Casal fica ferido e idoso vem a óbito durante grave acidente no interior do Amazonas
Um senhor de 73 anos veio a óbito e um casal ficou ferido em uma grave acidente de trânsito envolvendo duas motocicletas. O fato aconteceu na tarde da última terça-feira (21), no município de Manacapuru, interior do Amazonas. Segundo testemunhas, se deu no momento em que o idoso fazia o retorno em sua motocicleta, na ocasião uma das vítimas teve parte do pé dilacerado. Com a violência do impacto, eles foram parar em cima do canteiro central e a mulher ficou estirada na pista. Ambos foram socorridos e levados ao Hospital Lázaro Reis, mas o idoso não resistiu e morreu algumas horas depois. O casal segue internado, nenhum dos envolvidos usava capacete no momento da tragédia. Fonte
Marinha envia hoje hospital de campanha flutuante a São Paulo
A Marinha brasileira envia na manhã de hoje (22) o maior navio de sua frota, o Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico, para funcionar como um hospital de campanha no litoral norte de São Paulo. A previsão é que a embarcação aporte na cidade de São Sebastião amanhã (23). De acordo com a Marinha, o navio permitirá reforçar o atendimento médico aos desabrigados e desafogar hospitais da região, permitindo que eles priorizem os casos mais graves. Além do Atlântico, a Marinha está enviando o Guarapari, uma embarcação de desembarque de carga, que possui uma rampa capaz de atracar em praias, o que facilitará o resgate de vítimas em áreas ainda isoladas. No navio Atlântico estão seis helicópteros, três embarcações de desembarque de viaturas e duas lanchas. Mais de mil militares estarão envolvidos na ação, entre eles uma equipe de 28 profissionais de saúde. No centro médico do navio, há ortopedista, cirurgião geral, anestesista, clínico geral, farmacêutico, cirurgião dentista, técnicos em Enfermagem, auxiliar de Higiene Bucal e auxiliar de Laboratório (patologia clínica). Fonte
Jovem é executado à tiros no Santa Etelvina em Manaus
Um jovem identificado como William de Souza, de apenas 19 anos, foi executado à disparos de arma de fogo na noite da última terça-feira (21), na Avenida Hemengarda, no Santa Etelvina, bairro localizado na Zona Norte de Manaus. De acordo com informações, os criminosos armados chegaram na área, se aproximaram do jovem e efetuaram aproximadamente nove disparos contra a vítima que não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. A equipe do Departamento de Polícia Técnico Científico (DPTC) foi acionado para realizar o procedimento de perícia. O Instituto Médico Legal (IML) removeu o corpo da vítima. O caso deve ser investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Fonte
Quarta-feira de Cinzas ainda tem blocos nas ruas no Rio
O carnaval ainda não acabou no Rio de Janeiro. Alguns blocos aproveitam hoje (22), Quarta-feira de Cinzas, para sair pelas ruas da cidade. A festa começa agora de manhã, com o Mulheres Rodadas, que deve desfilar, a partir das 9h no Aterro do Flamengo, na zona sul da cidade. Também de manhã, a partir das 9h, na Gávea, a festa é com Me Beija que Sou Cineasta, que surgiu há 17 anos, sempre na Quarta de Cinzas. Mais seis blocos estão previstos para a tarde de hoje, segundo o calendário oficial da prefeitura do Rio: Algodão Doce (na Saúde, a partir das 15h), Planta na Mente (na Lapa, a partir das 16h), Chave de Ouro (no Engenho de Dentro, a partir das 16h), Banda do Village (na Ilha do Governador, a partir das 16h), Me Enterra na Quarta (em Santa Teresa, a partir das 16h30) e Batuque das Meninas (no Catete, a partir das 17h). Fonte
Mega-Sena sorteia nesta quarta-feira prêmio estimado em R$ 9 milhões
As seis dezenas do concurso 2.567 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília) de hoje (23), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, na cidade de São Paulo. O prêmio acumulado e estimado é R$ 9 milhões. As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa ou pela internet. O jogo simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50. Prescrição dos prêmios De acordo com a Caixa, os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. “Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies)”. Fonte
Líder indígena: garimpo chegou a novas áreas yanomami nos últimos anos
