Arcebispo Dom Orani Tempesta sofre assalto no Rio
A Arquidiocese do Rio de Janeiro informou neste sábado (13) que o arcebispo Dom Orani João Tempesta sofreu um assalto na zona norte da capital fluminense. Ele e o motorista ficaram a pé na Avenida Brasil, após o carro ser levado. Ambos não sofreram ferimentos. O episódio ocorreu nessa sexta-feira (12), por volta de 22h30, na altura do bairro Barros Filho. Eles retornavam do Terço pela Paz, que foi rezado em Bangu, e se deslocavam no sentido centro da cidade. Além do carro, foram levados os celulares do arcebispo e do motorista, anel episcopal, paramentos (roupas de missa), báculo (cajado), livros e relógios. De acordo com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, as vítimas foram socorridas por um casal que os levaram até a residência do arcebispo. Apesar do assalto, Dom Orani manteve sem alteração os compromissos previstos em sua agenda. Fonte
Eventos em São Paulo questionam Dia da Abolição
A cidade de São Paulo tem pelo menos três atividades para marcar o Dia da Abolição da Escravatura, neste 13 de maio. Pela manhã, a organização Uneafro Brasil realizou um evento especial no vão do prédio de história da Universidade de São Paulo em alusão ao 13 de maio, “Dia da Falsa Abolição”, como denomina o movimento negro. Centenas de alunos participaram de uma aula especial. Além de palestras sobre o 13 de maio, racismo e o movimento negro, o evento contou com shows, sarau e entrega de prêmios. Uneafro Brasil realizou evento no vão do prédio de história da USP – Mayara Nunes/UNEAfro Também pela manhã, a Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) promoveu a 1ª Caminhada Educativa Chão dos Nossos Ancestrais, com um roteiro que seguiu por pontos históricos negros no centro da capital paulista. O objetivo do evento é evitar o apagamento da memória histórica negra, como o local onde funcionou a primeira escola de samba, a igreja que acolheu os perseguidos pelo regime escravista e o local onde eram cumpridas penas de morte contra negros escravizados. No fim da tarde, o Bloco Afro Ilu Oba de Min faz seu tradicional manifesto contra a falsa abolição, com a lavagem da Rua 13 de maio, na parte central da capital. A concentração começa às 17h na escadaria do Bixiga e, às 18h, está programada a saída em cortejo pela Rua 13 de Maio. “Para participar é só vir de coração aberto, estaremos com flores com água de cheiro, a água já está rezada, cantaremos pros nossos orixás, cantaremos as composições do carnaval de Ilu Oba de Min em homenagem a Sueli Carneiro, uma mulher preta, feminista, uma guerreira aguerrida na luta contra o racismo e também vamos saudar e reverenciar a nossas ancestrais resistentes, que estão no céu e na terra!”, convida a coordenadora do Bloco Afro Ilú Obá de Min, Cibelle de Paula. Memória viva Cibelle destaca o significado desta lavagem na Rua 13 de maio: “Esta lavagem, na 13 de maio, em um significado histórico, primeiramente para resgatar e afirmar a memória viva da população negra no território do Bixiga e na história do Ilu, que completa 13 anos, que tem como propósito principal lavar a narrativa falsa, a falácia da abolição e por sua vez reverenciar, homenagear e celebrar a ancestralidade preta que resistiu a escravidão e resiste até hoje”. Pedagoga e historiadora especializada em História da África e do Negro no Brasil, Cibelle reflete sobre o que é preciso acontecer para mudar a realidade da estrutura social do Brasil, herdada por mais de três séculos de escravidão. “Hoje o debate principal dentro da questão racial é o antirracismo. E o antirracismo, além do combate ao racismo, pressupõe superação das desigualdades. E para que haja superação das desigualdades é importante que se repense privilégios. Então um ponto importante para que haja o combate ao racismo é que a branquitude reflita sobre seu lugar e reflita como ter um posicionamento crítico perante os lugares de privilégio”. Outros pontos, completa a especialista, é a aplicabilidade das políticas públicas conquistadas pelo movimento negro. “É importante também que as políticas públicas que foram luta e conquista do movimento negro sejam aplicados com seriedade e que haja dispositivos para sua aplicabilidade e seu acompanhamento bem como as cotas, e a aplicabilidade da Lei 10.639/03 [estabelece a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira na educação nacional que esse ano completa 27 anos”. Cibelle também cita o racismo estrutural: “É importante que se haja uma reflexão da existência do racismo estrutural e que ele para que seja superado, é importante que as instituições tenham um papel, um posicionamento e uma compreensão crítica da sua ação, porque se o racismo está na estrutura da sociedade, as instituições sociais têm uma responsabilidade para o seu combate, isso é importante que se tenha essa consciência para que o racismo que ceifa vidas ainda para população preta, coloca a população preta em vulnerabilidade de moradia, de saúde, dentre outros segmentos, possa ter um uma qualidade de vida com equidade”. A historiadora afirma que o Dia da Abolição da Escravatura não pode ser celebrado. “É uma data política emblemática porque ela traz a falácia da narrativa de uma abolição que foi dada, mas os registros históricos comprovam que a população negra, desde a sua diáspora, resiste e luta contra a escravidão. Desde os navios negreiros até a chegada aqui no Brasil, a população negra sempre lutou contra a escravidão. Essa é uma data para entender e para afirmar o quanto a população negra foi alijada em violência. Acho que essa comemoração nunca vai acontecer”. Cibelle completa que a data traz uma memória emblemática de dor. “Se houve o 13 de maio, houve também o 14 de maio, e a população negra não tinha nenhum direito assegurado: o direito da cidadania e ao trabalho, não foi assegurado e essa luta por direito permanece até hoje. A luta ainda continua. Que a gente chegue no 20 de novembro, essa sim uma data emblemática de afirmativa de uma resistência preta seja um dia de celebrar vitórias. Hoje [13 de maio] é um dia de pensar, infelizmente, nas dores do passado, [dia] de uma narrativa branca racista que insiste em apagar algo da população negra que existe, assim com o território da bexiga, que segue resistindo como território preto e indígena”. Source link
