STF tem oito votos para tornar réus 100 envolvidos em atos golpistas

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou hoje (21), em Brasília, o placar de oito votos a zero a favor do recebimento das denúncias contra 100 envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro deste ano. Na ocasião, vândalos depredaram os edifícios do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. O julgamento virtual começou na madrugada de terça-feira (18) e será finalizado na próxima segunda-feira (24). Na modalidade virtual, os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial. Até o momento, além do relator, ministro Alexandre de Moraes, votaram pelo recebimento das denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Luiz Fux e a presidente, Rosa Weber. Faltam os votos de André Mendonça e Nunes Marques. Em função da aposentadoria de Ricardo Lewandowski, somente dez ministros votam no julgamento. Ação penal Ao final do julgamento, os acusados passarão a responder a uma ação penal e se tornam réus no processo. Em seguida, Moraes deverá analisar a manutenção da prisão dos acusados que ainda permanecem detidos. Conforme levantamento do STF, das 1,4 mil pessoas  presas no dia dos ataques, 294 (86 mulheres e 208 homens) permanecem no sistema penitenciário do Distrito Federal. As demais foram soltas por não representarem mais riscos à sociedade e às investigações.  Na próxima segunda-feira (24), o Supremo vai julgar as denúncias contra mais 200 investigados. No total, a PGR denunciou 1,3 mil acusados ao Supremo. Fonte

Moraes pede vista e suspende julgamento sobre imposto sindical

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu hoje (21) vista [mais tempo para examinar a matéria] do processo no qual a Corte pode validar o retorno da cobrança do imposto sindical. Com a decisão, não há prazo definido para o tema voltar a ser discutido pelos ministros. O caso é analisado no plenário virtual da Corte desde sexta-feira (14). Até o momento, os ministros Gilmar Mendes, relator, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia se manifestaram favoravelmente ao retorno do imposto sindical. Em 2018, o Supremo manteve o fim da obrigatoriedade do imposto, conforme previsto na reforma trabalhista aprovada em 2017. O caso voltou a julgamento em função de um recurso dos sindicatos envolvidos no processo. Desconto Desde a reforma, o desconto de um dia de trabalho por ano em favor do sindicato da categoria passou a ser opcional, mediante autorização prévia do trabalhador. Se a maioria do STF aprovar a volta do imposto, acordos e convenções coletivas poderão ser impostas a toda categoria de trabalhadores, inclusive não sindicalizados, desde que seja dada opção de recusa.  O julgamento seria encerrado na segunda-feira (24).  Fonte

Embratur assinará acordo com Portugal para promoção do turismo

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, disse nesta sexta-feira (21) que o governo brasileiro vai assinar um acordo com o Ministério do Turismo de Portugal para aumentar o número de turistas que viajam para o Brasil.  Freixo acompanha a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está em Lisboa para uma visita oficial, a primeira à Europa desde o início do terceiro mandato, que começou em janeiro deste ano. Segundo o presidente da Embratur, o memorando que será assinado por Lula e o governo português objetiva aumentar o número de turistas portugueses no Brasil.  “A ideia é que a gente possa ter nesse memorando a troca de boas práticas envolvendo a questão da sustentabilidade, do meio ambiente, de destinos turísticos que são boas ofertas transformadas em produtos. Que a gente possa ter troca de informações e, ao mesmo tempo, que o Brasil promova Portugal e Portugal possa promover o Brasil, aumentando esse fluxo turístico, que é muito importante em países que falam a mesma língua”, afirmou. Freixo também disse que, após a pandemia, o Brasil está voltando a receber turistas portugueses. Segundo ele, no ano passado, cerca de 170 mil deles visitaram o Brasil. No entanto, em 2005, o país chegou a receber 350 mil portugueses. “É uma retomada do Brasil que voltou. Em janeiro e fevereiro, nós tivemos número recorde de turistas no Brasil, mais de um milhão e meio. É um momento positivo para o turismo como um modelo de desenvolvimento econômico importante para a gente”, completou.   * Com informações da TV Brasil Source link