A invasão de garimpeiros às terras onde vive o povo yanomami, ou seja, o oeste de Roraima e o norte do Amazonas, não é um fenômeno novo. Na década de 70, iniciativas governamentais estimularam o garimpo na região. Na década de 80, veio a “corrida do ouro”. Mas foram nos últimos anos que o garimpo ilegal atingiu outro nível, avançando por territórios que, até então, ainda se mantinham livres da atividade de exploração do ouro, segundo Júnior Hekurari Yanomami, líder indígena ouvido pela reportagem da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Júnior Hekurari é presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami (Codisi-YY) e da Urihi – Associação Yanomami. Ele tem sido voz ativa na tentativa de resolver a situação humanitária emergencial de seu povo. O líder conta que o garimpo “sempre existiu” em algumas áreas do território yanomami mas que, desde 2019, a situação piorou muito. “No Uraricoera, sempre teve algumas balsas. Eram umas dez. Nem passavam de 2 mil garimpeiros na terra indígena yanomami antes de 2016, 2017. Em 2019, eu entrava nas comunidades, principalmente Parima, Xitei, Homoxi. Eu fazia as reuniões de educação, de saúde. A gente não via [garimpo] como está agora. Em 2020, durante [a pandemia de] covid-19, avançou muito, até na comunidade Keta”, afirma Júnior. Segundo ele, recentemente foi aberta uma estrada que vai até a nascente do Rio Mucajaí, o que piorou bastante a situação “Foi estrago total. Nessas comunidades não tinha garimpeiros em 2019. Quando eu fui lá em 2021, pensei: ‘meu Deus, o que aconteceu aqui?’. Júnior conta que a chegada do garimpo começou a gerar problemas novos para comunidades que ainda não conheciam esse tipo de invasão. Boa Vista (RR), 14/02/2023, O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana – Condisi-YY, Júnior Hekurari Yanomami, fala sobre a questão dos indígenas Yanomami no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yek’uana – DSEI YY. – Rovena Rosa/Agência Brasil “Um pajé que morava na comunidade de Xitei fugiu por causa da presença dos garimpeiros. Ele não conseguia fazer pajelança. Era muito barulho dos motores. O garimpo ficava a 50 metros [da comunidade]. Como vai conseguir se concentrar e fazer ritual? Ele [chegou a fazer] uma reunião. Algumas comunidades ganharam muitas armas de fogo [dos garimpeiros], como espingardas, pistolas. Essa liderança foi contra e foi embora pra região do Minaú. No Minaú, não tem [garimpo]”, conta Júnior, acrescentando que hoje são poucas as áreas yanomami livres do garimpo. Um relatório divulgado em abril de 2022, pela Hutukara Associação Yanomami, liderada por Davi Kopenawa Yanomami, e pelo Instituto Socioambiental, organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos indígenas, com base em dados coletados no ano anterior, mostrou que 2021 era, até então, o ano de maior destruição provocada pelo garimpo ilegal na região. “Sabe-se que o problema do garimpo ilegal não é uma novidade na TIY [Terra Indígena Yanomami]. Entretanto, sua escala e intensidade cresceram de maneira impressionante nos últimos cinco anos. Dados do Mapbiomas [ONG de mapeamento do uso do solo] indicam que a partir de 2016, a curva de destruição do garimpo assumiu uma trajetória ascendente e, desde então, tem acumulado taxas cada vez maiores. Nos cálculos da plataforma, de 2016 a 2020 o garimpo na TIY cresceu nada menos que 3.350%”, informa o relatório. De acordo com o documento da Hutukara, apenas de 2020 para 2021, a destruição provocada pelo garimpo na TIY cresceu 46%. “Esse é o maior crescimento observado desde que iniciamos o nosso monitoramento em 2018, e, possivelmente, a maior taxa anual desde a demarcação da TIY em 1992”, destaca o relatório. “O garimpo não apenas tem crescido em área, mas também tem se espalhado para novas regiões do território yanomami”. O relatório mostra que entre as áreas com maior incremento do garimpo ilegal nos últimos anos estão Waikás, Homoxi, Kayanau e Xitei. Em Xitei, o crescimento foi de 1.000% de um ano para outro. Algumas áreas não apresentavam nenhum grau de degradação por garimpo em 2020 e passaram a registrar no ano seguinte, como Auaris (no extremo noroeste de Roraima), Parafuri e Waputha. Um novo levantamento feito pela Hutukara e pelo Instituto Socioambiental mostrou que o garimpo ilegal avançou ainda mais no ano seguinte. Imagens de satélite revelaram crescimento de 54% no desmatamento, provocado pela extração de ouro na Terra Indígena Yanomami de 2021 para 2022. Radar na Amazônia De acordo com a Comissão Pró-Yanomami (CCPY), ONG criada na década de 70 para defender essa população indígena, em 1975, o projeto Radar na Amazônia (Radam) descobriu depósitos de minerais como estanho, cobre, níquel, zinco, prata e diamante, além de cassiterita e ouro. Logo depois, começa um afluxo de garimpeiros à terra indígena, em especial à área de Surucucu, para explorar os