Quadrilha presa pela PF no Rio deu prejuízo de R$ 8 milhões ao INSS
A Polícia Federal realizou na manhã de hoje (25), no Rio de Janeiro, a Operação Metamorfose, com a finalidade de desarticular uma quadrilha especializada em praticar fraudes na concessão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os criminosos usavam documentos falsificados para retirar os benefícios. Ao todo, 14 pessoas foram presas na ação, entre elas, dois advogados – um homem e uma mulher. Policiais federais cumpriram 14 dos 19 mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Os dois advogados presos atuavam como procuradores e só realizavam saques de contas que somavam valores superiores a R$ 50 mil. Contas paradas nas agências bancárias com valores menores não eram movimentadas pelo grupo criminoso. A ação da quadrilha deu um prejuízo de R$ 8 milhões aos cofres da Previdência Social. Esse valor poderia ultrapassar os R$ 12 milhões nos próximos meses, caso a fraude continuasse. O delegado Renato Gentile, titular da da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários da Polícia Federal, informou também que muitas mulheres estavam envolvidas na quadrilha. Segundo as investigações, elas é que iam às agências bancárias retirar os benefícios, que estavam sempre em nome de pessoas do sexo feminino, usando identidades e cartões magnéticos falsos, de pessoas fictícias ou já falecidas. “As investigações começaram em 2021 e as pensões continuavam sendo pagas mês a mês nessas contas fraudulentas”, disse. Gentile não divulgou mais informações porque as investigações ainda estão em andamento. “Mas esses valores continuavam sendo depositados nas agências bancárias em contas de pessoas inexistentes ou já falecidas.”. A lei determina que os cartórios são obrigados a informar ao INSS imediatamente assim que o atestado de óbito for liberado para o enterro. A ação foi realizada em Niterói, na região metropolitana, Nilópolis, na Baixada Fluminense e em Barros Filho e Sepetiba, na capital fluminense, onde atuava a maior parte da quadrilha. Com o grupo, a PF apreendeu três pistolas automáticas e uma carabina, além de muitos telefones celulares, que serão periciados pela polícia técnica. O grupo criminoso operava mediante a realização de requerimentos de benefícios previdenciários em nome de pessoas “fictícias”, além da reativação de benefícios que tinham como titular pessoas já falecidas. Para tanto, a quadrilha anexava junto aos processos farta documentação falsificada. A quadrilha conseguia sucesso nos crimes por conta da atuação de seus integrantes, que se habilitavam como procuradores e faziam requerimentos na condição de representantes legais desses beneficiários “inexistentes”. Uma vez concedido o benefício, os procuradores abriam contas em agências bancárias, providenciavam os saques dos valores e retiravam o cartão magnético para saques futuros. Além de atuarem como procuradores de pessoas “fictícias”, os criminosos se apresentavam junto ao INSS como se fossem outra pessoa, visto que alguns integrantes da quadrilha forjavam a própria carteira de identidade, principalmente mulheres. Os criminosos responderão pelos crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário, falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsos. Se somadas, as penas podem chegar a 31 anos e oito meses de reclusão. Ação As investigações contaram com apoio do Núcleo de Inteligência do Ministério da Previdência Social/RJ e da Centralizadora de Prevenção a Fraudes da Caixa. Foram fraudados os benefícios do tipo pensão por morte e Benefício de Prestação Continuada ao Idoso Hipossuficiente (BPC-Loas). O nome escolhido da operação se deu pelo modo de atuação da quadrilha, que buscava “transformar” a identidade dos criminosos para obter benefícios fraudulentos, como uma espécie de metamorfose, que deriva do grego metamorphosis e significa transformação. Fonte
Presidente do TSE entrega ao Congresso sugestões para PL das fake news
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, entregou nesta terça-feira (25) aos presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sugestões para o projeto de lei que trata do combate às fake news e regulamenta as redes sociais. Ao entregar o documento, Alexandre de Moraes defendeu que as empresas que operam as redes sociais devem ser responsabilizadas por contas falsas e ao não disponibilizarem conteúdos solicitados pela Justiça. O ministro também defendeu a responsabilização das big techs no caso de manutenção de conteúdos falsos ou descontextualizados para atingir a integridade do processo eleitoral. A medida também deveria valer para casos de ameaça, violência, contra a integridade física de funcionários públicos e que tiverem objetivo de restringir o livre exercício dos poderes constitucionais. A mesma punição deve ocorrer na difusão de discursos de ódio, racismo, ideologias nazistas e qualquer tipo de discriminação. As sugestões foram baseadas na experiência do TSE no combate à desinformação durante o período eleitoral. Responsabilização O projeto de lei das fake news é relatado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). O texto prevê a transparência de redes sociais e de serviços de mensagens privadas, sobretudo quanto à responsabilidade dos provedores no combate à desinformação. A proposta também determina o aumento da transparência em relação a conteúdos patrocinados e à atuação do poder público. Além disso, estabelece sanções para eventuais descumprimentos da lei. Source link
CNJ pune juiz que notificou Exército para recolher urnas eletrônicas