Petrobras agilizará ações sobre denúncias de violência sexual

A Petrobras vai agilizar os procedimentos de prevenção, recebimento e tratamento de denúncias de violência sexual, principalmente contra mulheres no ambiente de trabalho. Haverá redução no prazo para conclusão da apuração, visando evitar novos casos e dar rapidez e confiabilidade à apuração das denúncias, tornando mais ágil a aplicação de medidas.  A companhia vai criar também um serviço de atendimento psicológico 24 horas para acolhimento e orientação sobre o canal de denúncia. As medidas são parte do pacote de ações sugeridas pelo grupo de trabalho instituído este mês para aprimorar o processo de recebimento e tratamento de denúncias de assédio e de importunação sexual na estatal. As recomendações do grupo foram aprovadas pela diretoria executiva da Petrobras nessa quinta-feira, (20), no Rio de Janeiro, e incluem ações de implantação imediata, de médio e de longo prazo. “Com essas melhorias, damos mais um importante passo na construção de uma Petrobras livre de violência sexual e baseada na cultura do respeito mútuo”, disse Daniele Lomba, gerente executiva da área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, e coordenadora do grupo de trabalho. Apuração A partir de agora, o prazo para conclusão da apuração de denúncias de assédio e importunação sexual passará a ser de 60 dias. Anteriormente, o prazo total era de até 180 dias. Além disso, no momento de recebimento da denúncia será analisada a necessidade de implantação imediata de medidas para evitar quaisquer contatos do denunciado com a denunciante. Toda apuração de casos de violência sexual será centralizada numa mesma área da companhia, a de Integridade Corporativa. No modelo anterior, três áreas diferentes poderiam liderar a investigação interna, a depender das características da denúncia. Outra melhoria a ser implantada: o representante indicado pela vítima de violência sexual poderá acompanhar formalmente o processo de tratamento da denúncia. Esse representante pode ser, por exemplo, o advogado ou a advogada da denunciante ou do sindicato. Ao longo do processo, a pessoa denunciante receberá retorno sobre o andamento da apuração, com espaço para coleta de opinião ao final do processo, gerando dados para aprimoramento constante dos procedimentos internos. Acolhimento Reconhecendo os danos à saúde mental que podem ser causados pela violência sexual, a Petrobras vai disponibilizar, a partir de maio, um canal para suporte psicológico a vítimas desse tipo de violência, que funcionará 24 horas. Por meio de um telefone 0800, empregadas e empregados próprios e de empresas terceirizadas terão atendimento remoto especializado, realizado por psicólogos, para acolhimento e orientação quanto aos canais oficiais de denúncia. Em julho, esse canal de acolhimento será ampliado e passará a contar com atendimento multidisciplinar e suporte de um profissional acolhedor, que acompanhará todas as etapas do processo com a denunciante visando a escuta, orientações e a restauração do ambiente de trabalho. Para prevenir a ocorrência de novos casos e contribuir para a promoção de um ambiente de trabalho seguro, em especial para as mulheres, estão previstas, ainda, uma campanha interna de conscientização e a intensificação de treinamentos sobre combate à violência sexual. Fonte

Presidente Lula desembarca em Portugal para visita oficial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta manhã em Lisboa para visita oficial ao país. É primeira viagem do presidente à Europa desde o início do seu terceiro mandato. Os compromissos oficiais começam amanhã (22), quando o presidente participará de uma cerimônia de boas-vindas na Praça do Império, em frente ao Mosteiro do Jerônimo, e da deposição de flores junto ao túmulo do poeta português Luís de Camões, no interior do mosteiro. Na sequência, Lula tem encontro bilateral com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém. Em seguida, haverá almoço oferecido pelo primeiro-ministro Antônio Costa e, à tarde, ocorre a 13ª Cúpula Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com a assinatura dos acordos bilaterais. Inicialmente os dois chefes de governo têm reunião reservada, seguido de uma plenária com as duas delegações. De acordo com o Palácio do Planalto, serão assinados pelo menos 13 acordos e parcerias firmados com o governo português,  incluindo memorando de entendimento entre as agências espaciais do Brasil e de Portugal, entre as agências de cinema dos dois países para coprodução audiovisual e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com diversos ministérios do governo português. Desde a posse, no dia 1° de janeiro deste ano, Lula realizou viagens oficiais à Argentina, Uruguai, Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos.   Fonte

