. O ajudante de pedreiro Francisco Douglas, 36, morador do bairro Alfredo Nascimento, zona norte de Manaus, levou os dois filhos para solicitar a primeira via do RG. “Eu estou achando bom, porque não tinha e agora está tendo. Está até mais prático a gente chegar, ter o tempo de a gente chegar para tirar. A gente quer o melhor para os nossos filhos e tem que correr atrás. Eles estavam precisando muito na escola deles”, destacou Francisco. Serviços As unidades móveis dos PACs ofertam os serviços que um PAC fixo oferece, como a emissão de RG em primeiras e segundas vias. Além disso, há a emissão das carteirinhas de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), que isenta o portador das tarifas no transporte; orientações sobre o Idoso Empreendedor; pré-cadastro e agendamento para junta militar. Nas unidades móveis dos PACs os usuários da Amazonprev poderão tirar o contracheque; cédula C; cadastro no portal do segurado; atualização de cadastro; consulta e andamento de processos; orientação de checklist de pensão por morte; e sobre o aplicativo “Meu RPPS”. Aqueles que estiverem em busca de emprego poderão ser auxiliados para o cadastro de currículo na Secretaria de Trabalho e Empreendedorismo (Setemp), além de orientações sobre o seguro desemprego e a carteira de trabalho digital. Agendamento Para solicitar atendimento é preciso agendar via aplicativo SASI, que abre vagas todas as quintas-feiras. O primeiro passo é baixar o aplicativo, fazer o cadastro e depois colocar o código “SJPAC”. Em seguida, é só acessar o primeiro canal, que é onde se solicita o agendamento. Após a solicitação feita, a pessoa recebe uma mensagem, pelo e-mail e telefone cadastrados no aplicativo, em até 72 horas, com a confirmação do serviço via SMS ou e-mail. Além do agendamento, o aplicativo também conta com as abas “Conheça o PAC”, “Notícias”, “Sugestões e Reclamações”, e está disponível para celulares Android e iPhone (iOS). A cerimônia de entrega teve a presença dos vereadores Diego Afonso, Glória Carrete, Allan Campelo, do deputado eleito Daniel Almeida e secretários de estado. FOTOS: Alex Pazuello/Secom Fonte

Fenaj: Brasil registra uma agressão a jornalista por dia em 2022

Em 2022, foram registrados 376 casos de agressões a jornalistas e veículos de comunicação no Brasil, o que equivale a praticamente um caso por dia. Os dados são do Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2022, divulgado hoje (25) pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). De acordo com o levantamento, os números, apesar de elevados, são menores que os de 2021, ano recorde desde o início da série histórica feita pela federação, quando foram registrados 430 casos. Apesar da queda de 12,53% em relação ao ano anterior, o relatório constata que as agressões diretas a jornalistas tiveram crescimento em todas as regiões do país. O relatório aponta que a descredibilização da imprensa voltou a ser a violência mais frequente, em 2022, apesar de ter diminuído em 33,59% em comparação com o ano anterior. Foram 87 casos de ataques genéricos e generalizados, que buscaram desqualificar a informação jornalística. Em 2021, foram 131 episódios. Segundo o estudo, houve crescimento de 133,33% nas ocorrências de ameaças, hostilizações e intimidações, que foi a segunda categoria com maior número de