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu hoje (25) aposentar compulsoriamente o juiz federal Eduardo Rocha Cubas. O magistrado ficou conhecido nas eleições de 2018 por intimar as Forças Armadas para realizar perícia nas urnas eletrônicas. Na ação, o magistrado foi acusado de tumultuar as eleições. Conforme a acusação, Cubas notificou o Exército para que a corporação recolhesse urnas eletrônicas diretamente de seções eleitorais, no dia 7 de outubro, primeiro turno das eleições, com o objetivo de realizar perícias técnicas. Um mês antes das eleições daquele ano, Cubas também gravou um vídeo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por unanimidade, o conselho seguiu voto do relator, conselheiro Mauro Pereira Martins. No entendimento do conselheiro, o juiz tinha “interesse pessoal” no processo e seu posicionamento contribuiu com a descredibilização das urnas. “A forma como o processo é conduzido transmite uma clara sensação de uma condução de acordo com os interesses pessoais do magistrado, uma condução que vai ao encontro de um pensamento político-partidário”, argumentou. Cabe recurso contra a decisão. Com a pena de aposentadoria compulsória, que é a maior prevista para magistrados, o juiz vai receber aposentadoria proporcional ao tempo de serviço. Defesa Durante a sessão, Eugênio Aragão, advogado do magistrado, defendeu a improcedência da ação. O defensor explicou que o juiz aceitou um pedido de perícia nas urnas e foi notificar pessoalmente o Exército para cumprimento da decisão. “Foi pessoalmente porque, no mesmo dia, ele tem um evento no quartel e aproveita o ensejo para ir pessoalmente fazer a notificação. Não há nada de errado nisso em vista de que um juiz pode fazer até inspeção, quanto mais promover uma notificação”, afirmou. Fonte
Exportadores rurais terão linha de crédito de US$ 1 bilhão
A partir de maio, os exportadores rurais terão acesso a uma linha de crédito em dólar para modernizar a produção. Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os empréstimos terão juros fixos de 7,59% ao ano, mais a variação do câmbio. Com US$ 1 bilhão disponíveis, a linha financiará a compra de equipamentos pelo setor agropecuário. Entre os itens que poderão ser financiados, estão máquinas agrícolas, sistemas de irrigação, silos, estruturas de armazenagem e sistemas de energia solar. Quem comete desmatamento ilegal não terá acesso à linha. A criação da linha de crédito foi anunciada nesta terça-feira (25) pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Segundo Mercadante, haverá um lançamento oficial durante a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), que ocorre de 1º a 5 de maio em Ribeirão Preto (SP). “Os exportadores da agricultura que têm recebíveis [valores a receber] em dólar vão poder operar essa linha para a compra de máquinas, equipamentos, tratores, colhedeiras, instrumentos para irrigação, armazenagem”, explicou Mercadante. “A única coisa que não pode é ter desmatamento ilegal. Nós monitoramos as propriedades, e quem desmata ilegalmente não terá acesso à linha.” Segundo o vice-presidente da República e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, a nova linha serve como uma opção de baixo risco para o agronegócio exportador. “Para aqueles que exportam agronegócio, a possibilidade de ter financiamento em dólar é muito mais barata. Tudo o que nós queremos é crédito mais barato para alavancar o crescimento, atrair investimento”, disse Alckmin. Além do BNDES, poderão operar a linha de crédito instituições parceiras, como o Banco do Brasil, o principal fornecedor de crédito rural no país. Juros baixos A linha funcionará da seguinte forma. O exportador contrairá uma dívida em reais corrigida pelo dólar. No entanto, quem vende para o exterior tem recebíveis na moeda norte-americana, o que reduz o risco de exposição a mudanças no câmbio porque os valores a receber também são indexados a divisas estrangeiras. “Se ele [o exportador] perde em uma ponta, ganha na outra. Por exemplo, se o real se desvaloriza [e o dólar sobe], melhora a rentabilidade da exportação, mas encarece a dívida. Se o real se aprecia [e o dólar cai], é o inverso”, explicou Mercadante. A linha de crédito terá juros abaixo da Taxa de Longo Prazo (TLP). Formada por uma média das taxas de mercado de títulos públicos de longo prazo corrigida pela inflação, a TLP atualmente está em torno de 19% ao ano. Segundo Mercadante, por causa da correção das prestações pela variação cambial, os juros efetivos poderão ser menores. “[A taxa para a nova linha] cai de 19% para 7,5% ao ano. Mas, como o indexador é o câmbio e a empresa tem uma exportação em câmbio, na realidade cai de 19% para 3% ao ano. Acho que é das coisas mais criativas que podíamos fazer nesse cenário de juros elevadíssimo”, destacou o presidente do BNDES. Segundo Mercadante, o governo pretende estender o modelo para as indústrias e os serviços exportadores. Pronampe Alckmin e Mercadante também anunciaram as condições para o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), cuja nova lei foi publicada nesta segunda-feira (24) no Diário Oficial da União. O prazo de carência subirá para 18 meses, com a micro ou pequena empresa começando a pagar o financiamento somente após esse prazo. A nova lei estabelece carência mínima de 12 meses para as linhas do Pronampe. O prazo de financiamento, conforme prevê a norma, foi estendido de quatro para seis anos. Os juros são 6% ao ano mais a Taxa Selic (juros básicos da economia). As novas condições não valem apenas para os futuros empréstimos. A lei permite que os contratos assinados a partir de 2021 poderão ser renegociados pelas novas regras, mas o processo deverá seguir condições estabelecidas pelo governo federal. Segundo Alckmin, as duas medidas – nova linha de crédito rural e condições para o Pronampe – pretendem alavancar investimentos e gerar emprego e desenvolvimento. O presidente em exercício informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em viagem a Portugal e à Espanha, pediu uma reunião com os bancos públicos para encontrarem alternativas para os juros altos. Criado em 2020 como medida de socorro durante a pandemia, o Pronampe permite que micro e pequenas empresas peguem empréstimos de até 30% do faturamento anual. Os recursos podem ser usados em compra de equipamentos e mercadorias, reformas e despesas operacionais. O programa proíbe o uso da linha de crédito para distribuição de lucros. Fonte
Governo deve homologar terras indígenas na sexta-feira
