Beatriz Ferreira sobra na final e fatura bicampeonato mundial de boxe
Domingo histórico para o boxe brasileiro: a pugilista baiana Beatriz Ferreira, de 30 anos, faturou pela segunda vez na carreira o título mundial. Vice-campeã olímpica em Tóquio e atual número 1 no ranking mundial, a brasileira derrotou hoje (26) na final da categoria até 60 quilos a colombiana Angiel Paola Valdez Pana, em decisão unânime dos árbitros, em Nova Delhi (Índia). Bia Ferreira é a primeira pugilista do país a disputar três finais seguidas na competição: foi ouro em 2019 e ano passado ficou com a prata. A Beatriz Ferreira tem a mão muuuuito pesada! 👊🏽🇧🇷 E tem uma dancinha sensacional! 💃🤩 pic.twitter.com/IjZe9BigjZ — Time Brasil (@timebrasil) March 26, 2023 O desempenho do boxe feminino brasileiro no Mundial também é o melhor da história. Além da medalha de ouro, o país também subiu ao pódio nesta edição com Bárbara Santos, que levou o bronze nos 70 kg (categoria não-olímpica). Antes, a campanha mais exitosa do Brasil havia sido a do ano passado, quando Bia foi vice-campeã e a pernambuca Caroline Almeida levou o bronze nos 52 kg. Na decisão do título nesta manhã, Bia Ferreira sobrou no ringue desde o primeiro round. A baiana, nascida em Salvador, começou mais agressiva: desferiu um golpe de esquerda e, na sequência, investiu mais três vezes contra a adversária. No segundo round, a colombiana esboçou uma reação, mas Bia soube se defender bem. O melhor momento da brasileira foi no início do terceiro round, quando encaixou um cruzado de esquerda, e depois seguiu na defensiva até o término da luta. A vitória deste domingo (26), por decisão unânime dos juízes, foi a quarta consecutiva no Mundial. Antes de se classificar à final, Bia derrotou a australiana Danielle Scanlon na estreia, e depois derrotou a japonesa Tagachi Ayaka e, na semifinal, bateu a sul-coreana Oh Yeonj. Beatriz Ferreira chegou à decisão em TODOS os grandes eventos do boxe mundial nos últimos 4 anos. Estamos falando de um dos maiores nomes do esporte brasileiro na atualidade! Que consistência da Bia! 👊🏽 pic.twitter.com/J4cyukS2RM — Time Brasil (@timebrasil) March 26, 2023 Bia Ferreira chegou ao Mundial como favorita ao título, após o boicote de alguns países ocidentais à competição organizada pela Associação Internacional de Boxe Amador (IBA), que não vetou a participação de atletas russas e bielorrussas no Mundial em Nova Delhi. Entre as nações que aderiram ao boicote estão Estados Unidos, Canadá, Suécia e Grã-Bretanha. O título mundial conquistado hoje (26) por Bia Ferreira a mantém no topo do ranking mundial. Tradicionalmente, a pontuação contaria na busca por vaga para a Olimpíada de Paris 2024. No entanto, a IBA está suspensa pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o que a impede de definir os critérios de classificação para a próxima Olimpíada. De acordo com a Confederação Brasileira de Boxe (CBboxe), a classificação para Paris 2024 ocorrerá este ano nos Jogos Pan-Americanos de Santiago (Chile), de 20 de outubro a 5 de novembro. “O Mundial segue sendo o campeonato mais importante do ano, mesmo com os boicotes. Um título mundial ainda é muito relevante para a carreira dos boxeadores e o campeonato reúne as melhores atletas do mundo inteiro, é importante sabermos como estão as adversárias em ano pré-olímpico”, afirmou a CBboxe, por meio da assessoria de imprensa. A competição mundial em Nova Delhi reuniu atletas de 23 países. Além das medalhistas Bia Ferreira e Bárbara Santos, a delegação brasileira viajou à Índia com outras cinco atletas: Beatriz Soares (66 kg), Tatiana Chagas (54 kg), Caroline “Naka” Almeida (50kg), Jucielen Romeu (57kg) e Viviane Pereira (75kg). Fonte
Mostra Sesc de Cinema está com inscrições abertas para 6ª edição
Com o objetivo de incentivar a produção nacional independente, que não chega ao circuito comercial de exibição, a Mostra Sesc de Cinema chega a sua 6ª edição em 2023. As inscrições das obras audiovisuais estão abertas através do site, onde também pode ser consultado o regulamento completo do concurso. Podem ser inscritas obras finalizadas a partir de 1º de janeiro de 2021 nas categorias curta (de 2 a 29 minutos), média (de 30 a 59 minutos) e longa-metragem (com mais de 60 minutos de duração). O prazo de inscrição vai até 20 de abril. O circuito contará ainda com ações formativas como cursos, oficinas e workshops sobre os diversos assuntos ligados ao audiovisual. A escolha das obras para a mostra será feita por uma curadoria definida e organizada pelo Sesc com profissionais e especialistas da área de audiovisual e correlatas. O projeto prioriza a seleção de realizadores brasileiros que abordem temas ligados à pluralidade cultural do país ou que se desdobrem em olhares exteriores para as realidades brasileiras. Os filmes selecionados serão divulgados até o dia 31 de agosto. A Mostra será dividida em Panorama Estadual – com a exibição dos selecionados em cada um dos estados participantes, Panorama Brasil – com os melhores a nível nacional – e Panorama Infantojuvenil – com as obras voltadas ao público específico. Exibição e premiação As exibições, em unidades Sesc e instituições parceiras, ocorrerão no último trimestre do ano. Ao Panorama Brasil, o projeto pagará como prêmio para cada filme selecionado o valor de R$ 2,5 mil brutos para o licenciamento dos direitos autorais dos curta-metragens e exibição pública por um ano; R$ 3,5 mil aos média-metragens; e R$ 5 mil aos longa-metragens. Iniciado em 2017, a Mostra Sesc de Cinema (MSDC) busca garantir representatividade para produções de todas as regiões, procurando ampliar o acesso da população a uma filmografia que expresse a diversidade da produção contemporânea, sendo um dos principais canais de incentivo e apoio ao cinema independente do país. *Estagiário sob supervisão de Akemi Nitahara Fonte
Casa da Mulher Brasileira vai chegar a todas as capitais do país