depósitos de cassiterita, com o apoio de pistas de pouso que foram abertas por ali. Ao mesmo tempo, o governo militar começava a implantar seus planos de integração nacional na região, com a abertura de uma rodovia, a Perimetral Norte, e programas de colonização da área por não indígenas. A própria Companhia Vale do Rio Doce, na época uma empresa estatal, também chegou a fazer prospecções nessa terra. Conflitos com os napëpë Esse primeiro contato já gerou os primeiros conflitos e problemas para o povo yanomami, uma etnia que vivia relativamente isolada até então (apesar dos primeiros contatos com os napëpë, ou “homem-branco” terem ocorrido na primeira metade do século 20). Surucucu (RR), 11/02/2023 – GARIMPO: ação coordenada do governo federal no território Yanomami encontra comunidade de povo indígena isolado (Moxihatëtë). Eles vivem a apenas 15 km de um ponto de garimpo. – LEO OTERO/MPI Segundo a CCPY, o contato dos primeiros garimpeiros provocou a disseminação de doenças venéreas, tuberculose, surtos de gripe e mortes entre os yanomami. As roças dos indígenas também começaram a ser atacadas pelos invasores, em busca de comida. Em 1980, de acordo com a Comissão Pro-Yanomami, ouro é descoberto na região do Ericó, atraindo mais de 5 mil homens apenas no garimpo de Santa Rosa. O afluxo de garimpeiros à terra yanomami continuou durante toda a década de 80 e culminou no que o Instituto Socioambiental, outra ONG de proteção dos indígenas, chamou de “corrida
Coluna – A importância e os desafios da classificação paralímpica
Um dos assuntos mais importantes, delicados e polêmicos do paradesporto é a classificação. Trata-se do processo que determina a classe do atleta na modalidade que pratica, conforme o tipo e (ou) grau da deficiência, para que as disputas transcorram da forma mais justa possível. A entrada do jovem, ou mesmo do adulto, no movimento paralímpico e a perspectiva de uma carreira profissional dependem de uma categorização correta. Na semana passada, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) lançou o primeiro Código Nacional de Classificação Esportiva Paralímpica. O material se baseia nas regras e políticas estabelecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês). A ideia é que o documento norteie esse processo em competições organizadas ou chanceladas pelo CPB ou de associações e confederações paradesportivas do país. “[O código] tem dois grandes objetivos. O primeiro é traduzir o código internacional, levar essa informação a todos os envolvidos no esporte paralímpico. A gente sempre sentiu [que havia] essa barreira da língua inglesa, que o pessoal não conseguia se aprofundar. O segundo é trazer algumas situações específicas para a realidade nacional”, disse o coordenador de Classificação do CPB, João Paulo Casteleti, à Agência Brasil. “Em 2019, tivemos uma mudança no livro de regras da natação e os atletas tiveram de ser reclassificados internacionalmente. Mas temos, em nível nacional, um universo que não vai às competições internacionais, então não podíamos fazer o ajuste das classificações. Esses atletas acabavam competindo em uma regra desatualizada. A gente podia ter, por exemplo, uma piora no quadro clínico do atleta, que o impedia de atingir índices ou marcas para ser convocado, sem conseguir ajustar a classe dele. Agora, conseguimos fazer esse ajuste, em nível nacional, até que ele alcance resultados e possa ter uma classificação internacional”, completou. O movimento paralímpico contempla modalidades cujos atletas têm comprometimentos visuais, intelectuais ou físico-motores. Esta última categoria engloba, segundo o Código Nacional, deficiências causadas por danos ao sistema nervoso, amputações, má formações, déficit de força muscular e de amplitude de movimento, baixa estatura e diferença de comprimento dos membros. Os atletas são submetidos a avaliações clínicas, técnicas e de desempenho nos eventos – no caso dos visuais há somente avaliação clínica. Os status de classe são: confirmado, nova (se ainda não houve classificação), revisão (ou seja, terá de ser classificado novamente antes do próximo torneio ou em data pré-estabelecida pela banca de classificadores) ou observação em competição (na qual o esportista alocado em determinada categoria é analisado para saber se a performance é condizente com a verificação anterior). Conforme o código publicado pelo CPB, atletas com status nova ou nacionalmente em revisão poderão ser classificados durante eventos regionais ou nacionais. Em casos excepcionais, há possibilidade de aqueles em revisão internacional