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse nesta terça-feira (25) que o governo federal deve anunciar a homologação de novas terras indígenas nos próximos dias. A expectativa é que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncie o reconhecimento federal das novas áreas nesta sexta-feira (28), durante sua visita ao Acampamento Terra Livre (ATL). Ao participar de um dos vários debates que movimentam a 19ª edição do Acampamento Terra Livre, tradicional evento de mobilização indígena que, este ano, tem por tema “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia”, a ministra informou que esteve na Casa Civil “para tratar dos atos que vamos assinar aqui [no ATL], no dia 28, com o presidente Lula”. Consultados pela reportagem, nem o Ministério dos Povos Indígenas, nem a Casa Civil anteciparam informações sobre quantos e quais territórios o governo pretende homologar. A Casa Civil, no entanto, confirmou à Agência Brasil que a reunião de que Sônia Guajajara participou nesta terça-feira serviu “para discutir temas relacionais a pauta de reivindicações dos povos indígenas”, com o objetivo de “alinhar ações que serão realizadas durante agenda com o presidente Lula, prevista para ocorrer na sexta-feira”. Ainda em janeiro, a ministra Sonia Guajajara afirmou a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), incluindo a Agência Brasil, que 14 processos de demarcação de áreas da União a serem destinadas ao usufruto exclusivo indígena já estavam prontos para ser homologados. De acordo com a ministra, essas terras, já identificadas como territórios tradicionais dos povos originários, estão distribuídas pelo Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nesta terça-feira, a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, também citou a conclusão dos pareceres técnicos relativos a 14 áreas reivindicadas como terras indígenas. “Temos 14 processos [de identificação e delimitação territorial] preparados pela Funai, que já encaminhou [à Casa Civil] os pareceres. Está tudo preparado. Vamos aguardar o presidente [Lula] assinar [as homologações]”, disse Joenia, sem dar detalhes. Na semana passada, por ocasião do Dia dos Povos Indígenas (19), Joenia Wapichana e a ministra Sonia Guajajara já tinham destacado a urgência do Poder Executivo reconhecer o direito das comunidades à demarcação de parte das terras que pertenceram a seus antepassados, segundo reconhecimento da própria União. Havia, inclusive, a expectativa de que o governo federal aproveitasse a data para anunciar a homologação de novos territórios, o que não aconteceu. “A maior demanda dos povos indígenas é para o Poder Executivo, que é a reivindicação pelas demarcações. Não podemos fugir a esta demanda. Queremos o destravamento [dos processos demarcatórios]; que nossos territórios voltem a ser demarcados”, disse à Agência Brasil, na segunda-feira (24), o coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá, ao lembrar que, nos últimos quatro anos, nenhuma nova área indígena foi reconhecida no país, apesar dos vários processos demarcatórios em curso. “O governo atual já declarou que quer e que tem a vontade política [de homologar novas áreas]. Para nós, porém, é preciso implementar isso. E vamos cobrar a implementação das [ações] políticas prometidas durante a campanha [eleitoral] e após Lula ter sido eleito”, disse Dinamam. Source link
Para Campos Neto, inflação não é única responsável por alta de juros
Em meio a questionamentos sobre a política de juros altos implementada pelo Banco Central (BC), o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, disse que os elementos que corroboram para essa alta vão além da inflação. Segundo ele, a definição da taxa de juros é uma consequência de fatores que não estão limitados à inflação, e que entre eles está o fato de a dívida bruta do governo ser alta, acima da média internacional. “É a dívida alta o que faz os juros serem altos”, disse o presidente do BC. Outras causas para os juros altos citadas pelo economista são a baixa taxa de recuperação de crédito pelos bancos, uma vez que a inadimplência, segundo ele, é alta; a baixa taxa de poupança; e a percepção de riscos. O presidente do BC participou, nesta terça-feira (25), de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e também afirmou que critérios técnicos prevalecem em relação a políticos nas decisões do BC. Inflação “Nós olhamos a inflação corrente; as características dessa inflação corrente; o aspecto qualitativo da inflação; o que dá para extrair da inflação corrente em termos de expectativa futura; e a capacidade de o país crescer sem gerar inflação”, disse Campos Neto. No que se refere às expectativas de inflação, o sistema de metas tem, segundo ele, papel relevante por permitir, às pessoas, reajustarem preços tendo como base essas expectativas. Por isso, acrescentou, “a gente tem que ter certeza de que as expectativas de inflação estão dentro da meta, ancoradas”. Críticas Uma das críticas mais enfáticas foi feita pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), que chegou a usar um quadro-negro para apresentar uma comparação entre a inflação e as taxas de juros cobradas nos Estados Unidos e no Brasil. “Em 2022, a inflação nos EUA estava em 6,5% enquanto a taxa de juro estava em 4,5%. No Brasil a inflação estava em 5,8% enquanto a taxa de juros estava em 13,75%. Não há razoabilidade nessa diferença”, disse o senador. Gomes acrescentou que metade da dívida do país está vinculada à taxa básica de juros, a Selic. “Se o Brasil tivesse adotado a mesma taxa de juros dos EUA, teria economizado R$ 510 bilhões. Este é um dinheiro que infelizmente cai na conta de quem já tem. No caso, o tal rentista. Isso é fazer papel de Robin Hood ao inverso, retirando dinheiro dos pobres para concentrá-lo nas mãos dos ricos”, argumentou. A fim de mostrar o que representa esse montante que, segundo ele, poderia ser economizado, Gomes lembrou que o programa Bolsa Família tem um orçamento de R$ 170 bilhões. “Daria para triplicar o valor atual. Daria para fazer 3,6 milhões de habitações populares por ano, o que, em dois anos, resolveria o problema de déficit habitacional do país”, acrescentou. “Daria também para se fazer 134 mil escolas por ano. Isso universalizaria, em 3 anos, a infraestrutura necessária para todas as matrículas em tempo integral. Para se ter uma ideia, se aumentar em 10% o salário-mínimo, o impacto para o governo seria da ordem de R$ 28 bilhões. Numa conta simples, o valor total daria para elevar o salário-mínimo em 180%, chegando a R$ 4 mil”, acrescentou. O senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que, infelizmente, quem paga pela grande quantidade de dinheiro público gasto com juros “é o pobre”. Ele então e perguntou, ao presidente do BC, se ele concorda com essa afirmação. Campos Neto disse concordar para, na sequência, emendar: “os juros altos fazem com que o custo seja para toda a economia, inclusive para o pobre. Recai sobre emprego também”, completou. Fonte
Tirar Brasil do Mapa da Fome é meta do governo, diz ministro no Senado
