Fluminense derrota Athletico-PR e permanece na ponta do Brasileiro

O Fluminense derrotou o Athletico-PR por 2 a 0, na tarde deste sábado (22) no estádio do Maracanã, para manter a liderança do Campeonato Brasileiro. Com o triunfo, em partida que teve transmissão da Rádio Nacional, o Tricolor chegou aos seis pontos. Já o Furacão permanece com três. VEEEEEEEEEEEEEEENNNNNNCEEE O FLUMINEEEEEEEEEENNNSEEEE! NINO E LIMA MARCAM, TORCIDA TRICOLOR DÁ UM SHOW E O FLU VENCE A SEGUNDA NO BRASILEIRÃO! VAAAAMOS, FLUZÃO! pic.twitter.com/sBV9wpxPgm — Fluminense F.C. (@FluminenseFC) April 22, 2023 Os mais de 38 mil torcedores que estiveram presentes no Maracanã acompanharam uma grande atuação da equipe das Laranjeiras, que abriu o placar logo aos 10 minutos de bola rolando, quando Lima aproveitou sobra de bola na entrada da área para chutar forte e superar o goleiro Bento contando com desvio de Erick. A equipe comandada por Fernando Diniz continuou mandando nas ações e ampliou aos 21 da etapa final. Lima cobrou escanteio curto para Alexsander, que levantou a bola na área, onde Nino deu bela cabeçada para mandar no ângulo. Estreia com vitória Outra equipe a vencer em casa foi o São Paulo, que, no Morumbi, bateu o América-MG por 3 a 0. A partida marcou a estreia de Dorival Júnior no comando do Tricolor, que triunfou com gols de Marcos Paulo, Calleri e Luciano. 😀 De volta ao Morumbi!#VamosSãoPaulo 🇾🇪 📸 Rubens Chiri / saopaulofc pic.twitter.com/RrY7Di4lG7 — São Paulo FC (@SaoPauloFC) April 22, 2023 Empate na Arena Pantanal Já quem ficou na igualdade foram Cuiabá e Bragantino. Em partida na Arena Pantanal, Mateusinho abriu o placar para o Dourado e Thiago Borbas empatou para o Massa Bruta. Tudo igual na Arena Pantanal! Fora de casa, o Red Bull Bragantino arrancou o empate com o Cuiabá, por 1 a 1, gol de Thiago Borbas, e somou mais um ponto no @Brasileirao. #RedBullBragantino #VamosBraga pic.twitter.com/W9nGMSwwLZ — Red Bull Bragantino (@RedBullBraga) April 22, 2023 Fonte

Brasil se reaproxima de Portugal depois de seis anos

Foi um dia em que o presidente Lula compartilhou seu tempo com as duas maiores autoridades do governo português. De manhã com o presidente Marcelo Rebelo. No regime parlamentarista de Portugal, o cargo é mais cerimonial, mas a sem cerimônia que os dois demonstravam atestava uma boa relação não só entre os dois países, mas também a nível pessoal. Ao final da agenda matinal, numa entrevista coletiva, o presidente Lula foi perguntado se aceitaria ir à Ucrânia para conversar sobre a guerra. “Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tentem sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, disse Lula. A tarde foi toda com o primeiro ministro Antônio Costa, que foi reeleito no ano passado. Ele é do Partido Socialista e Portugal tem se destacado na União Europeia como um país com um bom desempenho na economia e também com boas ações ligadas ao meio ambiente.  Ao todo, 13 acordos foram assinados nessa cimeira, que é a palavra utilizada pelos portugueses para descrever encontros entre governos. Esse foi o 13º, mas fazia tempo que não acontecia. Durante os últimos seis anos, os governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro ignoraram a histórica parceria com Portugal. Um distanciamento que atrasou uma relação que poderia ser ainda mais próxima e produtiva, segundo Lula. “Dá pra gente imaginar a irresponsabilidade de quem governou o Brasil nos últimos seis anos. Porque imaginem, estatisticamente, que na nossa primeira cimeira depois de seis anos, nós assinamos 11 acordos [13 acordos]. Imagina se nós pudéssemos assinar uma média de 11 acordos cada ano que tem uma cimeira, significa que nós deixamos de assinar com Portugal no mínimo 66 acordos, que poderia fazer com que a nossa relação fosse mais extraordinária do que ela é”. Num dia em que se comemorava os 523 anos do descobrimento do Brasil por parte de Portugal, esses laços tão íntimos entre os dois países, voltam com um vigor renovado. Agora é recuperar esse tempo perdido.  O comércio entre ambos gera cerca de US$ 6 bilhões por ano. Lula tem a ambição de dobrar esse número. “Temos um potencial extraordinário para dobrar o fluxo de comércio exterior entre nossos países. Podemos ser mais ousados. Permitir que nossos empresários e ministros conversem mais. Discutam mais em busca de perspectivas de futuro no financiamento de nossas indústrias e produtos. O papel de um governante é abrir as portas, mas quem sabe fazer negócio e tem competência para isso são os empresários”. Ao colocar uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, o poeta dos Lusíadas, no Mosteiro dos Jerônimos, o presidente Lula homenageava a base mais importante dessa relação: nosso idioma. Na mesma região, fica o Padrão dos Descobrimentos, monumento que homenageia a fase entre o fim do século 15 e início do 16, quando os portugueses se lançaram pelos mares nunca dantes navegados, nas palavras dos versos de Camões, para conquistar o mundo. Brasil incluído. Hoje, pode-se dizer que o momento de Portugal é um pouco o inverso. O país está com uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo e por isso o governo português está incentivando que pessoas de outros países venham morar aqui, descobrir Portugal. Isso, claro, vale para os brasileiros. Já são quase 300 mil em terras lusitanas. Uma maior proximidade das economias dos dois países vai aumentar ainda mais a parceria do que os portugueses chamam de pátrias irmãs. Source link