Barbacena decreta emergência após explosão de caminhão-tanque
A prefeitura de Barbacena, em Minas Gerais, decretou situação de emergência em parte da cidade, localizada a cerca de 170 quilômetros ao sul de Belo Horizonte. A iniciativa foi motivada pela interrupção do abastecimento de água para o município depois que uma parcela do óleo diesel transportado por um caminhão-tanque acidentado na manhã da última quinta-feira (11) atingiu o afluente do rio que abastece o município. Em nota divulgada neste sábado (13), a prefeitura informou que, devido à “gravidade da situação”, o abastecimento de água segue paralisado, sem previsão de retorno. “As equipes seguem trabalhando diuturnamente, monitorando e analisando o local, porém, até o momento ainda não foi possível apurar o quantitativo de óleo foi derramado no curso de água.” Assinado pelo prefeito Carlos Augusto Soares do Nascimento, o Decreto Municipal nº 9.358 autoriza a Coordenadoria de Defesa Civil a mobilizar todos os órgãos públicos municipais para que participem das ações de resposta à contaminação das águas do afluente do Rio das Mortes. Situação de emergência Com o decreto, o Poder Público Municipal também pode adquirir bens e contratar serviços necessários ao atendimento da situação emergencial sem a necessidade de realizar processo licitatório – respeitando as restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal e a conclusão das obras e serviços em, no máximo, um ano. Um segundo decreto municipal (nº 9.359) cria o chamado Gabinete de Gerenciamento de Crise (Gcrise), responsável por aplicar as medidas necessárias para a resolução do problema; supervisionar a execução das ações e manter equipes de assessoramento especializado nas áreas jurídica, psicológica, de inteligência, de comunicação social e de resposta especializada para que atuem quando necessário. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o caminhão-tanque que tombou próximo ao quilômetro 711 da BR-040, explodindo em seguida, carregava 44 mil litros de óleo diesel. As autoridades estaduais e municipais ainda não sabem ao certo quanto do óleo diesel que vazou atingiu o afluente do Rio das Mortes, forçando o desligamento das bombas de captação de água e a consequente interrupção do abastecimento da cidade de quase 140 mil moradores. Segundo a prefeitura, o local do acidente fica a cerca de 10 quilômetros do ponto de captação da água que abastece parte da cidade. Por meio de sua assessoria, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil informou que agentes regionais estiveram no local do acidente, confirmaram o comprometimento do curso d´água e seguem acompanhando a situação, prestando apoio aos órgãos municipais. Fonte
Rayssa Leal conquista o título do X-Games pela segunda vez
A brasileira Rayssa Leal conquistou, na madrugada deste sábado (13), o bicampeonato de skate street do X-Games (um dos maiores eventos de esportes radicais do mundo). A disputa foi realizada em Chiba (Japão). As japonesas Momiji Nishiya (segunda colocada) e Rizu Akama (terceira) completaram o pódio. A primeira conquista da maranhense de 15 anos de idade na competição foi alcançada em 2022, também na localidade japonesa. É CAMPEÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ! 🥇🛹🇧🇷 Rayssa Leal é bicampeã do X-Games, em Chiba 🇯🇵 Nossa 🧚♀️ teve a maior nota das eliminatórias (88.33) e, como a chuva cancelou a final do street feminino, acabou com o 🏆 Que 2023 espetacular da Rayssa até agora! 🤩 pic.twitter.com/gBcy9rWx0i — Time Brasil (@timebrasil) May 13, 2023 A confirmação da conquista veio quando os organizadores cancelaram a disputa final por causa das chuvas. Dessa forma, os resultados obtidos nas classificatórias definiram as vencedoras. Rayssa ficou com os 88,33 pontos conquistados anteriormente. A campeã olímpica em Tóquio, Momiji Nishiya, com 86,66 pontos, enquanto Rizu Akama completou o pódio com 83,66. Na temporada anterior, Rayssa já havia vencido todas as etapas da Liga Mundial de Skate Street e, logo na abertura da atual temporada, foi a melhor também em Chicago (Estados Unidos), em torneio disputado no final de abril. A jovem é a líder do ranking mundial da prova que dá vaga aos Jogos Olímpicos de Paris, que serão disputados em 2024. Fonte
O que fazer com erros na declaração pré-preenchida do Imposto de Renda
Criada para dar comodidade ao contribuinte, a declaração pré-preenchida do Imposto de Renda pode resultar em dor de cabeça. Divergências de valores, dados incompletos e informações duplicadas deixam o declarante em dúvida. Nesses casos, a Receita Federal é bem clara. O contribuinte deve se basear nos comprovantes e nos documentos físicos (ou em arquivos eletrônicos) para preencher a declaração. Segundo o Fisco, a responsabilidade da declaração cabe ao contribuinte, o que obriga a revisão dos dados automáticos enviados no documento pré-preenchido. Isso porque posteriormente haverá o cruzamento de informações, com as duas partes podendo ser chamadas para prestar esclarecimentos. “Independentemente da informação existente na pré-preenchida, a declaração do Imposto de Renda deve refletir os comprovantes que o contribuinte possui. Assim, se ele tiver comprovante de uma despesa ou rendimento em um valor e a pré-preenchida tiver valor