Cresce adesão ao Dia Nacional de Defesa da Democracia no Brasil

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Comissão Arns de Direitos Humanos são as mais recentes entidades da sociedade civil a aderir ao movimento que visa criar no Brasil o Dia Nacional de Defesa da Democracia. O movimento foi lançado esta semana pelas nove instituições científicas e acadêmicas que integram a Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP) e está aberto à adesão de organizações em geral da sociedade civil. Em entrevista à Agência Brasil, o secretário-executivo da ICTP, Fábio Guedes Gomes, informou que a proposta já conta com adesão de 74 sociedades científicas de várias áreas do conhecimento, além das nove instituições científicas, da ABI e da Comissão Arns. “Já são quase 90 instituições e a tendência é crescer porque essa é a primeira etapa do documento. Vamos agora para a coleta de mais signatários. Fábio Guedes Gomes aposta na adesão da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “A tendência é que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vá colhendo mais adeptos”. O secretário-executivo destacou que, em primeiro lugar, é necessário que se demonstre a força e o interesse da sociedade civil. “Isso é importante porque a sociedade civil organizada precisa dar uma demonstração das preocupações que, hoje, o Brasil, de certa maneira, ainda tem em relação a um passado muito próximo nosso”. Lembrou que está na pauta do dia a defesa do estado democrático de direito e as ameaças que ele sofreu e que culminaram com o ataque à Praça dos Três Poderes, em Brasília, em janeiro deste ano. Gomes salientou que é necessário que a sociedade civil exerça a prática de discutir, informar e conscientizar a população sobre o que significa a democracia brasileira. Ele acredita que deverá passar de 100 o número de entidades e instituições que apoiarão a proposta. De acordo com o documento assinado pelas entidades, a data objetiva celebrar a democracia e também repudiar a ditadura. Datas Em princípio, foram sugeridas duas datas para a celebração do Dia Nacional de Defesa da Democracia: 25 e 31 de outubro, ambas relacionadas a fatos que ocorreram em 1975. “Porque são datas bastante simbólicas”, afirmou Gomes. A primeira marca o assassinato do jornalista Vladmir Herzog; a segunda destaca a primeira grande manifestação nas ruas contra o Ato Institucional número 5, emitido pelo governo militar em dezembro de 1968. Foi também celebração ecumênica, entre cristãos de várias denominações e judeus, pelo jornalista assassinado nas dependências da polícia política. O AI-5, como ficou conhecido, tinha 12 artigos. Esse decreto proibiu a garantia de habeas corpus em casos de crimes políticos, determinou o fechamento do Congresso Nacional, pela primeira vez desde 1937, e autorizou o presidente a decretar estado de sítio no país, por tempo indeterminado. Estabeleceu também a demissão de pessoas do serviço público, cassação de mandatos, confisco de bens privados e intervenção nos estados e municípios. Foi considerado o período mais negro do regime militar. A censura aos meios de comunicação se tornou costumeira e a tortura foi ação comum na ditadura. Representantes As universidades federais, representadas pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), aderiram ao movimento, bem como as universidades estaduais e municipais, por meio da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), e também os institutos federais, através do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). Houve adesão também dos secretários estaduais de Ciência e Tecnologia. “Se fôssemos reproduzir por unidade e representatividade, alcançaríamos muito fácil a casa de 300 ou 500 instituições”. Fábio Gomes destacou ainda a importância de se levar a discussão para o Parlamento brasileiro. A ideia é que isso possa ocorrer até o final deste mês. Para aderir ao movimento e definir no calendário qual será o Dia Nacional de Defesa da Democracia, estão sendo convidados também partidos políticos, coletivos, movimentos setoriais e associações representativas de categorias profissionais, entre outros grupos. O formulário de adesão pode ser acessado pelo site. Source link

Campanha Árvore da Sorte troca sementes por plantio de árvores

O projeto Árvore da Sorte, criado pela AGVIPP Projetos, da Bahia, e certificado pela Secretaria de Reformas Econômicas, do Ministério da Fazenda, vai trocar 2 milhões de sachês de sementes por 200 mil árvores plantadas. O criador do projeto Árvore da Sorte e presidente-executivo da AGVIPP, Luiz Cláudio Batista, informou à Agência Brasil que se trata de uma campanha de incentivo da venda de sachês de legumes, verduras e hortaliças para, em um primeiro momento, fomentar a agricultura familiar. “As pessoas vão no site e fazem a aquisição de uma semente. Automaticamente, no próprio regulamento, quando ela faz esta aquisição, ela está doando ao próprio projeto, e nós iremos implantar as hortas comunitárias na Ilha de Itaparica, e vamos também fomentar hortas existentes em outros municípios brasileiros”, disse Batista. A campanha tem autonomia para comercialização de 2 milhões de sachês de sementes. Para cada dez sachês vendidos, uma árvore será plantada. Com essa proposta, a meta são 200 mil árvores a serem plantadas. O projeto prevê também, por enquete popular, a realização de mutirões para limpeza de praias. Parte das árvores será plantada, a partir de julho próximo, no município baiano de Simões Filho, onde será feita uma reserva piloto do projeto, tanto em relação ao reflorestamento, como à questão das hortas. Georreferência Serão visitadas cidades em outros estados com o mesmo objetivo, buscando parcerias que queiram se unir à iniciativa. “Todo e qualquer plantio terá acompanhamento técnico, que será georreferenciado”, disse o idealizador do projeto. Destacou também que após o plantio, o município pode buscar obter crédito de carbono relativo ao volume de árvores que será plantado, criando, ao mesmo tempo, o conceito de reserva ambiental. Segundo Luiz Cláudio Batista, as espécies de árvores que serão plantadas atenderão aos biomas das regiões. Informou ainda que além de colaborar com a sustentabilidade no Brasil, os participantes do projeto, sejam pessoas físicas ou empresas, concorrerão a prêmio de R$ 17 mil, na forma de uma motocicleta do ano. Batista salientou a importância de se investir no crescimento sustentável, no Brasil e no mundo, em sintonia com as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a importância da preservação ambiental. Mata Atlântica Em dezembro do ano passado, a ONU reconheceu o Pacto Trinacional da Mata Atlântica como uma de suas dez Iniciativas de Referência da Restauração Mundial. O projeto envolve 300 organizações que objetivam preservar e restaurar o que restou da Mata Atlântica em países como Brasil, Paraguai e Argentina. Cerca de 700 mil hectares de terra já foram restaurados e o objetivo é proteger e reviver um milhão de hectares até 2030 e 15 milhões de hectares até 2050, área maior do que a de todo o Nepal, Grécia ou Nicarágua. Essas organizações estão protegendo também espécies ameaçadas, como a onça-pintada e o mico-leão-dourado, assegurando o abastecimento de água para as pessoas e para a natureza, combatendo e criando resiliência à mudança climática e gerando milhares de empregos. A informação é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Mais de 90% da floresta original da Mata Atlântica já foram destruídos, em razão, principalmente, da expansão da agricultura, da pecuária, da exploração madeireira e da urbanização. Fonte

