Defesa Civil contabilizou mais de 120 ocorrências de chuva neste domingo (12)
Manaus – A Prefeitura de Manaus, por meio do Centro de Cooperação da Cidade (CCC), registrou mais de 120 ocorrências de Defesa Civil e Trânsito por toda a cidade. Uma operação conjunta foi feita, logo na manhã deste domingo, 12/3, atendendo os bairros mais afetados da capital amazonense. Na noite de sábado, o Sistema Nacional de Defesa Civil emitiu um alerta de chuva acima da média na capital amazonense e, por meio da Central 199 da Defesa Civil, que funciona no CCC, mais de 105 ocorrências de Defesa Civil já tinham sido registradas até as 18h deste domingo. Com o apoio das secretarias de Assistência Social (Semasc) e Infraestrutura (Seminf), os bairros mais afetados foram atendidos em urgência, com uma operação conjunta. A zona Norte foi a mais impactada nos bairros Monte das Oliveiras e Cidade Nova, com maior incidência de pontos de alagamentos e deslizamento. A ação integrada da Defesa Civil com a Semasc garantiu atendimento para mais de 60 famílias afetadas pelas fortes chuvas do final de semana. Segundo o diretor de Operações da Defesa Civil de Manaus, José Mendes, a determinação do prefeito David Almeida é de priorizar as famílias. “Desde ontem, a Defesa civil segue atuando nas ocorrências, que já ultrapassam 60 atendimentos no dia de hoje, sendo a maior parte deles de alagamentos. O prefeito David Almeida solicitou que a nossa atenção estivesse voltada, principalmente, para as famílias nesse momento em que muitas perderam tudo”, afirma Mendes. A previsão de chuva para este domingo, segundo o Centro de Atendimento e Monitoramento Meteorológico (Cemaden), é superior a 100 milímetros e, por isso, desde o início da madrugada, o status da cidade foi alterado para estágio de “Atenção”, quando os serviços e forças de segurança se preparam para múltiplas ocorrências de alto impacto. Em menor escala, o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) também registrou 17 ocorrências de trânsito, com dois acidentes com danos materiais e um com vítima lesionada. Os semáforos inoperantes foram quatro, gerando um impacto médio no tráfego. Os agentes municipais seguem atuando nas centrais telefônicas, registrando as ocorrências no Centro de Cooperação que funciona 24 horas. Fonte
Mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,9% para 5,96%
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,9% para 5,96% para este ano. A estimativa consta do Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,02%. Para 2025 e 2026, as previsões são de inflação em 3,8% e 3,79%, respectivamente. A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%. Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em janeiro, puxado principalmente pelo aumento de preços de alimentos e combustíveis, o IPCA ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Juros Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado, e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar. Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano em 12,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. PIB e câmbio A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também subiu de 0,85% para 0,89%. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 1,98%, respectivamente. A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o fim deste ano. Para o final de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,30. Fonte
Governador Wilson Lima acompanha trabalho de resgate após deslizamento no Jorge Teixeira
Há 11 minutos Por Matheus Gil Estrutura do Estado está mobilizada nas buscas e no atendimento dos moradores No local, Wilson Lima destacou o empenho da população que está contribuindo no resgate das vítimas Fotos: Lucas Silva/ Secom O governador Wilson Lima esteve na noite de domingo (12/03), no bairro Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus, acompanhando o trabalho das equipes de resgate que atuam no deslizamento de terra que atingiu residências no local. Wilson Lima informou que toda a estrutura do Estado está mobilizada na busca de possíveis vítimas e no atendimento dos moradores afetados pelo desabamento. “Assim que soube do ocorrido determinei que o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil estivessem aqui. Assim como temos o apoio da polícia militar e da assistência social, nesse momento, para auxiliar a prefeitura de Manaus nos procedimentos que são necessários para atender essas famílias”. Atuam no resgate das vítimas 44 homens