diferente, deve ser declarado o que estiver comprovado”, destacou a Receita Federal em nota enviada à Agência Brasil. Em caso de informações desconhecidas, a Receita aconselha a exclusão dos dados. “Se aparece na declaração pré-preenchida informação que o contribuinte desconhece, ele deve excluir de sua declaração. Somente devem ser apresentadas na declaração as informações que o contribuinte puder comprovar”, explicou o Fisco. Se faltarem dados, o contribuinte deverá prestar a informação com base nos comprovantes que possui. Em caso de informação errada prestada pelas empresas e por profissionais autônomos que abasteceram a declaração pré-preenchida, a Receita aconselha o contribuinte a contatar a fonte (empregador, médicos, clínicas, planos de saúde, bancos, imobiliárias ou outros) para esclarecer os motivos da divergência ou pedir a retificação dos dados. Principais problemas Segundo o balanço mais recente da Receita Federal, até 19 de abril, pouco mais de 3,2 milhões de contribuintes optaram pelo uso da declaração pré-preenchida. Isso equivale a 22% dos cerca de 15 milhões de Declarações do Imposto de Renda Pessoa Física enviadas até essa data. Os principais erros relatados pelos contribuintes que usam a declaração pré-preenchida, abrangem despesas médicas, valores ou dados errados em ações judiciais, dados incompletos ou valores errados em investimentos, ausência de valores e de dados sobre aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em outros casos, dados incompletos decorrem de informações que ainda não constam da base de dados da declaração pré-preenchida, como contribuições a fundos de pensão. Para quem tem declarações mais complexas, como donos de imóvel e investidores, o documento pré-preenchido acelera o processo de declaração, mas não o substitui e, caso haja divergência de valores, exige atenção para a correção de dados. Em relação aos investimentos, mais uma dificuldade. Desde 2021, a Receita obriga o declarante a informar o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ( do fundo imobiliário ou de investimentos, não da instituição financeira que os custodiam. Algumas declarações pré-preenchidas, no entanto, estão vindo com o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) trocado. Também há troca de dígitos nos números de Cadastro Nacional de Pessoa Física (CPF) fornecidos por imobiliárias e planos de saúde, o que resulta em patrimônios ou deduções indo para pessoas erradas na versão pré-preenchida. Em relação às aposentadorias e pensões, contribuintes reclamam de que o INSS não forneceu, nas declarações pré-preenchidas, os rendimentos de quem recebeu abaixo do limite de isenção – R$ 28.559,70 – no ano anterior. Embora esses recursos não paguem imposto, os valores precisam ser declarados. Nesse caso, a orientação é pegar o comprovante fornecido pelo INSS e preencher a declaração. Prioridade na restituição Fornecida a pessoas físicas com contas prata ou ouro no Portal Gov.br desde o ano passado, a declaração pré-preenchida traz vantagens para o contribuinte. Quem importa o documento preenchido com antecedência para o programa gerador e começa a fazer a declaração a partir dele tem prioridade na fila de restituição do Imposto de Renda. A Receita promete ressarcir esses contribuintes no segundo lote – previsto para 30 de junho. Tradicionalmente, o primeiro lote – estimado para 31 de maio – é reservado aos contribuintes com prioridade legal: pessoas a partir de 60 anos, pessoas com deficiência física ou mental ou doença grave e contribuintes que têm o magistério como principal fonte de renda. A declaração pré-preenchida está mais completa neste ano. A Receita Federal ampliou a base de dados do formulário, disponível desde 15 de março no Centro Virtual de Atendimento da Receita (e-CAC) <cav.receita.fazenda.gov.br>. A partir deste ano, a declaração pré-preenchida tem as seguintes informações: • Informações sobre imóveis adquiridos e registrados em cartório, com base na Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) • Doações efetuadas no ano-calendário declaradas por instituições em Declaração de Benefícios Fiscais (DBF) • Inclusão de criptoativos declarados pelas exchanges (corretoras de ativos digitais) • Saldos a partir de R$ 140 de contas bancárias e de investimento em 31/12/2022, desde que os dados de CNPJ, banco, conta, agência e saldo em 31/12/2021 tenham sido informados corretamente pelo contribuinte • Inclusão de contas bancárias e fundos de investimento não informados na declaração de 2022 ou abertos após o envio da declaração do ano passado • Rendimentos de restituição recebidos no ano-calendário Além desses dados, a declaração pré-preenchida tem informações relativas a fontes pagadoras, rendimentos, deduções, bens e direitos e dívidas e ônus reais obtidas por declarações repassadas por empresas, planos de saúde, instituições financeiras e companhias imobiliárias à Receita, cabendo apenas confirmar os dados ou alterar, incluir ou excluir informações necessárias. Também são fornecidas informações de identificação, endereço, número de recibo e dependentes. Acesso à declaração pré-preenchida Outra novidade na declaração pré-preenchida é a autorização de acesso para que terceiros acessem o documento sem procuração eletrônica. Segundo a Receita Federal, a novidade ajuda no preenchimento da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física nos casos em que um único membro da família preenche os documentos dos demais. A autorização pode ser concedida no site da Receita Federal, na seção Meu Imposto de Renda <https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/meu-imposto-de-renda>, e no aplicativo de mesmo nome para celular ou tablet. Somente pessoas físicas podem optar pela funcionalidade,
