Violência contra mulher: mais da metade dos estados não repassou dados
Dezoito estados e o Distrito Federal (DF) não forneceram dados sobre violência contra as mulheres, em descumprimento à Lei Acesso à Informação (LAI). Entre eles, Acre, Paraíba e Santa Catarina negaram completamente o acesso aos seus indicadores estaduais. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e DF não responderam aos pedidos de envio dos indicadores. O mapeamento faz parte de uma parceria entre o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, a empresa social Gênero e Número e o Instituto Avon. Os pedidos de dados de segurança aos estados e ao Distrito Federal foram encaminhados pela Gênero e Número, em meados de 2022. Em resposta, Maranhão, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, e Rio Grande do Sul enviaram informações insuficientes. Apenas os estados de Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Ceará, São Paulo e Espírito Santo mandaram os dados completos conforme solicitado. “Como somos do Senado, a gente tem feito um trabalho de procurar os senadores desses estados que ainda não enviaram [os dados] para pedir esse reforço junto aos secretários de Segurança estaduais, para ver se a gente consegue esses dados e dar continuidade ao projeto”, disse a coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal, Maria Teresa Prado, em entrevista à Agência Brasil. A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os estados que não apresentaram as informações solicitadas para ouvir seus posicionamentos, mas até a publicação deste conteúdo não recebeu resposta. Levantamento A parceria surgiu da necessidade de unificar, organizar, analisar e monitorar estatísticas públicas nacionais sobre violência contra mulheres. O primeiro caminho da pesquisa foi utilizar a LAI para pedir às unidades federativas dados sobre segurança pública, especialmente, dos registros de ocorrência e feminicídios, e ainda das chamadas para a Polícia Militar. O projeto partiu do entendimento que, para a pesquisa, era preciso fazer o mapeamento dos dados pelos integrantes da parceria e, assim, garantir “a transparência e a disponibilidade de bases sobre violência contra as mulheres em diferentes setores: saúde, segurança pública, justiça, entre outros”. A intenção era assegurar o cumprimento da lei, que garante acesso aos dados a todos os cidadãos de forma igualitária. “A gente quer trabalhar a qualidade desses dados gerais de violência contra mulher para que eles sejam melhorados. É nessa linha que a gente quer trabalhar com essa parceria”, pontuou a coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal. Segundo a coordenadora de Projetos, Pesquisa e Impacto do Instituto Avon, Beatriz Accioly, por meio dessas informações será possível entender qual o cenário brasileiro em relação à violência contra a mulher: “O projeto é de criar esse repositório [de dados] que vai estar hospedado em [uma extensão] .gov, ou seja, vai ter uma plataforma oficial ligada ao Senado Federal.” Beatriz acrescenta que essa consolidação de dados já ocorreu com o DataSUS em relação à saúde da mulher. No entanto, as informações relativas à segurança pública ainda não têm uma plataforma de fácil acesso, destacou. Padronização De acordo com a coordenadora do Observatório da Mulher, a ideia é trabalhar em cima da conscientização sobre a importância desse levantamento. “A gente sabe que são vários impedimentos, desde a pessoa que preenche o boletim, o fato de ter um formulário único. São várias questões para serem tratadas e [é importante que] isso seja resolvido para que a gente tenha um banco de dados”, diz Maria Teresa, acrescentando que além de virem, muitas vezes, incompletos, os dados são organizados de forma diferente em cada estado. De acordo com os pesquisadores, o trabalho seria mais fácil se as unidades da federação e o Distrito Federal tivessem uma padronização. Maria Teresa lembrou que, em 2021, foi aprovada a lei que criou a Política Nacional de Dados e Informações Relacionadas à Violência contra as Mulheres (PNAINFO), mas ainda precisa de regulamentação para entrar em prática. “O que é chocante é a gente ver que os dados de feminicídio são altos, mas pensar que existe uma subnotificação muito grande. Se fosse real, ainda seria muito maior”, completou Maria Teresa. Políticas públicas A coordenadora do observatório espera que, com as medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir mais segurança e direitos das mulheres, as pesquisas evoluam com maior disponibilidade de dados que vão favorecer a elaboração de políticas públicas. “Tenho muita esperança que sim. Só o fato de ter o Ministério da Mulher e ter as ações anunciadas que perpassam todos os ministérios. Colocar a questão da mulher como questão transversal aos ministérios acho que foi muito importante. Agora cabe a gente cobrar tudo que estava ali. Tudo indica que o tema vai ser priorizado”, afirmou Maria Teresa. Na visão de Beatriz Accioly, o dado é um instrumento para possibilitar análises, diagnósticos, direcionar recursos e tomar decisões. “Para isso é que deve ser utilizado, mesmo que não tenha a qualidade que se procura. A gente tem que trabalhar nas duas frentes: buscar a qualidade, a transparência, mas também utilizar os que tem na medida do possível para orientar as políticas públicas”, apontou. Source link
Aos 82 anos, morre o ator e diretor Antônio Pedro
O ator, diretor, roteirista e produtor Antônio Pedro morreu neste domingo (12), no Rio de Janeiro, aos 82 anos, de insuficiências renal e cardíaca. Ele estava internado em um hospital na cidade. Segundo o Crematório e Cemitério da Penitência, o velório será na segunda-feira (13), a partir das 10h, na capela 2, no bairro do Caju, região portuária da capital. A cremação foi marcada para às 15h30. Em nota, divulgada no seu site, a Rede Globo informou que o ator carioca nascido em 11 de novembro de 1940 levou uma vida dedicada às artes. A carreira começou na década de 1960. Após fazer cursos e especializações em Paris, passou a atuar também como diretor, roteirista, humorista e produtor em dezenas de filmes, peças e obras na televisão. A estreia foi na TV Tupi em 1969, na telenovela Super Plá. Três anos depois entrou para TV Globo, onde começou na novela O Bofe. O currículo em novelas, humorísticos, infantis e séries inclui ainda Sassaricando (1987), Bebê a Bordo (1988), Escolinha do Professor Raimundo (1990/92/94), Caça Talentos (1996), Explode Coração (1996), Sítio do Picapau Amarelo (2002), A Diarista (2006), Malhação (2007/2009) e Zorra (2015-2017). As últimas atuações na emissora foram na novela Sucesso (2019), e nas séries Shippados (2019) e Filhas de Eva (2021). Para a Rede Globo, a atuação de Antônio Pedro na TV “sempre foi intensa”. No cinema nacional teve destaque em filmes como Gabriela, cravo e canela (1983), Dias Melhores Virão (1989), O que é isso Companheiro (1997) e também em grande parte dos filmes do também ator e diretor Hugo Carvana. Antônio Pedro teve ainda importante participação no cenário político, sendo filiado ao PDT. Na década de 1980, foi nomeado diretor de teatros da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) e Secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Nos anos 90, foi coordenador do projeto Teatro na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). No seu perfil no Instagram, a atriz Ana Baird, uma das filhas do ator, postou uma mensagem ao pai junto com fotos dos dois. “Referência. Amor incondicional. Honra e orgulho. Obrigada por tudo. Obrigada por tanto. Vai na luz,Pai. Tem um elenco maravilhoso te esperando do outro lado pra festa. O Teatro te agradece. Eu te agradeço imensamente. Te amo.” Em resposta à mensagem de Ana, o ator Lúcio Mauro Filho postou uma mensagem: “Meu amor!!! Toda a luz do mundo pra iluminar o caminho do papai pela imensidão da eternidade! Grande homem, grande referência! Te amo! Ainda na rede social, a atriz Heloísa Perissé escreveu para a amiga: “Amada um beijo enorme no coração de vocês!!! Obrigada por tudo que seu pai foi pra nossa cultura!!! E por ter deixado duas filhas tão talentosas! Te amo “, disse lembrando da irmã de Ana, a também atriz Alice Borges. Além das duas, Antônio Pedro era pai de Fábio Borges. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, emitiu nota de pesar em que destacou a importância de Antônio Pedro na cultura nacional. “O brilhante ator Antônio Pedro nos deixou, neste fim de semana, aos 82 anos. Um profissional completo que além de ator, diretor e roteirista, teve participações importantes na gestão pública da cultura do nosso estado. Ele nos fez rir e chorar nas dezenas de participações em novelas e peças teatrais e, fora dos palcos, na administração pública”, disse . “A ausência de Antônio Pedro vai representar um vazio e uma perda enorme para a cultura brasileira. Meus profundos sentimentos de pesar aos familiares e amigos”, completou. Fonte
TJRJ converte em preventiva prisão de casal por morte de menina
A juíza Daniele Lima Pires Barbosa converteu em preventiva a prisão em flagrante do casal Marcos Vinicius Lino de Lima e Patrícia André Ribeiro. Os dois foram indiciados pela morte da menina Quênia Gabriela Oliveira Matos, de 2 anos, por suspeita de maus tratos. De acordo com a nota do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), a decisão da magistrada foi anunciada durante a audiência de custódia realizada, neste sábado (11), na Central de Audiências de Custódia de Benfica, na zona norte do Rio. A menina era filha de Marcos e enteada de Patrícia. O casal foi preso em flagrante na quinta-feira (9), na Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, em Guaratiba, zona oeste da cidade, onde conforme o TJRJ, a criança chegou já sem vida. A médica Ana Cláudia Regert, que atendeu Quênia, ainda tentou fazer os procedimentos de reanimação, mas os integrantes da equipe constataram que a criança já estava morta há mais de uma hora. A denúncia de morte e maus tratos da menina, que resultou na prisão em flagrante do casal, foi feita pela própria médica na 47ª DP, Guaratiba, que fica próxima ao hospital, onde os dois ainda permaneciam. “De acordo com o relato policial, com base nas informações da equipe médica, a criança apresentava 59 lesões compatíveis com agressões físicas e uma por queimadura na região umbigo, além de laceração anal e abdome distendido”, informou o Tribunal na nota, acrescentando que conforme relatos de testemunhas, “algumas das lesões eram antigas, indicando que a criança sofria torturas há algum tempo”. A juíza Daniele Lima Pires Barbosa destacou na decisão o comportamento sádico de Marcos Vinicius Lino de Lima e Patrícia André Ribeiro. “Resta demonstrado, portanto, o comportamento sádico e vil contra uma criança de tenra idade e a mais absoluta inadequação dos custodiados para a vida em sociedade, o que torna evidente a necessidade da conversão da prisão em flagrante em preventiva, como meio para garantir a ordem pública, impondo-se a atuação do Poder Judiciário, ainda que de natureza cautelar, para restabelecer a paz social concretamente violada pela conduta dos custodiados”. Em depoimento à Polícia, o casal negou a prática de maus tratos na menina. Fonte
Plataforma online mapeará obras paradas em estados e municípios
Estados e municípios agora poderão indicar ao governo federal as obras paradas que precisam ser retomadas com prioridade. Desde esta sexta-feira (10), está em funcionamento a plataforma Mãos à Obra, um sistema de monitoramento que permitirá aos governos locais atualizar, em um banco de dados, empreendimentos paralisados ou inacabados em suas regiões. Desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) em menos de 30 dias, a plataforma indicará à União que projetos merecem ser retomados com mais urgência. A ferramenta auxiliará o governo federal a mapear e identificar as prioridades. Segundo o Serpro, prefeitos e governadores devem dar prioridades a projetos voltados à saúde, educação, ao esporte e à cultura. A lista também deverá conter unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida e projetos da carteira do Ministério das Cidades. Os gestores municipais e estaduais terão até 10 de abril para atualizarem as informações. As demandas serão respondidas conforme a ordem de envio. A prefeitura ou o governo estadual que alimentar o banco de dados primeiro terá o pedido de obra analisado mais cedo, colocado em lugar equivalente na fila de análise. Em parceria com os ministérios, a Casa Civil analisará o banco de dados. Com base nas orientações da Presidência da República, o órgão definirá quais obras devem ser retomadas de imediato. Ministro do MDA, Paulo Teixeira, ministro da Educação, Camilo Santana, primeira-dama Janja Lula da Silva e o presidente Lula, durante lançamento da plataforma Mãos à Obra Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Tempo recorde De acordo com o Serpro, a plataforma Mãos à Obra foi desenvolvida em tempo recorde. A estatal usou a tecnologia LowCode, que acelera o desenvolvimento de aplicativos e sites, e arquitetura WebApp, que aumenta a acessibilidade e a interatividade com os usuários, tanto em navegadores web como em dispositivos móveis. A concepção e o protótipo do produto, informou o Serpro, exigiram uso intensivo de ferramentas de UX, que proporcionam melhor fluidez para os usuários do serviço. Também foram adotadas técnicas de ciência de dados para apoiar o processo de recepção, validação, cruzamento e consolidação das bases de dados. A plataforma Mãos à Obra nasce integrada com o Portal Gov.Br. Dessa forma, os usuários poderão usar o login único do governo federal para acessar a ferramenta. Fonte
Competição busca soluções de base tecnológica para economia criativa
A Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) promove, nos dias 25 e 26 deste mês, em conjunto com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do estado (Sebrae RJ), o concurso Hackathon Rio Empreender Criativo. Podem se inscrever pessoas físicas com idade igual ou superior a 18 anos. As inscrições são individuais e gratuitas e se encerram no próximo dia 22, podendo ser feitas no site do evento. O concurso cultural online objetiva desenvolver soluções inovadoras com base tecnológica em negócios referentes à economia criativa, englobando cinco setores: educação, alimentos; nutrição e gastronomia; audiovisual; arte; cultura e entretenimento; teatro e música; e turismo. O presidente da Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, destacou que a economia criativa gera a renovação do mercado, além do desenvolvimento empresarial e a recuperação da economia pelo conhecimento. O diretor-superintendente do Sebrae Rio, Antonio Alvarenga, ressaltou que os mais de 74,6 mil pequenos negócios ligados à economia criativa no território fluminense precisam buscar constantemente soluções inovadoras. Segundo Alvarenga, a missão do Sebrae RJ é promover a inovação e tornar os pequenos negócios cada vez mais competitivos. Experiência Os inscritos devem ter conhecimento ou experiência em pelo menos uma das áreas de desenvolvimento de software (programa de computador); engenharias; design gráfico ou digital; alimentos, gastronomia, nutrição; arte e cultura; audiovisual; educação; entretenimento, música, teatro; comunicação, publicidade, marketing; e administração de empresas ou gestão. Durante o evento, os participantes competirão em equipes de três a cinco integrantes, que serão previamente formadas pelos inscritos. Cada equipe deverá escolher um dos temas ou setores criativos e desenvolver o projeto de acordo com os objetivos apresentados pela organização do evento. Os vencedores serão anunciados no dia 30 de março. Os integrantes da equipe classificada em primeiro lugar em cada um dos cinco setores criativos receberão como prêmio cursos livres em formato remoto, com temas a serem divulgados posteriormente, de acordo com a abertura e confirmação da turma. Os cursos serão oferecidos por instituições parceiras da Fecomércio RJ, previamente alinhadas com o Sebrae RJ. Fonte