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou, nesta terça-feira (25), que sua pasta está atualizando o banco de dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), para que as políticas públicas sejam direcionadas para atendimento ao público certo. “Um cadastro organizado é o coração da política social. Quando se tem um bom cadastro, tudo o que se quer fazer no social o cadastro garante a eficiência, porque chega realmente a quem precisa. No Cadastro Único, a gente sabe quem está na pobreza e quem está na extrema pobreza e, a partir daí, direciona as políticas [públicas].” Wellington Dias participou hoje de sessão conjunta das comissões de Assuntos Sociais e de Direitos Humanos do Senado Federal para apresentar prioridades e planos na área de desenvolvimento social até 2026. O senador Humberto Costa (PT-PE), que sugeriu o debate nas duas comissões legislativas, defendeu o pente-fino no CadÚnico para que reflita a realidade das necessidades, sem uso de critérios políticos para definir os beneficiários das ações governamentais. “Não foi o que vivenciamos com o [antigo] Auxílio Brasil. Tínhamos mais de 1,5 milhão de beneficiários que não se enquadravam dentro dos critérios, seja pelo Bolsa Família e até mesmo pelo próprio auxílio Brasil, caracterizando um processo de injustiça completa.” Humberto Costa pediu providências para que sejam solucionados os casos de pessoas que receberam benefícios indevidamente com ressarcimento do poder público. “Em casos de confirmação da existência de algum tipo de má-fé, [as pessoas] devem até responder legalmente”, disse o senador. Segurança alimentar O ministro Wellington Dias destacou que quase metade da população, cerca de 94 milhões de pessoas, estão no Cadastro Único, na condição de pobreza. Destas, 55 milhões de brasileiros estão na condição de extrema pobreza. “Temos um problema grave. Não é razoável que uma das dez maiores potências do mundo esteja com quase a metade da população na pobreza. Também não é razoável um país que é o quarto maior produtor de alimentos, ter um quarto da população sem conseguir comer todos os dias. Tem gente que tem o café da manhã e não tem certeza se terá o almoço, se terá o jantar”, afirmou Dias. Apesar de resgatar a experiência do Bolsa Família, que tirou o Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, o ministro falou do desafio atual que é dar segurança alimentar e nutricional a 33 milhões de pessoas que voltaram a passar fome no Brasil. O país voltou ao Mapa da Fome em 2021. Outra meta do governo federal é aumentar a classe média. “Tirar, de novo, o Brasil do Mapa da Fome, tirar do Mapa da Insegurança Alimentar e Nutricional e, ao mesmo tempo, garantir condições para reduzir o número de pessoas na extrema pobreza e na pobreza e, ainda, fazer crescer a classe média”, enfatizou. A senadora Jussara Lima (PSD-PI), suplente de Wellington Dias desde que este assumiu a pasta do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, parabenizou a nova gestão, dizendo que “o ministério leva comida e esperança ao povo brasileiro”. Orçamento e Suas Wellington Dias agradeceu aos senadores pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, em dezembro de 2022, que permitiu a abertura de espaço fiscal no orçamento para despesas consideradas imprescindíveis. “Fizemos uma recomposição e temos assegurados R$ 2,2 bilhões e, com mais um remanejamento interno, chegaremos a R$ 2,6 bilhões”, ressaltou Dias, ao destacar que estão garantidos os recursos para funcionamento dos programas sociais. Dias salientou que o Sistema Único de Assistência Social (Suas) está presente em todos os municípios brasileiros, com mais de 12 mil unidades, como centros de referência de assistência social e centros de referência especializados de assistência social. Por isso, o ministro defendeu a criação de um fundo com recursos permanentes para avançar nos direitos humanos e ter segurança para planejar a área. “Precisa ter dinheiro garantido para que o prefeito, lá no seu município, tenha a segurança de um cofinanciamento que permita fazer um concurso para assistente social, para psicólogo, para aquilo que a área precisa.” A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) concordou com o ministro e disse que é preciso decisão política de fortalecer o Suas no orçamento. “Ninguém está com fome porque Deus quis. Não temos essa quantidade de pessoas, quase a metade da população na pobreza e 55 milhões [de pessoas] dependendo de Bolsa Família, porque Deus quis. Vida plena não é fome”, enfatizou. Plano Safra Wellington Dias defendeu que o próximo Plano Safra tenha foco na alimentação necessária na mesa de cada cidadão brasileiro. “O Plano Safra precisa deixar de ser um plano de liberação de créditos para ser um planejado sistema de segurança alimentar e nutricional. O que o país quer produzir para exportar e o que o país vai produzir para a mesa do povo brasileiro? Quais são as medidas para que o custo do que chega à mesa do povo brasileiro tenha um preço razoável?” Educação e trabalho Para o ministro, um dos caminhos para superação da pobreza passa pela geração de oportunidades para os brasileiros, por meio da educação e pela inserção das pessoas no setor produtivo, no setor público e privado, pela qualificação para o emprego e para o empreendedorismo de pessoas cadastradas no CadÚnico. “Que tal se a gente for ao Cadastro Único e abrir oportunidades para qualificar pessoas que querem apenas uma oportunidade? Destes 55 milhões de pessoas do Bolsa Família, 27,5 milhões estão em idade de trabalhar, querendo trabalhar, querendo empreender, e não têm uma oportunidade.” Bolsa Família Como balanço dos primeiros meses do governo Lula, o ministro evidenciou que o novo programa de transferência de renda leva em conta o tamanho e as características de cada família, diferentemente da gestão passada. “Com a volta do Bolsa Família, a gente traz o conceito per capita [por cabeça, por pessoa] para transferência de renda. Não um valor uniforme, como era antes.” Dias frisou que o novo governo, além de garantir o
Vendas de canabidiol crescem, mas produção interna ainda é pequena