ocorrências em 2022, com 77 casos (44 a mais que os 33 registrados em 2021). Em seguida, aparece a censura, que foi a categoria de violência com maior número de casos, em 2021, e caiu para a terceira posição, em 2022. “A queda foi de 54,96% e muito provavelmente se deu pela diminuição no número de denúncias e não dos episódios propriamente ditos, a grande maioria na Empresa Brasil de Comunicação (EBC)”, diz a Fenaj. As agressões verbais tiveram queda de 20,69%, em comparação com o ano anterior. Mas as agressões físicas aumentaram 88,46%, passando de 26 para 49. Os impedimentos ao exercício profissional cresceram 200%: foram sete casos em 2021 e 21, em 2022. Também tiveram crescimento significativo (125%) os ataques cibernéticos a veículos de comunicação, passando de quatro para nove episódios. “O ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como nos três anos anteriores, foi o principal agressor. Sozinho, ele foi responsável por 104 casos (27,66% do total), sendo 80 episódios de descredibilização da imprensa e 24 agressões diretas a jornalistas (10 agressões verbais e 14 hostilizações)”, afirma a Fenaj. De acordo com a presidenta da Fenaj, Samira de Castro, esse resultado pode ser explicado pela tensão política no país. “A sociedade passa nesse momento de tensionamento político a questionar as instituições estabelecidas. A imprensa é uma dessas instituições. Então a gente precisa de um discurso institucional que valorize o jornalismo profissional a partir de agora, para poder a própria sociedade entender, que quando ela agride um jornalista, ela está retirando dela mesma o direito de ser informada.” Samira aponta meios para reverter a situação. “É preciso campanhas de sensibilização, a instalação do próprio Observatório Nacional da Violência contra o Jornalista, um protocolo nacional de segurança com as forças policiais porque também são forças agressoras da imprensa. E a partir de tudo isso, a sociedade voltar a compreender que o jornalismo é, sim, uma forma de conhecimento imediato da realidade e que estabelece um direito humano, que é você ser informado e poder saber da sua realidade imediata a partir do trabalho das repórteres, dos repórteres, enfim, de todos os jornalistas.” Ainda de acordo com a presidenta da Fenaj, os jornalistas não devem naturalizar as agressões sofridas e precisam procurar imediatamente os sindicatos de classe e as delegacias de polícia ao serem vítimas de algum tipo delas. “A impunidade é um combustível para toda a violência contra a categoria.” A Região Centro-Oeste continua a mais violenta para os profissionais de imprensa. O Distrito Federal é o líder no número de casos, com 30,57% dos registros, o que equivale a 88 ocorrências. “Lá é a sede do poder central. Depois do resultado do segundo turno da eleição presidencial ocorreram muitas agressões a jornalistas”, disse Samira. O relatório ainda destaca o brutal assassinato do jornalista britânico Dom Phillips, em uma emboscada, junto com o indigenista Bruno Pereira, em Atalaia do Norte, no Amazonas. “O assassinato de Dom Phillips foi o único ataque fatal a jornalista registrado em 2022, mas a repercussão internacional mostrou ao mundo a gravidade da situação brasileira no quesito violência contra jornalistas e outros defensores dos direitos humanos”, diz a Fenaj. Fonte