Solução para Cracolândia passa por moradia, apontam especialistas

Moradias em primeiro lugar. Essa foi a resposta apontada por diversos especialistas reunidos desde sexta-feira (21), na capital paulista, para discutir os problemas, caminhos e soluções para a Cracolândia, nome pelo qual ficou conhecida uma região de São Paulo que reúne usuários e dependentes de drogas. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil “É impossível resolver a situação de qualquer pessoa em situação de rua sem pensar em moradia em primeiro lugar”, disse o sociólogo Marquinho Maia, em entrevista à Agência Brasil, logo após participar do seminário Cracolândia em Emergência. O evento prossegue até domingo (23), no Teatro de Contêiner Mugunzá, no centro da capital paulista. “A partir do momento em que a pessoa tem um lugar para estar, a assistência social e a saúde conseguem atender melhor. O cuidado tem que ser feito em liberdade. Não existe cuidado sem liberdade”, reforçou. Limpeza urbana Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil O psiquiatra Flávio Falcone concorda com a afirmação. Ele também é palhaço e coordena o projeto Teto, Trampo e Tratamento e integrante do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Proad-Unifesp). Para o médico, é impossível resolver o problema da Cracolândia sem que seja resolvida primeiramente a questão da moradia “porque tudo o que você precisa fazer, que é gerar renda e fazer algum tipo de tratamento, sem a moradia não é possível na prática”. Falcone citou um exemplo que tem sido recorrente no tratamento contra as drogas voltado para moradores de rua. “Por conta do rapa, que é o que a prefeitura chama de limpeza urbana, hoje eu prescrevo uma medicação para a pessoa. No entanto, o rapa leva tudo e a pessoa fica sem medicação. Aí, no sistema do SUS [Sistema Único de Saúde], consta que passei medicação para dois meses. E enquanto não se passarem esses dois meses, a pessoa não pode pegar o medicamento de novo”, contou ele. “Não tenho dúvidas de que todas as outras questões, como trabalho e tratamento na perspectiva da redução de danos, sem ter o mínimo, que é a moradia, é impossível de serem resolvidas”, disse. Segundo Falcone, essa moradia precisa ser livre de exigências e burocracias. “A primeira coisa que se deveria fazer é oferecer moradia com baixa exigência, que é diferente da moradia que o governo atualmente oferece, de alta exigência, em que você precisa estar abstinente e fazer testes de urina para comprovar que está abstinente. E se o seu teste estiver positivo, você volta para a rua e passa por todo o ciclo de novo que é a internação e comunidade terapêutica”, explicou. Remoção de famílias Para os especialistas, as soluções adotadas pelos governos para a Cracolândia, historicamente, privilegiaram a remoção das pessoas e das famílias do centro de São Paulo ao invés do diálogo com os moradores locais. “[A remoção] é uma solução para expulsar essa população daqui. O que de fato está em jogo, neste momento, é a tentativa de expulsar essa população do centro da cidade”, falou Falcone à Agência Brasil. Durante uma mesa que discutiu a questão da moradia e territorialidade, Toni Zagato, mestre em políticas públicas e especialista em patrimônio cultural, reforçou que as remoções forçadas são estratégias que vem sendo utilizadas para a região central há muitos anos e por diversos e diferentes governos, sem resolver o problema. “O Poder Público usa milhões para desapropriar. Nesse processo, ele despeja todo mundo e lacra os imóveis. Esses imóveis, muitas vezes, são considerados patrimônios culturais e não podem ser lacrados, que é uma descaracterização do imóvel. Eles nem disfarçam que isso é um teatro: eles deixam somente a fachada, feito uma cenografia de teatro, e atrás fazem uma construção que despejou 300 famílias e que não vão habitar mais esse lugar. Eles vão conceder isso para outras pessoas, que são de fora. Isso é um feudo, é arcaico, é colonial, e acontece no centro de São Paulo. Mas isso não aconteceria no bairro de Pinheiros [que concentra atualmente um grande número de novos empreendimentos na cidade], por exemplo”, argumentou. Perpetuação da pobreza “Estamos em uma guerra que não escolhemos lutar. Fomos jogados para essa situação. Essa guerra em que fomos colocados explica muita coisa sobre quem tem casa e quem não tem hoje em dia, quem tem acesso a banheiro e quem não tem”, falou Diva Sativa, que vive em uma ocupação no centro de São Paulo e integra a Bloc Feminista da Marcha da Maconha de São Paulo. Diva relembrou do passado escravagista brasileiro e reforçou que a situação atual atinge principalmente a população negra. “Quem foi empurrado para as áreas de risco porque estava aqui nesse país e não tinha estudo? Quem mora hoje em locais sujeitos a incêndios? Qual é a cor da pele dessas pessoas? Isso é um ciclo de perpetuação da pobreza e da discriminação. Esse ciclo que começou lá atrás, chega hoje na gente. Quando falamos hoje em droga, temos que fazer esse resgate”, destacou. “Barril de pólvora” Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil  Em entrevista à Agência Brasil, Aluízio Marino, pesquisador do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (LabCidade), lembrou que muitos projetos já foram construídos envolvendo a região central da cidade, mas ignoraram a população da região. “São projetos que se dizem de renovação ou de revitalização que partem do pressuposto de que esse é um território sem vida, o que é uma grande inverdade. Esse território é historicamente ocupado por trabalhadores. É também um território popular. Esses projetos vêm em uma intenção de fazer um projeto de terra arrasada para remover e renovar a população que aqui o habita”, falou. “Isso ganha outros contornos, a partir da década de 90, com a chegada do fluxo da Cracolândia”, reforçou. Segundo Marino, os projetos foram incapazes de problemas da região. O pesquisador ressaltou que dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que o fluxo de pessoas permanece inalterado. “A gente continua com essas pessoas cada vez mais vulnerabilizadas e sendo alvos de violência. Temos também uma