Voilência contra mulher: mais da metade dos estados não repassou dados
Dezoito estados e o Distrito Federal (DF) não forneceram dados sobre violência contra as mulheres, em descumprimento à Lei Acesso à Informação (LAI). Entre eles, Acre, Paraíba e Santa Catarina negaram completamente o acesso aos seus indicadores estaduais. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e DF não responderam aos pedidos de envio dos indicadores. O mapeamento faz parte de uma parceria entre o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, a empresa social Gênero e Número e o Instituto Avon. Os pedidos de dados de segurança aos estados e ao Distrito Federal foram encaminhados pela Gênero e Número, em meados de 2022. Em resposta, Maranhão, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, e Rio Grande do Sul enviaram informações insuficientes. Apenas os estados de Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Ceará, São Paulo e Espírito Santo mandaram os dados completos conforme solicitado. “Como somos do Senado, a gente tem feito um trabalho de procurar os senadores desses estados que ainda não enviaram [os dados] para pedir esse reforço junto aos secretários de Segurança estaduais, para ver se a gente consegue esses dados e dar continuidade ao projeto”, disse a coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal, Maria Teresa Prado, em entrevista à Agência Brasil. A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os estados que não apresentaram as informações solicitadas para ouvir seus posicionamentos, mas até a publicação deste conteúdo não recebeu resposta. Levantamento A parceria surgiu da necessidade de unificar, organizar, analisar e monitorar estatísticas públicas nacionais sobre violência contra mulheres. O primeiro caminho da pesquisa foi utilizar a LAI para pedir às unidades federativas dados sobre segurança pública, especialmente, dos registros de ocorrência e feminicídios, e ainda das chamadas para a Polícia Militar. O projeto partiu do entendimento que, para a pesquisa, era preciso fazer o mapeamento dos dados pelos integrantes da parceria e, assim, garantir “a transparência e a disponibilidade de bases sobre violência contra as mulheres em diferentes setores: saúde, segurança pública, justiça, entre outros”. A intenção era assegurar o cumprimento da lei, que garante acesso aos dados a todos os cidadãos de forma igualitária. “A gente quer trabalhar a qualidade desses dados gerais de violência contra mulher para que eles sejam melhorados. É nessa linha que a gente quer trabalhar com essa parceria”, pontuou a coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal. Segundo a coordenadora de Projetos, Pesquisa e Impacto do Instituto Avon, Beatriz Accioly, por meio dessas informações será possível entender qual o cenário brasileiro em relação à violência contra a mulher: “O projeto é de criar esse repositório [de dados] que vai estar hospedado em [uma extensão] .gov, ou seja, vai ter uma plataforma oficial ligada ao Senado Federal.” Beatriz acrescenta que essa consolidação de dados já ocorreu com o DataSUS em relação à saúde da mulher. No entanto, as informações relativas à segurança pública ainda não têm uma plataforma de fácil acesso, destacou. Padronização De acordo com a coordenadora do Observatório da Mulher, a ideia é trabalhar em cima da conscientização sobre a importância desse levantamento. “A gente sabe que são vários impedimentos, desde a pessoa que preenche o boletim, o fato de ter um formulário único. São várias questões para serem tratadas e [é importante que] isso seja resolvido para que a gente tenha um banco de dados”, diz Maria Teresa, acrescentando que além de virem, muitas vezes, incompletos, os dados são organizados de forma diferente em cada estado. De acordo com os pesquisadores, o trabalho seria mais fácil se as unidades da federação e o Distrito Federal tivessem uma padronização. Maria Teresa lembrou que, em 2021, foi aprovada a lei que criou a Política Nacional de Dados e Informações Relacionadas à Violência contra as Mulheres (PNAINFO), mas ainda precisa de regulamentação para entrar em prática. “O que é chocante é a gente ver que os dados de feminicídio são altos, mas pensar que existe uma subnotificação muito grande. Se fosse real, ainda seria muito maior”, completou Maria Teresa. Políticas públicas A coordenadora do observatório espera que, com as medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir mais segurança e direitos das mulheres, as pesquisas evoluam com maior disponibilidade de dados que vão favorecer a elaboração de políticas públicas. “Tenho muita esperança que sim. Só o fato de ter o Ministério da Mulher e ter as ações anunciadas que perpassam todos os ministérios. Colocar a questão da mulher como questão transversal aos ministérios acho que foi muito importante. Agora cabe a gente cobrar tudo que estava ali. Tudo indica que o tema vai ser priorizado”, afirmou Maria Teresa. Na visão de Beatriz Accioly, o dado é um instrumento para possibilitar análises, diagnósticos, direcionar recursos e tomar decisões. “Para isso é que deve ser utilizado, mesmo que não tenha a qualidade que se procura. A gente tem que trabalhar nas duas frentes: buscar a qualidade, a transparência, mas também utilizar os que tem na medida do possível para orientar as políticas públicas”, apontou. Source link
Yanomami oferecem estatueta alternativa a vencedores do Oscar 2023
Atores e atrizes indicados ao Oscar 2023 vão receber um alerta nas redes sociais sobre o perigo da extração ilegal de ouro em terras indígenas. A cerimônia de premiação será hoje (12) em Los Angeles, nos Estados Unidos. A campanha Custo do Ouro propõe a troca da estatueta da premiação, produzida em ouro 24 quilates, por uma estátua em madeira de um herói que simboliza proteção à etnia yanomami. Em um vídeo da Urihi Associação Yanomami, o líder da etnia Júnior Hekurari chama a atenção dos artistas de Hollywood para o combate ao garimpo ilegal e aos danos ambientais causados pela extração do metal, que geram derramamento de mercúrio nos rios, desmatamento e contaminação de peixes e indígenas. “Um dos maiores símbolos de sucesso pode estar, em breve, nas suas mãos, o Oscar. Porém, seu símbolo de sucesso, tem um preço muito maior para nosso povo. Por aqui, ofereço uma estatueta diferente, a do nosso herói. Omama é o criador e guerreiro da Amazônia e do povo Yanomami. Omama simboliza proteção. Mas, até Omama precisa de aliados na luta contra o ouro ilegal e seu custo para nosso povo e para nossa terra”, diz o líder. Confira a íntegra do vídeo: Crise humanitária Em janeiro, a crise humanitária que afeta as comunidades da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, levou o governo federal a decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combater a desassistência sanitária dos povos que vivem na região. Após a decisão, militares das Forças Armadas e órgãos do governo federal especializados em saúde indígena estão enviando alimentos e remédios para as aldeias yanomamis, além de prestarem assistência de saúde em hospitais de Boa Vista. >>> Clique aqui e confira a cobertura da Agência Brasil, da crise humanitária na TI Yanomami Source link