Sem Cerrado, faltará água no Brasil, alertam especialistas
O desmatamento no Cerrado aumentou 14,5% entre janeiro e abril de 2023, sendo o maior dos últimos cinco anos na comparação com o mesmo período. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerando apenas abril, os alertas de desmatamento foram 31% mais intensos este ano, na comparação com 2022. Para os ambientalistas, esses números representam uma ameaça não apenas à biodiversidade e aos povos tradicionais da região, mas podem levar a crises mais amplas no fornecimento de recursos básicos, tais como água, energia e alimentos. Rosângela Corrêa, diretora do Museu do Cerrado e professora da Universidade de Brasília, lembra que a perda da cobertura vegetal nativa provocará mais calor e seca na região. “Um prejuízo inegável para o agronegócio, mas também para toda a população que poderá ficar sem água. Sem Cerrado, o Brasil morrerá de sede!”, alerta. Liliane Farias/Agência Brasil Distribuído em 14 estados e no Distrito Federal, esse bioma abriga 131.991 nascentes, segundo dados do Museu do Cerrado, sendo uma das mais importantes fontes de água do país. O ativista ambiental Nicolas Behr destaca ainda que a degradação do bioma pode afetar o fornecimento de energia em outras regiões. A Bacia do Paraná, responsável pela maior parte da geração de energia elétrica no país, depende de vários rios que nascem em áreas de Cerrado e, em 2021, sofreu a menor vazão já registrada. O risco foi de um apagão no sistema elétrico brasileiro. “A substituição do ecossistema que está acontecendo no Cerrado pode afetar bastante o regime das chuvas e isso aí vai afetar a produção de energia elétrica”, destaca Behr. Esponja do Brasil Das 12 bacias hidrográficas do Brasil, oito nascem em região de Cerrado. Para os ambientalistas, a conversão generalizada das terras para a agricultura degradou o bioma, diminuindo a disponibilidade e a quantidade da água não só na savana, mas também em grandes cidades. “Atualmente, 110 milhões de hectares do Cerrado, ou seja, 49% do total, já foram destruídos, sendo substituídos pelo cultivo extensivo de commodities agrícolas”, explica Corrêa. Pasto para gado, cana-de-açúcar, eucalipto, soja e algodão são algumas das monoculturas que avançam na região, afetando as nascentes e os reservatórios naturais. Museu do Cerrado/Divulgação O Cerrado é um mosaico de paisagens florestais, savânicas e campestres. Com raízes profundas, suas árvores atuam como esponjas, absorvendo a água da chuva para depositá-la em reservatórios subterrâneos chamadas aquíferos. Com a substituição da vegetação nativa por monoculturas, os aquíferos não recebem água e deixam de abastecer as diversas nascentes que alimentam as bacias hidrográficas. “Estou ligado ao Cerrado desde criança, quando eu andava pescando nos rios, comendo frutas, observando a fauna, era uma região bem selvagem e hoje realmente está muito degradada”, comenta Behr, que é cuiabano e cresceu no norte do Mato Grosso. Para ele, o bioma é mais agredido por ser uma vegetação rasteira, visualmente menos exuberante que as florestas. “As pessoas não querem se identificar com as árvores tortas do Cerrado, que é o patinho feio da vegetação brasileira, então pensam que podem tirar, que podem destruir, porque não vale nada”, diz o ativista. Segundo Corrêa, a maior parte da vegetação nativa atualmente se encontra em áreas privadas, o que reforça a necessidade de articulação do governo com o setor. “Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado mostram que a maior parte do desmatamento no bioma segue ocorrendo em propriedades privadas. Em janeiro de 2023, 85% ficou concentrado em áreas privadas”, destaca. O que tem sido feito? Em nota, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) informa que determinou a apuração dos alertas divulgados pelo Inpe, a fim de verificar se foram desmatamentos autorizados pelas autoridades estaduais competentes. O MMA determinou também a verificação das bases legais das autorizações emitidas, bem como a ação imediata do Ibama nos casos de áreas desmatadas de forma irregular. De acordo com a pasta, houve aumento de 169% dos autos de infração no Cerrado de janeiro a abril em relação à média na gestão anterior. Andre Borges/Agência Brasília Atualmente, a Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 504/10, do Senado, que inclui o Cerrado e a Caatinga entre os bens considerados patrimônios nacionais. Segundo a Constituição, atualmente são patrimônios a Amazônia, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira. “É absolutamente necessário aprovarmos a PEC 504/10 como propõe a campanha nacional em defesa do Cerrado para efetivamente demandar a implantação de políticas públicas para impedir o ecocídio do Cerrado e genocídio dos seus povos indígenas e comunidades tradicionais”, afirma Corrêa. Para Behr, a inclusão do bioma nesse texto seria simbolicamente importante, mas não necessariamente beneficiaria a região. “A proteção efetiva é valorizar as populações extrativistas, indígenas, ribeirinhas, buscar uso o sustentado do Cerrado, mas principalmente a criação de mais reservas ecológicas, parques nacionais e áreas protegidas”, aponta. Corrêa também destaca a importância da criação de novas unidades de conservação e do fim da isenção de impostos aos agrotóxicos, além da necessidade de um projeto de lei que proteja de modo especial as áreas de recarga dos aquíferos. Fonte
Dia 13 de maio: comunicadores negros pautam abolição incompleta