Lula anuncia abertura de escritório da Apex em Lisboa 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste sábado (22) a instalação de um escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Lisboa. Segundo o presidente, a medida vai “mostrar a seriedade da relação entre Brasil e Portugal”. A declaração foi feita na XIII Cimeira Brasil-Portugal, evento realizado em Lisboa com o objetivo de estreitar a cooperação bilateral entre os dois países. A solenidade contou com a participação do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e foram assinados 13 acordos nas áreas de educação, justiça, saúde, economia e cultura. Lula destacou a importância da assinatura dos acordos bilaterais, após sete anos de interrupção da Cimeira Brasil-Portugal.  Integração  Na área de educação, foi assinado acordo que estabelece o enquadramento jurídico da concessão de equivalência de estudos no Brasil (ensino fundamental e médio) e em Portugal (ensino básico e secundário), para promover uma adequada integração escolar dos dois países. Outro acordo na área da educação prevê a criação da Escola Portuguesa de São Paulo.  Os dois chefes de governo reafirmaram o compromisso, ao nível da Saúde Pública, para o desenvolvimento e inovação nas áreas da Saúde e Biotecnologia, “com especial enfoque na vigilância epidemiológica, na preparação e resposta a emergências em saúde pública, na saúde digital, e no desenvolvimento e produção de equipamentos para a saúde”.    No campo dos direitos humanos, foram dois termos: um para a proteção de testemunhas em processo penal e outro que institui boas práticas na promoção e defesa dos direitos das pessoas com deficiência.  A Agência Espacial Portuguesa e a Agência Espacial Brasileira firmaram cooperação de uso pacífico do espaço, ciências espaciais e tecnologias.  Os ministros da Cultura de Portugal e do Brasil assinaram ainda um memorando de entendimento na área do cinema, com a participação da Agência Nacional do Cinema (Ancine), com foco na promoção da produção cinematográfica de Portugal e do Brasil, através do cofinanciamento de projetos dos dois países.  Os dois países também assinaram memorando de entendimento para promover o reconhecimento mútuo de títulos de condução (carteira de motorista). Também foram assinados memorandos nas áreas de Energia, Geologia e Minas, além da cooperação entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e Agência Lusa.  Source link

Centro de Referência em Saúde Indígena é inaugurado em terra Yanomami

O território Yanomami em Surucucu recebeu um Centro de Referência em Saúde Indígena para combater a crise humanitária de saúde no local. A unidade foi inaugurada nessa sexta-feira (21) e é preparada para atendimentos de urgência, consultas, exames e o tratamento de malária e desnutrição. Desde o começo do ano, o governo federal mobiliza uma operação interministerial para o atendimento aos povos dessa região. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a agilidade na realização do projeto. “Três meses após termos declarado a Emergência em Saúde Pública no território por desassistência, já avançamos muito frente a inadmissível situação de abandono encontrado”. O Centro de Referência foi projetado para atender quase 3 mil pessoas de 46 aldeias, sendo cerca de 100 pacientes por dia. A ministra Nísia explicou a importância do Centro. “É uma conquista importante para garantir a assistência na região, que foi uma das mais afetadas. Com essa estrutura reduziremos as remoções para Boa Vista, capital de Roraima, dessa maneira, reduzindo o impacto no sistema de saúde da capital e também atendendo melhor próximo ao território de moradia de tantos indígenas do povo yanomami”. A equipe contará com cerca de 30 profissionais entre médicos, técnicos de enfermagem e enfermeiros, nutricionistas e técnicos de nutrição, técnicos de laboratório e farmacêuticos. A unidade é dividida em ala ambulatorial, sala de acolhimento e triagem, salas de estabilização, consultórios, lactário, farmácia, laboratório e microscopia. A estrutura permanente também terá refeitório, centro de convivência e redários. A recuperação nutricional de crianças que foram encontradas em estado de saúde crítico é um dos principais focos das ações. Ouça também na Radioagência Fonte

Flamengo vence Bahia e assume liderança do Brasileiro Feminino

O Flamengo assumiu a liderança da Série A1 do Brasileiro Feminino após derrotar o Bahia por 1 a 0, na tarde deste sábado (22) na Gávea, pela 8ª rodada da competição. Com este triunfo, as Meninas da Gávea chegaram aos 21 pontos, dois a mais do que o Corinthians, que visita o Internacional na próxima segunda-feira (24). O @Flamengo vence y vence! A sétima seguida das Meninas da Gávea! pic.twitter.com/aF1qtAbf1P — Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) April 22, 2023 Jogando em casa, o Rubro-Negro carioca chegou a marcar aos cinco minutos com Sole Jaimes. Porém, o lance foi anulado por causa de impedimento. Dois minutos depois a argentina voltou a marcar, mas em jogada que foi confirmada pelo juiz. Na etapa final o Flamengo teve a oportunidade de ampliar o marcador. Mas Kaylaine Jr. cobrou pênalti para fora. Que classe! Um leve desvio da Sole Jaimes pra abrir o placar para o @Flamengo! #FLAxBAH (1-0) 📸 Nayra Halm / Staff Images Woman / CBF pic.twitter.com/qd1msgBMIh — Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) April 22, 2023 As Meninas da Gávea voltam a entrar em campo pela competição no próximo sábado (29), quando recebem o Real Brasília. No mesmo dia o Bahia (que ficou na 10ª posição da classificação após o revés) visita o Atlético-MG. Fonte