serem convidados a participar do processo, para orientação sobre a próxima classificação a que serão submetidos fora do país. As modalidades, porém, nem sempre têm o mesmo sistema de classificação. No atletismo, por exemplo, os atletas competem contra adversários com patologias iguais ou parecidas. Ou seja: velocistas com amputação em uma perna e aqueles com deficiência nos dois membros inferiores são alocados em categorias diferentes. Na natação, por sua vez, a distribuição pelas 14 classes (três visuais, uma intelectual e dez físico-motoras) se baseia no grau de comprometimento. “O sistema do atletismo é de perfil de classe. O da natação é de pontuação. Independente do tipo de deficiência, você subtrai as pontuações relacionadas a cada movimento articular. Por isso, acaba tendo diferentes tipos de deficiência [em uma mesma classe]. Uma opinião minha é que a natação evoluiu muito tecnicamente e o número de classes, hoje, não é suficiente para se manter uma equidade aproximada durante a competição”, analisou Casteleti. Um dos grandes desafios (quiçá, o maior) do processo é que ele seja o mais objetivo possível – o que não é fácil, considerando que as análises técnicas e durante competição, invariavelmente, podem ser influenciadas pela perspectiva do avaliador. Para minimizar a subjetividade, os classificadores não trabalham sozinhos nas bancas, mas em dupla ou trio, tendo ainda um chefe de classificação, que pode ser acionado se não houver consenso. “A gente utiliza os números como forma de subsidiar [a análise], mas [a classificação] não é uma área exata. Ela está sujeita, sim, a equívocos. Costumo dizer que os classificadores estão ali para ajudar. Se não houvesse a classificação, com certeza a competição seria muito mais injusta. Lógico, existem sistemas que podem ser ajustados. O esporte paralímpico é muito recente”, destacou o coordenador do CPB, antes de exemplificar. “Até 2008, competiam, na mesma classe [do atletismo], atletas com comprometimento nos membros inferiores usuários ou não de prótese. Mesmo atletas com sequela congênita, tornozelo bloqueado ou déficit de força, ganhavam dos usuários de prótese, porque elas não eram específicas para corrida, não havia essa tecnologia. Com a evolução da prótese, nem atletas olímpicos querem competir com os paralímpicos de prótese. Isso foi sendo ajustado e criadas mais classes. Por isso, o código internacional traz, de uns tempos para cá, que a grande proposta é de uma classificação baseada em evidências científicas para justificar aquelas regras. A gente sabe que é um trabalho a longo prazo”, concluiu Casteleti. Padronizar a classificação nacional ao que prega o código do IPC é fundamental para se minimizar, o quanto antes, eventuais distorções de classe que podem comprometer a carreira dos atletas paralímpicos. Significa, também, possibilitar uma adaptação mais imediata a mudanças que venham a ser adotadas no livro de regras internacional e aprimorar o planejamento de esportistas, treinadores e dirigentes brasileiros. Fonte
Estudo com formigas revela efeitos do pasto na diversidade amazônica
A conversão de porções da floresta amazônica em áreas de agricultura itinerante e de pastagem para criação de gado reduz a diversidade de formigas, que por sua vez passam a predar mais insetos. Esse processo, no entanto, ocorre de forma mais intensa no caso dos pastos. A conclusão é de um estudo realizado por um grupo de nove pesquisadores das universidades Federal de Lavras (UFLA) e Federal do Acre (UFAC), e estão em um artigo publicado na revista Insect Conservation and Diveristy, periódico científico referência internacional em entomologia, ramo da zoologia que estuda os insetos. “Formigas são ótimas bioindicadoras de impactos ambientais. Bioindicadores são organismos que podem ser utilizados para avaliar a qualidade dos ambientes. Eles indicam como está a saúde dos ecossistemas. Isso se deve à alta sensibilidade das formigas frente as alterações nos ecossistemas e à grande diversidade de suas espécies. Só no Brasil, existem cerca de 1.500 [espécies]. Elas realizam importantes funções ecossistêmicas, como predação de insetos, dispersão de sementes, revolvimento do solo e defesa de plantas contra herbívoros”, explica Icaro Wilker, pesquisador da UFLA, que liderou o estudo. A agricultura itinerante também é conhecida como roçado ou corte-e-queima. Trata-se de uma prática comum em reservas extrativistas, unidades de conservação destinadas à proteção do meio ambiente e dos meios de vida de populações tradicionais que sobrevivem do extrativismo