A abolição sem reparação, a liberdade sem renda e a migração para cidades sem direito a casas foram algumas das muitas forças sociais e históricas que fizeram os negros subirem os morros e se tornarem maioria nas favelas cariocas. “São os quilombos modernos”, classifica com assertividade o jornalista Rene Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades, exemplo emblemático de como a comunicação popular e antirracista reivindica a liberdade que a Lei Áurea não garantiu à população negra, apesar de ter encerrado oficialmente a escravidão, em 13 de maio 1888. “A abolição é inconclusa [incompleta] porque foram negados a nós muitos dos nossos direitos. Fomos jogados na sociedade para nos virarmos e fazermos nosso corre. E, por isso, as favelas são esses espaços de resistência e de potência, porque é onde está a criação e a inovação das pessoas que foram deixadas para trás”, diz René Silva. Ele coordena redações do Voz nas favelas do Complexo da Alemão, Complexo da Penha e Vidigal, com 80% das equipes formadas por comunicadores pretos. O projeto Voz das Comunidades começou há 17 anos, quando René tinha apenas 11. Desde então, ele foi nomeado um dos 30 brasileiros mais influentes com menos de 30 anos pela Revista Forbes Brasil; foi considerado um dos 100 negros mais influentes do mundo pela organização Mipad, em Nova York, e recebeu o Prêmio Mundial da Juventude durante conferência em Nova Déli, na Índia. Todos esses prêmios reconhecem uma missão que ele define em poucas palavras: “mostrar a realidade da favela às pessoas que moram dentro desses espaços a partir de sua própria perspectiva”. Rio de Janeiro (RJ) – Comunicador Rene Silva fundou o Voz das Comunidades no Complexo do Alemão. Foto: Renato Moura/Voz das Comunidades/Divulgação “O papel da comunicação é de manter as pessoas informadas sobre suas próprias realidades, com uma visão que não seja a mesma tratada pelos grandes veículos de comunicação. Ainda hoje, a maioria das pessoas que moram nas favelas têm acesso principal às emissoras de televisão grandes, que ainda agem de forma preconceituosa e racista em suas pautas”, critica o comunicador. “A gente vê, ainda hoje, grandes jornais e grandes veículos mostrando apenas o tráfico, mortes, tiroteios e coisas do tipo relacionadas às favelas. A gente vê que essa mídia está muito ultrapassada. No Voz das Comunidades, a gente entra nessas pautas, mas não são as pautas prioritárias”. Além de prêmios, a luta para produzir a comunicação popular de dentro da favela rendeu também repressão: em 2016, ele chegou a ser detido quando cobria a remoção da Favelinha Skol, no Complexo do Alemão, com o midiativista e fotógrafo Renato Moura. “Um dos policiais arrancou o celular da minha mão, e eu fui atrás. Nesse momento, ele me deu voz de prisão por estar desobedecendo ordem. Nisso, fui algemado e levado para a delegacia”, disse Rene Silva ao próprio Voz das Comunidades após ser liberado. O contraponto que o jornal comunitário propõe não é esconder a violência, mas humanizar a abordagem, mostrando quando a padaria para de funcionar com um tiroteio, quando o mototáxi precisa interromper a locomoção dos moradores e quando as escolas são obrigadas a parar as aulas. “A gente faz uma comunicação para que as pessoas daqui sejam comunicadas do que está acontecendo, para mantê-las seguras dentro das suas casas. As crianças que moram nas favelas e vão às escolas, muitas vezes, aprendem a se proteger de tiroteios, balas perdidas e operações policiais antes mesmo de aprender a ler e escrever. Nisso também está o quilombo moderno”, contextualiza. “Nosso papel de comunicação, enquanto quilombos que são as favelas, é mostrar o quão potentes nós somos, quanta gente incrível existe aqui dentro, e isso não é falado nos espaços midiáticos convencionais”. O esforço de comunicadores negros como ele está virando o jogo e pautando a mídia hegemônica, avalia Rene Silva, que já foi roteirista e consultor em novelas e programas do Grupo Globo. “O que a gente via de estereótipo na mídia falando sobre a realidade das pessoas pretas no país mudou muito a partir de mídias comunitárias e independentes”, reflete. “A maneira como a gente se comunica certamente impactou na maneira como a grande mídia vem melhorando. Ainda tenho muitas críticas. Há muitos problemas, obviamente, mas acho que melhorou muito e isso tudo tem impactado de forma positiva no progresso das pessoas pretas”. Movimento crescente A coordenadora de graduação da Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas (ECMI/FGV), Renata Tomaz, aponta que a presença de criadores de conteúdo negros nas redes sociais é um movimento crescente, tanto em quantidade de influenciadores e comunicadores quanto em amplitude de temáticas. “Certamente, esses conteúdos têm um papel importante quando a gente fala de práticas antirracistas no debate público, mas eu diria que eles vão além”, avalia a pesquisadora. “Para além de falar de raça e de racismo, essas pessoas estão ali para falar do que elas conhecem. Elas dominam conhecimentos e têm experiências válidas e produtivas que elas podem e querem compartilhar. É crescente também esse movimento de produtores de conteúdo negros e negras promovendo essa subjetividade negra em diferentes setores, camadas e temáticas”. Observar o esforço de seus familiares para superar situações de escassez e garantir um futuro mais sólido para a sua geração ajudou a baiana Amanda Dias a entender que a ancestralidade tem muitas lições financeiras que não estão no discurso hegemônico dos influenciadores de finanças. Somadas à vivência no candomblé e ao estudo da história preta brasileira, as lições aprendidas fizeram a comunicadora de Salvador perceber que tinha muito a compartilhar com outras pessoas que, como ela, não se identificam com histórias de enriquecimento de homens brancos de outros continentes. Foi assim que ela fundou o Grana Preta, uma página de conteúdo em que pauta reflexões sobre emancipação e prosperidade, algo que nada tem a ver com o acúmulo de dinheiro. “A maioria dos influenciadores de finanças têm como mote enriquecer, tornar pessoas ricas. E, quando a gente olha para a riqueza no nosso país, ela vem muito