MST deve começar a desocupar áreas invadidas em Petrolina e Aracruz

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) devem começar a desocupar na próxima semana áreas pertencentes a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Petrolina (PE), e da empresa multinacional Suzano, em Aracruz (ES). O MST recebeu a notificação do mandado de reintegração da área de 46 hectares da Embrapa na quinta-feira (20). Em reunião entre representantes do MST, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Incra, ficou definido que a condição para a desocupação é que o governo crie assentamentos para 800 famílias, em áreas a serem indicadas para desapropriação em Petrolina e Lagoa Grande (PE). Nos próximos dias, o movimento confirmou que fará a desocupação gradual da área da Embrapa. No caso das 200 famílias que ocuparam áreas da Suzano, no Espírito Santo, a desocupação da área de 8.039 hectares será concluída até o final da semana que vem, seguindo os protocolos legais necessários para a saída das famílias. O protocolo prevê a definição do local para onde as famílias serão levadas, a presença de ambulância e serviços da ação social e de direitos humanos. Em nota, o MST do Espírito Santo declarou que compreende que tais providências são medidas necessárias para a preservação da integridade física das famílias acampadas. Reunião com ministro da Fazenda Na última quinta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com lideranças do MST. Segundo o coordenador nacional do movimento, João Paulo Rodrigues, o ministro fez um apelo para que o grupo desocupe as áreas invadidas da Embrapa, em Pernambuco, e da empresa Suzano, no Espírito Santo. “Temos um compromisso que nós vamos desocupar a área da Suzano, e também a área referente à Embrapa. Só estamos procurando um local para levar as famílias”, disse Rodrigues. O coordenador do movimento social também afirmou que o ministro Fernando Haddad prometeu aumentar de 250 milhões para 400 milhões de reais o orçamento dedicado ao assentamento de famílias acampadas. Segundo o dirigente do MST, existem 5 milhões de hectares de devedores da União nas mãos de menos de mil proprietários que, em conjunto, devem R$ 40 bilhões para o estado brasileiro. Fonte

Brasil e Portugal querem se preparar em conjunto para novas epidemias

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse neste sábado (22) que Brasil e Portugal vão firmar acordo para preparação conjunta para futuras epidemias e urgências em saúde. A ministra faz parte da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua visita de Estado a Portugal. “Tanto Brasil quanto Portugal compartilham uma visão comum que é a resiliência dos sistemas de saúde que precisam ser fortalecidos para enfrentar esse tipo de adversidade, que, naturalmente, não esperamos que se configure com a gravidade da pandemia de covid-19, mas também com a capacidade de autonomia na produção de vacinas, de medicamentos e outros insumos para a saúde”, disse Nísia. A ministra destacou que os dois países têm como cooperar para o fortalecimento dos seus sistemas universais de saúde. “São dois países com sistemas universais, abertos, há muito o que compartilhar de experiências”. Segundo Nísia, também é possível avançar na mobilidade e no intercâmbio de profissionais de saúde dos dois países. “Comentei sobre o Programa Mais Médicos no Brasil e a possibilidade de aprender com as experiências da promoção da saúde em Portugal. Há uma análise da dificuldade de Portugal de fixação de profissionais de saúde no país. Então, também é um campo em que poderemos avançar muito”. A titular da pasta também destacou a assinatura do memorando de entendimento para cooperação entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e os ministérios da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da Saúde, da Economia e do Mar de Portugal. Fonte

Carol Santiago é ouro em etapa do World Series de natação paralímpica

A brasileira Carol Santiago conquistou a medalha de ouro da prova dos 50 metros livre, da classe S12 (baixa visão), na etapa do World Series de natação paralímpica que é disputada em Mineápolis (Estados Unidos). A nadadora pernambucana garantiu a primeira posição após terminar a prova com o tempo de 26s72 na última sexta-feira (21). Esta foi a terceira medalha da brasileira na competição. No primeiro dia de disputas, quinta-feira (20), a pernambucana conquistou uma prata nos 100 metros peito, com o tempo de 1min16s82, e um bronze nos 100 metros livre, cumpridos em 59s68. Carol Santiago é OURO para o Brasil! 🥇🏊🏻‍♀️ A atleta conquista sua terceira medalha no World Series de natação nos EUA. 🇺🇲 Saiba mais em: https://t.co/yuXwpgEzN0 pic.twitter.com/511t0Mc1Ga — Comitê Paralímpico Brasileiro (@cpboficial) April 22, 2023 Outra atleta a brilhar na etapa dos World Series disputada na localidade norte-americana foi Lídia Cruz, bronze nos 50 metros peito com o tempo de 1min24s53. As disputas no World Series são multiclasses e a premiação é feita de acordo com o Índice Técnico da Competição (ITC). Esta é a terceira etapa da competição com presenças de nadadores paralímpicos brasileiros em 2023. Antes, o Brasil esteve representado nas disputas em Sheffield (ING) e Lignano (ITA). Fonte