Até o final do atual governo, cada capital vai contar com uma unidade da Casa da Mulher Brasileira. Cidades do interior também vão receber a instituição. A informação é da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, em entrevista ao programa Brasil em Pauta, da TV Brasil. A entrevista completa vai ao ar a partir das 22h30 deste domingo (26). A Casa da Mulher Brasileira é um espaço com serviços especializados para os mais diversos tipos de violência contra as mulheres. Entre os atendimentos estão acolhimento e triagem, apoio psicossocial, delegacia, Juizado, Ministério Público, Defensoria Pública, alojamento de passagem, entre outros. “A instituição é uma marca que veio e traz segurança para a mulher em situação de violência. Ela virou uma marca real de enfrentamento à violência contra as mulheres no país, então todos os municípios, todas as mulheres a tem como referência”, destacou a ministra. Serão 40 novas casas da Mulher Brasileira que vão se somar às sete já existentes. A iniciativa faz parte do relançamento do programa Mulher Viver sem Violência, que vai também disponibilizar 270 viaturas para a Patrulha Maria da Penha e para delegacias da Mulher, além de fazer a reestruturação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, serviço que registra e encaminha denúncias de violência aos órgãos competentes. Na entrevista, a ministra fala das ações do governo federal apresentadas no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Entre as 25 medidas estão o envio de um projeto de lei ao Congresso Nacional que determina a igualdade salarial, entre homens e mulheres. O projeto prevê fiscalização e multa para quem paga salário menor para mulheres. “Nós também vamos ter, na área de educação, o relançamento do programa Mulheres Mil. Vamos, este ano ainda, [ter] 20 mil mulheres sendo qualificadas para o mercado de trabalho, prioritariamente na área de inclusão digital”, ressaltou. Source link
Ministros chegam a Manaus para visitar áreas afetadas
Mais de 32 mil pessoas foram afetadas até o momento pela cheia do Rio Acre, sendo que 2,5 mil estão desabrigadas ou desalojadas. Até a noite desse sábado (25), a medição do nível do Rio Acre marcava 16,37 metros, acima do patamar de transbordamento, que é de 14 metros, de acordo com informações divulgadas ontem pela Defesa Civil municipal. Os ministros Marina Silva e Waldez Góes já estão em Rio Branco para visitar as áreas atingidas. Na capital acriana, Góes garantiu recursos federais, embora sem especificar valores. Ele disse que mais ações se tornaram possíveis desde que o governo federal homologou o estado de emergência em Rio Branco, em decreto assinado na noite de sábado. O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), agradeceu a visita da comitiva federal e se disse tranquilizado pela rapidez da ajuda vinda de Brasília. “Essa agilidade nos deixa muito tranquilo de que vamos ter o suporte necessário financeiro”, afirmou. O governador Gladson Cameli (PP) ressaltou a importância de união em um momento de emergência, apesar de diferenças políticas. “Temo só um único propósito, que é tentar chegar com a mão do Estado até as famílias que estão mais necessitadas”, disse o mandatário estadual. Até o momento, não foram registradas mortes em decorrência das enchentes em Rio Branco. A capital do Acre está acostumada a conviver com o monitoramento do nível do rio e seus igarapés que cortam a cidade. Nos últimos dias, o nível das águas subiu com velocidade, mais de sete metros, devido às fortes chuvas que atingem as regiões Norte e Nordeste. Somente em Rio Branco, foram registrados 203 milímetros de chuva na noite de sexta-feira (24), volume próximo ao esperado para todo o mês de março. Ao todo, os alagamentos atingiram 30 bairros. Segundo a Defesa Civil, 24 abrigos foram mobilizados para receber desabrigados (pessoas obrigadas a sair de casa e que não têm para onde ir). Além do Acre, ao menos outros cinco estados também registram atingidos e desabrigados pelas chuvas e enchentes. Em Manaus, vídeos publicados em redes sociais mostram casa sendo arrastadas pelas águas, por exemplo. Outros estados atingidos foram Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão. Até a noite de sábado, no Maranhão, por exemplo, o governo estadual já havia reconhecido situação de emergência em 49 cidades atingidas pelas chuvas e cheias. Ainda hoje, a comitiva do governo federal segue para Manaus, onde deve haver reuniões com autoridades locais e visitas a áreas atingidas. Fonte
Mais de 200 plantas invasoras ameaçam vegetação nativa do país
Jaqueiras, amendoeiras-da-praia, casuarinas, jiboias, agaves. São plantas que fazem parte das paisagens brasileiras, mas nem sempre foi assim. Essas espécies não são nativas do Brasil e, trazidas de outros pontos do globo pelo homem, acabaram se espalhando sem controle pelo país. O Banco de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, mantido pela organização não governamental Instituto Hórus, elenca pelo menos 210 espécies vegetais não nativas que se espalharam por ecossistemas brasileiros, causando danos à flora local. As amendoeiras-da-praia ou castanholas (Terminalia catappa), por exemplo, são presença constante nas praias e orlas de lagoas brasileiras. Proveniente da Ásia, provavelmente chegou por aqui de forma não intencional, através da água de lastro de embarcações portuguesas. Sendo tolerante a ventos fortes, salinidade e uma variedade de tipos de solos, aqui encontrou terreno fértil para sua expansão, já que suas sementes podem ser carregadas por longas distâncias através das correntes marítimas e são dispersadas pela fauna nativa. Ela até foi plantada intencionalmente em praças e orlas devido à sombra proporcionada por sua copa. Sua sombra, no entanto, é justamente o que mais prejudica as espécies vegetais nativas, já que impede a passagem de luz solar e atrapalha o desenvolvimento das mudas. No ambiente praiano, por exemplo, muitas plantas só se desenvolvem a sol pleno. Efeitos Levantamento concluído em 2021 pela bióloga Gyrliane Santos dos Santos, na época graduanda da Universidade Federal do Ceará (UFC), mostrou que a amendoeira-da-praia havia se espalhado por pelo menos 34 unidades de conservação, em nove estados brasileiros, entre elas o Parque Nacional de Fernando de Noronha. Assim como a amendoeira-da-praia, as casuarinas (Casuarina equisetifolia) também são um problema para as vegetações costeiras. Originária da Austrália chegou, provavelmente, de forma intencional, sendo usada para fins ornamentais, cercas-vivas e estabilização de dunas. Estudo feito por uma equipe da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em 2020, na restinga do Cabo de Santa Marta, mostrou que a casuarina causa impacto na abundância de indivíduos nativos, reduzindo a cobertura vegetal nas áreas onde estão presentes. “Quando são introduzidas em um ambiente diferente daqueles em que elas ocorrem naturalmente, elas [as espécies exóticas] podem se adaptar. Quando elas se adaptam, elas se reproduzem e modificam totalmente o processo ecológico natural daquele ambiente. E quando elas se reproduzem com certo sucesso, elas se tornam dominantes”, explica o pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e do projeto Ilhas do Rio Massimo Bovini. Capim-colonião O pesquisador coordenou um projeto de erradicação do capim-colonião (Megathyrsus maximus) nas Cagarras, ilhas costeiras que são parte da paisagem da orla carioca e abrigam 190 espécies vegetais. Não se sabe se a espécie africana chegou aqui de