Brasília, 63: novos candangos madrugam e sonham no centro comercial

– Vamos comer, vamos comer. Já é meio-dia. Bora, Brasília. A chamada é um grito no meio da multidão, que não são todos que podem obedecer. Não é por falta de fome. No centro comercial da capital, na Asa Sul, trabalhadores acordaram bem cedo, antes do céu se acender. Por uns sonhos, por uns reais, por todas as realidades que os cercam. O horário é o de menos. Não dá para parar. O cliente chegou. Os novos candangos estão no “corre”.  Que o diga o brasiliense João Wellington Batista, de 42 anos, motociclista de aplicativo, na ansiedade do próximo som do celular, que avisa qual será a próxima entrega. Nem o dedo enfaixado que ele lesionou, lavando a “bicha” (a companheira moto) com o motor ligado, faz com que ele dê um tempo do “trampo”.  “Nem pensar dá pra parar. Tenho um filho de 13 anos para cuidar”. Na rotina, sai de Samambaia, a 30 km dali, antes das 6h da matina. Só volta para casa depois da meia-noite o filho de pais de Uberaba (MG) e Goiânia (GO). Nem o dedo machucado faz com que o motociclista Joāo Wellington pare de trabalhar- Joédson Alves/Agência Brasil Ele já passou por outros apertos. Joelho arranhado, bacia machucada. “Foram três acidentes nesses últimos tempos. O trânsito dá medo mesmo”. Mas não teve muita opção, desde que, em 2015, perdeu o emprego de porteiro, o último com carteira assinada. Ao lado de sua moto, outras aceleram ao primeiro som do celular. Os novos candangos estão em meio a uma mistura de barulhos. Mistura também de cheiros e gostos. “Olha o churrasquinho. Quentinho. Vamos almoçar”. Mas ainda não é pro bico de Nathan Santiago, de 23 anos, que só vai poder montar a marmita depois das 14h30. Agora, tem que servir os outros. A fumaça que sai das churrasqueiras sobe para o nariz e para os olhos, embalada pelo clima seco da capital.  Enquanto esquenta os churrasquinhos, Nathan Santiago sonha fazer um curso superior. Joédson Alves/ Agência Brasil Nathan sai cedinho de Planaltina, a quase 60 km do centro. Tudo vale a pena. Sonha fazer um curso superior em gestão de pessoas. Junto com ele, está no caixa do churrasquinho Sávio Silva, de 20, também planaltinense. “É uma correria difícil”. Menos difícil, segundo ele, do que a aventura por qual passou o pai carpinteiro, que saiu de Floriano (PI) para tentar a vida na capital. Hoje deseja mesmo fazer faculdade de administração. Enquanto pensam no futuro, ambos de máscara, só tiram do rosto para tomar água em uma garrafa que já foi de refrigerante. Almoçar também não é a prioridade do goiano Fábio Araújo, de 40 anos, que está no outro lado da rua. Aliás, o comerciante administra dois negócios ao mesmo tempo: os docinhos em cima de uma mesa de plástico e a cadeira de engraxate. Foi lustrando os sapatos alheios que ele começou essa aventura de comércio de rua há 16 anos. Para complementar renda, resolveu juntar paçocas, balas e bananada para ter mais moedinhas no final do dia. Qual vale mais a pena? “Os dois. Importa que eu leve dinheiro para casa”.   Fábio Araújo vende doces, mas também atua como engraxate. Joédson Alves/Agência Brasil A casa fica em Luziânia, a 60 km dali, o que faz com que ele desperte todos os dias às 4h da manhã para chegar ao centro de Brasília, às 7h. Afinal, a prioridade, nesse momento, é o tratamento do filho mais velho, de 18 anos, que foi diagnosticado com lúpus. Além dele, tem mais três filhos que precisam da atenção do pai. Todos na casa sonham um dia ter uma casa própria. “E saúde, para eu continuar trabalhando”. A esposa também madruga. Faz dindim caseiro para vender em Luziânia.  Entre as clientes dos docinhos de Fábio, a pernambucana Aline dos Santos, de 22 anos, que trabalha como auxiliar de serviços gerais em uma empresa do centro, comemora ter registro em carteira. A arcoverdense Aline quer prestar concurso público em Brasília. Joédson Alves/Agência Brasil  Tal e qual sonharam os pais, um pintor e uma empregada doméstica, desde quando saíram de Arcoverde (PE) para se instalar em Ceilândia, a maior região administrativa do Distrito Federal e que tem 60% da população,  cerca de 140 mil pessoas nascidas no Nordeste. Outros 130 mil são descendentes diretos de pais daquela região. Aline entra no serviço às 7h, o que faz com que madrugue no ônibus. “Sonho estudar mais e passar em um concurso da polícia”. Mas ainda precisa recuperar o tempo passado e terminar o ensino médio. História de exclusão Sonhos legítimos, apagamentos da história de trabalhadores da capital, reações sociais…. Para o historiador Guilherme Lemos, a Brasília do ano de 2023 guarda caminhos de segregação e racismo, como ocorreram desde a sua construção. Guilherme Lemos estudou o apagamento dos “Dois Candangos”. Arquivo /Divulgaçāo Ele cita um episódio ocorrido em abril de 1962, quando os trabalhadores Gildemar Marques, de 19 anos, nascido em Bom Jesus (PI), e Expedito Xavier Gomes, de 27, de Ipu (CE) morreram em um canteiro de obras da Universidade de Brasília. O fato foi também objeto de pesquisa de doutorado de Guilherme Lemos na tese “No dilacerar do concreto (leia aqui). Saiba também sobre as providência da Justiça do DF para reparação das famílias das vítimas”. Em “homenagem” às vítimas, o auditório da universidade ganhou o nome de “Dois Candangos”, e não o nome deles.”A minha questão era justamente como que esse nome candangos acabou apagando essa história do Brasil”, explicou. O pesquisador chama atenção que se trata da história de uma segunda geração de trabalhadores de um Brasil pós-abolição. O concreto da obra serviu, então, conforme o pesquisador, com a monumentalização que é Brasília, para ocultar esse passado do Brasil escravista. Um Brasil teoricamente disposto a não tratar do passado e até a escondê-lo. “Essa monumentalização gera um apagamento da memória desses homens. Um passado que é de violência e romantização na tentativa de esquecimento”.     “Vim como mucama” No presente da capital, o