O uso terapêutico de substâncias extraídas da planta da maconha mais do que dobrou no ano passado no Brasil, mas a produção continua bastante limitada no país, por conta da proibição. Boa parte do que é consumido legalmente ou é importado ou é produzido por quem consegue decisão favorável na Justiça. De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, a venda de caixas do medicamento à base de canabidiol passou de mais de 50 mil em 2021 para mais de 170 mil em 2022. Há alguns anos, a diretora de operações Talita Coelho foi diagnosticada com uma depressão profunda que a impedia de sair de casa. Foi o tratamento com Cannabis que a fez superar as crises de ansiedade. Ela conseguiu na Justiça uma autorização para cultivar a planta e extrair dela o óleo essencial. “Cultivar dá bastante trabalho, então o habeas corpus não é uma solução definitiva para tudo que você precisa como paciente. Você tem que ter o trabalho de estudar cada ciclo das plantas, cultivar direitinho, sem poder ter praga nenhuma. Isso é muito difícil em se tratando da Cannabis. É uma planta bem delicada. Tem que tomar cuidado para não ter nada, porque aquilo vai virar o seu medicamento. Eu adoraria poder comprar o meu medicamento a um preço acessível e que fosse produzido da maneira como eu confio”, aponta. O aumento do consumo é incompatível com a oferta no Brasil, pois a lei antidrogas proíbe o cultivo e a exploração comercial da Cannabis, mesmo para uso terapêutico. Nas farmácias, já existem medicamentos com substâncias da maconha isoladas, e também é possível fazer importação direta, mas, nos dois casos, os custos são elevados. Fazer cultivo pessoal exige autorização da Justiça, e as iniciativas de oferta do medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS) estão apenas começando. Outra alternativa, mais acessível, são as associações. “Para a gente realmente falar sobre um acesso democratizado a esse tratamento, a gente precisa começar a falar do cultivo interno da produção interna desse óleo. O Brasil vem de um processo proibicionista e a gente não consegue ter uma produção aqui por conta da nossa legislação. Hoje em dia, cultivar, manusear, ter em estoque, o próprio porte, tudo isso é considerado ilícito. São condutas proibidas pelo nosso ordenamento”, aponta Gabriella Arima, diretora da Rede Jurídica pela Reforma da Lei de Drogas. No consultório, o ortopedista José Wilson Andrade tem visto um aumento na busca dos pacientes pelas terapias com Cannabis e observa, na prática, os benefícios das substâncias. “Quando eu prescrevo um derivado de Cannabis, um fitocanabinoide, a um paciente com dor crônica, eu vou estar sim tratando a dor dele, porém eu vou melhorar a qualidade de sono dele, eu vou diminuir um grau de ansiedade, então outros fatores associados à dor crônica também são tratados pelo mesmo medicamento”, explica o médico. Ele acrescenta que o medicamento tem menos efeitos colaterais. “Quando a gente fala de medicação para dor, anti-inflamatórios, por exemplo, pode-se comprar na farmácia, sem receita médica. Eles têm grandes problemas em parte renal, em parte gástrica. São muitos efeitos colaterais, principalmente no paciente mais idoso. E o uso da Cannabis consegue substituir esse tipo de medicação com muito mais segurança”, avalia. Assista na TV Brasil: Fonte
Jovens indígenas resistem a tentativas de apagar a sua cultura
Uma reza que fala da força coletiva na cura dos povos originários, entoada por adolescentes das etnias Mbya Guarani e Awa Guarani, do Sul e Sudeste do Brasil. Acompanham os cantos agudos e afinados os passos tradicionais que levantam a terra do chão, um violão, duas rabecas e alguns maracás. No segundo dia de Acampamento Terra Livre (ATL) 2023, em Brasília, fica evidente a força dos jovens indígenas na resistência contra as tentativas de apagar a cultura por séculos. A coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Ju Kerexu, também professora de guarani, explica a importância da reza cantada pelos povos originários. “Para nós, o canto e a reza trazem essa cura através desse conjunto, do coletivo, com as vozes das mulheres, da meninas, então é fazer a expansão da cura, vamos nos fortalecer todos juntos, com canto e com reza”, destacou. Por todos os lados do acampamento, a presença de crianças e adolescentes indígenas mostra que a luta ancestral não acabou e não vai ser interrompida. Fruto de violências, como a miscigenação forçada, o chamado aculturamento causou a perda da identidade étnica da indígena Sara Key, que não sabe a etnia de origem e se recusa a usar o sobrenome colonial. “A miscigenação foi o maior estupro coletivo legalizado pelo Estado. Essa ferida escorre até hoje formas de filhos que não sabem o seu povo, não sabem a sua origem. Matam primeiro você por dentro, então eles tiram a sua língua materna, o direito às suas tradições, às suas medicinas. E esse mesmo Estado que tirou de você hoje te cobra essa pureza, etnocídio que chama”, criticou. Neste segundo dia de ATL, a pauta da demarcação das terras indígenas voltou a ser debatida em mais uma plenária, como forma de proteger, também, a cultura e os costumes desses povos. Só dessa forma, as políticas públicas de proteção chegam, de fato, a essas pessoas, com eficácia. E só assim se combate com firmeza as invasões nos territórios e o garimpo ilegal. Presente no evento desta terça, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou que a pasta encaminhou 12 terras indígenas para demarcação do governo federal. De acordo com a Apib, o Brasil tem mais de 200 terras de povos originários que precisam ser demarcadas. O Acampamento Terra Livre vai até a próxima sexta-feira (28). Ouça na Radioagência Nacional: Source link
Moraes nega pedido de deputado para visitar Torres na prisão
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta terça-feira (25) pedido do deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) para visitar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres na prisão. Torres está preso em um batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal desde 14 de janeiro. O ex-ministro estava à frente da Secretaria de Segurança do Distrito Federal e é investigado no inquérito do STF que apura sua omissão na contenção dos atos golpistas de 8 de janeiro. A solicitação do deputado foi feita na segunda-feira (24) ao ministro, que é relator do inquérito que investiga os atos. O parlamentar disse que gostaria de fazer uma “visita de cortesia” a Torres. Ao avaliar o pedido, Alexandre de Moraes disse que o pedido do deputado não tem fundamento legal. “Verifica-se do ofício encaminhando que o requerente não tem a intenção de visita institucional para os fins de sua atividade parlamentar, mas, tão somente “uma breve visita de cortesia”. Vê-se pois, que o requerente busca a autorização para efeito de interesse privado e não o público no pleito formulado, sem qualquer fundamento legal”, escreveu o ministro. Na semana passada, os advogados de Anderson Torres informaram ao Supremo que ele está “passando por tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e já perdeu 12 quilos”. Fonte