forma acidental ou intencional, mas hoje é uma das plantas invasoras mais comuns no Brasil. “Eu fiz o levantamento de todas as espécies de flora que ocorrem lá na ilha. Mas, ao longo dos dois anos em que fui fazendo o levantamento, uma coisa me incomodava, que era o capim-colonião, uma espécie invasora muito agressiva”, conta o pesquisador. O incômodo transformou-se em ação e Bovini iniciou, em 2014, o trabalho de erradicação do capim. Foram alguns anos para se descobrir a melhor forma de lidar com a espécie. “É um trabalho muito árduo, muito difícil, porque o capim cresce muito rápido. Em um mês, ele é capaz de crescer dez centímetros. E quando chove e faz sol, ele cresce mais rápido ainda. Ele se alastra muito rápido”, disse. Depois de algumas tentativas, que incluíram fogo controlado, cobertura do capim com lona preta, extração manual e uso de herbicidas, sua equipe concluiu que o melhor resultado foi obtido com a “nucleação”. O método inclui o replantio de mudas nativas próximas umas das outras, criando núcleos de vegetação que, ao gerar sombra, evitam naturalmente o crescimento do capim, espécie que necessita de sol pleno para se desenvolver. Mas, mesmo depois de oito anos, o trabalho ainda está no início. E, sem patrocinadores, o projeto realizado no arquipélago, que é uma unidade de conservação federal (Monumento Natural das Ilhas Cagarras), está parado desde julho do ano passado. Bovini destaca que, em muitos casos, a supressão de flora nativa, seja por incêndio ou desmatamento, favorece a expansão de plantas invasoras. “Abriu uma clareira, tirou o sombreamento, vem aquele sol direto no solo, com certeza as espécies invasoras vão chegar e chegam muito rápido”. O Parque Nacional da Tijuca, também na cidade do Rio, é outra unidade de conservação federal que tem que lidar com espécies invasoras, como o capim-colonião, a jaqueira (Artocarpus heterophyllus), originária da Índia, e a dracena (Dracaena fragrans). O capim-colonião é uma preocupação extra para o parque porque é suscetível ao fogo e pode servir como estopins para incêndios que atinjam a mata. Um levantamento feito entre 2014 e 2015 mostrou que a gramínea ocupava 2% da área total do parque, ou 83 mil metros quadrados. No setor Covanca, o capim ocupava quase 13% da área. Palmito Assim como acontece com os animais, nem todas as plantas invasoras vêm de outros países. O banco de dados do Instituto Hórus aponta que 14 espécies brasileiras invadiram ecossistemas de onde não eram nativas. É o caso do açaizeiro (Euterpe oleracea), palmeira de cujos frutos se extrai a famosa polpa que é nativa da Amazônia e foi trazida para cultivo na Mata Atlântica. Um dos projetos envolvendo o açaí visava, na verdade, salvar sua congênere: a palmeira juçara (Euterpe edulis), nativa da Mata Atlântica. Por produzir um palmito saboroso e de alto valor para a gastronomia, a juçara foi tão explorada que acabou se tornando uma espécie ameaçada. O motivo é que o palmito é justamente a parte da planta em que se formam as novas folhas e, caso seja retirado, a palmeira morre. Alguns pesquisadores tentaram, então, criar uma alternativa viável para a exploração da palmeira, hibridizando-a propositalmente com seu congênere amazônico que, diferentemente da juçara, entouceira, ou seja, um mesmo indivíduo gera vários caules. Assim, seria possível retirar os palmitos sacrificando apenas alguns desses caules sem matar totalmente a planta. O problema é
Com cachê aproximado de 21,2 milhões, Drake cancela show no Lollapalooza devido a ‘circunstâncias imprevistas’
Evento confirmou ausência do rapper, que iria se apresentar neste domingo Drake no show do Rock In Rio em 2019 Marcelo Theobald Drake não se apresentará no Lollapalooza. De acordo com nota publicada na conta do Twitter do festival, “circunstâncias imprevistas” deixaram o rapper sem músicos e produção. A nota ainda informa que o artista canadense estava “animado” para se apresentar, mas a situação “saiu do seu controle”. Evento confirmou ausência do rapper, que iria se apresentar neste domingo Drake no show do Rock In Rio em 2019 Marcelo Theobald Drake não se apresentará no Lollapalooza. De acordo com nota publicada na conta do Twitter do festival, “circunstâncias imprevistas” deixaram o rapper sem músicos e produção. A nota ainda informa que o artista canadense estava “animado” para se apresentar, mas a situação “saiu do seu controle”. O Lollapalooza avisou ainda que “disponiblizará por liberalidade aos titulares da compra de ingressos das modalidades Lolla Day, Lolla Comfort Day e Lolla Lounge Day do dia 26/03 a possibilidade de manter o ingresso ativo e comparecer ao evento”. Show do rapper Drake é sempre uma monta-russa, desde muito antes de o astro subir no palco, até porque nunca se sabe se ele realmente subirá ao palco. Desde cedo, começaram as especulações sobre um possível cancelamento da apresentação da estrela, que recebeu o maior cachê do festival (cerca de R$ 21,2 milhões). Motivos não faltam para tamanha apreensão. No início desta semana, Drake já havia cancelado o seu after party do Lollapalooza Brasil, que aconteceria neste domingo. O evento aconteceria no Hangar do Campo de Marte, em São Paulo, neste domingo. Principal atração do Lollapalooza Argentina na última sexta-feira (17), sua passagem por lá foi marcada por polêmicas que levaram os fãs a criticarem seu ídolo. Sua apresentação, que estava prevista para durar 1h30 como de costume para headliners em festivais, teve apenas 45 minutos. Além disso, foi proibida a transmissão ao vivo, o que o canadense já tinha feito no Rock In Rio, em 2019. Em 2019, por sinal, as tretas aconteceram dentro e fora do palco. As versões das músicas do setlist foram bem menores, o que gerou críticas do público. Na ocasião, o artista pediu desculpas sobre o veto à transmissão do show pela TV, e alegou que não sabia qual seria o resultado da apresentação porque chovia no dia. Fãs do rapper que não compareceram ao festival lamentaram a atitude, assim como Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio. Ao chegar no Rio, o astro também não falou com os fãs brasileiros que o esperavam no aeroporto. O rapper foi em direção ao carro de maneira nada calorosa, nem cumprimentando de longe quem esperava por ele no local. Segundo uma fonte do jornal “Extra”, o cantor não comeu nada que foi preparado para ele pelos funcionários do hotel de luxo em que ficou hospedado, em Copacabana. Ele trouxe seu próprio chef, que preparou tudo o que Drake comeu durante sua estadia — até as batatas-fritas vieram de fora e foram preparadas pela equipe do artista. Mesmo visitando o restaurante do hotel — e saindo sem consumir nada —, Drake não deu gorjeta aos funcionários que o atenderam.