Gleisi Hoffmann defende empréstimos do BNDES para Argentina

O anúncio feito na segunda-feira (23) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que bancos estatais brasileiros, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES ) e o Banco do Brasil, voltarão a bancar obras e serviços em outros países repercutiu mal no mercado financeiro. Apesar disso, a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa o presidente Lula. “O BRASIL VAI FINANCIAR EMPRESAS BRASILEIRAS PARA ELAS VOLTAREM A EXPORTAR BENS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA GERANDO EMPREGOS QUALIFICADOS NO BRASIL. É sobre isso a fala do presidente Lula na Argentina. Ou vamos ficar passivos enquanto a China avança no mercado internacional?!”, disse a deputada Ao comentar a possível ajuda brasileira para bancar projetos de infraestrutura, o presidente Lula citou a disponibilidade do BNDES para financiar projetos como o gasoduto que levará gás da Argentina até outros países, como o Brasil. Venezuela e Cuba ainda devem US$ 529 milhões, o que equivalente a 25% do total emprestado pelo BNDES aos dois países nos governos Lula e Dilma, apontam dados disponíveis na página do banco estatal. Fonte

No Uruguai, Lula defende acordo entre China e Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (25) que “é possível” discutir a adoção de um acordo de livre comércio entre a China e o Mercosul, bloco econômico que engloba Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de países associados. Lula viajou nesta quarta-feira para Montevidéu, no Uruguai, onde se reuniu com o presidente do país, Luis Lacalle Pou. O objetivo da visita foi discutir o fortalecimento do Mercosul, diante das negociações avançadas entre Uruguai e China para o estabelecimento de um acordo comercial independente entre os dois países. Para o presidente brasileiro, antes é preciso destravar a ratificação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, esse acordo comercial precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. No entanto, diversos países europeus suspenderam a aprovação do acordo, o que exigirá negociações adicionais. “Vamos intensificar as discussões com a União Europeia e vamos firmar esse acordo para que a gente possa discutir apenas um possível acordo entre China e Mercosul e eu acho que é possível”, disse em declaração à imprensa ao lado de Lacalle Pou. “Apesar do Brasil ter na China o seu maior parceiro comercial e do Brasil ter um grande superávit com a China, nós queremos sentar, enquanto Mercosul, e discutir esse acordo com nossos amigos chineses”, completou. Lula afirmou ainda que está de acordo com a visão de Lacalle Pou sobre a “inovação e renovação” do Mercosul. Segundo ele, as ideias serão tratadas, primeiramente, no nível técnico, depois ministerial e, então, entre os presidentes dos países que compõem o bloco. “Os pleitos do presidente Lacalle Pou são mais que justos. Primeiro porque o papel de um presidente é defender os interesses do seu país, da sua economia e do seu povo. Segundo porque é justo querer produzir mais e querer vender mais e por isso é importante se abrir o quanto mais possível para o mundo dos negócios”, disse Lula, defendendo que o todos os países da região devem crescer juntos. “Eu voltei a ser presidente não apenas para resolver os problemas do povo brasileiro, eu voltei porque acredito no multilateralismo e quero fortalecer o Mercosul, a Unasul, a Celac e quero brigar por uma nova governança mundial, completou o presidente. Para Lacalle Pou, o Mercosul precisa ser moderno, flexível e aberto ao mundo. Segundo ele, o Uruguai está em negociação com a China, mas não há impedimento em dividir as informações com os demais países do bloco sul-americano. “Vamos criar uma equipe técnica entre Uruguai e Brasil e outros países interessados para avaliar o que queremos e precisamos no nosso relacionamento com a China”, disse. Questões bilaterais Os projetos de infraestrutura para a integração de Brasil e Uruguai também foram tema do encontro. Um dos pleitos do presidente Lacalle Pou é o apoio do Brasil para a internacionalização do aeroporto da cidade de Rivera, que faz fronteira seca com Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Lula afirmou que discutirá a questão prontamente com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. O Uruguai também defende a ampliação da ponte que liga as cidades de Jaguarão, no lado brasileiro, e Rio Branco, no lado uruguaio. A construção de uma segunda ponte também estava em discussão com o governo do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Lula, as discussões sobre essa obra começaram ainda em seu primeiro mandato. “Pensei que essa ponte já estava pronta e hoje soube que nem começou. Quero assumir de novo esse compromisso que vamos fazer essa ponte. Interessa ao Brasil, ao Uruguai, ao povo dos dois países”, disse. Por último, Lacalle Pou falou sobre a criação de uma hidrovia na Lagoa Mirim e na Lagoa dos Patos. Para isso, é preciso realizar a dragagem do canal no lado brasileiro. “O montante [de recursos] não será muito elevado, mas será importante para as duas nações”, disse o uruguaio. Nesta tarde, Lula também participa de uma cerimônia na prefeitura de Montevideu, onde receberá a medalha Más Verde, em reconhecimento aos seus esforços em defesa do meio ambiente. Após a entrega do prêmio, ele fará uma visita pessoal ao ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, na chácara dele, nos arredores da capital uruguaia. A previsão é de que a comitiva de Lula deixe Montevideu logo após este compromisso, com destino a Brasília. Antes do Uruguai, Lula esteve em Buenos Aires, na Argentina, onde se reuniu com o presidente do país, Alberto Fernándes, para retomar as relações entre os dois países, e participou da cúpula de líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), além de outros compromissos e encontros bilaterais com lideranças. Fonte

Lanchonete pega fogo após frigideira elétrica ser esquecida na tomada em Manaus

Foto: Reprodução/Internet Uma lanchonete pegou fogo na manhã desta quarta-feira (25), após uma frigideira elétrica ser totalmente esquecida na tomada do estabelecimento. O acidente aconteceu no Santo Antônio, bairro localizado na Zona Oeste de Manaus. Segundo informações repassadas pelo Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM), o eletrodoméstico foi esquecido na tomada e causou um superaquecimento ainda na madrugada. Em minutos, as chamas invadiram o espaço e tomaram conta da lanchonete, causando riscos aos outros locais que ficam no mesmo espaço que o lanche. Por sorte, não há registro de feridos e as chamas já foram controladas pela equipe do Corpo de Bombeiros. Fonte

Delegados envolvidos em mortes e torturas são condenados a pagar 1 milhão de reais