Gastronomia e Cultura: Mercadão de SP tem programação especial

O Mercado Municipal Paulistano, conhecido como o Mercadão de São Paulo, está entre as opções de passeio para os paulistanos e turistas que visitam a cidade de São Paulo no feriado de Tiradentes, comemorado nesta sexta-feira (21). Os visitantes poderão contar, até o dia 23 de abril, das 10h às 16h, no Espaço de Eventos, com a terceira edição do Festival de Gastronomia e Cultura (FGC), que desta vez homenageia Portugal. A cultura e as tradições da China e do Japão passaram nos meses anteriores pelo Mercadão. O Festival de Gastronomia e Cultura tem entrada gratuita e é aberto ao público. No local haverá boxes de alimentação, apresentações artísticas e musicais e lojas de produtos típicos, entre outros atrativos. Na programação gastronômica desta edição estão a PAME, padaria artesanal; a N2 Extreme Brasil, gelateria onde o cliente pode levar qualquer ingrediente para ser transformado em gelato; e a B.lem, a maior rede de padarias do Brasil, com raízes portuguesas. No dia 22 de abril, data em que se comemora o descobrimento do Brasil, o Espaço de Gastronomia e Cultura do Mercadão será palco de uma experiência gastronômica exclusiva com os pratos do chef Vitor Sobral, do restaurante Tasca da Esquina, um dos mais tradicionais e premiados de São Paulo. O cardápio é composto por quatro pratos e uma sobremesa, que podem ser consumidos à vontade, por R$ 209,00. Os ingressos para esta atração podem ser adquiridos pelo Sympla ou no dia do evento, mediante disponibilidade. Serviço: Festival de Gastronomia e Cultura – Edição Portugal Mercado Municipal Paulistano – Mercadão Rua da Cantareira, 306 – Centro Histórico de São Paulo De 20 a 23 de abril Horário: das 10 às 16h Convite antecipado para o almoço com o Chef: Sympla Fonte

