Sine Amazonas divulga 39 vagas de emprego para esta segunda-feira
O Governo do Amazonas, por meio do Sistema Nacional de Empregos do Amazonas (Sine/AM), administrado pela Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp), órgão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), divulga a oferta de 39 vagas de emprego para esta segunda-feira (05/06). Os interessados em concorrer às vagas devem acessar o site (http://empregabrasil.mte.gov.br) para fazer a solicitação de cadastro, ou comparecer na sede do Sine Amazonas, localizada na Galeria+, avenida Djalma Batista, 1.018 (entre o Amazonas Shopping e o Manaus Plaza Shopping). A distribuição das senhas e atendimento são realizados das 8h às 14h. Para o cadastro, devem apresentar comprovante de vacinação (Covid-19), currículo e documentos pessoais (RG, CPF, PIS, CTPS, comprovante de escolaridade e residência). Não é necessário apresentar cópias, somente os documentos originais. As oportunidades de emprego são de diversas empresas e instituições do Amazonas, e os detalhes das vagas serão informados pelos empregadores. Portal do Trabalhador O candidato também poderá concorrer às vagas acessando o Portal do Trabalhador (www.portaldotrabalhador.am.gov.br), no qual irá anexar o currículo na vaga pretendida. Caso esteja dentro do perfil, a equipe de captação entrará em contato. 01 VAGA: ESTAGIÁRIO I Escolaridade: Ensino Técnico cursando Auxiliar ou Técnico em Saúde Bucal no período Matutino; Sem experiência na função. OBS: Ter disponibilidade de horário, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: ESTAGIÁRIO II Escolaridade: Ensino Superior Cursando a partir de 4º período em Contabilidade ou Administração; Sem experiência na função. OBS: Com experiência em Pacote Office, disponibilidade de horário, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: EMPREGADA DOMÉSTICA Escolaridade: Ensino Fundamental completo; Com experiência na função. OBS: Ter disponibilidade de horário, documentação completa e currículo atualizado. 02 VAGAS: PINTOR DE AUTOS Escolaridade: Ensino Médio completo; Com experiência na função. OBS: Ter experiência em pintura veicular em geral, disponibilidade de horário, documentação completa e currículo atualizado. 04 VAGAS: ELETRICISTA VEICULAR Escolaridade: Ensino Médio completa; Com experiência na função. OBS: Ter experiência em elétrica automotiva em geral, ter curso na área de elétrica veicular, disponibilidade de horário, documentação completa e currículo atualizado. 02 VAGAS: ROÇADOR Escolaridade: Ensino Fundamental completa; Com experiência na função. OBS: Ter conhecimentos na área, disponibilidade de horário, documentação completa e currículo atualizado. 06 VAGAS: TÉCNICO DE REFRIGERAÇÃO DE AUTOS Escolaridade: Ensino Médio completo; Com experiência na função. OBS: Possuir experiência em refrigeração automotiva em geral, ter cursos na área, disponibilidade de horário, documentação completa e currículo atualizado. 02 VAGAS: TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Escolaridade: Ensino Técnico Completo em Segurança do Trabalho; Com experiência na função. Obs: Ter experiência com normas de segurança na área de serviços (EPI’S, controle de EPI’S, treinamentos, DDS, levantamento de riscos auditorias de SMS e controle de documentos pertinentes ao setor do SESMT), conhecimento de normas de segurança para uso de máquinas e equipamentos, ter registro ativo no MTE, experiência em liderança, Pacote Office, possuir CNH categoria “B”, ter cursos de NR-12, NR-18, NR-20, NR-33, NR-35, e outras NR’S pertinentes à função, ter disponibilidade para trabalho em regime de escala, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: SUPERVISOR DE DEPARTAMENTO PESSOAL GENERALISTA Escolaridade: Ensino Médio completo; Com experiência na área. OBS: Ter conhecimento em CLT, eSocial, cálculos trabalhistas, envio de encargos sociais (SEFIP, GRRF, DCTFWEB), recrutamento e seleção e afins, ter cursos na área de Departamento Pessoal e Recursos Humanos será um diferencial, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: OFICIAL DE MANUTENÇÃO Escolaridade: Ensino Médio completo; Com experiência na função. OBS: Ter experiência com serralheria, conhecimento em soldagem em geral, ter cursos de NR-35 e NR-11 será um diferencial, disponibilidade de horário, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: MECÂNICO DE EMPILHADEIRA Escolaridade: Ensino Médio Completo; Com experiência na área. OBS: Ter experiência em mecânica de empilhadeiras a combustão, conhecimento em manutenção preventiva e corretiva, ter CNH categoria “B” será um diferencial, documentação completa e currículo atualizado. 01 VAGA: ASSISTENTE COMERCIAL Escolaridade: Ensino Médio Completo ou Superior Cursando Administração; Com experiência na área. OBS: Ter domínio em Pacote Office, experiência com indicadores, documentação completa e currículo atualizado. VAGAS EXCLUSIVAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PCD) 10 VAGAS: REPOSITOR (PCD) Escolaridade: Ensino Médio Completo; Primeiro emprego. OBS: Ter documentação completa, currículo e laudo médico atualizado. 02 VAGAS: OPERADOR DE CAIXA (PCD) Escolaridade: Ensino Médio Completo; Com experiência na área. OBS: Ter conhecimento em Informática básica, documentação completa, currículo e laudo médico atualizado. 02 VAGAS: AUXILIAR DE ESTOQUE (PCD) Escolaridade: Ensino Médio Completo; Com experiência na área. OBS: Ter conhecimento em Informática Básica, documentação completa, currículo e laudo médico atualizado. 02 VAGAS: CARREGADOR DE ARMAZÉM (PCD) Escolaridade: Ensino Fundamental Completo; Com experiência na área. OBS: Ter conhecimento em Pacote Office, documentação completa, currículo e laudo médico atualizado. FOTO: Henrique Miranda/Setemp Fonte