EBC assina acordo com Agência Lusa

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Agência de Notícias de Portugal (Lusa) assinam acordo de parceria neste sábado (22), como parte da programação da Reunião de Cúpula Brasil-Portugal. O diretor-presidente da EBC, Hélio Doyle, integra a comitiva brasileira. O acordo prevê troca de conteúdos entre os veículos, apoio logístico, intercâmbio e qualificação de profissionais das duas empresas públicas de comunicação. O acordo com a Lusa faz parte de uma estratégia ampla de internacionalização da EBC e dos conteúdos produzidos por seus veículos. A nova gestão iniciou negociações para retomar acordos de cooperação com instituições de comunicação pública em todo o mundo. Preservando a autonomia editorial da empresa, estão em curso negociações com empresas de diversos países, como a TV Pública da Argentina, além de instituições da Alemanha, Itália, Cuba, Equador, México, Peru, Venezuela, dentre outras. Já foram firmados também acordos com veículos da China, como a Agência Xinhua e o China Media Group (CMG). “Para nós é uma alegria poder contar com esse olhar de Portugal e com as informações de qualidades produzidas pela Lusa. Queremos diversidade de informação nos veículos da EBC, abrangendo o mundo inteiro, sempre a partir do nosso critério jornalístico”, afirmou Doyle . Sobre a  Lusa A Lusa é uma agência de destaque na língua portuguesa, que presta cobertura completa de eventos atuais em diversos formatos – texto, áudio, vídeo e fotografia. Diariamente, a agência distribui cerca de 500 notícias, 20 conteúdos em vídeo e 40 em áudio. São mais de 200 jornalistas, trabalhando em 21 países, nos cinco continentes. A Lusa conta, ainda, com uma cobertura abrangente sobre o continente africano, que traz um olhar editorial diferenciado sobre as notícias daquela região. Fonte

Tax Free para turistas estrangeiros movimentaria R$ 2,1 bilhões

A restituição de valores para turistas estrangeiros por meio de isenção dos impostos, chamada Tax Free, provocaria aumento nos gastos deles no Brasil, e resultaria em uma movimentação financeira anual para o país de US$ 411,6 milhões, o equivalente a R$ 2,1 bilhões. A conclusão é da pesquisa Turismo Internacional: Satisfação e Consumo no estado do RJ e Tax Free, realizada em março, pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises do Rio de Janeiro (IFec RJ), com turistas estrangeiros na área de embarque do Aeroporto Internacional Galeão Tom Jobim, zona norte do Rio. Os dados mostram que, enquanto o consumo médio por turista sem o programa é de US$ 542,9, com a implantação da isenção os turistas passariam a gastar US$ 665,5 em média. Dentre os entrevistados, 48,7% já ouviram falar de Tax Free e, entre eles, 27,3% acham que a isenção tributária é importante para efetuar as compras. A pesquisa mostra que 50,7% dos turistas entrevistados já se beneficiaram de programas semelhantes em viagens a outros países que adotam Tax Free. Após explicar como funciona a restituição para quem a desconhecia e para os que já conhecem, 53,7% afirmaram que ela estimula o consumo: “73% acham que o Brasil deveria adotar o programa de reembolso, sendo que 46,2% revelaram que gastariam mais ou passariam a comprar com a adoção da medida”, diz nota do IFec RJ. Rio de Janeiro Para 74,5% dos entrevistados, o Rio de Janeiro é um bom lugar para férias e compras, além de não ser caro. Enquanto estavam em viagem pelo estado, 60,5% dos turistas internacionais fizeram compras. As roupas foram os produtos mais comprados e alcançaram 64,1% na preferência desses visitantes. Já os gastos com alimentos e bebidas para serem levados para seus países de origem chegou a 37,2%. O Brasil não adota o sistema de reembolso que, geralmente, é restituído ao turista na saída do país, mas há projetos em tramitação no Congresso com esta proposta. O estudo mostra que 83,4% dos entrevistados escolhem o Rio para turismo, lazer e passeio. Para outros 11,3%, o motivo da viagem são os negócios. O tempo médio de pernoite dos visitantes é de dez dias, mas entre eles 48,9% ficam em média entre oito e 30 dias no estado. Hospedagem A maioria dos turistas estrangeiros no Rio prefere se hospedar em hotéis (64,4%) e pousadas (20,7%). Na sequência, a preferência são os imóveis ou quartos alugados via plataformas digitais (17,7%), com a predominância do Airbnb. Os gastos de 49,9% dos turistas pesquisados ficaram entre US$ 201 e US$ 1.000, sendo a média de US$ 542,9. “Por ser um destino amigável para compras, se comparado aos seus países de origem, os turistas gastariam em média US$ 786,6 com os mesmos produtos comprados no Rio”, indicou o estudo. A importância de ter uma lembrança da viagem (55,9%) foi o principal fator para a decisão de compra desses turistas. Em seguida, vieram o valor mais baixo do que em seu país (31,5%) e a qualidade do produto comprado (26,1%). Para Otavio Leite, consultor da Presidência da Fecomércio RJ e doutorando em Turismo, a pesquisa é um bom termômetro de como o setor turístico e o comércio devem se comportar: “Na pesquisa mostramos a percepção da satisfação do turista estrangeiro e o potencial de crescimento que a cidade e o estado têm para o consumo. O Rio é lazer, mas também é amigável para compras por se tratar de um destino barato, com preços responsáveis.” Pesquisa Ao todo, foram ouvidos 866 turistas estrangeiros, entre os dias 7 e 14 de março, levando em consideração a proporcionalidade do destino de procedência dos turistas contida no Anuário Estatístico de Turismo 2020, ano-base 2019, do Ministério do Turismo, relativamente ao desembarque no Rio de Janeiro. A Fecomércio informou que o objetivo da sondagem foi mensurar os benefícios que um programa de reembolso, como o Tax Free, pode proporcionar ao setor do comércio de bens, serviços e turismo do estado do Rio de Janeiro, além de apurar indicadores de satisfação e compreender o comportamento de compras e o perfil dos turistas que estiveram no Rio de Janeiro. Fonte