“Foi como um sonho”, diz o fotógrafo que registrou Brasília em 1957

Dos mais humildes aos poderosos. Das luzes às sombras.  Nada escapou às lentes de um dos principais fotógrafos da história brasileira. Com obra consagrada e premiada na segunda metade do século 20, o carioca Walter Firmo, hoje com 85 anos de idade, notabilizou-se pelos registros poéticos e exclusivos por onde passou. No entanto, um dos momentos que o experiente profissional considera mais inesquecível foi uma cobertura no ano de 1957, quando registrou algo que ele chama de inacreditável: a construção de uma cidade para ser a capital do Brasil. Enquanto erguia sua máquina, emocionava-se, do outro lado do visor, com os princípios das edificações. “Foi um sonho. Algo inacreditável. Parecia cinema”, recorda Firmo. Conhecido por registrar em diferentes trabalhos as pessoas mais simples, e também artistas e políticos, ficou impressionado com a força dos candangos. A obra do mestre da fotografia pode ser conferida também na mostra “No Verbo do Silêncio a Síntese do Grito”,  em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na capital do País, com acervo que é preservado pelo Instituto Moreira Salles (IMS). Na capital, Firmo concedeu entrevista à Agência Brasil. Confira alguns trechos abaixo. Agência Brasil – O senhor conheceu Brasília nos anos 1950, antes da inauguração, certo? Walter Firmo – Eu estive em Brasília em 1957 (a serviço do jornal Última Hora, veículo fundado por Samuel Wainer). Eu tinha 20 anos de idade. Eu vi e fotografei  essa cidade sendo erguida. Eram só os começos dos prédios dos ministérios e na Praça dos Três Poderes, além de milhares de candangos em cima de caminhões. Eles trabalharam incessantemente. Foi assim que eu conheci Brasília. Fotografei Juscelino Kubitschek​ (ex-presidente) e  (Oscar) Niemeyer (arquiteto). Agência Brasil – E qual foi a sua impressão ao chegar nessa cidade que seria inaugurada? Walter Firmo – A minha sensação era que eu estava sobre um belvedere que iria surgir. Um lugar que seria o centro político das decisões do Brasil. O Juscelino fez um gesto gigantesco, de boa vontade, e que iria representar um crescimento do país. Ele interiorizou o país e o Brasil, que se diversificou.   Agência Brasil – Antes da inauguração, o senhor ainda fez outros trabalhos na capital? Walter Firmo – Sim. Estive meses antes de inaugurar (em fevereiro de 1960) para cobrir a visita do então presidente norte-americano (Dwight) Eisenhouer. (Confira aqui o discurso  do presidente Juscelino nessa ocasião). A imagem dele saudando o povo e dando as mãos com Juscelino ocupou uma página inteira. Nunca mais esqueço disso.    Agência Brasil – Além dos artistas e políticos, o senhor é consagrado também pela sua capacidade de traduzir  a negritude, os trabalhadores e os mais humildes. Como foi coletar as imagens dos trabalhadores de Brasília? Walter Firmo – O meu trabalho foi sempre fotografar as pessoas mais simples. Que respiram. Por serem simples, eles são mais humanos. A exposição de minhas fotos no Centro Cultural Banco Brasil (CCBB) mostra as pessoas simples. Eles são trabalhadores diferentes que ajudaram a construir esse lugar.   Agência Brasil – . O que o senhor encontrou de mais especial ao fotografar esses trabalhadores de Brasília? Walter Firmo – O que eles fizeram foi algo gigantesco. Era algo inacreditável. Parecia um sonho. Era uma coisa que parece que não era verdadeira. Brasília está aí mostrando a sua beleza. Outro dia, eu estava em Brasília e ouvi de uma senhora que o pai dela havia ajudado a construir a Catedral. Isso é muito belo.  Agência Brasil – Aos 85 anos de idade, como é voltar a Brasília? Walter Firmo – Brasília é uma cidade brasileira singular, diferentes no mundo porque foi planejada. Quando se visita Brasília, pode se amar ou detestar, mas não se pode ficar indiferente. Eu gosto da diferença que essa cidade apresenta, Agência Brasil –  Ao voltar a Brasília, o senhor vê os trabalhadores da atualidade como viu antes da inauguração? Walter Firmo – Os trabalhadores continuam com esse espírito de luta. Mas não os candangos de antes. Eram homens que vieram do Nordeste, de uma simplicidade extrema. Pessoas que não tinham o que comer e se aventuravam em um lugar novo. Eles tinham um chapéu e uma bota, e nada mais. Esse tipo de operário eu não vejo mais hoje. Aquela saga foi algo inigualável e inesquecível.    Agência Brasil – O senhor considera essa sua cobertura antes da inauguração algo inesquecível em sua carreira? Walter Firmo – Sim. Era algo que parecia cinema. Não vou esquecer nunca mais. Hoje ela está muito moderninha para o meu gosto (risos). Foi uma semente de uma era. Hoje, com 63 anos, ela não tem nada de velha. Ela é linda. Toda vez que eu passo por Brasília, eu me emociono. Eu sinto algo estranho dentro de mim. Foi triste assistir ao que ocorreu no dia 8 de janeiro, quando foi atacada e vilipendiada. É uma cidade que representa o sonho de muita gente. Brasília é transformadora e original. Fonte