do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Até o início da madrugada desta segunda-feira (13/03), oito corpos, sendo quatro adultos e quatro crianças, já haviam sido resgatados. As buscas vão seguir por toda madrugada e ao longo dos dias, até que todos os desaparecidos sejam localizados. No local, Wilson Lima destacou o empenho da população que está contribuindo no resgate das vítimas. “Aqui é um local de difícil acesso e a gente conta com o apoio incansável de toda comunidade que tem ajudado as equipes na busca por desaparecidos”, ressaltou o governador. Ao lado do prefeito de Manaus, David Almeida, o governador ressaltou que nesse primeiro momento as equipes do Estado e prefeitura trabalham para identificar e resgatar os desaparecidas, mas que os Governo do Amazonas também vai atuar na área prestando assistência aos moradores que perderam bens materiais com a tragédia. Bombeiros e Defesa Civil trabalham para identificar a quantidade de residências atingidas. Equipes da Secretária de Segurança Pública, Secretaria de Assistência Social e Polícia Militar também trabalham no local prestando assistência aos moradores afetados pelo deslizamento. Hospitais da rede estadual de Saúde também estão de prontidão para receber possíveis feridos. Fonte
Lula participa da 52ª Assembleia Geral do Povos Indígenas, em Roraima
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje (13) da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Como pauta principal estão discussões sobre a proteção das terras tradicionais, gestão dos recursos naturais e a agenda do movimento indígena para o ano de 2023. Além de Lula, o evento, que é realizado no Centro Regional Lago Caracaranã, terá a presença da presidente da Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e de representantes de órgãos federais, como o Ministério dos Povos Indígenas, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Polícia Federal, além do Ministério Público. A reunião de Lula está prevista para ocorrer às 12h (horário de Brasília). Esta será a segunda visita do presidente ao estado desde que assumiu o mandato, no dia 1º de janeiro. Ele esteve em Boa Vista, no dia 21 de janeiro, quando foi verificar a situação humanitária do povo Yanomami e determinou socorro urgente aos indígenas. Desde sábado (11), a assembleia reúne cerca de 2 mil líderes indígenas para discutir o tema Proteção Territorial, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Entre as lideranças, estão representantes dos povos Yanomami, Wai Wai, Yekuana, Wapichana, Macuxi, Sapará, Ingaricó, Taurepang e Patamona. Durante o evento, os visitantes também poderão visitar uma feira de produtos orgânicos, de artesanato e a exposição de animais criados em terras indígenas. Os debates prosseguem até terça-feira (14). Source link
Julgamento sobre abordagem policial é oportunidade de discutir racismo
O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito das abordagens baseadas na cor da pele é uma possibilidade de enfrentar o racismo praticado pelas instituições brasileiras, na avaliação dos especialistas ouvidos pela Agência Brasil. “Enfrentar a discussão sobre a ilegalidade de provas produzidas por perfilamento racial é fundamental para enfrentar um dos principais mecanismos que reproduzem o racismo institucional no Brasil”, destaca o diretor de Litigância e Incidência da Conectas Direitos Humanos, Gabriel Sampaio. A organização não governamental participa do julgamento como parte interessada. Está sendo julgado no STF o caso de um homem preso com 1,53 grama de cocaína em Bauru, no interior paulista. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo pede que as provas do caso sejam anuladas porque os policiais teriam abordado o homem com base, principalmente, na cor da sua pele. No depoimento, os policiais citam explicitamente que o suspeito era uma pessoa negra que estaria “em cena típica do tráfico de drogas”, em pé, junto ao meio-fio, em via pública”, próximo ao um veículo parado. O julgamento foi suspenso na última quarta-feira (8) e deve ser retomado no próximo dia 15. Até o momento votaram cinco ministros. O relator, ministro Edson Fachin, defendeu em seu voto que não havia elementos que justificassem a abordagem e que os policiais agiram a partir da cor da pele do suspeito, fazendo com que as provas obtidas sejam ilegais. Os outros quatro ministros divergiram no caso concreto de que a busca pessoal foi motivada por racismo, mas concordaram que é inaceitável que a polícia aja a partir do perfil racial. Abordagens racistas Para