Lula reafirma apoio à solução negociada para a paz na Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou neste sábado (22) o apoio do governo brasileiro à solução negociada para a paz na Ucrânia, invadida há mais de um ano pela Rússia, em declaração à imprensa no Palácio de Belém, em Lisboa. Lula começou nessa sexta-feira (21) viagem de Estado à Portugal e Espanha. “Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tentem sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, disse Lula. O presidente reafirmou que o Brasil condenou a Rússia por ferir a integridade territorial ucraniana desde os primeiros dias do conflito. “Não somos favoráveis à guerra, queremos a paz”, disse Lula. “É melhor encontrar uma saída em torno de uma mesa do que continuar tentando encontrar a saída num campo de batalha. Se você não fala em paz, você contribui para a guerra”. O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou a necessidade da retirada imediata das forças armadas russas do território ucraniano como condição fundamental para ser possível encontrar uma reparação ao povo que sofreu a agressão, mas também como ponto de partida para a construção de uma paz duradoura. Comércio exterior Lula também ressaltou o potencial de Portugal e Brasil de dobrarem o fluxo de comércio exterior, atualmente por volta dos US$ 6 bilhões. “É preciso que a gente seja mais ousado. E é preciso que tanto nossos empresários quanto nossos ministros conversem mais e projetem perspectivas de futuro no financiamento das nossas indústrias e na produção de novos produtos entre os dois países”. O presidente português reafirmou seu total apoio à ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor, uma tramitação que envolve 31 países. O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual. Visita oficial Mais cedo, Lula participou cerimônia de boas-vindas na Praça do Império, em frente ao Mosteiro do Jerônimo, e da deposição de flores junto ao túmulo do poeta português Luís de Camões, no interior do mosteiro. Na sequência, Lula teve encontro bilateral com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém. Em seguida, haverá almoço oferecido pelo primeiro-ministro Antônio Costa e, à tarde, ocorre a 13ª Cúpula Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com a assinatura dos acordos bilaterais. Inicialmente, os dois chefes de governo têm reunião reservada, seguido de uma plenária com as duas delegações. De acordo com o Palácio do Planalto, serão assinados pelo menos 13 acordos e parcerias com o governo português. Source link

Trem do Choro completa dez anos e homenageia Pixiguinha e São Jorge

A SuperVia dá de presente aos cariocas nesse domingo (23) um show comemorativo não só ao Dia de São Jorge e ao Dia Nacional do Choro, mas também dos dez anos do Trem do Choro. Foi em 2012 que o músico Luiz Carlos Nunuka, em parceria com amigos, criou uma roda de choro em Olaria, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, denominada Instituição Cultural 100% Suburbanos. Diante do sucesso da iniciativa, que atraía amantes desse gênero musical, no ano seguinte (2013) o grupo iniciou parceria com a SuperVia que, sempre na data do Dia do Choro, cede um trem onde conjuntos de músicos se espalham nos oito vagões, batizados com grandes nomes desse gênero musical. O primeiro vagão homenageia o mestre Pixinguinha, um dos ícones do choro brasileiro. Seguem-se os vagões Jacob do Bandolim/ Cesar Faria (Conjunto Época de Ouro), Severino Araújo, Chiquinha Gonzaga, Altamiro Carrilho/ Mestre Siqueira, Raphael Rabello, Joaquim Antônio da Silva Callado e Paulo da Portela/Paulo Moura. “A parceria com a SuperVia já dura dez anos. É uma parceria muito bem-vinda”, destacou Nunuka, em entrevista à Agência Brasil. Esclareceu que o Trem do Choro não faz só choro, mas também samba, “porque um tem ligação com o outro”. Concentração O evento é uma referência ao dia de nascimento de Pixinguinha e celebra o aniversário de 106 anos da composição Carinhoso, uma das maiores obras do artista e da música brasileira, escrita entre 1916 e 1917. Este ano, o Trem do Choro homenageia também os músicos: Waldir Azevedo, Xangô da Mangueira pelo centenário e Josias Nunes, um dos fundadores do grupo de choro Chapéu de Palha. A 10ª edição do Trem do Choro terá concentração na estação Central do Brasil, a partir das 8h21, informou Nunuka. “Os horários nunca são inteiros. Eles são quebrados. E o trem vai sair às 11h09. Isso é horário da Supervia”, explicou. Entre os regionais musicais que estarão animando os vagões, Nunuka citou a Escola Portátil de Música, ligada à Casa do Choro; o grupo Grapiúna; a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Escola Casa Viva, de Manguinhos. “O público escolhe em que vagão quer ir”, disse Luiz Carlos Nunuka. Os interessados devem pegar o trem do ramal Saracuruna. A viagem termina por volta de 11h40 na estação Olaria. Ali, os músicos desembarcam para dar seguimento ao show nas ruas do bairro, acompanhados pelo público. Caminhando, eles seguirão em cortejo, tocando clássicos do choro, até a Praça Ramos Figueira, conhecida como Reduto Pixinguinha, próximo do local onde Pixinguinha morou durante muitos anos. Ali, o evento é gratuito. “As pessoas só pagam o que consomem”. A entrada para o Trem do Choro é o custo normal do bilhete da SuperVia. Fonte