A Justiça condenou os ex-delegados de São Paulo Aparecido Laertes Calandra, David dos Santos Araújo e Dirceu Gravina, acusados de tortura e mortes durante a ditadura militar, a pagar indenização de R$ 1 milhão, cada um, a título de dano moral coletivo. Os três são aposentados. A sentença foi dada pela juíza Diana Brunstein, 7ª Vara Cível Federal de São Paulo, que acolheu o pedido do Ministério Público Federal (MPF). Segundo a sentença, dada no último dia 18, o valor da indenização deve ser revertido ao Fundo de Direitos Difusos, que tem por finalidade a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos. Na sentença, a juíza destaca que o pedido do MPF apresenta minucioso relato do contexto histórico da ditadura militar no Brasil e das formas de atuação e estrutura do Destacamento de Operações e Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) e da Polícia Civil e comprova a participação nos atos de tortura e homicídio, “bem como as graves violações de direitos humanos supostamente praticadas pelos corréus pessoas físicas em relação a cada uma das vítimas citadas”. Diana Brunstein ressalta ainda a imprescritibilidade de crimes contra a humanidade, das ações declaratórias e da reparação ao patrimônio público. Entre as vítimas dos delegados estão Vladimir Herzog, Manoel Fiel Filho, Hiroaku Torigoe, Carlos Nicolau Danielli, Joaquim Alencar de Seixas, Aluizio Palhano Pedreira Ferreira, Yoshitane Fijimori. De acordo com a juíza, os delegados usaram o poder de forma ilegal, motivo pelo qual devem ser responsabilizados civilmente. Ainda cabe recurso da decisão de ambas as partes, já que outros pedidos do MPF não foram aceitos pela Justiça. Escadas de acesso às salas de tortura no antigo prédio do DOI-Codi em São PauloRoberto Navarro/Alesp AcusaçõesA ação civil pública foi movida pelo Ministério Público Federal em função das graves violações aos direitos humanos. Os alvos eram Aparecido Laertes Calandra, conhecido no DOI-Codi como “Capitão Ubirajara”; David dos Santos Araújo, que usava o nome falso “Capitão Lisboa”; e Dirceu Gravina, dono do codinome “JC”. Segundo o MPF, os réus tinham liberdade para repreender organizações de oposição ao governo entre as décadas de 1960 e 1970, por meio do uso generalizado de tortura como forma de obtenção de informações. Tal situação levou à morte de opositores do regime, como a do militante Carlos Nicolau Danielli, dirigente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), nas mãos de Ubirajara; e a de Joaquim Alencar de Seixas, dirigente do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), por parte de Lisboa. Em sua defesa, os delegados alegaram que não torturaram as vítimas e que todas as mortes ocorreram em tiroteio com os “subversivo-terroristas” ou em locais fornecidos por eles mesmos para tentar a fuga ou o suicídio. ResponsabilizaçãoA juíza Diana Brunstein se baseou no “minucioso trabalho” produzido pelo MPF, “a partir de robusta prova documental”, que comprovava “tanto o vínculo dos réus com a estrutura do DOI-Codi” quanto “o envolvimento dos mesmos nos atos de tortura, homicídio e desaparecimento das vítimas em apreço”. Dentre os documentos apresentados estavam autos de exibição e apreensão, correspondências de presos políticos, reportagens investigativas, fichas profissionais e perícia da Divisão Criminalística do governo paulista, além de depoimentos das testemunhas. Assim, a juíza reconheceu que os delegados, “investidos de poder estatal”, causaram “indiscutíveis danos psíquicos/morais à sociedade brasileira como um todo”. Diana lembrou que, mesmo no período do regime militar, a tortura era proibida pela Constituição de 1969, ainda que condutas do tipo fossem institucionalizadas. Pedidos negadosO MPF solicitava que os delegados também fossem condenados a restituir indenizações pagas pela União em razão das mortes e dos desaparecimentos. Mas Diana entendeu que o ressarcimento seria “inconcebível”, pois o Estado foi “conivente com tais ilícitos”. Também não seria possível calcular com precisão o quanto cada réu pagaria. Outro pedido do MPF era pela perda de funções e cargos públicos que os delegados eventualmente estivessem exercendo, pela desconstituição de seus vínculos com o Governo de São Paulo e pela cassação das suas aposentadorias. Porém, a juíza explicou que a Vara Cível não teria competência para tanto. Nada disso poderia acontecer sem a instauração de processo administrativo disciplinar (PAD). A magistrada também rejeitou a condenação dos governos federal e estadual a pedir desculpas formais pelos atos. Isso porque o Estado, “há tempos, reconheceu oficialmente sua responsabilidade pelas mortes e desaparecimentos ocorridos no período da ditadura e vem, ao longo dos anos, promovendo diversos atos que visam o resgate e memória da verdade dos fatos ocorridos em tal momento histórico”. Por fim, o MPF pedia que o governo paulista revelasse os nomes e cargos dos servidores que foram requisitados, designados ou cedidos para atuar no DOI-Codi e especificasse os períodos em que exerceram suas funções no destacamento militar. Diana considerou que o requerimento seria excessivamente genérico e impreciso, “o que dificulta consideravelmente o cumprimento da obrigação”. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil Fonte