Faltam biólogos em instituições de resgate animal, diz especialista
Píton ball solta no Parque Nacional da Tijuca é encontrada e buscas se encerram. Foto: Divulgação Com o ser humano se movimentando a todos os cantos do planeta e a existência de demanda de animais silvestres para o mercado pet, há sempre o risco de potenciais novos invasores no país. No início de março, por exemplo, bombeiros soltaram, por engano, uma píton ball (Python regius), nativa do continente africano, no Parque Nacional da Tijuca, achando se tratar de uma jiboia (Boa constrictor), nativa do local. No ano passado, uma píton-birmanesa (Python bivittatus), também confundida com uma jiboia, foi solta por policiais militares na natureza, no Distrito Federal. Em janeiro deste ano, em Minas Gerais, uma gata da raça bengal foi equivocadamente introduzida na natureza pois os bombeiros acreditaram se tratar de um filhote de onça-pintada (Panthera onca). Riscos O biólogo Henrique Abrahão Charles, que tem um canal no Youtube sobre divulgação científica com mais de 800 mil inscritos, diz que esses incidentes chamam a atenção para os riscos de solturas ocorrerem sem a assistência de especialistas. “Você não tem profissionais como biólogos dentro das instituições que fazem resgate. A polícia florestal, os bombeiros, a Defesa Civil e as próprias prefeituras são carentes desses profissionais, apesar de as universidades estarem sempre formando bastante. Não há uma cobrança, uma obrigatoriedade da presença desse profissional nessas instituições, apesar de a gente viver no país com a maior biodiversidade do mundo. Fica sempre naquele problema de fazer um treinamento aqui para os bombeiros para as polícias. Não existe como fazer treinamento de identificação. Eu gastei dez anos da minha vida na universidade”. Em seu canal, Biólogo Henrique, o Biólogo das Cobras, ele conta a história de uma serpente da espécie píton-birmanesa, flagrada em Carbonita (MG) e registrada em vídeo. O animal acabou sendo recapturado dias depois. “É um animal grande, que equivale quase ao tamanho da sucuri (Eunectes murinus), e lá nos Estados Unidos, onde ela apareceu, ela causa um desequilíbrio ambiental avassalador. Onde aquela cobra passa, por não ter predador natural, ela causa um desequilíbrio, ao ponto de 95% da fauna silvestre deixar de existir onde ela está. Os animais não conseguem competir com esse predador novo que chegou”, afirma. O fato de a fêmea da píton birmanesa ser capaz, como outros répteis, de fazer partenogênese, ou seja, gerar filhotes por reprodução assexuada (sem um macho) torna a situação ainda mais perigosa. “Elas são capazes não só de ter filhotes sem a presença do pai, como também conseguem, ao copular com um macho, armazenar espermatozoides por mais de cinco anos. Então ela pode estar fértil e, de vez em quando, ir soltando filhotes [devido ao esperma estocado]”. Para o pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Jorge Antonio Lourenço Pontes, as solturas precisam seguir alguns protocolos, tanto para evitar a introdução de espécies exóticas quanto para evitar que animais nativos retornem à natureza com doenças contagiosas. Doutor em Ecologia e Evolução, o pesquisador afirma ser um equívoco soltar animais na natureza sem a devida avaliação. “O certo é: capturou um animal silvestre em lugar indevido? Tem que ter alguém responsável, um técnico competente de um órgão ou instituição de pesquisa para dar um aval: ‘é essa espécie ou não é’. Aí vai ver como está, fazer uma avaliação veterinária. Tem condição de soltura? Fez exame? Porque o bicho pode estar aparentemente sadio e estar carregando uma parasitose ou virose gravíssima”, explica. Silvia Ziller, fundadora do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, que monitora espécies invasoras, diz que é impraticável que bombeiros e policiais ambientais mantenham especialistas em cada especialidade da vida selvagem (ornitologia, herpetologia, ictiologia, mastozoologia etc). Alternativas Uma das alternativas, para ela, é criar uma rede de pesquisadores que possam auxiliar na identificação e avaliação desses animais. “[Soltura de forma indevida] é crime ambiental. Solturas de vida silvestre já criaram inúmeros problemas”. Segundo Ziller, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não são voltados para receber espécies exóticas, mas sim da fauna nativa. No entanto, não existem no país zoológicos ou criadouros suficientes para manter todos esses animais resgatados ou apreendidos. “Não existe um lugar viável para eles. Eles têm que ser eutanasiados. Isso gera toda uma discussão polêmica. Tem gente que acha que não pode eutanasiar bicho, mas o custo de manutenção disso pra sociedade é altíssimo. E tem que cuidar pra não privilegiar a manutenção da fauna exótica em detrimento da conservação da fauna nativa”. Segundo o biólogo Henrique, seria importante regulamentar o mercado de animais silvestres nativos, em vez apenas proibir. Isso poderia reduzir o tráfico ilegal dessas espécies e reduziria a demanda por animais exóticos. “[Essas espécies] se fugirem não causariam tanto transtorno, apesar de também causarem transtorno”. Em relação aos animais exóticos, seria importante identificar aqueles que tenham potencial de invasão grande e proibir seu comércio e criação, como aconteceu com o lagostim-vermelho (Procambarus clarkii) e a tigre-d’água americana (Trachemys scripta). “Essa píton [que fugiu em Minas Gerais] não deveria estar sendo criada aqui como animal legalizado. Para se entender o animal com potencial invasor, deveriam se criar comitês, capitaneados pelo Ibama e profissionais da área, tanto criadores quanto pesquisadores, para decidir o que pode e o que não pode”, afirma o biólogo. Biólogo Henrique alerta que os criadores de animais exóticos devem ter muito cuidado para evitar sua fuga ou soltura indevida. “Considerando que esse animais estão cada vez mais frequentemente soltos na natureza, você pode acabar tendo um desastre ambiental de dimensão inimaginável. Não tem nem como prever o que pode acontecer de negativo para nossa fauna silvestre.” Para ele, seria importante também que os criadores de espécies silvestres fossem inspecionados periodicamente por biólogos ou zootecnistas para identificar possíveis problemas nas instalações e avaliar o bem-estar dos animais. A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas
Inscrições para programa de apoio à inovação terminam esta semana
As micro e pequenas empresas com projetos inovadores têm uma chance de tirar a ideia do papel e expandir os negócios. Esta é a última semana para inscrever-se na quinta chamada do Programa Ideiaz, que pretende ajudar gratuitamente projetos inovadores de pequenas empresas. As inscrições ocorrem até 2 de abril. Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) está escolhendo até 300 ideias para receberem capacitação empreendedora, mentorias e apoio tecnológico por dez semanas. Empresas de todo o país podem se inscrever. A assistência aos negócios escolhidos será feita de forma gratuita pelas incubadoras e aceleradoras de empresas associadas ao Programa Ideiaz – Powered by InovAtiva. A rede, que opera em todos os estados, tem como objetivo democratizar o atendimento técnico a empresas inovadoras, ampliando o alcance nacional de negócios que recebem assessoria técnica. Essa será a quinta e última chamada do Programa Ideiaz. Nos ciclos anteriores, o programa ajudou 696 projetos, que receberam treinamento e assistência tecnológica gratuitos. Nesta chamada, o programa conta com 33 incubadoras e aceleradoras credenciadas. Procedimentos Podem inscrever-se empreendedores com projetos nas fases de criação ou ideação, ou seja, cujo produto ainda não tenha sido comercializado ou cujo modelo de negócio ainda não esteja concretizado. Cerca de um terço das vagas serão destinadas às ideias das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Outros 20% irão para projetos com impacto socioambiental positivo. As propostas serão avaliadas por um comitê de seleção composto por representantes do Sistema Sebrae, da Anprotec e da Secretaria de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC. Também participação da escolha parceiros como entidades de fomento, investidores, especialistas do setor produtivo e professores de universidades. Com as cerca de 300 ideias selecionadas nesta chamada, o programa pretende concluir as atividades atingindo a meta de 1 mil projetos atendidos. Cada projeto selecionado será encaminhado para um atendimento de dez semanas, totalmente online, com uma das incubadoras ou aceleradoras credenciadas no Ideiaz. Os empreendimentos receberão pelo menos 18 horas de apoio ao seu desenvolvimento. Desse total, pelo menos 10 horas serão de atendimento individualizado, que abrangerá as seguintes atividades: ● Mentoria; ● Consultoria organizacional; ● Suporte tecnológico; ● Suporte para formalização do negócio; ● Qualificação empreendedora. Depois do processo de capacitação, os projetos serão acompanhados e deverão cumprir as seguintes metas: ter um modelo de negócios desenhado e validado, apresentar um protótipo do produto ou serviço desenvolvido e avaliado por clientes e constituir um pitch (discurso) de venda e de defesa do negócio pronto. Cada projeto deverá ter pelo menos dois integrantes para participarem das dez semanas de atendimento. A capacitação irá além das 18 horas de atendimento. A Anprotec recomenda que os integrantes da equipe dediquem pelo menos meio expediente por dia para desempenharem as atividades necessárias para atingirem os resultados mínimos. O tempo necessário poderá aumentar, de acordo com o nível de conhecimento do time e da maturidade do projeto. Mais informações podem ser obtidas no edital, disponível na página do Programa Ideiaz na internet <https://programaideiaz.com.br/>. As dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail ideiaz@anprotec.org.br. Cronograma ● Período de inscrição: até 2 de abril ● Avaliação das propostas: de 12 a 30 de abril ● Divulgação dos resultados: 8 de maio ● Formalização da relação entre ambientes e projetos: de 8 a 19 de maio ● Período da capacitação: de 22 de maio a 28 de julho ● Prazo final para a entrega dos resultados mínimos: 28 de julho ● Entrega do questionário respondido: 4 de agosto Fonte
Cães e gatos também são considerados espécies invasoras no Brasil
Cães e gatos são os animais domésticos mais populares do mundo. Para muitos brasileiros, são parte da família. Mas o que nem todos sabem é que esses famosos pets são considerados espécies exóticas invasoras no Brasil. Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, são espécies que ameaçam a fauna silvestre nativa de várias formas, inclusive invadindo unidades de conservação. Há alguns anos, o Parque Nacional da Tijuca, localizado dentro da cidade do Rio de Janeiro, vem alertando sobre a presença de cachorros dentro de seus limites. Gatos soltos no entorno do Parque Nacional da Tijuca. Foto: Vitor Abdala/Agência Brasil O parque não só impede a entrada de visitantes que estejam acompanhados de pets, como tem tentado conscientizar os moradores do entorno da unidade de conservação de que seus animais de estimação não podem ficar soltos. “Os animais domésticos, gatos e cachorros, também têm potencial grande de causar desequilíbrio. Eles são animais que têm por hábito a caça, podem interferir no equilíbrio ecológico dessa floresta e podem levar doenças para os animais locais”, explicou a chefe do Parque, Viviane Lasmar. “A gente tem um problema sério de animais domésticos das casas do entorno, que muitas vezes ficam soltos ou são soltos para dar uma volta e entram nas nossas áreas protegidas. Temos vários projetos de reintrodução de fauna nativa que podem estar sendo prejudicados pela presença desses animais”, acrescentou. Conscientização Para o doutor em Ecologia e Evolução e pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Jorge Antonio Lourenço Pontes, a sociedade precisa lidar com a situação de cães e gatos que vivem soltos nas cidades. “Não interessa politicamente falar de fauna silvestre. Interessa, sim, falar de cão e gato de rua. É mais fácil um político arrastar milhares de votos se falar que defendeu o cachorro de rua do que falar que defendeu a serpente silvestre, que ninguém gosta. É mais fácil o cara falar do