LGBTQIA+ negros relatam agressões recorrentes na internet

“Eles só pegam aquilo que historicamente o Brasil criou das nossas imagens e produzem fake news contra a gente”. A percepção foi um dos relatos registrados por uma pesquisa que ouviu pessoas LGBTQIA+ negras do Rio de Janeiro sobre o ecossistema de informação em que estavam inseridas, nas redes e fora delas, antes e depois da disputa eleitoral de 2022. O resultado aponta uma frequência elevada de agressão por discurso de ódio, especialmente na internet, canal considerado a principal fonte de informação por 74% dos entrevistados. O estudo foi realizado pelo Data_Labe, um laboratório de dados do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. Em entrevista à Agência Brasil, o antropólogo e coordenador do trabalho, Flávio Rocha, explica que a exposição ao discurso de ódio afeta a saúde mental, causa medo e faz com que essas pessoas temam inclusive exercer sua cidadania.     “Uma das narrativas mais emblemáticas era de uma pessoa que, durante o período eleitoral, disse que tinha medo de ir votar”, conta. ” Muita gente precisa recorrer a terapia, se desligar das redes sociais e acaba tendo medo de sair na rua. A gente recebeu muitos relatos sobre esse medo, sobre esse impacto na saúde mental e no emocional. Isso foi bem relevante na nossa percepção”, diz o coordenador. A equipe responsável pelo estudo contou com quatro pesquisadores e pesquisadoras negros e LGBTQIA+, o que Rocha considera que permitiu maior empatia e sensibilidade ao abordar os temas e elaborar as perguntas. Além do antropólogo, participaram a psicanalista clínica Roberta Ribeiro, a graduanda em Conservação e Restauração Joyce Reis e o doutorando em Saúde Coletiva e especialista em Gênero e Sexualidade Leonardo Peçanha.   Os pesquisadores aplicaram questionários e realizaram grupos focais e entrevistas individuais com pessoas do público-alvo e chegaram a um total de 175 participantes. Os dados estatísticos, portanto, não podem ser extrapolados para toda a população LGBTQIA+ negra, mas as respostas e relatos colhidos na pesquisa qualitativa indicam como os entrevistados percebem e se apropriam das informações disponíveis em seus círculos. A maioria dos entrevistados é mulher, cisgênera e das zona norte e oeste do Rio. Quase metade (45%) dos respondentes afirmou receber até R$1.212,00 por mês e 81% disse já ter entrado em contato com discurso de ódio. Para uma em cada quatro pessoas, as violências racial ou de gênero ocorrem de forma recorrente. Confira a entrevista com o pesquisador: Agência Brasil: Em termos quantitativos, os dados não podem ser extrapolados para toda a população negra LGBTQIA+. Mas, em termos qualitativos, quais sinais apontados pela pesquisa você destacaria? Flávio Rocha: Um primeiro ponto que eu destacaria é uma das narrativas mais emblemáticas, que era de uma pessoa que, durante o período eleitoral, disse que tinha medo de ir votar. Tinha medo por ser uma pessoa trans, uma pessoa LGBTQIAP+ e por ser uma pessoa negra. Esse é um primeiro aspecto, o medo de ir votar pelo discurso de ódio produzido a respeito de vários grupos. Em um segundo ponto, eu entraria na falta de representatividade. Tanto nos meios de comunicação, quanto na política. Nessa última eleição, a gente teve um crescimento de candidaturas trans e LGBTQIAP+ e, na mesma medida, a gente percebeu um aumento do discurso de ódio contra essas candidaturas. Em um dos grupos focais, há uma fala sobre como foi produzida a desinformação sobre essas candidaturas. Diziam que “essa galera não pode ser eleita, porque não sabe gerir dinheiro público”. A gente entrevistou também candidatos dessa eleição, e a maioria trouxe algum relato sobre discurso de ódio no decorrer dessa campanha ou no decorrer dos mandatos, quando já tinham mandatos. Agência Brasil: Por que você acredita que desinformação, fake news e discurso de ódio estão sempre de mãos dadas nos relatos dessa população? Flávio Rocha: Eu acredito que esses três elementos aparecem como estratégias políticas, sobretudo de candidaturas de extrema direita. Parece que é a estratégia que foi impulsionada, principalmente num contexto em que a gente tem as redes sociais como ferramentas do jogo político. Foi a forma como as candidaturas de extrema direita souberam desarticular as candidaturas ditas progressistas ou de esquerda. Sempre trazendo um discurso sobre aborto, criminalizando movimentos sociais e criando uma narrativa de que esses grupos são contra as igrejas, algo que o neopentecostalismo abomina. A desinformação sobre o uso de kit gay nas escolas foi um discurso muito forte na campanha de 2018, por exemplo. Esses elementos são uma estratégia política. Agência Brasil: Nos relatos da pesquisa, a violência nas plataformas digitais é mais recorrente que a “violência offline”? Flávio Rocha: Sim, porque cada vez mais a gente está mais conectado. A todo momento, existe a exigência de a gente está online. A pessoa offline está em contato com os lugares em que circula. Mas online, o discurso de alguém que está no Amapá chega na pessoa no Rio de Janeiro em segundos. O Twitter é a rede mais nociva nos relatos da nossa pesquisa, por ser um lugar em que as pessoas publicam as opiniões. Apesar de o Instagram ser a mais utilizada pelos nossos pesquisados, ele não chega a ser tão nocivo, por ser uma plataforma imagética em que o discurso é produzido de uma outra forma. Agência Brasil: Um número grande de pessoas relatou ser vítima do discurso de ódio de forma recorrente. O que a parte qualitativa da pesquisa contou para vocês sobre o impacto dessa violência constante? Flávio Rocha: A gente percebeu que há um impacto muito grande na saúde mental dessas pessoas. Muita gente precisa recorrer a terapia, se desligar das redes sociais e acaba tendo medo de sair na rua. A gente recebeu muitos relatos sobre esse medo, sobre esse impacto na saúde mental e no emocional. Isso foi bem relevante na nossa percepção. Agência Brasil: A pesquisa indicou que, de certa forma, as limitações de pacotes de dado de celular aumentaram a exposição dessas pessoas ao discurso de ódio. Pode explicar esse mecanismo? Flávio Rocha: Se uma pessoa pode usar só WhatsApp e Facebook