Justiça condena três ex-delegados a pagar indenização por tortura

A Justiça condenou os ex-delegados de São Paulo Aparecido Laertes Calandra, David dos Santos Araújo e Dirceu Gravina, acusados de tortura e mortes durante a ditadura militar, a pagar indenização de R$ 1 milhão, cada um, a título de dano moral coletivo. Os três são aposentados. A sentença foi dada pela juíza Diana Brunstein, 7ª Vara Cível Federal de São Paulo, que acolheu o pedido do Ministério Público Federal (MPF). Segundo a sentença, dada no último dia 18, o valor da indenização deve ser revertido ao Fundo de Direitos Difusos, que tem por finalidade a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos. Na sentença, a juíza destaca que o pedido do MPF apresenta minucioso relato do contexto histórico da ditadura militar no Brasil e das formas de atuação e estrutura do Destacamento de Operações e Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) e da Polícia Civil e comprova a participação nos atos de tortura e homicídio, “bem como as graves violações de direitos humanos supostamente praticadas pelos corréus pessoas físicas em relação a cada uma das vítimas citadas”. Diana Brunstein ressalta ainda a imprescritibilidade de crimes contra a humanidade, das ações declaratórias e da reparação ao patrimônio público. Entre as vítimas dos delegados estão Vladimir Herzog, Manoel Fiel Filho, Hiroaku Torigoe, Carlos Nicolau Danielli, Joaquim Alencar de Seixas, Aluizio Palhano Pedreira Ferreira, Yoshitane Fijimori. De acordo com a juíza, os delegados usaram o poder de forma ilegal, motivo pelo qual devem ser responsabilizados civilmente. Ainda cabe recurso da decisão de ambas as partes, já que outros pedidos do MPF não foram aceitos pela Justiça. A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa dos delegados. Fonte

Trio é preso por furtar roupas em loja do Shopping Cidade Leste em Manaus

Dois homens e uma mulher foram presos, nesta terça-feira, por furto no shopping Cidade Leste, no bairro Tancredo Neves, zona leste de Manaus. Por volta das 17h20, a polícia foi acionada para verificar um furto em uma loja de roupa dentro do shopping onde os suspeitos estavam detidos pelo segurança do estabelecimento. Com o trio foram encontradas 15 peças de roupas, tipo bermudas e dois aparelhos celulares. Os suspeitos foram encaminhados para o 14º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Fonte

Stefani e Matos ganham de virada e vão à final do Aberto da Austrália

Após 40 anos, uma dupla mista de brasileiros voltará a disputar um título em um Grand Slam no próximo sábado (28), às 5h30 (horário de Brasília). Os autores da façanha são a campinense Luisa Stefani e o gaúcho Rafael Matos, que se classificaram nesta quarta-feira (25) à final do Aberto da Austrália, em Melborune. A parceria se superou para vencer de virada os anfitriões Marc Polmans e Olivia Gadecki por 2 sets a 1 (parciais de 4/6 6/4 11/9). A vaga foi definida depois que os brasileiros, perdendo por 9 a 8 no tie-break, conseguiram salvar um match-point. Na sequência, desferiu uma devolução irretocável e definiu o jogo. Uma devolução de respeito da Luisa 😎 Vamo chegar grandão na final do #AusOpen! 🎾 📽️ @ESPNBrasil pic.twitter.com/WdVgWwrCnE — Time Brasil (@timebrasil) January 25, 2023 “Jogo duro, com bastante emoção. Tivemos que lutar em cada ponto, tentar achar o caminho. Muito feliz em passar para final, atmosfera incrível jogar na sessão noturna na quadra central Rod Laver. É muito especial. Agora vamos com tudo para a próxima”, destacou Stefani, de 25 anos. A última vez que um dupla mista totalmente brasileira avançou à final foi 1982, em Roland Garros (França), com Cássio Mota e Cláudia Moreno, que foram vice-campeões.  Em 2016, o país levantou a taça de duplas mistas no Aberto da Austrália com a parceria do mineiro Bruno Soares com a russa Elena Vesnina. Stefani e Matos estão invictos em Melbourne. Eles decidirão  no sábado (28) o título inédito para o país contra os indianos Sania Mirza e Rohan Bopanna.  Os adversários avançaram à final após derrotarem a norte-americana Desirae Krawczyk e o britânico Neal Skupski por 7/6 (7-5), 6/7 (5-7) e 10-6. Uma devolução de respeito da Luisa 😎 Vamo chegar grandão na final do #AusOpen! 🎾 📽️ @ESPNBrasil pic.twitter.com/WdVgWwrCnE — Time Brasil (@timebrasil) January 25, 2023 Medalhista olímpica nos Jogos de Tóquio, Stefani vem embalada após faturar no último dia 13 o título de duplas do WTA  500 de Adelaide, último torneio antes do Grand Slam australiano. Atual número 34 do mundo, a campinense já figurou no top 10 do raniking de duplas da WTA. Desde que retornou às quadras em setembro passado – após um ano em recuperação de uma cirurgia no joelho direito – a tenista venceu quatro dos sete torneios que disputou. No ano passado Stefani amealhou os títulos do WTA 250 de Chennai (Índia), WTA 1000 de Guadalajara (México) e WTA 125 de Montevidéu (Uruguai). A brasileira também disputaria o torneio de duplas femininas em Melbourne, ao lado de Caty McNally (Estados Unidos). No entanto, McNally desistiu da competição, poucos minutos antes da estreia, em razão de uma lesão.   Stefani e Matos Rafael  (29º no masculino de duplas da ATP) iniciaram a parceria este ano, para defender o país no United Cup – competição por equipes, em Brisbane (Austrália) – e somaram duas vitorias. O gaúcho chegou a disputar a primeira rodada das duplas masculinas no Grand Slam australiano ao lado do espanhol David Vega Hernández, mas foi eliminado ao perder a estreia para o monegasco Hugo Nys e o polonês Jan Zielinski. Fonte