Ministério da Saúde antecipa multivacinação no Amazonas
A campanha nacional de multivacinação foi iniciada neste sábado (13), em Manaus (AM). Ela visa evitar o reaparecimento de doenças imunopreveníveis já eliminadas no país, como a poliomielite. Pais e responsáveis por crianças e adolescentes de até 15 anos de idade podem procurar uma das 171 salas de vacina da capital amazonense que, neste sábado, funcionarão das 8h às 12h. A partir da próxima segunda-feira (15), as ações para aumentar as coberturas vacinais de crianças e adolescentes se estenderão para as cidades amazonenses fronteiriças. Na sequência, a campanha de multivacinação chegará às demais cidades do estado. Além disso, todo o Amazonas estará mobilizado no dia 20 de maio, quando será realizado o Dia D da Multivacinação. O Ministério da Saúde garante que todos os 62 municípios do Amazonas receberão as doses necessárias dos 18 diferentes imunizantes indicados para crianças e adolescentes de zero a 14 anos de idade, incluindo vacinas contra a covid-19, recomendadas para todas as idades a partir de seis meses, e contra a influenza, indicada para crianças de seis meses a quatro anos. Além disso, em parceria com as secretarias estadual e municipais de saúde, os horários de funcionamento das salas de vacinação serão ampliados e vacinadores serão enviados para áreas de difícil acesso. Poliomielite O ministério decidiu antecipar o início da campanha de multivacinação no Amazonas em razão da recente notificação de casos de poliomielite no Peru, país vizinho ao Brasil e que faz fronteira com o Amazonas e Acre, onde a imunização também será antecipada, com previsão de início até o fim deste mês. “Essa campanha nacional está se iniciando de forma antecipada aqui no Amazonas, após a confirmação de um caso de poliomielite registrado no Peru, país que faz fronteira com os dois estados, no último mês de março”, confirmou, em nota, a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe. Ainda de acordo com a secretaria, desde 1989 não há notificação de caso de pólio no Brasil, mas as coberturas vacinais contra a doença sofreram quedas sucessivas nos últimos anos. Em todo o Brasil, a cobertura ficou em 77,16% no ano passado e em 77,43% no Amazonas. Nos dois casos, longe da meta de 95% para esta vacina. Somando isso à ocorrência da doença em países vizinhos, o Brasil passou a figurar, em 2016, na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) como local de risco muito alto para a reintrodução da doença. Por isso, a mobilização para retomar as altas coberturas vacinais do país, que já foram referência internacional, é algo fundamental. Fonte
Mega-Sena pagará neste sábado prêmio de R$ 3 milhões
A Mega-Sena sorteará neste sábado (13) prêmio de R$ 3 milhões para quem acertar as seis dezenas. As apostas podem ser feitas por pessoas maiores de 18 anos até as 19h, no horário de Brasília, nas lotéricas de todo o país, pelo portal Loterias Caixa ou pelo aplicativo Loterias Caixa. A aposta mínima, de seis dezenas, custa R$ 5. Chances Ganha quem acertar seis, cinco ou quatro números sorteados, dentre os 60 disponíveis no volante de apostas. Para aumentar as chances, é possível marcar até 20 dezenas. O apostador pode, ainda, deixar que o sistema escolha os números, na aposta Surpresinha, e/ou concorrer com os mesmos números por dois, quatro ou oito concursos consecutivos, na aposta Teimosinha. O sorteio deste sábado será realizado a partir das 20h, horário de Brasília, no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo (SP). O evento é transmitido ao vivo pelas redes sociais da Caixa. Fonte
UFMG confirma autoria de imagem sacra de São Francisco a Aleijadinho
O Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG) atribuiu mais uma imagem sacra ao escultor, arquiteto e entalhador Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, artista de renome do barroco brasileiro. A cabeça de São Francisco Penitente – um santo de vestir, representação sacra que era utilizada em procissões – foi devolvida à Paróquia de São Caetano, em Cipotânea, interior de Minas Gerais, em abril. “A gente não tem dúvidas com relação a essa atribuição”, confirmou à Agência Brasil a professora do Departamento de Artes Plásticas da EBA/UFRJ e atual diretora do Cecor, Alessandra Rosado. Ela esclareceu, porém, que o Cecor não emite certificados de autenticidade, mas confirma a autoria das peças a partir dos múltiplos exames efetuados pela equipe do órgão. Produzida em madeira policromada, a imagem de São Francisco Penitente foi encaminhada ao centro para restauração e conservação, em 2016, junto com outras 23 obras, dentro do Projeto Extramuros, financiado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O projeto foi viabilizado por meio de convênio celebrado entre o MPMG, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), a UFMG e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), com o repasse de recursos advindos de medida compensatória obtida com a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta com empreendimento minerário. Todas as obras já foram devolvidas às suas paróquias como de autores desconhecidos, mas somente a de São Francisco Penitente teve a autoria reconhecida. A imagem tem 1,27 metro de altura e pesa aproximadamente 16 quilos (kg). A primeira imagem cuja autoria foi confirmada pelo Cecor como sendo de Aleijadinho foi a de Nossa Senhora da Piedade, da cidade mineira de Felixlandia, há mais de dez anos. A de São Francisco Penitente é a segunda que teve a imagem confirmada como sendo de Aleijadinho. Estudos Alessandra Rosado explicou que, por se tratar de uma imagem de vestir, ela é formada por vários blocos e, desse modo, não tem uma estrutura esculpida de maneira