Sine Amazonas divulga 55 vagas de emprego em diversas áreas
Há 21 minutos Por Agência Amazonas Distribuição das senhas e atendimento são realizados das 8h às 14h FOTO: Henrique Miranda /Setemp O Governo do Amazonas, por meio do Sistema Nacional de Empregos do Amazonas (Sine/AM), administrado pela Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp), órgão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), divulga a oferta de 55 vagas de emprego para esta segunda-feira (13/03). Os interessados em concorrer às vagas devem acessar o site (http://empregabrasil.mte.gov.br) para fazer a solicitação de cadastro, ou comparecer na sede do Sine Amazonas, localizada na Galeria+, avenida Djalma Batista, 1.018 (entre o Amazonas Shopping e o Manaus Plaza Shopping). A distribuição das senhas e atendimento são realizados das 8h às 14h. Para o cadastro, devem apresentar comprovante de vacinação (Covid-19), currículo e documentos pessoais (RG, CPF, PIS, CTPS, comprovante de escolaridade e residência). Não é necessário apresentar cópias, somente os documentos originais. As oportunidades de emprego são de diversas empresas e instituições do Amazonas, e os detalhes das vagas serão informados pelos empregadores. Portal do Trabalhador O candidato também poderá concorrer às vagas acessando o Portal do Trabalhador (www.portaldotrabalhador.am.gov.br), no qual irá anexar o currículo na vaga pretendida. Caso esteja dentro do perfil, a equipe de captação entrará em contato com o concorrente para que compareça no posto do Sine Amazonas. 02 VAGAS: SOLDADOR MIG/MAG Escolaridade: Ensino médio completo; Com experiência na área. OBS: Ter experiência em soldagem MIG/MAG, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: OPERADOR DE CAIXA Escolaridade: Ensino Médio Completo Com experiência na função. OBS: Ter domínio em informática, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: DIVULGADOR EXTERNO Escolaridade: Ensino médio completo Primeiro emprego. OBS: Ter documentação completa e currículo atualizado. 02 VAGAS: AJUDANTE DE DEPÓSITO Escolaridade: Ensino Fundamental Completo; Com experiência na área. OBS: Ter CNH categoria “B”, experiência em controle de estoque, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA Escolaridade: Ensino Superior Completo Licenciatura em Língua Inglesa; Com experiência na área. OBS: Ter experiência em aulas em sala de aula, ser fluente na língua inglesa, documentação completa e currículo atualizado. 02 VAGAS: PEDREIRO Escolaridade: Ensino Fundamental Completo; Com experiência na função. OBS: Ter experiência na área de construção civil, documentação completa e currículo atualizado. 02 VAGAS: SOLDADOR Escolaridade: Ensino Fundamental Completo; Com experiência na função. OBS: Ter experiência na área de soldagem em geral, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: TÉCNICO DE REFRIGERAÇÃO VEICULAR Escolaridade: Ensino Médio Completo; Com experiência na área. OBS: Ter conhecimento em processos de manutenção em ar-condicionado automotivo, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: ELETRICISTA DE AUTOS Escolaridade: Ensino Médio Completo; Com experiência na área. OBS: Ter experiência em elétrica automotiva em geral, ter cursos na área será um diferencial, documentação completa e currículo atualizado. 30 VAGAS: CONSULTOR DE VENDAS Escolaridade: Ensino Médio Completo; Com experiência na área. OBS: Ter conhecimento na área de vendas em geral, possuir CNH categoria “B” será um diferencial, curso de Informática Básica, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: ENCARREGADO DE OBRAS Escolaridade: Ensino Superior Cursando Engenharia Civil; Com experiência na área. OBS: Ter documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: OFICIAL DE COZINHA Escolaridade: Ensino Fundamental Completo; Com experiência na área. OBS: Ter cursos na área de nutrição e gastronomia, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: LANTERNEIRO – PRESIDENTE FIGUEIREDO Escolaridade: Ensino fundamental completo; Com experiência na área. OBS: Ter experiência na execução de serviços de lanternagem em veículos automotores em caráter preventivo e corretivo, ter disponibilidade para residir em Presidente Figueiredo, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: SERRALHEIRO NAVAL Escolaridade: Ensino Fundamental Completo; Com experiência na área. OBS: Ter experiência em serralheria especializada em esquadrilha de alumínio (linha Master e Inova), cursos na área de serralheria, possuir experiência na área naval, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: TÉCNICO EM ELETRÔNICA HOSPITALAR Escolaridade: Ensino médio completo; Com experiência na área. OBS: Ter curso técnico em Eletrônica, experiência em manutenção preventiva, corretiva de equipamentos hospitalares em geral, documentação completa e currículo atualizado. VAGAS EXCLUSIVAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PCD) 01 VAGA: ASSISTENTE EM ENGENHARIA (PCD) Escolaridade: Ensino Superior Cursando Engenharia ou Ensino Técnico Completo em Edificações; Com experiência na área. OBS: Ter documentação completa, currículo e laudo médico atualizado. 01 VAGA: TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES (PCD) Escolaridade: Ensino Técnico Completo em Edificações; Com experiência na área. OBS: Ter documentação completa, currículo e laudo médico atualizado. 02 VAGAS: PROMOTOR DE VENDAS (PCD) Escolaridade: Ensino Médio Completo; Sem experiência na área. OBS: Ter documentação completa, currículo e laudo médico atualizado. 03 VAGAS: AJUDANTE DE PRODUÇÃO (PCD) Escolaridade: Ensino médio completo; Com experiência na área. OBS: Ter a documentação completa, currículo atualizado e laudo médico atualizado. Fonte
Jornada cirúrgica da Fundação Alfredo da Matta atende 40 pacientes em 11 horas de trabalho