Acesso à saúde é mais difícil para pessoas LGBTQIA+ acima de 50 anos

Estudo revela que pessoas com idade a partir de 50 anos que pertencem à comunidade LGBTQIA+ têm atendimento de saúde pior do que a parcela de mesma faixa etária que não faz parte desse grupo. A situação é a mesma tanto na redes privada quanto no Sistema Único de Saúde (SUS), revela estudo de pesquisadores do Hospital Albert Einstein, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP e Universidade de São Caetano do Sul, publicado na revista científica Clinics. Os pesquisadores destacam que 31% do grupo LGBTQIA+ estão na pior faixa de acesso à saúde no país, enquanto a proporção entre a população que não está nesse grupo é de 18%. Para chegar aos resultados, a equipe analisou as respostas de 6.693 pessoas de todo o Brasil em um questionário online, que pôde ser preenchido anonimamente. Ao todo, 1.332 dos participantes se identificaram como LGBTQIA+. Com a comparação de respostas, observou-se que 74% das mulheres heterossexuais relataram ter feito pelo menos uma mamografia na vida. Ao mesmo tempo, a proporção de mulheres com identidade de gênero ou orientação sexual que as encaixa na sigla LGBTQIA+ era de apenas 40%, o que evidencia a disparidade em relação aos cuidados com a saúde e pode indicar ainda dificuldades, por parte desse grupo de realizar exames. Desnível semelhante pode ser observado em outro dado: o de triagem preventiva para câncer de colo de útero, entre pessoas que se identificam como mulheres cisgênero. A porcentagem de heterossexuais que realizou o exame foi de 73%, contra 39% de LGBTQIA+. Quanto ao exame preventivo de câncer de intestino, também entre mulheres cisgênero, a discrepância é menor, mas existe. No total, 57% de mulheres afirmaram ter feito o exame em algum momento, número que cai para 50% entre as LGBTQIA+. Segundo os autores do trabalho, um dado relevante é que mais da metade (53%) do grupo não acredita, ou não sabe, que os médicos saibam lidar com as particularidades de sua saúde. Além disso, 34% dos que responderam ao questionário acreditam que os profissionais que os atenderam não conheciam sua identidade de gênero ou orientação sexual, fato que pode mostrar como há assuntos relevantes para o diagnóstico e o tratamento que ainda são tabu. “A partir do momento em que a gente conhece essa realidade, reforça a importância de eliminar as desigualdades, as barreiras de acesso”, afirma Milton Crenitte, um dos autores da pesquisa e geriatra do Hospital Israelita Albert Einstein. O hospital já desenvolve protocolos e ações específicas para os pacientes LGBTQIA+, desde a criação do Grupo Médico Assistencial voltado a esse público. Para Crenitte, um dos equívocos que mais influenciam a forma como os profissionais de saúde encaram especificamente esse grupo é limitar os cuidados a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), o que se explica pelo estigma da década de 1980, quando teve início o esterótipo que associou homossexualidade ao HIV, que permanece até hoje, de certo modo. “Muitas vezes, a saúde LGBT foi tratada apenas nas políticas de prevenção ao HIV e a outras ISTs. Então, o que acho que a geriatria tem para contribuir nessa seara do envelhecimento LGBTQIA+ é entender que vai além disso. É preciso acolher essas pessoas, fazer com que elas entrem nos nossos cenários de prática, nos nossos serviços de saúde, para tratar pressão alta, diabetes, fazer atividade física, tratar de saúde mental e também falar de HIV e aids”, diz o geriatra. Crenitte destaca que um fato importante, hoje em dia, no cenário do HIV é que a ciência mudou muito e avançou muito no tratamento. “Mas, uma coisa que permanece, em 40 anos de epidemia de HIV, é a sorofobia. Um espaço que também precisa ser discutido é o da discussão da sorofobia, que é o preconceito contra quem vive com o vírus.” O receio de se tornarem alvos de LGBTQIAfobia em consultórios ou hospitais faz, inclusive, com que muitas pessoas deixem de fazer acompanhamento e exames regulares e preventivos, o que pode acabar em diagnóstico de doenças já em estágio avançado, com poucas chances de tratamento eficaz. “Isso é real. Muitas pessoas da comunidade LGBTQIA+, por medo de sofrer discriminação ou por experiências prévias negativas ou outras barreiras de acesso, que são inúmeras, deixam de procurar o serviço”, afirma Crenitte. O médico ressalta ainda um dado da pesquisa que mostra que a maneira como o usuário percebe a disponibilidade do serviço vai impactar na decisão dela de sair, ou não, de casa para procurar ajuda. “Muitas pessoas, em vez de fazer o cuidado preventivo, evitam e só acessam a saúde no momento da emergência, o que é muito pior.” Fonte