artística. Os estudos referentes à atribuição a Aleijadinho foram feitos na cabeça da escultura. “Porque as mãos e os pés não são do Aleijadinho”. Para comprovar a atribuição ao escultor barroco, foi feito um estudo interdisciplinar, envolvendo profissionais da área de história, conservadores e restauradores e cientistas da conservação. Todas as análises documentais encontradas sobre a peça, histórico, contexto da obra e período em que foi realizada, além da ação de Aleijadinho na região confirmaram a autoria. Os elementos foram alinhados a análises físico-químicas, identificação da madeira, radiografias. “Essas radiografias são importantes porque, como é uma imagem que estava com repintura, isso dificultava a confirmação de sua autoria”. Foi efetuada, então, uma análise mais apurada dos estilemas do artista, que são detalhes ou marcas próprias do escultor como, por exemplo, a forma como ele faz as mechas dos cabelos, o lacrimal dos olhos, o sulco nasolabial, o formato do queixo, da barba, das orelhas. “São estilemas que, no caso do Aleijadinho, são bem conhecidos, mas a repintura dificultava essa leitura”. A pintura foi removida, mas ficou uma repolicromia. Ou seja, como a carnação original foi se perdendo com o tempo e, em um período bem antigo, foi feita uma nova carnação, ou repolicromia, ionformou a diretora do Cecor. Por cima da carnação, tinha outras repinturas que foram removidas. As radiografias permitiram visualizar mais detalhes para efeito de comparação com outras obras do Aleijadinho. Ocorreram também análises das tintas usadas, se eram compatíveis com o período analisado, a forma de utilizá-las. “Tudo isso é trabalhado de forma conjunta com todos os membros da equipe. Isso facilita o entendimento melhor da obra e, também, a conclusão de que é uma obra de autoria do Aleijadinho.” Função devocional A professora destacou que a imagem de São Francisco Penitente é interessante, porque há 40 anos tinha deixado de cumprir sua função devocional e estava guardada na matriz. Foi Marcos Paulo Miranda, que é procurador de Minas Gerais e pesquisador de Aleijadinho, quem viu a imagem e achou que poderia ser uma escultura do Aleijadinho. Ele incluiu a obra para restauração junto com as demais. O documento do Cecor conclui que a imagem foi produzida por Aleijadinho entre 1790 e 1792, na região de Rio Espera, situada a 13 quilômetros de distância de Cipotânea. Segundo Alessandra, a devolução demorou um pouco porque a peça entrou no Projeto Extramuros como uma obra sem autoria e, com todos os estudos, foi constatada a autoria do Aleijadinho. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acharam por bem aguardar até que houvesse maior segurança para a devolução da obra à matriz. A professora lembrou que os estudos ficaram paralisados durante dois anos da pandemia da covid-19. Em seguida, foram retomadas as tratativas para a avaliação da obra e algumas adaptações do espaço da igreja para onde a imagem retornou. Boatos de que alguma das imagens da Paróquia de São Caetano poderia ser de autoria de Aleijadinho surgiu ainda no início do distrito de São Caetano do Xopotó, elevado à categoria de paróquia em 1857, e que receberia o nome de Cipotânea em 1938. Iphan Em nota enviada à Agência Brasil, o Iphan reconheceu que o Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizou um “rigoroso trabalho técnico-científico e interdisciplinar para identificar a autoria do rosto da imagem como sendo de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho”. De acordo com o Iphan, o trabalho exigiu um estudo completo da materialidade da escultura, contemplando desde análise iconográfica e das características formais da peça até análises físico-químicas, radiografias X, análise botânica da madeira, além da importante pesquisa histórica sobre a presença de Aleijadinho na região de Cipotânea ou Rio Espera. “Assim, o Iphan entende que a atribuição de autoria de bens culturais produzidos em períodos remotos, especialmente antes do século 19, é uma tarefa complexa
Agência Brasil explica o esquema de manipulação em jogos de futebol
O noticiário esportivo foi tomado nas últimas semanas por denúncias de esquemas de manipulação de resultados de jogos de futebol para favorecer apostadores. Essas denúncias são resultado de uma operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) chamada de Penalidade Máxima e que envolve jogadores que estiveram em ação em partidas de campeonatos estaduais e das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022. Apostas Atualmente as casas especializadas oferecem várias modalidades de apostas, além do simples resultado de uma partida. É possível palpitar, dentro do chamado mercado secundário, em diferentes eventos que acontecem no decorrer de um jogo, como número de cartões amarelos ou vermelhos, finalizações, escanteios, cobranças de pênaltis, entre outras estatísticas. As apostas são realizadas com diferentes cotações (as chamadas odds), a partir das quais são definidos os valores dos prêmios pagos. Segundo os promotores que atuaram na operação Penalidade Máxima, organizações criminosas subornavam atletas profissionais de futebol para praticarem determinados eventos em partidas oficiais, como cometer pênaltis ou tomar cartões amarelos ou vermelhos, fazendo com que os apostadores envolvidos no esquema acertassem uma aposta feita previamente. Denunciados O MP-GO apontou a participação de alguns jogadores no esquema fraudulento. Entre eles está o zagueiro Eduardo Bauermann, afastado pelo Santos de forma preventiva. Além do atleta do Peixe, foram denunciados os atletas Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (que atuou no Sergipe). Mais nove pessoas (apostadores e membros da organização criminosa) também foram apontadas na denúncia, que, segundo o