Há 13 segundos Por Agência Amazonas Ação mobilizou mais de 50 profissionais e teve apoio da Fundação Hospital Adriano Jorge FOTO: Arnoldo Santos (Asscom/Fuham) e Roberto Carlos (Secom) A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), em parceria com a Fundação Hospital Adriano Jorge (Fhaj), realizou, neste sábado (11/03), uma jornada de cirurgias que atendeu 40 pessoas, a maioria acometidas por câncer de pele, que começou às 7h e terminou por volta das 18h. As duas instituições, que são vinculadas à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), se uniram para atuarem juntas na resolução do problema desses pacientes. A Fhaj cedeu as sete salas do centro cirúrgico e mobilizou pessoal de apoio, e a Fuham entrou com o corpo clínico, entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos, formando uma equipe com cerca de 50 profissionais. Presidente da Fuham, Carlos Chirano – FOTO: Arnoldo Santos (Asscom/Fuham) e Roberto Carlos (Secom) O presidente da Fuham, médico dermatologista Carlos Chirano, destacou a importância das cirurgias para os pacientes. “Essa é uma ação do governo do Estado, através da secretaria de saúde, com o apoio da Fundação Hospital Adriano Jorge e executada pela Fundação Alfredo da Matta. Estamos dando prioridade às cirurgias de câncer de pele. O câncer de pele é o câncer mais incidente, o dobro do segundo câncer mais comum. Selecionamos casos de prioridade que representam risco de morte. Vamos operar 40 pacientes e eles vão sair daqui curados”, destacou Chirano. Presidente da Fhaj, Aillon Oliveira FOTOS: Arnoldo Santos (Asscom/Fuham) e Roberto Carlos (Secom) O diretor-presidente da Fhaj, médico Ayllon Menezes de Oliveira, afirma que a parceria tem como objetivo, o atendimento mais ágil das pessoas que precisam deste tipo de atendimento médico especializado. “A orientação do governador Wilson Lima é concentrar todos os esforços para atender as necessidades da população. Então, com o apoio da Secretaria de Saúde, nós conseguimos unificar e complementar as ações. Nossa intenção é trabalhar para zerar filas e atender todas as necessidade de saúde que ficaram pendentes de gestões anteriores”, afirmou. Ainda pela manhã, a Fhaj recebeu a visita do secretário executivo da SES-AM, Jani Kenta Iawata, que estava acompanhado da secretária executiva adjunta de assistência especializada da Capital, Lais Moraes, e do secretário executivo de assistência da Capital, Leandro Pimentel. Eles estavam representando o secretário de Saúde do Amazonas, Anoar Samad, e foram recebidos pelo diretor presidente da Fuham, Carlos Chirano. Procedimentos Ainda era início da manhã quando os primeiros pacientes começaram a chegar à Fundação Adriano Jorge, onde foram realizadas as cirurgias. O aposentado Pedro Ferreira de Araújo, de 91 anos, foi o paciente mais idoso da lista. Morador de Manacapuru (distante 98 quilômetros de Manaus) foi levado pelo genro dele para ser submetido à cirurgia de câncer de pele. O genro, que também se chama Pedro, contou que a notícia da jornada de cirurgias foi um alívio para a família. “A moça (da Fundação Alfredo da Matta) disse que ele estava na relação para fazer a cirurgia agora no mutirão. Que maravilha! O pessoal adiantou todo o procedimento, fizeram o teste da Covid-19 e hoje nós chegamos com tranquilidade. Hoje, eu não posso reclamar de nada. O atendimento está muito rápido”, disse o genro do paciente. Pacientes idosos Dos 40 pacientes, 15 tinham acima dos 70 anos e 33 casos eram de retirada de carcinoma basocelular (CBC), uma espécie de tumor maligno da pele. A aposentada Maria Van Djik, de 84 anos, chegou cedo, acompanhada do filho. Foi tranquila para o centro cirúrgico e elogiou a iniciativa, que agilizou a cirurgia dela. “Quando você tem que ir para o médico, tudo do jeito que o especialista faz para você e aqui só tem especialista”, disse dona Maria. Orientação pós-cirurgia Todos os pacientes foram liberados não havendo necessidade de internação. Somente uma paciente não teve o procedimento concluído pois, segundo avaliação da equipe cirúrgica, ela precisará ser internada para procedimento com anestesia raquidiana para o tratamento de um cisto pilonidal. Os pacientes receberam orientação e medicação pós-operatória. Foram orientados de que os curativos e retirada de pontos podem ser feitos em qualquer unidade da rede básica de Saúde e que devem agendar o retorno à Fuham, após o resultado da biópsia. Fonte
Desigualdade entre países prolonga pandemia de covid-19
O que define uma pandemia é a disseminação descontrolada de uma doença em todos os continentes, causando epidemias em todas as partes do mundo, ao mesmo tempo. Para pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil, a covid-19 já não se comporta mais de maneira fora de controle na maior parte do mundo, mas a decisão de rebaixar o status de emergência global em saúde pública passa também pela possibilidade de manter recursos mobilizados para ajudar os países mais pobres. O acesso às vacinas está entre os indicadores mais evidentes de que a resposta à pandemia ocorreu de forma desigual. Enquanto países como Chile, Cuba e Japão aplicaram mais de três doses por pessoa, mais de 70 países no mundo aplicaram menos que uma. Em todo o mundo, mais de 13,2 bilhões de doses foram aplicadas, sendo menos de 1 bilhão no continente africano. Na última reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI – 2005) sobre a Pandemia de Coronavirus de 2019 (COVID-19) na Organização Mundial da Saúde (OMS), as recomendações do grupo foram, entre outras, focar na vacinação e nas doses de reforço, melhorar a notificação de dados à OMS e aumentar a disponibilidade, a longo prazo, de vacinas, diagnósticos e terapias – medidas que requerem apoio a países com orçamentos menos robustos. O comitê reconheceu que a pandemia de covid-19 pode estar se aproximando de um ponto de inflexão, em que os impactos da doença na mortalidade se manterão limitados pelo grande número de pessoas previamente infectadas e imunizadas. “Embora a erradicação desse vírus de hospedeiros humanos e animais seja altamente improvável, a mitigação de seu impacto devastador na morbidade e mortalidade é alcançável e deve continuar a ser uma meta prioritária”, afirmou o grupo. O que falta para a pandemia de covid-19 acabar? Marilda Siqueira, do Laboratório de Vírus Respiratórios do IOC da Fiocruz, está otimista em relação ao atual cenário da pandemia no Brasil Josué Damacena/Fiocruz/Divulgação A chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Marilda Siqueira, acredita que o mundo vive um cenário favorável, e o Brasil, um quadro ainda mais favorável, com coberturas vacinais elevadas. Soma-se a isso a disponibilidade de antivirais desenvolvidos para o tratamento da covid-19 e que são capazes de reduzir a gravidade das infecções, permitindo que mais pacientes sejam curados. “Mas esse cenário não é homogêneo em todos os países. Muitos países têm um cenário mais favoráveis que outros no que diz respeito à capacidade de leitos hospitalares, profissionais de saúde, e às vacinas. Quando a OMS ainda não declarou o fim da pandemia, ela tem nas mãos diferentes cenários. E para isso existem normas e critérios do regulamento internacional que discutem todos os cenários”, afirma. >>> Clique aqui e confira todas as matérias da Agência Brasil sobre os três anos da pandemia de covid-19 O epidemiologista e professor da Universidade de Illinois Urbana-Champaign Pedro Hallal conta que, a cada nova reunião geral da Organização Mundial da Saúde, há uma expectativa de que a decisão de pôr fim à pandemia será tomada. O pesquisador afirma acreditar que a emergência sanitária deve terminar em breve, mas que a covid-19 vai continuar a ser uma doença com a qual vamos conviver. “Estamos nos aproximando do final da pandemia. E, para quem entende o que o termo pandemia quer dizer, isso é mais nítido ainda. A gente não quer dizer que a covid vai acabar, a gente está dizendo que a gente vai chegar em um ponto em que o número de mortes diárias vai ser praticamente estável, e, assim, ela perde o requisito de estar fora de controle, que é o que caracteriza um surto epidêmico. A pandemia está próxima do fim, mas a covid, não”. O virologista da Fiocruz Amazônia Felipe Naveca e o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, veem o fim da pandemia como uma decisão política que também vai levar em conta a necessidade de corrigir desigualdades no acesso às vacinas e aos instrumentos de vigilância epidemiológica, ainda muito escassos nos países mais pobres. “A gente caminha para isso [fim da pandemia], mas não é uma decisão fácil de ser tomada”, argumenta Naveca. “A gente tem um mundo muito desequilibrado. Há países em que a situação está muito mais controlada, em que o sistema de saúde é mais forte e consegue atender a população. E tem outros países mais pobres, com pouco avanço da vacinação e sistemas de saúde mais frágeis. Como a OMS pensa no todo, é nesse sentido que ainda está se debatendo bastante o fim da pandemia, porque quando se decreta esse fim, se tem uma diminuição nesses esforços”. Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo – SBI/Divulgação “A OMS não declara o fim da pandemia muito mais por uma questão de organização de atividades de controle da doença”, acredita Chebabo. “A gente entrou em uma fase em que, na maior parte dos países do mundo, a doença está sob controle. Mas a gente ainda tem uma inequidade muito grande no mundo inteiro, e principalmente na África e em países menores da América Latina. As coberturas estão muito díspares, e, talvez por isso, por uma questão estratégica, para ampliar a possibilidade de vacinar e mobiliar recursos, a OMS ainda não tenha declarado o fim da emergência de saúde pública. Mas eu acredito que nas próximas semanas a gente tenha uma declaração de fim desse estágio pandêmico”. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, considera que, apesar de depender de dados epidemiológicos, o fim da pandemia é muito mais um decreto administrativo e não representa uma mudança imediata na vida das pessoas. Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações Renato Kfouri –Foto: Sarah Daltri/SBIm/Divulgação “É uma questão muito mais de manejo administrativo das questões. É claro que vai depender do momento epidemiológico, sim, mas só na hora que questões de transmissão nos cinco continentes estiverem controladas, quando houver vacinas disponibilizadas e recursos de vigilância estruturados, a Organização Mundial da Saúde vai determinar
Pinacoteca de São Paulo apresenta mostra panorâmica de Chico da Silva
Os animais mitológicos, folclóricos e fabulares pintados por Chico da Silva (1910?-1985) compõem a nova exposição em cartaz na Pinacoteca de São Paulo, no centro da capital paulista. Intitulada Chico da Silva e o Ateliê de Pirambu, a exposição é a primeira grande mostra panorâmica dedicada ao artista pela Pinacoteca, e vai apresentar ao visitante os diversos dragões, sereias, bestas, peixes, serpentes e aves que fazem parte desse universo fantástico e único criado por ele. A mostra fica em cartaz até o dia 28 de maio na galeria principal da Pina Luz. Mostra panorâmica Chico da Silva e o ateliê do Pirambu, com curadoria de Thierry de Freitas, na Pinacoteca de São Paulo. Rovena Rosa/Agência Brasil Essa é a maior exposição individual já dedicada ao artista de origem indígena e reúne coleções públicas e particulares que percorre a produção feita entre os anos de 1943 a 1984. Entre os destaques da mostra está o conjunto de obras Caboclo Peruano, um grupo de desenhos realizados pelo artista entre os anos de 1943 e 1944. A curadoria é de Thierry de Freitas. “A historiografia convencionou datar o nascimento dele como 1910, mas é provável que este dado esteja errado e que ele tenha nascido entre 1922 e 1923. Então, de certa maneira, essa exposição também é uma homenagem ao centenário do artista”, disse o curador, em entrevista à Agência Brasil. Curador da Pinacoteca de São Paulo, Thierry de Freitas – Rovena Rosa/Agência Brasil “O Chico nasceu na Amazônia. A mãe dele teria ido para o Acre para trabalhar em um seringal. Em 1922 ele nasceu na Amazônia, na região do Rio Tejo, filho de um indígena peruano, provavelmente da etnia campa, e de uma cearense. O ambiente em que o Chico viveu até os 10 ou 12 anos é esse da Amazônia, da fauna e flora diversa, desse lugar também cheio de cearenses que havia ido trabalhar na extração de látex. O Chico também dizia que seu pai era barqueiro e que ele subia e descia os rios com seu pai. É claro que essas experiências constituíram um pouco desse imaginário com que ele viria a trabalhar depois”, explicou Freitas. A exposição apresenta 124 obras de Chico da Silva e outros artistas que fizeram parte do Ateliê do Pirambu. A mostra percorre o legado de um dos primeiros artistas brasileiros de origem indígena a alcançar destaque no cenário nacional e no exterior. “Acho que o Chico da Silva é um fenômeno incrível do Ceará, e acho quase impossível contar uma história da arte brasileira que se propõe plural e diversa sem contar a história do Chico”, disse o curador. Exposição apresenta 124 obras de Chico da Silva e outros artistas que fizeram parte do Ateliê do Pirambu.- Rovena Rosa/Agência Brasil Exposição Cada sala da galeria expositiva foi dedicada a um período na vida do artista. A primeira sala, mostra o início de sua produção. Nesta sala se encontra uma foto que mostra Chico da Silva desenhando na parede de uma casa na Praia Formosa, em Fortaleza, pouco antes de ter sido descoberto pelo pintor suíço Jean Pierre Chabloz, que o levou a experimentar a pintura a guache. “O Chico começou a produzir na década de 40, ‘descoberto’ por um artista e crítico suíço, chamado Jean Pierre Chabloz, que estava no Ceará”, disse o curador da exposição. Cada sala da galeria expositiva foi dedicada a um período na vida do artista. – Rovena Rosa/Agência Brasil “Ele tinha como hobby pintar pássaros em muros de casas. Isso não era bem-visto pelos donos das casas, mas o Chabloz viu esses desenhos, se encantou e foi atrás do autor”, disse Thierry de Freitas. Foi então que Chico da Silva passou a pintar sob encomenda. E uma das primeiras telas que pintou, ainda na década de 40, é uma paisagem com montanha, um lago, dois dirigíveis e alguns peixes, já antecipando técnicas e formas que ele viria a utilizar com mais frequência em suas próximas obras. “[Na primeira sala] estão os primeiros quadros que já mostram um pouco desse vocabulário do Chico com pássaros em troncos de árvores, preenchidos por pontilhismo e com fundo e figura se fundindo ou com preenchimentos muito semelhantes”, explicou o curador. A segunda sala é dedicada aos painéis, que são os trabalhos mais raros do artista. “Os painéis representam uma espécie de auge do Ateliê [do Pirambu]. São o que há de melhor na produção do Chico, porque, pelo tamanho e pela primazia da execução, conseguem mostrar toda a contribuição da escola”, explica Thierry de Freitas. A terceira sala reúne um conjunto especial de obras realizadas no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc), onde o Chico trabalhou na década de 60. A quarta sala é dedicada ao Ateliê de Pirambu, criado pelo artista quando deixou o Mauc, por volta de 1963. É nessa década que a produção do artista alcançou grande qualidade técnica. É nessa época também que ele começou a produzir em grande quantidade. Quarta sala é dedicada ao Ateliê de Pirambu, criado pelo artista quando deixou o Mauc, por volta de 1963. – Rovena Rosa/Agência Brasil “O Pirambu é um bairro do centro de Fortaleza muito próximo à Praia Formosa, de uma comunidade de baixa renda. Na época do Chico, era uma favela e ele morava lá. Quando ele saiu do emprego do Mauc, em 1963, ele foi pintar por conta, em casa. Várias crianças, jovens e adolescentes passaram a se interessar pela pintura que ele estava fazendo e ele começou a convidar essas pessoas para pintarem junto com ele”, explicou o curador. A partir de 1969, Chico passou a enfrentar problemas com o alcoolismo e acabou se afastando do ateliê. “Paralelo a isso, há uma série de denúncias na imprensa dizendo que os quadros do Chico não eram feitos por ele, mas por pessoas do ateliê. Essa é uma fase muito complicada para ele. De fato, na década de 70 ele pintou muito pouco e passou a não administrar a produção do ateliê. Inclusive ele passou por