Volkswagen deixa negociação em caso de trabalho escravo

Um trabalhador amarrado sendo carregado pelo empreiteiro de uma fazenda: “Ele tinha fugido”, explicou. Esta cena, certamente, remonta aos anos da escravidão com as perseguições dos capitães do mato. O fato, no entanto, ocorreu na década de 1980 em uma propriedade da montadora alemã Volkswagen, em Santana do Araguaia, no estado do Pará. Este é um dos relatos reunidos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que busca reparação de R$ 165 milhões para o crime de trabalho análogo à escravidão nesta fazenda. A empresa deixou a mesa de negociação em 29 de março e, agora, o caso deve parar na Justiça. A exploração de trabalhadores ocorreu entre as décadas de 1970 e 80, na Fazenda Vale do Rio Cristalino, localizada no Pará, que tinha cerca de 140 mil hectares, o equivalente à área da cidade de São Paulo. A negociação envolvia o pagamento de R$ 165 milhões em indenizações a 14 trabalhadores identificados como vítimas, às centenas de outros escravizados que teriam que ser localizados para serem indenizados e às famílias daqueles que foram assassinados segundo relato dos trabalhadores. O procurador do trabalho responsável pelo caso, Rafael Garcia, disse em entrevista à Agência Brasil que o MPT pretende ajuizar ação e auxiliar os organismos que querem levar o caso às instâncias internacionais. Ao todo, foram quatro reuniões de negociação, iniciada no ano passado. Segundo depoimentos, trabalhadores viviam no local em situação degradante de trabalho, submetidos à violência e a violações de direitos humanos. As investigações demonstraram que tais violações incluíam falta de tratamento médico nos casos de malária, impedimento de saída da fazenda em razão de vigilância armada ou de dívidas contraídas – o que caracterizaria servidão por dívidas –, alojamentos em locais insalubres, sem acesso à água potável e com alimentação precária. Em 2019, o padre Ricardo Rezende, que foi integrou a Comissão Pastoral da Terra (CPT) na região sul do Pará na época dos fatos e recebeu as denúncias, entregou documentação ao MPT sobre as violações ocorridas dentro da fazenda. Com isso em mãos, o órgão criou um grupo de trabalho e passou a investigar o caso. “Conseguimos levantar vários documentos e depoimentos de trabalhadores da época que foram escravizados e que comprovam que durante a década de 70 e 80, naquela fazenda, conhecida como fazenda Volkswagen, na atividade de desmate e da constituição de pasto foram utilizados centenas de trabalhadores, todos eles numa condição semelhante à de escravos”, disse o procurador. Ele ressaltou que a fazenda foi dada à Volkswagen pela ditadura militar e que foi desmatada ali uma área correspondente ao município de São Bernardo do Campo. O MPT conseguiu acesso a ações judiciais, inquéritos policiais e certidões e depoimentos prestados em cartório que comprovam a ocorrência dos fatos denunciados. “Existe uma ação judicial cujos depoimentos dos trabalhadores prestados à época deixam clara a condição análoga a de escravos que eles viviam e que a época não foi prosseguida porque vivíamos a ditadura militar, as denúncias não foram não foram devidamente apuradas”, disse Garcia. Para as atividades na fazenda, a empresa contratava os empreiteiros, também conhecidos como “gatos”, que eram agenciadores de mão de obra de trabalhadores de regiões muito pobres, que eram aliciados com falsas promessas, levados até a fazenda e lá descobriam que teriam que pagar pela alimentação, pelo transporte, pelo material que utilizariam no trabalho, e eram obrigados a comprar tudo isso na venda do próprio aliciador e não poderiam sair sem pagar suas dívidas. “Isso tudo sob vigilância armada de pistoleiros, submetidos a tortura física e psicológica porque dormiam ao relento em barracões improvisados sem qualquer tipo de assistência médica e muitos adoeciam de malária. Os trabalhadores contam que as tentativas de fuga eram castigadas por esses pistoleiros, inclusive que trabalhadores foram mortos, segundo relatos dos trabalhadores, dentro da fazenda”, relatou o procurador. Garcia avalia que, além da compensação às vítimas diretas das violações, a empresa deve reparação à sociedade, já que recebeu incentivos fiscais do poder público na época, totalizando R$ 700 milhões em valores atuais, para gerir seu negócio de criação de gado que provocou danos sociais profundos. Na proposta do MPT, o valor da indenização seria destinado à reparação dos trabalhadores vitimados já identificados e para a criação de um programa de levantamento histórico, identificação e busca de outros trabalhadores que também foram submetidos ao mesmo tratamento naquela fazenda. “[Na atuação da empresa] ocorrer gravíssimas violações de direitos humanos, deixando marcas não só individualmente nas pessoas, mas também naquela própria sociedade que se insere, em uma região paupérrima, ela contribuiu para manutenção das condições sociais miseráveis e vulneráveis de trabalhadores e da própria região. Diante da dimensão e da gravidade do caso, há necessidade de a empresa compensar não só os trabalhadores, mas também a sociedade brasileira que foi agredida por conta da sua conduta.” Denúncia na época Ricardo Rezende, que também é professor e coordena o Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo no Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chegou a relatar as violações, no ano de 1983, em uma denúncia pública à imprensa ao lado de um dos trabalhadores explorados. “No dia seguinte, abrimos os jornais, o Jornal do Brasil não tinha publicado nada, Correio Brasiliense nada, Folha de São Paulo nada, Estadão nada, a imprensa tinha feito silêncio, salvo o jornal O Globo que tinha dado uma pequena notícia na parte interna, que teve uma repercussão internacional imediata”, contou. Ele começou a receber denúncias por conta de sua atuação na Pastoral da Terra na região. Após desdobramentos dessa repercussão internacional, a empresa teria convidado parlamentares para uma visita à fazenda, a fim de demonstrar que as denúncias não procediam. Foi nesta visita que a comitiva – composta por três parlamentares, um repórter e um fotógrafo do Estadão – se deparou com um dos empreiteiros carregando um trabalhador amarrado para dentro da fazenda após tentativa de fuga. Rezende também participou da visitação. “Quando nós, dentro da fazenda, constatamos diversos problemas e tínhamos então mais elementos,