Classe C gasta um terço dos rendimentos com alimentação
As famílias da classe C, que ganham entre R$ 5,2 mil e R$ 13 mil mensais, gastam em média um terço, o equivalente a 33,3%, dos rendimentos com alimentação, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (25) pelo Instituto Locomotiva. Entre as famílias da classe B, com rendimento de R$ 13 mil a R$ 26 mil, o percentual da renda comprometida com alimentação cai para 13,2%. Para as famílias com rendimentos entre R$ 1,3 mil e R$ 5,2mil, classificadas como classes D e E, mais da metade do dinheiro recebido mensalmente (50,7%) é gasto com comida. O estudo foi encomendado pela empresa de benefícios VR. De acordo com o estudo, para a classe C, os benefícios como vale-refeição e vale-alimentação representam, em média, entre 3% e 8,5% dos gastos com alimentação. Para as classes D e E, esses benefícios chegam a cobrir 33% dessas despesas. A classe C, segundo a pesquisa, representa no Brasil aproximadamente 109 milhões de pessoas, a maioria negras (60%). Quase a metade dessas famílias são chefiadas por mulheres (49%) e 52% dessa população não concluiu o ensino médio. “Chefiados por mulheres porque parte é mãe solteira”, detalha o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles. Poder de compra Nos últimos anos, em um processo agravado pela pandemia da covid-19, Meirelles disse que houve perda do poder de compra dessas famílias. “Há cinco anos, com 40% do valor de um salário mínimo dava para comprar uma cesta básica. Hoje, 59% do valor do salário mínimo dá para comprar uma cesta básica. Ou seja, o poder de compra de alimentos, dos itens básicos, diminuiu”, explicou. Por isso, de acordo com ele, esses consumidores se tornaram ainda mais atentos aos produtos que consomem. “Uma radicalização do custo-benefício, que passa a ser muito mais exigente nos produtos que ele está comprando, na relação qualidade versus preço do que ele tá comprando”, ressalta. Nessa camada da população, estratégias, como adotadas por várias marcas, de reduzir o tamanho das embalagens ou a qualidade da composição dos produtos como forma de disfarçar aumento de preços tendem, segundo Meirelles, a ser especialmente mal vistas. “O custo do erro na classe C é muito maior. Então, se o consumidor da classe C compra um produto que está mais barato, mas não entrega o que promete, ele vai ter que comer aquele produto o mês inteiro, porque a grana que ele tinha para aquele produto era contada”, explica sobre o impacto da redução da qualidade nessas famílias. “Dentro do que cabe no bolso, ele vai buscar a melhor qualidade, é esse o movimento que veio para ficar, isso não vai mudar”, acrescenta o pesquisador. Endividamento Segundo a pesquisa, oito em cada dez famílias da classe C têm dívidas em aberto, sendo que um em cada três está inadimplente. De acordo com Meirelles, muitas vezes as dívidas são contraídas como forma de garantir o consumo de itens básicos. “Quando o salário acaba e o mês não, a classe C que tem cartão de crédito vai no supermercado ou na farmácia e compra com o cartão de crédito para ganhar 20 dias para pagar”, disse. Fonte
CNJ aprova resolução sobre proteção a adolescentes ameaçados de morte
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta terça-feira (25) uma resolução para garantir a proteção de crianças e adolescentes que estão sob ameaça de morte. As regras deverão ser aplicadas no prazo de 120 dias pelos tribunais de todo o país. A resolução reafirma que o Judiciário deverá seguir as regras do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, estabelecido pelo Decreto 9.579/2018. A norma prevê que o nome de crianças ameaçadas deve ser retirado do sistema nacional de adoção, cadastro criado para facilitar o processo para encontrar um lar para crianças que estão em abrigos. No caso de menores que cumprem medida socioeducativa, está prevista a transferência do adolescente para outra cidade. O novo local para cumprimento da pena deverá ser indicado por uma equipe do programa de proteção, cuja localização deverá ser mantida em sigilo. De acordo com o CNJ, a nova resolução levou em consideração as regras do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Fonte
Lula diz que conversará com Macron sobre acordo entre Rússia e Ucrânia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve marcar, na semana que vem, um encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, para conversar sobre uma solução para o conflito entre Rússia e Ucrânia. O presidente está em viagem oficial à Espanha e participou de um fórum empresarial, nesta terça-feira (25), em Madri. Em discurso no evento, ele criticou novamente a invasão do território ucraniano pelo russo e afirmou que essa é uma “guerra insana”. “O Brasil está empenhado na tentativa de arrumar parceiros para que possamos trazer a paz, para que a Ucrânia possa ficar com seu território, para que os russos fiquem com a Rússia, para que o mundo não sofra a falta de alimentos, para que o mundo não sofra a falta de fertilizantes e para que o mundo volte a prosperar para gerar os empregos que a humanidade precisa”, disse, reforçando a preocupação com as crises alimentar e energética provocadas pela guerra. A intenção de Lula pode indicar, portanto, uma visita à França em breve. Ainda não há, porém, confirmação dessa viagem. Segundo o presidente, ele já tratou pessoalmente sobre o tema com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e com os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, além de já ter conversado por telefone com o próprio Macron. A tentativa, disse o Lula, é de “construir um movimento que traga a paz de volta na nossa querida Europa, para que a gente não fique sonhando toda noite com a possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial ou até do uso de bomba nuclear”. Presidente Lula discursa em um evento com empresários do Brasil e da Espanha – Ricardo Stuckert/PR “O que pode evitar isso é sensatez de a gente tentar encontrar um denominador comum para chegar à