MP/GO, “esmiúça 23 fatos criminosos ocorridos durante as partidas, nas quais jogadores se comprometeram a cometer faltas para receber cartões e a cometer pênaltis. A organização criminosa visava apostar nos resultados e eventos induzidos e, desta forma, obter elevados ganhos”. Após a denúncia inicial, prints de conversas de apostadores que estão sob investigação pelo MP-GO chegaram a conhecimento público. Nessas trocas de mensagens apareceram nomes de jogadores que não foram denunciados. Alguns foram afastados de forma preventiva pelas atuais equipes, como Vitor Mendes (Fluminense), Pedrinho (Athletico-PR), Bryan García (Athletico-PR), Richard (Cruzeiro), Maurício (Internacional), Nino Paraíba (América-MG), Raphael Rodrigues (Avaí), Alef Manga (Coritiba) e Jesús Trindade (Coritiba). Descoberta do esquema A investigação do Ministério Público de Goiás surgiu em fevereiro, a partir de uma denúncia feita pelo presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo. Naquela oportunidade, o dirigente revelou que o meia Marcos Vinícius Alves Barreira, mais conhecido como Romarinho (que teve o contrato rescindido em 2022), aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti na primeira etapa do jogo contra o Sport, pela Série B. Posteriormente, em abril, o MP-GO ampliou o escopo das investigações, passando a apurar possíveis eventos irregulares em partidas da Série A. Nesta semana, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal (PF) instaurasse inquérito para investigar indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, iniciativa que tem apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Mesmo com a descoberta do esquema criminoso, a entidade máxima do futebol nacional afastou qualquer possibilidade de interromper a edição atual do Campeonato Brasileiro e afirmou que trabalha “em conjunto com a Fifa [Federação Internacional de Futebol] e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação”. Regulamentação As apostas esportivas foram instituídas no Brasil em 2018, com a publicação da Lei 13.756. Porém, a atividade ainda carece de regulamentação. Na quinta-feira (11), o Ministério da Fazenda informou que editará uma medida provisória para regularizar o mercado no país. O texto foi encaminhado aos ministérios coautores (Planejamento, Gestão, Saúde, Turismo e Esportes) e será levado à Casa Civil, após avaliação e assinatura, antes de ser submetido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto se debruça especificamente sobre a regulamentação de apostas de quota fixa, conhecidas como mercado de bets. Segundo a Fazenda, a partir desse processo, os ministérios terão a possibilidade de editar portarias com regras para criar mecanismos que evitem e coíbam os casos de manipulação de resultados. Fonte
Flamengo visita Bahia na abertura da 6ª rodada do Brasileiro
O Flamengo visita o Bahia, a partir das 16h (horário de Brasília) deste sábado (13) na Arena Fonte Nova, na partida que marca a abertura da 6ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. A Rádio Nacional transmite o confronto ao vivo. Nesta partida o Rubro-Negro, que ocupa a 12ª posição da classificação com seis pontos, busca a segunda vitória consecutiva na competição (após bater o Goiás por 2 a 0 na última quarta-feira) para tentar se aproximar dos primeiros colocados da tabela. Após a vitória diante do Goiás, o Mengão treinou nesta quinta (11), no Ninho do Urubu! 🔴⚫ #VamosFlamengo 📸: Gilvan de Souza /CRF pic.twitter.com/BM3iRP36T9 — Flamengo (@Flamengo) May 11, 2023 Porém, para vencer fora de casa a equipe da Gávea terá de superar um grande desfalque, o do centroavante Pedro, que sofreu lesão na coxa direita no momento em que abriu o placar diante do Goiás no estádio do Maracanã na última rodada. Outra dificuldade da equipe Rubro-Negra é a intensa sequência de partidas (por Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores). Em entrevista coletiva, o técnico argentino Jorge Sampaoli afirmou que o grande número de jogos tem dificultado o seu trabalho: “É complicada uma sequência de jogos tão seguida com pouco tempo de recuperação, além de uma preparação na qual não estive. Para o que penso de futebol, a equipe ainda não encontrou a forma física, técnica e coletiva. Então, temos que pensar bem o jogo, porque, individualmente, o time se desgasta a cada jogo”. Se o Flamengo vem de vitória, o Bahia tenta retomar os triunfos após uma doída derrota de 3 a 0 para o Santos na última quarta na Vila Belmiro. Segundo o técnico Renato Paiva, sua equipe fez sua pior apresentação na atual edição da competição nacional: “Não defendemos bem, não atacamos bem, não construímos bem, não criamos bem”. Já de olho no Flamengo, elenco tricolor treinou na manhã desta quinta-feira, ainda em São Paulo.Saiba como foi no #SócioDigital ➡️ https://t.co/e4ECuHGfiA#BBMP pic.twitter.com/w1SJvk59fv — Esporte Clube Bahia (@ecbahia) May 11, 2023 Para tentar mudar este panorama, diante de um adversário tão qualificado como o Rubro-Negro da Gávea, o comandante do Bahia afirmou, em coletiva, que considera o apoio da torcida fundamental: “Conto com o apoio da Fonte Nova cheia, contra um adversário difícil, com mudança de treinador, mas recheado de excelentes jogadores. Hoje [contra o Santos] não fomos competitivos. Nosso desafio é voltar a ser competitivo, dividir o jogo com o Flamengo e não prevalecer essa imagem de hoje”. Triunfar é fundamental para a equipe baiana continuar buscando as primeiras posições da tabela. O Bahia inicia a rodada na 13ª posição com seis pontos. Transmissão da Rádio Nacional A Rádio Nacional transmite Bahia e Flamengo com a narração de André Marques, comentários de Waldir Luiz, reportagem de Rodrigo Ricardo e plantão de Rodrigo Campos. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui: Fonte