gato de rua do que o cara resolver o problema de onças que estão sendo atropeladas ou caçadas. Tem vários trabalhos científicos mostrando os estragos que cães e gatos fazem nas unidades [de conservação], mas ninguém toma providência. Porque se alguém tentar fazer controle, se levantam políticos, se levanta a população contra. A gente já passou dessa fase, estamos numa situação de problema crítico da biodiversidade e para a saúde humana”. Segundo ele, é preciso pensar em formas de conter esses animais. Castração de cães e gatos de rua resolve apenas parcialmente o problema, já que o animal continua causando impacto por anos. Colocá-los em abrigo é inviável, devido à limitação de espaço e ao alto custo disso. “Animal de rua tem que ser retirado. Além do problema na fauna silvestre, tem o problema de disseminação de doenças. Tem toxoplasmose, filariose. Acho que todos os animais domésticos dentro de casa tinham que ser microchipados e registrados num órgão oficial, porque se achou o animal depois na rua, o microchip vai saber de quem é e a pessoa tem que ser multada”. A eutanásia de cães e gatos é regulada pela Lei Federal 14.228, de 2021, que proíbe a eliminação da vida desses animais sem uma justificativa sanitária, seja ela o bem-estar do próprio animal, seja o risco de propagação de doenças que coloquem em risco a saúde humana ou de outros animais. A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, mas não teve resposta. Fonte
Nenhuma aposta acerta a Mega-Sena e prêmio acumula em R$ 75 milhões
As seis dezenas do concurso 2.577 da Mega-Sena foram sorteadas na noite desse sábado (25), no Espaço da Sorte, em São Paulo. Nenhuma aposta acertou os seis números: 12 – 18 – 22 – 31 – 44 – 50. O prêmio de R$ 63.703.777, 84 acumulou. O valor estimado pela Caixa para o concurso 2.578 é R$ 75 milhões. A quina registrou 123 acertadores; cada um vai receber R$ 46.928,10. Já a quadra teve 9.192 apostas vencedoras e vai pagar um prêmio individual de R$ 898,05. O próximo concurso da Mega-Sena será na quarta-feira (29). As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credencias pela Caixa, em todo o país ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50. Fonte
Mais de 100 animais brasileiros são considerados invasores no país
Os animais exóticos não são apenas aqueles que vêm de outro país. Alguns deles são brasileiros, mas se tornam um problema em ecossistemas onde não deveriam estar. Segundo o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, nada menos que 118 invasores são nativos do Brasil, mas, por algum motivo, extrapolaram seus limites de ocorrência natural. “São espécies que foram trazidas por alguma influência humana, para uma área onde elas não ocorriam naturalmente. E isso independe de fronteiras políticas. Por isso dizemos que a espécie pode ser nativa em algum lugar do Brasil, mas ela é invasora e causa problemas em outro ecossistema onde ela não é nativa”, explica Silvia Ziller, fundadora do instituto, organização não governamental que monitora espécies invasoras no país há quase 20 anos. É o caso do pirarucu (Arapaima gigas), que teve exemplares retirados da região amazônica, de onde é nativo, pelo aquarismo, aquicultura e pesca desportiva. O peixe gigante e se espalhou por rios e lagos de estados como Bahia, Piauí e São Paulo, de acordo com o banco de dados do Instituto Hórus. Saguis (Callithrix sp.) do cerrado e da caatinga são invasores na Mata Atlântica. Foto: Vitor Abdala/Agência Brasil Também há situações como a dos saguis (Callithrix sp.), pequenos primatas criados como animais domésticos. O sagui-de-tufos-pretos (C. penicillata), proveniente do cerrado, e o sagui-de-tufos-brancos (C. jacchus), da caatinga, por exemplo, acabaram inseridos na Mata Atlântica. Essas espécies competem com os micos nativos do bioma atlântico e hibridizam com alguns congêneres, como o sagui-da-serra-escuro (C. aurita), ameaçado de extinção. E, para complicar ainda mais, os híbridos gerados por essas interações dos diferentes saguis também são considerados invasores, ocupando nichos de outras espécies e transmitindo doenças para outros animais. Endêmico de remanescentes da Mata Atlântica do sul da Bahia, o mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), da mesma família dos saguis, é uma espécie considerada em perigo de extinção pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira 2018. Já foi extinto de Minas Gerais. Ainda assim, foi trazido para o Rio de Janeiro e indevidamente solto no Parque Estadual da Serra da Tiririca, onde começou a se espalhar. O risco é que o animal chegue às áreas de ocorrência do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), congênere também ameaçado e com uma população ainda menor que a espécie baiana. Outro caso curioso é o da tartaruga tigre-d’água brasileira (Trachemys dorbigni), nativa do Rio Grande do Sul. A espécie de quelônio sofreu com a soltura indevida na natureza e consequente invasão de sua congênere norte-americana (Trachemys scripta), atualmente proibida no Brasil. Mas passou de vítima da invasão a animal invasor, ao ser levada como pet para outros estados e também solta de forma indevida nesses locais, onde passou a predar espécies nativas, transmitir doenças e disputar espaço com quelônios locais. No Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina, por exemplo, compete com o cágado-de-barbelas-cinzento (Phrynops hilarii). Um estudo realizado no local de 2019 a 2020, pelo biólogo Lucas de Souza, na época estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostrou que as capturas de tigre d’água na unidade de conservação foram mais frequentes do que aquelas do cágado, o que pode sinalizar que a espécie invasora passou a predominar no ambiente em detrimento da nativa. A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, mas não obteve resposta. Fonte
Brasil tem mais de 270 animais exóticos que ameaçam biodiversidade