Pesquisa indica aceitação de vacinação infantil nas escolas

Uma pesquisa realizada com 2 mil mães brasileiras chegou a um percentual de 76% que consideram a escola como o lugar ideal para a vacinação infantil. O estudo foi realizado pela farmacêutica Pfizer e pelo Instituto Locomotiva e divulgado pouco antes da Semana Mundial da Imunização, que acontece entre 24 e 30 de abril. As respostas indicam que as mães gostariam de ser ajudadas pela escola a manter o calendário vacinal em dia. Oito em cada dez mães concordaram com a frase “seria muito prático se a vacinação do/da meu/minha filho/filha pudesse ocorrer dentro da escola”, e, para 85%, “se houvesse a possibilidade de a vacinação ocorrer na escola a cobertura vacinal infantil poderia ser maior”. A vacinação escolar é uma estratégia defendida por especialistas em imunização como um instrumento para elevar as coberturas vacinais, que estão em queda no país desde 2015. Com percentuais abaixo da meta que garante a imunidade de rebanho, doenças imunopreveníveis como o sarampo e a poliomielite podem reaparecer no país ou se espalhar com mais facilidade. O questionário aplicado nas cinco regiões do país também mostrou que 81% das entrevistadas ficariam seguras com a vacinação dentro da escola se soubessem que ela seria realizada por profissionais de saúde qualificados. Segundo a pesquisa 91% das mães afirmam que provavelmente autorizariam os filhos a receber as doses na escola. Entre elas, três em cada quatro dizem que a decisão independeria, inclusive, do tipo de vacina ministrada. Apostar na escola como fonte de informação e local de facilitação do acesso às vacinas está em linha com alguns problemas apontados pela própria pesquisa: 68% das participantes dizem que já se sentiram confusas sobre a imunização dos filhos, 39% já deixaram de vacinar por dificuldades de chegar aos postos e 56% relatam que, com as demandas do dia a dia, já acabaram esquecendo as datas de vacinação dos filhos. As mães ouvidas consideram a falta de informação e conhecimento sobre a vacinação o principal obstáculo à vacinação. Para 17% das mães, a falta de confiança nas vacinas é uma das razões que atrapalha. Desigualdades Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil As entrevistas mostraram que metade das mães das classes A/B contam com algum tipo de acompanhamento que ajude a lembrar o dia de vacinar seus filhos, enquanto esse percentual é de apenas 25% para as mães da Região Norte. As nortistas, ao lado das mães negras e das mães das classes D/E são as que têm menos informação, assistência e acesso às vacinas. As mães nortistas, por exemplo, são as que mais relatam com mais frequência já terem perdido um dia de trabalho para colocar a vacinação em dia. O pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), lembra que o Norte e o Nordeste são as regiões do país que apresentam os indicadores mais baixos de imunização infantil. “É importante considerar o impacto da desigualdade social dentro desse cenário para que possamos buscar soluções que ajudem a transpor cada um dos obstáculos enfrentados pelas famílias na imunização de suas crianças”, afirma. A diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro, afirma que o objetivo da pesquisa é ajudar a aprofundar a avaliação sobre o cenário de queda nas coberturas vacinais, de modo que soluções mais efetivas possam ser encontradas. “Sabemos que essa questão foi agravada pela pandemia, mas estamos falando de um problema multifatorial, complexo, influenciado por vários elementos, sejam eles sociais, econômicos, comportamentais ou de informação”, avalia a diretora médica. “Ao ouvir as mães, que em sua maioria são responsáveis diretas pelo gerenciamento da imunização de seus filhos, propomos a partir do estudo um olhar mais aprofundado desse cenário complexo, como forma de contribuir para a busca de soluções que realmente possam transformar a situação vacinal atual”.   Fonte

Coletivos negros fazem ato contra ex-atleta que agrediu entregadores

Coletivos negros e movimentos sociais do Rio de Janeiro realizaram nesta quinta-feira (20) um ato de resistência contra o racismo no país. Mais de 80 organizações cobraram a prisão da ex-jogadora de vôlei de praia, Sandra Mathias Correia de Sá, 53 anos que agrediu os entregadores de aplicativo, Max Ângelo e Viviane Maria, no bairro de São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, onde os dois trabalhavam. Em manifesto, organizadores reafirmaram “legado de resistência, luta, produção de saberes e de vida”.  “Historicamente, seguimos enfrentando o racismo, que estrutura a sociedade e produz desigualdades que atingem principalmente nossas existências. Durante os quase quatrocentos anos de escravização e desde o início da República, somos alvo de violações de direitos, do racismo, da discriminação racial, da violência e do genocídio”. Em outro trecho, o documento ressalta que a história exige da população negra brasileira e de toda a diáspora africana ações articuladas para o enfrentamento ao racismo, ao genocídio e às desigualdades, injustiças e violências derivadas desta realidade. “Esta unidade de luta negra se reúne em defesa da vida, do bem viver e de direitos arduamente conquistados na resistência e luta do povo negro pobre e da classe trabalhadora, irrenunciáveis e inegociáveis, seguiremos honrando nossas e nossos ancestrais, unificando em luta toda a população afro e demais membros da classe trabalhadora, por um futuro livre de racismo”. Agressões No dia 9 de abril, Sandra agrediu violentamente os entregadores em São Conrado, perto de onde ela mora. As imagens gravadas mostram a ex-atleta desferindo socos em Max e puxões fortes na camisa dele. Na cena mais forte, a mulher deu chicotadas no trabalhador usando a guia do cachorro dela. Em seguida, ele se esquiva e tenta se afastar. Depois, Sandra retornou e deu tapas e socos na entregadora Viviane Maria Souza. A ex-atleta, se apresenta nas redes sociais como nutricionista e dona de uma escola de vôlei de praia no Leblon. No depoimento à polícia na última segunda-feira (17), Sandra disse ter sofrido preconceito de gênero e negou racismo. Max negou a versão da mulher. O caso foi registrado como lesão corporal e injúria simples. Segundo a delegada responsável pelo inquérito, ainda não há elementos suficientes para que o caso seja caracterizado como injúria racial. A polícia investiga se também houve o crime de injúria racial, que tem tratamento jurídico do racismo e pena de dois a cinco anos. A delegada ainda ouvirá outros três depoimentos. Fonte