Vendas do Tesouro Direto atingem R$ 42,417 bilhões em 2022

As vendas de títulos públicos do Tesouro Direto a pessoas físicas, pela internet, somaram R$ 42,417 bilhões em 2022, enquanto dos resgates totalizaram R$ 25,989 bilhões. Com isso, as emissões líquidas foram de R$ 16,428 bilhões no ano passado. Os dados foram divulgados hoje (25), com os resultados do último mês de 2022, pelo Tesouro Nacional. Em dezembro do ano passado, as vendas superaram os resgates em R$ 1,085 bilhão. No mês, as vendas de títulos atingiram R$ 3,463 bilhões, e os resgates, R$ 2,377 bilhões, todos relativos a recompras de títulos. Não houve resgates por vencimento, quando o prazo do título acaba e o governo precisa reembolsar o investidor com juros. Os títulos mais procurados pelos investidores em dezembro foram aqueles corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic, que corresponderam a 61,5% do total. Os títulos vinculados à inflação tiveram participação de 27,4% nas vendas, e os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, de 11,1%. De março de 2021 até agosto de 2022, o Banco Central (BC) elevou a Selic. A taxa, que estava em 2% ao ano, no menor nível da história, saltou para 13,75% ao ano de lá para cá. Os juros altos continuam atraindo o interesse por papéis vinculados aos juros básicos. O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 105,10 bilhões no fim de dezembro, com aumento de 2,1% em relação ao mês anterior (R$ 102,98 bilhões) e de 32,7% em relação a dezembro do ano passado (R$ 79,20 bilhões). Investidores Quanto ao número de investidores, 434.314 novos participantes cadastraram-se no programa no mês passado. O número de investidores atingiu 22.483.236, alta de 37,9% nos últimos 12 meses. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 2.129.196, aumento de 17,4% em 12 meses. No mês de dezembro, o acréscimo foi de 19.626 novos investidores ativos. A procura do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 5 mil, que correspondeu a 82,7% do total de 582.388 operações de vendas ocorridas em dezembro de 2022. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 58,7%. O valor médio por operação foi de R$ 5.946,68. Os investidores estão preferindo papéis de curto e médio prazos. As vendas de títulos com prazo de 1 a 5 anos representaram 80,5% e aquelas com prazo de 5 a 10 anos, 5,1% do total. Os papéis de mais de 10 anos de prazo chegaram a 14,4% das vendas em dezembro. O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Nacional na internet. Fonte de recursos O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar a aplicação e permitir que pessoas físicas adquirissem títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, pela internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só precisa pagar uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos, que é a B3, a bolsa de valores brasileira. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto. A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, os índices de inflação, o câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados. Fonte

Trabalho escravo: 2.575 pessoas foram resgatadas em 2022

No ano passado, 2.575 trabalhadores foram resgatados de condições análogas às de escravo, um terço a mais que em 2021. Do total de resgates em 2022, 35 eram crianças e adolescentes. Os dados são da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Ao todo, foram realizadas 462 fiscalizações que resultaram em mais de R$ 8 milhões em verbas salariais e rescisórias. Como algumas ações ainda estão em andamento, esse valor pode ser corrigido. O Grupo Especial de Fiscalização Móvel realizou um terço das ações e encontrou práticas de trabalho análogo ao de escravo em 17 estados. Entre os 20 estados fiscalizados, apenas Alagoas, Amazonas e Amapá não registraram casos de escravidão contemporânea. Minas Gerais foi o estado com mais ações, tendo mais de mil trabalhadores resgatados. A maior delas ocorreu no município Varjão de Minas, onde 273 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes na atividade de corte de cana-de-açúcar. Dados do seguro-desemprego mostram que nove em cada dez vítimas eram homens, quase um terço tinha entre 30 e 39 anos, e mais da metade eram nordestinos. Cerca de 80% do total de resgatados eram negros ou pardos. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 148 vítimas eram migrantes de outros países, sendo dois terços do Paraguai. Ao todo, o número de estrangeiros resgatados dobrou em relação a 2021. Entre as principais atividades econômicas fiscalizadas usando mão de obra análoga à de escravo, estão: cultivo de cana-de-açúcar; produção de carvão vegetal; cultivo de alho, café, maçã e soja; extração de pedras e madeira; criação de bovinos; construção civil; em restaurantes e confecção de roupas. As denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser enviadas pela internet, ao site do Sistema Ipê. Ouça na Radioagência Nacional Source link