Escritora amazonense Adriana Barbosa participa do Mania de Ler
Há 8 minutos Por Agência Amazonas A escritora e professora amazonense já foi contemplada com prêmios literários nacionais e internacionais Escritora, Adriana Barbosa – FOTO: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa O projeto Mania de Ler tem uma nova edição neste domingo (12/03), das 16h às 19h, no Largo de São Sebastião, Centro de Manaus. O projeto do Governo do Estado, coordenado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, traz a cada encontro uma participação especial e, desta vez, o público infantil e infantojuvenil terá a oportunidade de conhecer a escritora amazonense Adriana Barbosa. O acesso ao projeto é gratuito. Autora de quatro obras literárias, Adriana irá levar para o Mania de Ler, o livro “Fábulas e Apólogos da Amazônia”, contemplado no edital Prêmio Feliciano Lana, do Governo do Estado, como parte das ações da Lei Aldir Blanc, em 2020. Além de escritora e professora, a convidada deste domingo é pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas, na área de educação. Ela promete uma tarde repleta de histórias cheias de encantamento. “O público terá o prazer de viajar pelo mundo mágico do reino amazônico com personagens incríveis como o Tucumã, a Pupunha, o Gato-maracajá, a Borboleta Azul entre outros. Uma oportunidade para descobrirmos um gito da magia que a Natureza transmite para nós. Uma leitura-deleite, com certeza”, adianta Adriana. Com o reconhecimento internacional, a amazonense tem no currículo vários prêmios, como o “Artista do Ano”, em 2022, categoria Literatura, concedido pela Literarte, na galeria do Carroseul du Louvre, em Paris, França. O secretário de cultura, Marcos Apolo Muniz, acredita que iniciativas como a do Mania de Ler, tem o propósito, não apenas de despertar o hábito da leitura, como também, apresentar os autores locais. “Além de um acervo de 1.200 livros à disposição do público na biblioteca volante, o projeto abre o espaço aos escritores amazonenses que enriquecem o encontro com as suas histórias, muitas vezes, dentro de um contexto amazônico”, finaliza o secretário. Fonte
Mega-Sena acumula e prêmio para próximo sorteio é de R$ 16 milhões
A Caixa informou que ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.572 da Mega-Sena, sorteadas na noite de ontem (11). O prêmio acumulado para o próximo sorteio, previsto para terça-feira (14), é de R$ 16 milhões. As dezenas sorteadas foram 03, 07, 15, 22, 24 e 50. Os 101 apostadores que acertaram a quina vão receber R$ 30.374, cada. Para o próximo sorteio, as apostas podem ser realizadas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50. Fonte
Mulheres de diferentes continentes relatam realidade da imigração
Em busca de segurança, melhores condições de vida e proteção social, mulheres imigrantes saíram de seus países e vieram para o Brasil para encontrar abrigo e refúgio. De acordo com informativo mensal de janeiro de 2023, elaborado pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), desde janeiro de 2021 a emissão de vistos pelos postos consulares brasileiros apresenta tendência de aumento, partindo de 3,8 mil vistos para 9,2 mil em janeiro de 2023. No mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher (8 de março), a reportagem da Agência Brasil conversou com três imigrantes que vivem em São Paulo e que vieram de diferentes regiões do mundo: do Afeganistão, na Ásia; da República Democrática do Congo, na África; e da Bolívia, na América do Sul. São imigrantes e refugiadas em diferentes fases da vida, que viram no Brasil um lugar para morar e aqui têm construído suas histórias. Elas contaram suas jornadas e falaram sobre suas expectativas. A cozinheira Raihana Ibrahimi, de 49 anos, nasceu no Afeganistão, mas vive há cinco anos em São Paulo. Ela tem um restaurante de cozinha afegã com o marido no bairro da Liberdade. Ambos são da etnia hazara, minoria que é historicamente perseguida pelo Talibã, que retomou o poder no país no ano passado, com a retirada das tropas americanas após 20 anos de guerra. Primeiro veio o marido há oito anos, depois ela e, mais recentemente, chegou o filho de 17 anos. Ainda vive no país um filho de 13 anos, que mora com a avó. A cozinheira conta que eles vieram para o Brasil pelo mesmo motivo de milhares de afegãos que migraram para o país nos últimos anos: fugir da opressão do Talibã, grupo fundamentalista sunita que impõe no país um governo violento, autoritário e ultraconservador. A cozinheira afegã Raihana Ibrahimi tem com o marido um restaurante no bairro da Liberdade – Rovena Rosa/Agência Brasil Longe dos sofrimentos impostos pelo Talibã, ela diz que o Brasil “é muito bom para as mulheres, ‘deixa’ ir para a escola, ‘deixa’ tudo”. O Brasil é bom”, afirma Raihana, que ainda está aprendendo o português. “Lá agora não tem escolas para as meninas, tudo fechado, a faculdade também, não tem nada para as mulheres. A mulher tem que andar toda de burka, toda fechada, não se pode ver mão, perna, nada”, lamenta. O sonho agora é que toda a família dela venha para o Brasil. Ela está com visto de imigrante reconhecido como refugiado. O marido já conseguiu a naturalização brasileira. Os outros familiares, no entanto, ainda não conseguiram os vistos. “Tudo parado na embaixada”, ela afirma. Raihana conta que no Afeganistão não tem Dia das Mulheres. “Todo mundo sabe que o 8 de março é para as mulheres, mas, no Afeganistão, os maridos não deixam que as mulheres saibam e as mulheres que lutaram pela nossa liberdade, a maioria delas está morta ou escapou para algum lugar.” Perguntada sobre o que ela deseja para as mulheres afegãs, Raihana tenta responder, procura as palavras em português, mas elas não vêm, apenas o choro. Passada a emoção, ela externa seu desejo para as suas conterrâneas: “Quero tudo para as mulheres, ‘deixa’ trabalhar’, ‘deixa’ faculdade, liberdade para todas as mulheres e as meninas! Liberdade na rua, liberdade na faculdade e para as estudantes.” Perseguição Raihana é da etnia hazara, uma minoria de origem turca e mongol que reside principalmente na região central do Afeganistão. “O talibã não quer os hazaras porque a nova geração está estudando”, destaca a imigrante. “Somos perseguidos pelos [membros] da etnia pashtun.” O membros da etnia pashtun são do grupo Talibã. Eles perseguem as meninas e as mulheres, principalmente as solteiras. “Se a menina não está casada, o Talibã questiona e violenta a menina, para nós, as hazaras é muito ruim”, diz Raihana. “[Elas] se escondem, não saem de casa para não serem levadas [pelo Talibã].” Ela lamenta ainda o que o conflito no país faz com a infância. “Criança não sabe [do conflito], agora não tem escola, não tem nada, não tem comida, nem para mulheres, nem para homens. Queremos o Afeganistão para todas as mulheres, os homens, queremos liberdade!” Bolívia A boliviana Lizbeth Aide Chacolla Yujra está há 15 anos no Brasil. Ela veio ainda criança, aos 8 anos de idade, com os pais que desejavam sair do país por conta do governo Evo Morales. “Meus pais vendiam sapatos dos Estados Unidos, quando o Evo Morales entrou no governo, ele proibiu qualquer tipo de produtos dos EUA, para incentivar o comércio boliviano”. Com isso, os pais de Lizbeth, que já tinham parentes morando no Brasil, vieram para o país e conseguiram trabalho como costureiros. Ela e a irmã