O Brasil convive com 272 animais exóticos invasores em seus diversos ecossistemas, segundo base de dados do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. A organização não governamental monitora, desde 2005, espécies consideradas exóticas por não pertencem originalmente àquele local e invasoras porque se reproduzem e se espalham, de forma descontrolada, ameaçando a biodiversidade da área. São animais pouco conhecidos do grande público, como o lagarto anolis-marrom (Anolis sagrei), a caranguejola (Cancer paguros) e o coral-sol (Tubastrea sp.), mas há outros mais famosos como os onipresentes cães (Canis familiaris), gatos domésticos (Felis catus) e pombos-comuns (Columba livia) E eles chegam por aqui, trazidos pelo homem de diversas formas, seja acidentalmente por meio de navios e plataformas de petróleo, seja propositalmente, para servir como fonte de alimentação, como estoque para pesca/caça esportiva ou como animais de estimação. O coral-sol, por exemplo, é nativo dos oceanos Índico e Pacífico. Ele chegou ao Brasil através das plataformas de petróleo fabricadas no exterior e trazidas para a Bacia de Campos. Já o lagostim-vermelho (Procambarus clarkii) chegou ao Brasil, vindo dos Estados Unidos, através do hobby de aquarismo e acabou sendo liberado em rios e lagos. Já o achigã (Micropterus salmoides), também nativo dos EUA, foi introduzido no país inicialmente para a aquicultura, mas depois foi solto em corpos d’água do país para a pesca esportiva. A tilápia africana Oreochromis macrochir também foi inserida para servir para a pesca. Tartaruga tigre d_água (Trachemys sp.), animal invasor, em lago no Parque Nacional da Tijuca. Foto: Vitor Abdala/Agência Brasil Esses animais ameaçam a biodiversidade local por causar um desequilíbrio ambiental. Afinal, eles chegam de repente em um ambiente que levou gerações para encontrar um balanço entre os diversos seres que habitam aquela área. “Os problemas gerados dependem da espécie. Tem espécies predadoras, que se alimentam de outros animais, como é o caso do peixe-leão (Pterois volitans), bastante agressivo que se alimenta de diversas espécies de peixes. Temos outros como os javalis (Sus scrofa), que destroem a regeneração natural de plantas na floresta e degradam áreas naturais. E tem aquelas que ocupam espaço de espécies nativas, como a tartaruga tigre-d’água [americana, Trachemys scripta]. Elas acabam ocupando nichos de reprodução ou de descanso de espécies similares nativas”, explica a fundadora do Instituto Hórus, Silvia Ziller. Impactos O Banco de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, mantido pelo Instituto Hórus, aponta ainda outros problemas, como a transmissão de doenças do animal exótico para a fauna nativa. É o caso do lagostim-vermelho, que é vetor de um fungo que pode dizimar espécies nativas e que teve seu comércio e criação proibidos pelo governo brasileiro em 2008. Outro exemplo é o peixe panga (Pangasianodon hypophthalmus), proveniente da Ásia e inserido pelo aquarismo e aquicultura, que é, segundo o banco de dados, suscetível a doenças parasitárias. Há ainda o risco de transmissão de doenças para o ser humano, como é o caso do camarão-tigre-gigante (Penaeus monodon), vetor de vírus e bactérias como a salmonella, nativo dos oceanos Índico e Pacífico e introduzido pela aquicultura, ou do caramujo-gigante-africano (Lissachatina fulica), vetor do verme que causa a angiostrongilíase abdominal, inserido no Paraná como iguaria culinária. Vale mencionar que o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, também é uma espécie invasora. Originário do nordeste da África, chegou ao Brasil de forma acidental, provavelmente através do tráfico de escravos. Outro impacto negativo à biodiversidade é a contaminação genética das populações de espécies nativas, uma vez que animais exóticos podem acasalar com os nativos e gerar híbridos. A molinésia (Poecilia sphenops), que vive do México ao norte da América do Sul, por exemplo, se hibridiza com o nativo guaru (Poecilia vivipara). “Bicho invasor ou planta também quando está num novo ambiente, em condições novas, às vezes ele tem potencial no material genético [para se adaptar], e aquilo explode num ambiente totalmente novo. É um erro nosso [provocar a invasão], mas cabe a gente para cuidar que isso seja cessado ou pelo menos minimizado para reduzir os problemas”, afirma Jorge Antonio Lourenço Pontes, doutor em Ecologia e Evolução e pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Conservação Em 2018, foi criada a Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras, comandada pelo Ministério do Meio Ambiente, que consiste em instrumentos como a manutenção de uma base de dados para monitorar a situação e a criação de planos específicos para lidar com espécies individuais, grupos de espécies, regiões ou vias de dispersão. Um dos focos principais é proteger as espécies nativas ameaçadas de extinção, já que, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), as exóticas invasoras são uma das principais causas de extinções e perda de biodiversidade no mundo. Como o controle das invasoras é difícil, principalmente quando ela já se espalhou por um grande território, há uma prioridade em detectar precocemente as invasões. “Em vez de você só investir em programas de controle, que são de longo prazo, também investir em uma abordagem mais preventiva, de detecção das espécies quando elas começam a ser um problema. Aquelas que são introduzidas mais recentemente, porque ainda têm populações menores, ainda são focos pequenos. A erradicação é mais viável do que quando já tem populações muito grande estabelecidas. O javali já está espalhado pelo Brasil, assim como o caracol-africano. A gente vai conviver com essas espécies sempre. Elas não são mais passíveis de eliminação completa. Elas são passíveis de iniciativas de controle, em áreas prioritárias”, afirma Ziller. A pesquisadora cita como exemplo bem-sucedido de combate a espécies invasoras, a erradicação das cabras de Trindade, ilha oceânica localizada a mais de mil quilômetros da costa brasileira. Os animais, introduzidos por colonos séculos atrás, dizimaram a flora nativa. Cerca duas décadas atrás, finalmente foram eliminados com o objetivo de tentar restaurar a vegetação nativa. Mas, apenas para comprovar como espécies invasoras são um problema de difícil solução, as tentativas de restaurar a flora nativa acabaram gerando outro problema. Em meio às mudas produzidas no continente e levadas para a ilha, viajaram lagartixas-comuns (Hemidactylus mabouia), espécies