Homem é preso por agredir ex-namorada e quebrar patas de cãozinho em Manaus

Um jovem que não teve a identidade revelada, foi preso em flagrante na última quinta-feira (19), após bater na ex-namorada e em seguida quebrar as patinhas de um cachorro. O crime aconteceu na Zona Oeste de Manaus. Segundo informações, na madrugada da última quinta-feira, ele agrediu fisicamente a ex-namorada ao descobrir que ela queria romper a relação de pouco mais de um ano. Ainda de acordo com informações, a vítima tentou proteger o seu cãozinho e tentou sair do apartamento. A delegada do caso disse que ele asfixiou o animal e deu vários socos no focinho do cão. ‘Ele toma o cachorrinho da mão dela e começa a enforcar e tapar o focinho dele. Ela pediu para que ele largasse o cachorrinho dela. Ele jogou com força o animal no chão, fraturando as duas pernas do cachorrinho’, frisou. Após sair de casa e ‘levar’ o aparelho celular da vítima, a ex-namorada solicitou ajuda de uma guarnição da Polícia Militar que prendeu o homem em flagrante. Ele irá responder por agressão (violência doméstica) e maus-tratos aos animais. Fonte

Monique Medeiros é afastada por decreto da prefeitura do Rio

A mãe do menino Henry Borel, Monique Medeiros, foi afastada de suas funções da Secretaria Municipal de Educação do Rio, onde é funcionária concursada, por suspeita de irregularidades no preenchimento do ponto. Ela também é alvo de uma sindicância aberta pela prefeitura do Rio depois de uma reunião na noite de ontem (24), conforme consta de um decreto do prefeito Eduardo Paes publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (25). O texto cita um artigo do Estatuto dos Funcionários Públicos do Poder Executivo do Município do Rio de Janeiro que trata da suspensão preventiva por 30 dias, podendo se estender até 90 dias. Mas Monique continua a ter direito ao salário e contar tempo de serviço para aposentadoria. A medida tem o objetivo de evitar que ela influencie no resultado de um processo administrativo em andamento desde 2021. Foram encontrados indícios de que a folha de ponto de Monique Medeiros foi preenchida irregularmente até o fim de janeiro, como se a servidora tivesse dado expediente todos os dias, mas bem antes de o mês acabar. “Nós estamos no dia 25 de janeiro. E há indícios de preenchimento irregular do ponto para todo o mês de janeiro. Por isso, abrimos uma sindicância para que se possa ser averiguado com todo o rigor necessário”, explicou o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha. Monique voltou a trabalhar na secretaria municipal em uma função administrativa, no almoxarifado, com remuneração bruta de R$ 3,1 mil, em dezembro de 2022. Pouco mais de um mês depois de retomar às atividades, ela apresentou atestado médico com solicitação de afastamento por 60 dias, que foi negado após perícia médica feita pela prefeitura nessa  terça-feira (24). Ela estava afastada desde abril de 2021, quando foi presa acusada de matar Henry Borel, então com 4 anos. Ré no processo junto com seu ex-namorado e ex-vereador Jairo de Souza, conhecido Dr. Jairinho, aguarda o julgamento em liberdade desde agosto de 2022. Os dois serão julgados pelo 2º Tribunal do Júri. Monique foi solta após decisão monocrática do relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, após o pedido ter sido negado no Supremo Tribunal Federal, pelo ministro Gilmar Mendes. *Estagiário sob supervisão de Akemi Nitahara Fonte