aprenderam português na escola, cresceram e se formaram no Brasil. A irmã é designer e ela estudou gastronomia. Ela conta que já voltou três vezes ao país, a passeio. “A última vez foi quando eu tinha 18 anos, porque até então eu não tinha visto tudo o que tinha lá, não conhecia meu país, queria me aventurar e conhecer a cultura da Bolívia”. Lizbeth não é naturalizada brasileira, mas tem permissão para morar no Brasil e está legalizada. Lizbeth Aide Chacolla Yujra vende comidas típicas da Bolívia – Arquivo pessoal Atualmente com 23 anos, Lizbeth é empreendedora e dona da Munnay Panadería, que faz entregas por delivery e sob encomenda por meio das redes sociais, além de participar de eventos culturais e latinos. A panadería, padaria em espanhol, produz comidas típicas do país, como a empanada pucacapa, a wistupiku, a salteña entre outros. Insegurança “No geral, ser mulher traz muita insegurança”, diz Lizbeth, que cresceu e se tornou adulta no Brasil. “Mas, quando eu ainda não sabia falar português e não entendia, e as pessoas faziam ‘gracinha’, era ruim, e eu pegava ônibus sozinha, eu tinha medo, sabia de muitos casos de meninas sendo assediadas”, relembra. Hoje, ela pensa que as mulheres têm que dar força umas às outras, pois muitas situações ainda passam pelo machismo. “Eu sou empreendedora e, quando eu chego a lugares para fazer algum tipo de negócio, perguntam se eu
Hoje é Dia lembra os cinco anos das mortes de Marielle e Anderson
A semana que começa neste domingo (12) traz uma data que entrou para a história política do país: no dia 14 de março de 2018, um atentado vitimou a vereadora pelo Rio de Janeiro e ativista pelos direitos humanos Marielle Franco, e seu motorista, Anderson Pedro Gomes. O carro em que Marielle estava – e que era conduzido por Anderson – foi alvejado por 13 tiros no Centro do Rio. Marielle, que foi a quinta vereadora mais votada daquela legislatura, tinha acabado de sair de uma roda de conversa com mulheres pretas, e foi assassinada com quatro tiros na cabeça. Esta reportagem do Repórter Brasil, da TV Brasil, reconstitui o que aconteceu naquela noite: Mulher, negra, mãe, lésbica, “cria” da Maré, socióloga, militante pelos direitos das mulheres, negros, favelados e pessoas LGBTQIA+: ainda em 2018, o Repórter Rio, da TV Brasil, fez um breve perfil de Marielle, e mostrou como sua trajetória e suas causas inspiraram e mobilizaram mulheres: Cinco anos depois, o crime ainda não foi totalmente elucidado. Apesar dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz estarem presos, acusados de terem feito os disparos, há uma pergunta que continua sem resposta: quem mandou matar Marielle e Anderson? A poetisa e a arqueóloga Outras mulheres também são lembradas nos próximos dias: neste 12 de março completam-se 130 anos da escritora Gilka Machado. Gilka ficou conhecida por ser uma das primeiras mulheres do país a escrever poesia erótica, e também foi uma das fundadoras do Partido Republicado Feminino, em 1910 – o primeiro partido político feminista do Brasil. Este episódio do Momento Literário rememora a vida e a obra de Gilka – que, da origem à descendência, flertou com a arte e a literatura: Niède Guidon também é celebrada neste domingo. A arqueóloga franco-brasileira nasceu em 12 de março de 1933 – há exatos 90 anos. Seus estudos sobre a pré-história e seus achados no interior do Piauí, na Serra da Capivara (que reúne o maior número de sítios arqueológicos das Américas), redefiniram a teoria do povoamento do continente. Ela falou ao programa Expedições, que foi ao ar em 2014 na TV Brasil, sobre os vestígios da presença da espécie humana na região, datados de 60 mil anos atrás. O pai da escola de samba e o Síndico A semana também é marcada pelas mortes de dois homens negros que mudaram a música brasileira: Ismael Silva (falecido em 14 de março de 1978) e Tim Maia (falecido em 15 de março de 1998). Ismael Silva é autor de mais de 200 sambas, tido como um dos maiores parceiros de Noel Rosa, e entrou para a história ao fundar, em 1928, a Deixa Falar, primeira escola de samba que se tem notícia. Foi Ismael, aliás, que criou o termo escola de samba: no bairro do Estácio, onde ele vivia, existia uma “escola para moças”. Então, Ismael costumava dizer: “se eles ensinam moças, aqui vamos ensinar o samba”. O Todas as Vozes, programa da Rádio MEC em 2016, trouxe os altos e baixos da carreira do Bamba do Estácio: Tim Maia dispensa apresentações – mesmo assim, ele dizia que era “preto, gordo e cafajeste, formado em cornologia, sofrências e deficiências capilares”. O Síndico, cuja partida completa 25 anos, juntou o soul e o funk da música negra dos Estados Unidos a ritmos brasileiros, como samba, baião e bossa nova, para formar um som único. A intensidade e o carisma de Tim são revividos neste episódio do Na Trilha da História, da Rádio Nacional, veiculado em 2018: Em 2012, o De Lá Pra Cá, da TV Brasil, também resgatou histórias e o balanço de Tim Maia: Mais datas Entre as efemérides da semana, também estão os 115 anos de nascimento do pianista Arnaldo Estrella, os 95 anos do pianista Edino Krieger e os 85 anos do filósofo Luiz Carlos Maciel – todos já falecidos. Completam-se ainda 35 anos da morte do músico Chico Mário, 50 anos do assassinato do líder estudantil paulista Alexandre Vannuchi Leme e também celebra-se o Dia Nacional do Teatro do Oprimido (16 de março) e o Dia Nacional da Imigração Judaica (18 de março). Confira a lista semanal* do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados: 12 a 18 de março de 2023 12 Nascimento do atleta fundista brasiliense Joaquim Cruz (60 anos) – medalhista de ouro nos 800m nas Olimpíadas de 1984 Nascimento do cantor e compositor estadunidense James Taylor (75 anos) Nascimento da escritora fluminense Gilka Machado (130 anos) – foi uma das primeiras mulheres a escrever poesia erótica no Brasil; também foi uma das fundadoras do Partido Republicano Feminino Nascimento da arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon (90 anos) Dia do Bibliotecário 13 Nascimento do teólogo, clérigo dissidente, filósofo natural, educador, teórico e político britânico Joseph Priestley (290 anos) – A ele normalmente é creditada a descoberta do oxigênio, embora Carl Wilhelm Scheele e Antoine Lavoisier também a reivindiquem 14 Morte da vereadora negra, lésbica, ativista dos direitos humanos e cria da comunidade da Maré, Marielle Franco, e de Anderson Gomes, motorista que conduzia o carro da vereadora quando foram assassinados a tiros (5 anos) Morte do cantor e compositor fluminense Ismael Silva (45 anos) Morte da poeta paulista Yde Schloenbach Blumenschein, a Colombina (60 anos) Nascimento do compositor, flautista e maestro fluminense Benedito Lacerda (120 anos) Nascimento do pianista fluminense Arnaldo Estrella (115 anos) – foi um dos melhores pianistas e professores de seu tempo Morte do compositor e violonista mineiro Francisco Mário, conhecido como Chico Mário (35 anos) – criou o Método Musical por Cores para as Crianças; irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho 15 Nascimento do filósofo gaúcho Luiz Carlos Maciel (85 anos) Nascimento do diplomata carioca Sérgio Vieira de Mello (75 anos) – alto funcionário da ONU morto em Bagdá com outras 21 pessoas, vítimas de um atentado a bomba contra a sede local das Nações Unidas Morte do músico fluminense Sebastião Rodrigues Maia, conhecido como Tim Maia (25 anos) Dia Mundial do Direito do Consumidor 16 Nascimento do compositor, instrumentista e cantor baiano Josué de Barros (135 anos) – descobridor de