paz”, acrescentou. Amanhã (26), Lula também conversará sobre o assunto com o presidente espanhol, Pedro Sánchez. “Uma guerra que jamais poderia ter acontecido porque não pode se aceitar que um país invada a integridade territorial de outro país. Mas uma guerra que também não tem ninguém falando em paz. E, às vezes, eu fico perguntando até quando essa guerra vai durar? Porque se ninguém quiser construir a paz, se os dois lados, o que invadiu está reticente e o invadido também tem sua razão de estar reticente, eu fico me perguntando quem é que vai tentar resolver essa situação”, disse. Atração de investimentos Aos empresários, Lula também disse que quer atrair investimentos em novos negócios no Brasil, em especial em energias renováveis, como hidrogênio verde, usinas eólicas, de biomassa e energia solar. Para isso, ele afirmou que o Brasil voltou a oferecer credibilidade e estabilidade política, econômica e social, além de previsibilidade jurídica com o fortalecimento de marcos regulatórios. Ele citou ainda o programa de projetos em infraestrutura que será lançado pelo governo federal no próximo mês. “Pedi para que cada governador apresentasse os três projetos mais importantes para o seu estado e, com esses projetos, vamos sair internamente e vamos sair ao mundo oferecendo a oportunidade investimento”, disse. “O aperfeiçoamento da infraestrutura logística é um desafio que o Brasil deve enfrentar para consolidar seu desenvolvimento. Vamos superar os gargalos que minam a competitividade brasileira”, acrescentou. Evento em Madri reúne empresários do Brasil e da Espanha – Ricardo Stuckert/PR O apoio à inovação e à indústria do conhecimento também foi destacado por Lula em seu discurso. Entretanto, para ele, a competitividade que o Brasil quer “não pode resultar na redução da renda dos trabalhadores, na diminuição do emprego formal, na restrição da liberdade dos trabalhadores ou desmonte das políticas públicas”. “Queremos reproduzir nos setores secundário e terciário da economia a exitosa experiência que fez do Brasil uma potência agropecuária, produtora de alimentos e agroenergia, agregando as condições naturais do país à eficiência do trabalho, da ciência e da tecnologia e de políticas públicas eficazes”, disse. “Todas as medidas domésticas são complementadas com ações de fortalecimento do comércio exterior, com ampliação mercados e iniciativas nos organismos multilaterais, a fim de deter a marcha insensata do protecionismo no mundo”, acrescentou. O presidente criticou, novamente, o patamar da taxa Selic, os juros básicos da economia, por encarecer o crédito e dificultar os investimentos no país. A Selic está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. No mês passado, pela quinta vez seguida, o Banco Central não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado. “Espero que a Espanha coloque dinheiro para emprestar mais barato, para podermos ter empresários que vêm aqui buscar dinheiro emprestado”, disse Lula. A Espanha é o segundo país que mais investe no Brasil, atrás dos Estados Unidos. Durante seu discurso, Lula citou casos de sucesso de empresas espanholas no Brasil, como a Telefônica e o Banco Santander. “Esse sucesso não é só medido pelo resultado financeiro da companhia ou pelos lucros aos seus acionistas, é medido, sobretudo, pelo impacto positivo que trazem à sociedade na qual estão inseridas, por meio da geração de emprego e distribuição de renda”, disse o presidente. “A estabilidade política e o crescimento da economia brasileira voltarão a fazer excelentes retornos as empresas espanholas”, acrescentou. Hoje, a presidência da União Europeia (UE) está com a Suécia e, a partir de julho, será da Espanha. Nesse sentido, Lula destacou que ambos os países estão engajados na conclusão do acordo Mercosul-UE, cuja finalização se arrasta há anos. “É um acordo importante para todos e queremos que seja equilibrado e que contribua para a reindustrialização do Brasil”, disse o presidente. Há uma expectativa de que o acordo possa ser concluído ainda em 2023. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. Uma tramitação que envolve 31 países. Trabalhadores de aplicativos Mais cedo, o presidente Lula e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se reuniram, em Madri, com lideranças sindicais espanholas do Sindicato Unión General de Trabajadoras y Trabajadores de España (UGT) e da Comisiones Obreras (CCOO). Presidente Lula
Lula diz que conversará com Macron sobre acordo entre Rússia e Ucrânia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, na semana que vem, deve marcar um encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, para conversar sobre uma solução para o conflito entre Rússia e Ucrânia. O presidente criticou novamente a invasão do território ucraniano pelo russo e afirmou que essa é uma “guerra insana”. Lula está em viagem oficial à Espanha e participou de um fórum empresarial, nesta terça-feira (25), em Madri. “O Brasil está empenhado na tentativa de arrumar parceiros para que possamos trazer a paz, para que a Ucrânia possa ficar com seu território, para que os russos fiquem com a Rússia, para que o mundo não sofra a falta de alimentos, para que o mundo não sofra a falta de fertilizantes e para que o mundo volte a prosperar para gerar os empregos que a humanidade precisa”, disse, reforçando a preocupação com as crises alimentar e energética provocadas pela guerra. Segundo Lula, ele já tratou pessoalmente sobre o tema com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e com os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, além de conversar por telefone com o próprio Macron. A tentativa, disse o presidente, é de “construir um movimento que traga a paz de volta na nossa querida Europa, para que a gente não fique sonhando toda noite com a possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial ou até do uso de bomba nuclear”. Presidente Lula discursa em um evento com empresários do Brasil e da Espanha – Ricardo Stuckert/PR “O que pode evitar isso é sensatez de a gente tentar encontrar um denominador comum para chegar à paz”, acrescentou. Amanhã (26), Lula também conversará sobre o assunto com o presidente espanhol, Pedro Sánchez. “Uma guerra que jamais poderia ter acontecido porque não pode se aceitar que um país invada a integridade territorial de outro país. Mas uma guerra que também não tem ninguém falando em paz. E, às vezes, eu fico