Em Portugal, Lula reforça crítica ao atual nível da taxa Selic
Em viagem em Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a crítica ao atual nível da taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). “Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro [António Costa], que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato”, disse nesta segunda-feira (24), no Fórum Empresarial Portugal-Brasil: Parcerias para a Inovação, em Matosinhos, no país europeu. O presidente acrescentou que “um país capitalista precisa de dinheiro e esse dinheiro tem que circular, não apenas na mão de poucos”. Para ele, é preciso que os juros caiam como medida de estímulo ao crédito e assim gerar mais crescimento. “É a gente garantir que os pobres possam participar. Porque quando eles virarem consumidor, vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica, não precisa importar da China. Mais emprego vai gerar mais salário, é a coisa mais normal de uma roda gigante da economia funcionando e todo mundo participando”, disse Lula. A taxa básica está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Em março, pela quinta vez seguida, o BC não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado. Confira a abertura do fórum: Matéria atualizada às 9h22 Fonte
Presidente do IPC crê em quebra de recorde de público em Paris 2024
A meta do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) é estabelecer na Paralimpíada de Paris (França) o recorde de público da história do evento, realizado pela primeira vez em 1960. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da entidade, Andrew Parsons, disse que serão colocados à venda 2,8 milhões de ingressos a partir de outubro. A edição com mais bilhetes comercializados (2,7 milhões) foi a de 2012, em Londres (Reino Unido). “Temos trabalhado com o Comitê Organizador de Paris e com os governos federal e municipal. Queremos entregar um evento do mais alto nível, com a melhor estrutura aos atletas, instalações esportivas em áreas diferentes da cidade, junto de lugares icônicos. Temos a expectativa de um legado de mudança de atitude [em relação à pessoa com deficiências], de investimento em acessibilidade. O público da Paralimpíada é diferente, muitas vezes mais doméstico, de famílias, até por isso a política de preços é ajustada para ser mais barata [que na Olimpíada]”, argumentou o dirigente, que é brasileiro. Outra atenção do IPC está voltada à situação dos atletas de Rússia e Belarus, cuja participação em Paris será reavaliada na assembleia geral da entidade, em setembro. Os países estão suspensos desde novembro do ano passado por causa da invasão russa à Ucrânia, com apoio bielorrusso. O presidente da entidade não crê que a decisão final, seja qual for, causará algum tipo de boicote aos Jogos de 2024. No segmento olímpico, o assunto é polêmico. O último Campeonato Mundial feminino de boxe, por exemplo, foi boicotado por 11 países (Estados Unidos, Grã-Bretanha, Irlanda, República Tcheca, Canadá, Suécia, Suíça, Holanda, Polônia, Noruega e Ucrânia), que não concordaram com a presença de russos e bielorrussos, ainda mais por estes não precisarem competir como neutros, como ocorre no tênis por exemplo. “A diferença é que nós já vivemos essa situação, porque a invasão foi entre a Olimpíada e a Paralimpíada de Inverno de Pequim [China, no ano passado]. A primeira decisão, como comitê executivo, foi pela participação [de russos e bielorrussos] como atletas neutros, porque era o que, de acordo com nosso estatuto, podíamos fazer. Até aquele momento, os Jogos não estavam em risco. Com o anúncio da decisão, muitos governos e comitês nacionais ameaçaram realmente tirar os atletas. Os Jogos entraram em risco, aí você consegue ativar um outro dispositivo estatutário e não aceitamos as inscrições de atletas russos e de Belarus”, recordou Parsons. “Desta vez, como a decisão será tomada em assembleia, acho que há um peso diferente, porque é uma decisão colegiada, de todos os comitês do mundo. Então, qualquer decisão que for tomada, acho que haverá respeito dos comitês paralímpicos nacionais”, emendou. No fim de março, o Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou a liberação de representantes das duas nações em competições individuais, como atletas neutros, mas fora das disputas por equipes e coletivas. A orientação não trata, especificamente, da Olimpíada de Paris. O presidente do IPC reforçou, porém, que a posição da entidade não depende, necessariamente, do que o COI definir. “A gente monitora o que acontece nas decisões do COI, que é nosso maior parceiro, mas somos entidades autônomas, que tomam decisões às vezes alinhadas, às vezes não. Nos Jogos [do] Rio [de Janeiro, em] 2016, na questão do doping da Rússia, tivemos uma decisão diferente [os russos foram liberados para competir na Olimpíada, mas não na Paralimpíada]. No momento, os comitês de Rússia e Belarus não podem inscrever atletas em nenhuma competição sancionada pelo IPC. Em algumas modalidades também atuamos como federação, em outras a decisão é de cada federação”, explicou Parsons. “A assembleia é formada por todos os comitês do mundo e federações internacionais. Pode ser que se tome uma decisão específica quanto a Paris 2024, ou até Milano-Cortina [Itália, sede da Paralimpíada de Inverno, em] 2026. E, obviamente, vamos monitorar a situação da Ucrânia, ver a questão da guerra, se houve algum desenvolvimento para a paz, como isso pode afetar [a decisão]”, completou. Equidade de gênero A Paralimpíada de Paris será a de maior representatividade feminina na história do evento, com 235 disputas por medalhas (42,8% do total) e 1.859 vagas (42,5%) destinadas às mulheres. Segundo Parsons, a meta do IPC é atingir a equidade de gênero nos Jogos de Brisbane (Austrália), em 2032. “Desde Sydney [Austrália, em 2000], mas especialmente depois de Pequim [2008], estamos aumentando de forma sólida as vagas femininas. Mas outra preocupação é desenvolver lideranças femininas. Em 2021 mudamos nosso estatuto em vários aspectos e um deles é [aumentar] a representação feminina em vários níveis, desde as comissões. O atleta é o principal, fundamental, mas precisamos dessas lideranças”, afirmou o dirigente, que enumerou razões para a presença masculina no paradesporto ainda ser numericamente superior. “Em muitos países é uma questão cultural, do acesso da mulher em geral e com deficiência ao esporte. Existem também fatores como o percentual de homens vítimas de acidentes ser maior. Mas o fundamental é o aspecto cultural e como você proporciona a entrada das mulheres com deficiência ao esporte em nível nacional. Como fazer para atrair mais mulheres, é cultura, [derrubar] tabus, que vai mais além”, concluiu. Fonte
Sul da Bahia volta a ser atingido por chuvas fortes
O ministro Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional, assina, nesta segunda-feira (24), ordem de serviço para construção de moradias em Itabuna, no sul da Bahia. Serão investidos mais de R$ 82 milhões nas obras, que incluem a construção de dois parques lineares às margens do Rio Cachoeira. Cidades do sul e extremo sul da Bahia vêm sofrendo com temporais e alagamentos. Há um ano, mais de 20 pessoas morreram e mais de 30 mil ficaram sem ter onde morar. Neste ano, os problemas se repetem e preocupam a população local. No feriado de Tiradentes, a chuva voltou a atingir o litoral sul do estado. Também houve deslizamentos de terra e alagamentos nas cidades de Ilhéus e Santa Cruz de Cabrália, que declarou estado de emergência. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura da Bahia, estradas e pontes foram interditadas. A previsão do tempo continua indicando chuva intensa nos próximos dias na região. Em caso de risco de desabamentos e enchentes, a Defesa Civil local pode ser acionada pelo telefone (73) 99922-4391. Já para emergências, é necessário ligar para o Samu no 192, e para os bombeiros no 193. Hoje, antes da assinatura do documento, integrantes dos governos federal e da Bahia vão sobrevoar áreas atingidas pelas chuvas. Fonte