e, complementarmente, do cultivo de subsistência e da criação de animais de pequeno porte. “Na agricultura itinerante, o ambiente natural é cortado e queimado. Durante 4 ou 5 anos, são cultivados diversos tipos de culturas, como arroz, feijão, mandioca e pimenta. Quando as áreas são enfim abandonadas, ocorre a regeneração da floresta secundária. Mas devido ao baixo ganho econômico com essas atividades, as áreas de agricultura itinerante, de onde tradicionalmente as populações locais produzem alimento, e as áreas de floresta, de onde originalmente retiravam seu sustento, vêm sendo transformadas em áreas de pastagens para criação de gado”, explica Icaro. Para realizar o estudo, foi feito um trabalho de campo na Reserva Extrativista Chico Mendes, criada em 1990, no Acre. A imersão ocorreu em 2019. Nesse mesmo ano, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontaram que o desmatamento ocorrido dentro da unidade de conservação havia crescido 203% na comparação com 2018. Ao todo, 255 espécies de formigas foram observadas. Algumas se mostraram mais sensíveis à perda de vegetação nativa e só foram encontradas nas florestas, estando ausentes tanto em áreas de agricultura itinerante como em áreas de pastagem. “Na Floresta Amazônica, a maioria delas está adaptada para sobreviver em um ambiente com baixa incidência solar e mudanças mais amenas de temperatura e umidade. Quando a cobertura florestal é perdida, a incidência solar aumenta e a temperatura e umidade do local muda drasticamente. Há maior variação, ficando mais quente durante o dia e mais frio à noite. São filtros que afetam a sobrevivência de boa parte das espécies”, disse Icaro. O estudo revelou que as formigas remanescentes passam a predar outros insetos com mais frequência. Segundo os pesquisadores, isso ocorre provavelmente em resposta às mudanças na disponibilidade de recursos naturais – como diminuição das fontes de alimento e dos locais para construírem ninhos – e às alterações nas condições ambientais tais como temperatura e umidade. Apesar de observarem que impactos do mesmo tipo ocorrem tanto pela prática de agricultura itinerante como nas áreas de pastagem, os pesquisadores observaram que a intensidade dos efeitos é bem distinta. Ao comparar os dois ambientes, eles apontam que os locais onde ocorrem o cultivo itinerante é mais heterogêneo e diversificado em recursos, o que lhe permite abrigar mais espécies de formigas. Nesse sentido, o estudo conclui que sua substituição por pastos traz prejuízos para a biodiversidade. “O abandono das áreas de agricultura para formação de floresta secundária pode gerar um mosaico de áreas em diferentes estágios de regeneração, permitindo a coexistência de variados ecossistemas e auxiliando na conservação da biodiversidade da região. Já em relação às formigas, apesar da perda em espécies nesses ambientes, o aumento da predação de insetos pode favorecer os pequenos produtores, principalmente nesse sistema com baixo uso de produtos químicos”, acrescenta Icaro. Fonte
Beneficiários com NIS de final 6 recebem o Bolsa Família
A Caixa Econômica Federal paga hoje (22) a parcela de fevereiro do Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 6. O valor mínimo corresponde a R$ 600. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 21,86 milhões de famílias, com recursos de R$ 13,2 bilhões. O valor médio recebido por família equivale a R$ 606,91. Desde o mês passado, o programa social voltou a se chamar Bolsa Família. O valor mínimo de R$ 600 foi garantido após a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, que permitiu o uso de até R$ 145 bilhões fora do teto de gastos neste ano, dos quais R$ 70 bilhões estão destinados a custear o benefício. O pagamento do adicional de R$ 150 para famílias com crianças de até 6 anos ainda não começou. Em janeiro, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou que o valor extra só começará a ser pago em março, após o governo fazer um pente-fino no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), para eliminar fraudes. No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco. Auxílio Gás O Auxílio Gás também será pago hoje às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 6. Com valor de R$ 112 em fevereiro, o benefício segue o calendário do Bolsa Família. Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia 5,95 milhões de famílias neste mês. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg. Apenas neste mês, o governo gastará R$ 667,2 milhões com o benefício. Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica. Fonte