perguntando até quando essa guerra vai durar? Porque se ninguém quiser construir a paz, se os dois lados, o que invadiu está reticente e o invadido também tem sua razão de estar reticente, eu fico me perguntando quem é que vai tentar resolver essa situação”, disse. Atração de investimentos Em discurso aos empresários, Lula disse que quer atrair investimentos em novos negócios no Brasil, em especial em energias renováveis, como hidrogênio verde, usinas eólicas, de biomassa e energia solar. Para isso, ele afirmou que o Brasil voltou a oferecer credibilidade e estabilidade política, econômica e social, além de previsibilidade jurídica com o fortalecimento de marcos regulatórios. Ele citou ainda o programa de projetos em infraestrutura que será lançado pelo governo federal no próximo mês. “Pedi para que cada governador apresentasse os três projetos mais importantes para o seu estado e, com esses projetos, vamos sair internamente e vamos sair ao mundo oferecendo a oportunidade investimento”, disse. “O aperfeiçoamento da infraestrutura logística é um desafio que o Brasil deve enfrentar para consolidar seu desenvolvimento. Vamos superar os gargalos que minam a competitividade brasileira”, acrescentou. Evento em Madri reúne empresários do Brasil e da Espanha – Ricardo Stuckert/PR O apoio à inovação e à indústria do conhecimento também foi destacado por Lula em seu discurso. Entretanto, para ele, a competitividade que o Brasil quer “não pode resultar na redução da renda dos trabalhadores, na diminuição do emprego formal, na restrição da liberdade dos trabalhadores ou desmonte das políticas públicas”. “Queremos reproduzir nos setores secundário e terciário da economia a exitosa experiência que fez do Brasil uma potência agropecuária, produtora de alimentos e agroenergia, agregando as condições naturais do país à eficiência do trabalho, da ciência e da tecnologia e de políticas públicas eficazes”, disse. “Todas as medidas domésticas são complementadas com ações de fortalecimento do comércio exterior, com ampliação mercados e iniciativas nos organismos multilaterais, a fim de deter a marcha insensata do protecionismo no mundo”, acrescentou. O presidente criticou, novamente, o patamar da taxa Selic, os juros básicos da economia, por encarecer o crédito e dificultar os investimentos no país. A Selic está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. No mês passado, pela quinta vez seguida, o Banco Central não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado. “Espero que a Espanha coloque dinheiro para emprestar mais barato, para podermos ter empresários que vêm aqui buscar dinheiro emprestado”, disse Lula. A Espanha é o segundo país que mais investe no Brasil, atrás dos Estados Unidos. Durante seu discurso, Lula citou casos de sucesso de empresas espanholas no Brasil, como a Telefônica e o Banco Santander. “Esse sucesso não é só medido pelo resultado financeiro da companhia ou pelos lucros aos seus acionistas, é medido, sobretudo, pelo impacto positivo que trazem à sociedade na qual estão inseridas, por meio da geração de emprego e distribuição de renda”, disse o presidente. “A estabilidade política e o crescimento da economia brasileira voltarão a fazer excelentes retornos as empresas espanholas”, acrescentou. Hoje, a presidência da União Europeia (UE) está com a Suécia e, a partir de julho, será da Espanha. Nesse sentido, Lula destacou que ambos os países estão engajados na conclusão do acordo Mercosul-UE, cuja finalização se arrasta há anos. “É um acordo importante para todos e queremos que seja equilibrado e que contribua para a reindustrialização do Brasil”, disse o presidente. Há uma expectativa de que o acordo possa ser concluído ainda em 2023. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. Uma tramitação que envolve 31 países. Trabalhadores de aplicativos Mais cedo, o presidente Lula e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se reuniram, em Madri, com lideranças sindicais espanholas do Sindicato Unión General de Trabajadoras y Trabajadores de España (UGT) e da Comisiones Obreras (CCOO). Presidente Lula e ministro Luiz Marinho se reuniram com lideranças sindicais espanholas – Ricardo Stuckert/PR De acordo com o Planalto, Lula e as centrais conversaram sobre
Destaque do judô brasileiro, Daniel Cargnin está fora do Mundial
Líder do ranking olímpico classificatório para os Jogos de Paris 2024, o judoca Daniel Cargnin está fora da seleção brasileira que disputa o Mundial em Doha, a partir de 7 de maio. De acordo com a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), o atleta foi cortado após passar por exames de imagens que identificaram uma hérnia discal. FORÇA, DANIEL CARGNIN! 🥋🇧🇷 O judoca será submetido a cirurgia para tratar uma lesão na lombar e está fora do Mundial de Judô Doha 2023. Estamos torcendo pela sua recuperação, guerreiro! 🙏 pic.twitter.com/YwR3AYSkLE — Time Brasil (@timebrasil) April 24, 2023 Segundo Guilherme Garofo, médico da CBJ, Cargnin vinha sofrendo com dores lombares agudas que não melhoraram após um tratamento conservador. O judoca gaúcho, de 24 anos, será submetido a um procedimento cirúrgico com o ortopedista Rafael Sugino, especialista em coluna. “Com o avanço da medicina, hoje disponibilizamos de técnicas muito pouco agressivas, como a cirurgia endoscópica da coluna vertebral, que preserva muito mais a musculatura das costas e permite uma recuperação mais rápida, essencial para os atletas de alta performance, associado a uma equipe experiente de fisioterapeutas”, explicou Sugino. “Esperamos que, uma vez que a cirurgia corra bem, o atleta inicie uma rotina adaptada de treinos já nas próximas semanas”, completou. Cargnin arrematou o bronze na categoria dos 73 quilos na última edição do Mundial, em outubro passado, no Uzbequistão. Dois meses depois, em Israel, foi campeão nos World Masters, a segundo maior competição do circuito mundial de judô, após 10 anos de jejum de mealhas do Brasil na competição. Nesta temporada, o gaúcho já havia faturado prata no Grand Slam de Paris e bronze no Grand Slam de Tel Aviv, ambos em fevereiro. Nos Jogos de Tóquio, Cargnin conquistou o bronze, sua primeira medalha olímpica, quando ainda competia na categoria até 66kg. A comissão técnica da seleção brasileira de judô ainda divulgará o substituto de Cargnin nos 73kg, categoria cujos atletas também disputam por equipes mistas no Mundial. Fonte