Sampaio, é necessário que os agentes do Estado apresentem provas concretas que justifiquem a necessidade de abordagem de uma pessoa. No entanto, de acordo com ele, é rotineiro que o racismo internalizado nas instituições direcione ação policial contra população negra. “Essa forma de classificar, discriminar as pessoas nas abordagens a partir da cor da pele e gerar, a partir disso, toda a atuação e constrangimentos do sistema de justiça criminal é algo bastante recorrente no Brasil, em especial, contra as pessoas negras”, enfatiza. Pesquisa divulgada pelo Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), em julho do ano passado, a partir de mais de mil entrevistas feitas em São Paulo e no Rio de Janeiro, mostrou que uma pessoa negra tem risco 4,5 vezes maior de ser abordado pela polícia. Entre os que foram abordados, 46% das pessoas negras disseram ter ouvido menções a cor ou raça, percentual que ficou em 7% para pessoas brancas. Caso seja aceita pelo STF a tese de que abordagens feitas com base na cor da pele são ilegais, as polícias terão que, segundo o advogado, apresentar os elementos que motivaram as suspeitas. “O que significa que elementos probatórios, elementos que conduzem a qualquer tipo de suspeita precisam ser trazidos de forma concreta para que o sistema de Justiça e a sociedade possam exercer controle sobre a atividade estatal e ter a segurança de que o racismo institucional não está sendo reproduzido”, explica. Atualmente, de acordo com o especialista, fica a cargo da vítima de uma abordagem abusiva provar que a ação foi ilegal ou desnecessária. “Quando você é vítima de uma abordagem ilegal, o cidadão não tem meios de fazer prova da ilegalidade da abordagem”, assinala. Por isso, segundo ele, a necessidade de que haja uma nova visão sobre esse ponto. Da polícia à Justiça O racismo institucional aparece, de acordo com Sampaio, em todas as etapas que envolvem o caso concreto que está sendo julgado, desde a abordagem até as condenações decorrentes dela. “Não há qualquer dúvida na leitura do caso do que o que mobilizou a atuação dos policiais para abordarem o paciente foi a cor da pele”, ressalta. As penas impostas pela pequena quantidade de droga apreendida também são, na leitura do advogado, um indício da influência do racismo institucional no caso. “Em todos os momentos processuais formais ele se identificou como pessoa usuária. Mas o sistema de Justiça, para além dos policiais militares, para a autoridade policial [delegado], o Ministério Público, até o juízo na sentença, o Tribunal de Justiça no recurso, vão tratando essa pessoa sempre aplicando da forma mais rigorosa, contrariando os precedentes dos tribunais superiores, a lei penal, em desfavor do paciente”, diz, ao lembrar que o homem chegou a ser condenado a quase oito anos de prisão. Essa pena foi reduzida, pelo Superior Tribunal de Justiça, para dois anos e 11 meses. O caso é emblemático em relação ao racismo institucional também na avaliação da assessora de articulação política da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, Juliana Borges. “É difícil conseguir processos que tenham uma evidência tão contundente de perfilamento racial como motivação para uma abordagem policial. Você tem no processo os policiais verbalizando que avistaram um jovem negro. Em geral, eles colocam que avistaram um suspeito ou um jovem”, pontua. Guerra às drogas Há ainda, na opinião da especialista, uma amostra de como a atual política de criminalização de algumas substâncias que embasa grande parte das ações da segurança pública no país afeta especialmente as pessoas negras. “É um julgamento que possibilidade uma série de discussões que a gente vem acumulando há alguns anos de apontar que a guerra às drogas tem sido esse mecanismo de reprodução de vulnerabilidades, de hierarquias e abismos sociorraciais no nosso país”, acrescenta. Nesse contexto, as pessoas negras e que vivem em comunidades mais pobres são, segundo Borges, colocadas como uma “figura suspeita a ser combatida”. “Isso é feito a partir da reprodução e a reafirmação de estereótipos e de imagens de controle sobre pessoas negras e periféricas.” Por isso, ela defende que o caso provoque uma reflexão sobre a necessidade de revisão da forma de atuação das polícias e das possibilidades para que a sociedade possa averiguar e observar as ações dos agentes do Estado. “Uma decisão sobre isso pode reverberar no sentido que a gente possa estabelecer normativas de ação, tanto de controle social, mas também de ação policial.” Fonte