Hoje é Dia rememora os 55 anos do assassinato do estudante Edson Luís
Ele tinha 17 anos e foi morto pela Polícia Militar em 1968, no restaurante Calabouço, durante um protesto de estudantes contra a alta do preço da refeição e a má qualidade da comida no restaurante estudantil. No dia 28 de março, completam-se 55 anos do assassinato do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, considerado um dos marcos de repressão da ditadura militar que vigorou no país entre 1964 e 1985. O velório e o enterro de Edson Luís viraram um ato político, e ele se tornou símbolo do movimento estudantil e da luta por democracia. Entenda neste episódio do História Hoje: O programa Na Trilha da História, da Rádio Nacional, já se debruçou sobre o Brasil de 1968, e, claro, falou sobre o assassinato de Edson Luís: Dia de expressões artísticas O que o circo, o teatro e o grafite podem ter em comum? Além de serem expressões artísticas, estas três manifestações dividem o mesmo dia no calendário de efemérides: é o dia 27 de março, que virou o Dia Nacional do Circo, o Dia Mundial do Teatro e o Dia Nacional do Grafite. Foi em um dia 27 de março que nasceu o palhaço Abelardo Pinto – mais conhecido como Piolin. A história do pioneiro defensor das artes circenses, que cresceu dentro do circo, aprendeu do malabarismo ao contorcionismo e virou palhaço, se repete em várias outras vidas ligadas ao picadeiro – como conta o episódio Vida de circo, da série documental Circos, disponível na TV Brasil Play. Os circenses falam sobre a itinerância, a convivência, o respeito, a transmissão dos saberes, as próximas gerações, as dificuldades que enfrentam e os rumos do circo: Para quem quer mergulhar no universo circense, a TV Brasil Play também disponibiliza o programa Palhaçaria, com performances dos personagens mais amados pela criançada: tem pirueta, marmelada, palhaçada, acrobacia, malabarismo, contação de histórias, números musicais, piadas e muita magia. E tem ainda o Especial Mirage Circus, com uma apresentação completa de um espetáculo do circo que dá nome ao episódio. O teatro, celebrado mundialmente também nesta segunda (27), é tema de vários programas disponíveis na TV Brasil Play. O Curta Temporada exibe peças teatrais e entrevistas com integrantes das peças. Em Atos, estudantes de interpretação entrevistam atores consagrados sobre o processo de formação do ator e fazem pequenos jogos teatrais. Teatro de Bonecos traz uma coletânea de performances de teatro de bonecos, com diversas técnicas e linguagens. Para fechar a lista de recomendações tem o Teatros no Brasil, que, além de mostrar os espaços físicos, de norte a sul do país, em que a atuação acontece, resgata imagens, depoimentos, arquitetura e os grandes espetáculos que passaram por lá. E o grafite, cujo dia é uma homenagem a Alex Vallauri, morto em 27 de março de 1987 e o primeiro a levar arte para os muros das cidades, foi tema de um episódio do Caminhos da Reportagem, da TV Brasil: Pioneiro espacial Ainda no dia 27, completam-se 55 anos da morte do cosmonauta russo Iuri Gagarin, o primeiro homem a orbitar o planeta, em 1961. Ele morreu aos 34 anos, em um acidente aéreo. Esta reportagem do Repórter Brasil, da TV Brasil, que foi ao ar quando o histórico voo de Gagarin completou 60 anos, traz imagens de seu velório – e da comoção causada pela partida precoce: E há 50 anos, Marlon Brando recusou o Oscar de Melhor Ator por sua atuação em O poderoso chefão. Depois que seu nome foi anunciado, a ativista Shasheen Littlefeather subiu ao palco representando o ator, negou-se a receber a estatueta e avisou que Brando declinava a honraria em protesto pelo tratamento dispensado aos povos indígenas norte-americanos no cinema e na televisão. No discurso lido pela ativista, Brando também chamava atenção para as reivindicações do povo Oglala na região de Wounded Knee, no estado da Dakota do Sul, que, meses depois de protestos, viria a ser reprimido pelas forças policiais. O História Hoje contou detalhes da performance reconhecida, mas jamais laureada, de Marlon Brando em O poderoso chefão: Dia da mentira Fechando a semana, o primeiro dia do mês de abril é conhecido em todo o mundo como o Dia da Mentira. Não se sabe de onde vem o costume de contar mentiras e pregar peças neste dia, mas a versão mais difundida tem relação com a mudança do calendário, em 1582. A Agência Brasil conta que, por aqui, a tradição foi introduzida em 1828, com o impresso mineiro “A Mentira”, que trazia, em sua primeira edição, publicada em 1º de abril, a notícia da morte de Dom Pedro I na capa. Claro que não era verdade. O História Hoje conta como o Dia da Mentira é lembrado mundo afora: Confira a lista semanal* do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados: 26 de março a 1º de abril de 2023 26 Morte da atriz francesa Sarah Bernhardt (100 anos) – uma das mais famosa atrizes da história. Visitou o Brasil quatro vezes, parte delas durante o reinado de D. Pedro II 27 Nascimento da apresentadora de televisão Maria da Graça Meneghel, mais conhecida como Xuxa (60 anos) Morte do cosmonauta russo Iuri Gagarin (55 anos) – primeiro homem a ir ao espaço, em 1961 Marlon Brando recusa Oscar de Melhor Ator por O poderoso chefão (50 anos) Uso do Viagra é aprovado nos Estados Unidos (25 anos) Explorador espanhol Juan Ponce de León descobre a Flórida (510 anos) Dia Nacional do Circo Dia Mundial do Teatro Dia Nacional da Inclusão Digital – data não oficial Dia do Grafite – data em homenagem ao pioneiro do grafite no Brasil, Alex Vallauri, morto em 27 de março de 1987 28 Lançado nos Estados Unidos o clássico do cinema Os pássaros, de Alfred Hitchcock (60 anos) Assassinato do estudante secundarista Edson Luís pela Polícia Militar, durante uma manifestação estudantil no restaurante Calabouço (55 anos) Dia do Diagramador Dia do Revisor 29 Nascimento do músico grego Vangelis (80 anos) Assassinato da menina Isabella Nardoni (15 anos) 30 Nascimento do pintor holandês Vincent Van Gogh (170 anos) 31