Temas ambientais e defesa da democracia terão atenção especial da AGU

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, disse hoje (25) que a pasta está passando por algumas revisões com relação a suas atuações, em especial com relação a temas ambientais e de defesa da democracia. Durante café da manhã com jornalistas, Messias falou sobre medidas a serem implementadas com relação aos atos antidemocráticos que vandalizaram as sedes dos Três Poderes e sobre a forma transparente como o órgão pretende atuar, inclusive visando um debate mais amplo sobre como atuar, dentro dos limites constitucionais, para combater a desinformação. Segundo o advogado-geral da União, o país herdou, do governo anterior, “um quadro de instabilidade institucional”. Entre os principais desafios, citou, do ponto de vista do Estado, resgatar a confiabilidade; zelar pela estabilidade e segurança jurídica. A questão ambiental foi citada entre as prioridades, bem como as ações de proteção a povos originários, em especial indígenas. Para tanto, conforme anunciado, criou um setor voltado a atuar especificamente nesta área: a Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, que terá à frente a procuradora Mariana Barbosa Cirne. À própria sorte “Os indígenas foram abandonados à própria sorte por meio de um projeto claro de omissão [de serviços e cuidados que deveriam ser dirigido a eles]. Temos compromisso constitucional de amparar os povos indígenas, e nossa diretriz é muito clara com relação a isso”, disse o advogado-geral da União. Na avaliação da procuradora Mariana Cirne, a gestão anterior [do governo federal] não era apenas omissa. “Era contra os povos indígenas”, disse. “Faremos, portanto, uma revisão disso, levando ações que envolve essa pauta para revertermos essa lógica”. A fim de viabilizar estas e outras pautas, a AGU está aproveitando a capilaridade que tem, uma vez que, conforme dito por Messias “está presente em todos ministérios, autarquias e fundações”, para fazer um trabalho amplo de articulação para sensibilizar o Judiciário e outras autoridades sobre as mudanças de perspectivas e de atuação que estão sendo implementadas. Messias cita, como exemplo, ações voltadas ao combate a incêndios florestais; e medidas que visam maior participação social para as decisões de políticas sociais, “o que deve incluir povos indígenas e originários”. “Temos transversalidade para ampliarmos os diálogos e promovermos uma virada com relação à nossa atuação junto ao Supremo Tribunal Federal. Será um trabalho de reconstrução”, acrescentou. Combate à desinformação Um outro ponto preocupante para a AGU é o “desafio contemporâneo” de se adotar medidas de combate a notícias falsas divulgadas com propósitos golpistas ou de desestabilização de instituições democráticas. Para evitar que excessos sejam cometidos, a AGU pretende promover debates amplos, de forma a se buscar soluções que não prejudiquem direitos individuais. “Sabemos que há um ecossistema de desinformação profissional e monetizado [por redes sociais], e que ele quer desestabilizar instituições democráticas. Temos de estar preparados para responder, e vamos responder. Para tanto, criamos um grupo de trabalho com participação de vários setores e autoridades – inclusive da imprensa, de agências de checagens e da academia – para pensarmos, juntos, os limites constitucionais para o combate à desinformação”, disse Jorge Messias. Segundo ele, a ideia não é buscar soluções rápidas, mas eficientes. “Poderia ter começado a atuar, nesse sentido, desde 1º de janeiro, e vocês [jornalistas] só saberiam pelas movimentações na justiça, mas adotei o caminho da transparência para enfrentar esse sistema profissional e monetizado”. “A desinformação infelizmente corrói a confiança da sociedade nas instituições democráticas, mas não vamos virar fiscais de redes sociais. Nossa atuação será certeira, visando acesso da sociedade a serviços e políticas públicas”, acrescentou. Atos antidemocráticos Perguntado sobre como classificaria os atos antidemocráticos que destruíram as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, o advogado-geral disse que existem “nuances jurídicas que são objeto de preocupação”, com relação ao tipo de crime praticado. “Mas estamos estudando, a partir da Procuradoria Federal de Defesa da Democracia, a tipificação”. Jorge Messias reiterou que a diretriz determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é apurar todos agentes públicos envolvidos nos atos de vandalismo e no caso dos militares, “o foro [tribunal civil ou militar] é uma questão de índole processual”. Ele acrescentou que, do ponto de vista cível, “danos patrimoniais cometidos pelo público, seja civil ou militar, é responsabilidade da Justiça Federal de Brasília”, e que “essas pessoas estão sujeitas à reparação do dano causado ao erário”. Ainda segundo o advogado-geral, os R$ 18,5 milhões que foram bloqueados de suspeitos de terem financiado os atos golpistas representam apenas uma “estimativa preliminar”, que abrange apenas danos materiais. “É muito possível que o valor fique ainda maior, não se esgotando em R$ 18,5 milhões”, adiantou Messias referindo-se à necessidade de incluir neste amonte os danos imateriais coletivos causados pelos vândalos. “O governo está aprofundando esse estudo”, complementou. Fonte

Unesco dá a centro de Odessa status de Patrimônio Mundial em perigo

A agência cultural das Nações Unidas, a Unesco, disse nesta quarta-feira (25) que designou o centro histórico de Odessa, uma cidade portuária estratégica na costa do Mar Negro da Ucrânia, Patrimônio Mundial em perigo. O status, concedido por uma reunião do painel da Unesco em Paris, tem o objetivo de ajudar a proteger o patrimônio cultural de Odessa que está ameaçado desde a invasão russa da Ucrânia, e permitir o acesso a ajuda financeira e técnica internacional. Odessa foi bombardeada várias vezes pela Rússia, desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. Em julho de 2022, parte do grande telhado de vidro e janelas do Museu de Belas Artes de Odessa, inaugurado em 1899, foi destruído. *É proibida a reprodução deste conteúdo Fonte