Um ano após morte de Dom e Bruno, indígenas pedem investigação ampla
No aniversário de um ano do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari (AM), as reivindicações principais da população indígena não mudaram. Os pedidos de investigação mais apurada sobre o crime e de políticas públicas que garantam a segurança na região continuam na ordem do dia. Segunda maior terra indígena do brasil, o Vale do Javari fica nos municípios de Atalaia do Norte e Guajará, no Amazonas. A região abriga a maior concentração de povos isolados em todo o mundo, com 64 aldeias de 26 povos e cerca de 6,3 mil pessoas, mas enfrenta problemas como a pesca ilegal, a retirada de madeira e o narcotráfico. O procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliesio Marubo, diz que a investigação deve ser abrangente e não se concentrar apenas nos autores do crime, mas nos agentes que apoiam atividades predatórias no Vale do Javari. “A questão da investigação em cima do grupo que dá sustentação política àquele conjunto de atividades ilegais que funcionam na região. Um outro ponto que também é necessário que se investigue é o caminho do crime na região. É necessário que essa investigação analisando esses dois pontos aconteça justamente para que a gente garanta a segurança da região, não só para terra indígena como também para a população do entorno”, diz Marubo. O representante da Univaja também pede mais articulação entre as políticas de Estado para proporcionar, de forma permanente, segurança para as populações nativas do Vale do Javari. Ele se queixa de que medidas sugeridas durante a transição para o atual governo ainda não saíram do papel. “O policiamento ostensivo nos moldes que nós propusemos ao governo, ao atual governo, na comissão de transição, a prioridade que nós indicamos dentro dos 100 dias de governo também não aconteceram e isso faz com que a região fique mais vulnerável”, declara. Providências Para a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, é preciso reforçar as estruturas e garantir uma política mais permanente na região. Para isso, o órgão ajusta um termo de cooperação entre organizações indígenas e conta com a ajuda de todo o governo. “É necessário investir para que haja prioridade para fazer o fortalecimento dessas fases, em que os outros órgãos dos ministérios possam também compartilhar a responsabilidade de uma política de proteção mais permanente. E que possa ter também respeito a esses direitos por parte do próprio Estado nas terras indígenas”, diz Wapichana. Na última sexta-feira (2), o Ministério dos Povos Indígenas criou um grupo de trabalho para combater a criminalidade na região. O grupo será formado por dez ministérios, Funai, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e terá representantes do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e da própria Univaja. Wapichana, critica a gestão anterior do órgão. Ela diz que a fiscalização e o diálogo com os indígenas foram deixados de lado e considera que a fundação teve responsabilidade no crime. “Se eu estou vendo que há uma ameaça de morte, ameaça a servidores, eu tenho que caminhar para entender. Depende de uma força de segurança. Digamos assim, [uma força] para que dê suporte a essa segurança. Então assim, naquele momento é que mais frágil em que se deu a morte de Bruno, não houve condições de proteção seu próprio servidor”, analisa. Justiça Foi exatamente a busca de Dom e de Bruno por provas contra criminosos no Vale do Javari que motivou o assassinato. Suspeito de ser o mandante do crime, o empresário Rubens Villar Pereira foi posto em liberdade provisória em outubro do ano passado mediante fiança de R$ 15 mil. Atualmente, três pessoas acusadas de participação nas mortes estão presas, aguardando julgamento. No mês passado, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu colher novos depoimentos dos réus Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima, que tiveram o primeiro depoimento anulado. As autoridades policiais colocaram sob suspeita pelo menos oito pessoas, por possível participação nos homicídios e na ocultação dos cadáveres. Há três semanas, o ex-presidente da Funai Marcelo Xavier foi indiciado por omissão no caso. O ex-vice presidente Alcir Amaral Teixeira também foi indiciado. A Polícia Federal considera que o órgão não tomou providência após saber do risco que o indigenista corria. Legados Como recordação, os amigos e parentes guardam as últimas fotos dos dois com vida. As imagens foram recuperadas do celular de Bruno, encontrado por indígenas do Vale do Javari quatro meses após o assassinato. Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos em 5 de junho do ano passado, quando viajavam para entrevistar líderes indígenas e ribeirinhos em comunidades próximas ao Vale do Javari. O jornalista preparava um livro sobre a Amazônia. Licenciado da Funai desde 2020, o experiente indigenista trabalhava como consultor técnico da Univaja e acompanhava Dom Phillips na missão. Desde que conheceu a Amazônia, em 1998, Dom se encantou pelo local. “Acho que todo mundo que vai para a Amazônia assim fica um pouco impactado porque é uma grandiosidade de vida ali, né? O Dom se deu conta disso tanto que ele falava, né? Ele falava que via Deus na natureza”, recorda a viúva do jornalista britânico, Alessandra Sampaio. Em relação a Bruno Pereira, Eliesio Marubo lembra que o servidor licenciado da Funai tinha uma atuação completa, que não se restringia ao estudo das comunidades indígenas. “O Bruno é considerado um grande nome do indigenismo brasileiro, pois sua atuação não estava calcada apenas no trabalho em si. Há toda uma preocupação não só com os povos indígenas, mas também com as comunidades do entorno das terras indígenas”, ressalta. Segundo a viúva de Dom Phillips, o respeito aos povos indígenas e da Amazônia é um dos legados que o jornalista e o indigenista deixaram para o mundo. “Acho que o Dom e o Bruno viram isso claramente. Conviviam com essas pessoas, com as riquezas que essas pessoas traziam, como
Em momentos opostos, Vasco e Fla disputam clássico pelo Brasileiro
Vivendo momentos opostos na temporada, Vasco e Flamengo disputam clássico pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro, a partir das 20h (horário de Brasília) desta segunda-feira (5) no estádio do Maracanã. A Rádio Nacional transmite a partida ao vivo. Ocupando a penúltima posição da classificação da competição nacional com seis pontos conquistados, o Cruzmaltino tem um início de temporada muito negativo. Fora da Copa do Brasil e sem disputar uma competição internacional, a equipe de São Januário soma oito partidas sem vitórias no Brasileiro, com uma sequência de três derrotas consecutivas, a última de 2 a 0 para o Fortaleza no estádio do Castelão. Registros do treino desta sexta no CT Moacyr Barbosa ✅💢 📸: Daniel Ramalho | #VascoDaGama pic.twitter.com/hxkzAS2DEt — Vasco da Gama (@VascodaGama) June 2, 2023 Segundo o auxiliar da equipe profissional do Cruzmaltino, Claudio Maldonado, a equipe tem se esforçado para retomar o caminho das vitórias: “Sempre tentamos trabalhar na semana, trabalhar muito para entrar e competir em cada jogo no nível máximo. Não temos o que reclamar dos jogadores, pois cada um está indo no limite. Eles sentem o momento que estamos passando, mas temos que ter sabedoria de saber que ainda há muitos jogos a serem disputados no Brasileiro. Estamos numa posição que não gostaríamos, mas sabemos que há uma evolução do time”. Um reforço para o clássico é o atacante Pedro Raul, que cumpriu suspensão na última rodada. Já a lateral-direita deve ter o retorno do uruguaio Pumita Rodríguez. Com isso, o Vasco deve entrar em campo com: Léo Jardim; Pumita, Capasso, Léo e Piton; Jair, Galaza, Carabajal e Alex Teixeira; Pec e Pedro Raul. Apesar de ainda não ocupar as primeiras posições do Brasileiro, o Flamengo vive um momento de retomada na temporada, em especial após a vitória de 2 a 0 sobre o Fluminense, na última quinta-feira (1), que lhe valeu a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil. Após a classificação na Copa do Brasil, o Mengão voltou a trabalhar neste sábado (03), no CT! 🔴⚫ #VamosFlamengo 📸: Marcelo Cortes /CRF pic.twitter.com/dEfog5ZeGo — Flamengo (@Flamengo) June 3, 2023 Ao ser questionado sobre os próximos desafios do Rubro-Negro, Jorge Sampaoli afirmou, em entrevista concedida após a classificação na Copa do Brasil, que sua equipe tem que estar preparada: “O Flamengo tem que estar preparado. Penso já no clássico de segunda-feira [contra o Vasco]. Depois penso no Racing [próximo compromisso pela Libertadores]. Não posso pensar no Racing antes do Vasco. Penso que no clube que estou, que na minha carreira é o maior que já estive, tenho que pensar jogo a jogo. Essa é a mentalidade”. Porém, para o clássico com o Vasco, o técnico argentino tem alguns problemas para escalar seu time. Com um desconforto no músculo posterior da coxa esquerda, o zagueiro Léo Pereira é desfalque certo. Outra possível ausência é o atacante Gabriel Barbosa, que no Fla-Flu saiu de campo com muitas dores na perna esquerda. Assim, um possível Flamengo para o jogo é: Matheus Cunha; Wesley, Fabrício Bruno, David Luiz e Ayrton Lucas; Pulgar, Pablo Maia, Gerson e Arrascaeta; Pedro e Gabigol (Everton Cebolinha). Transmissão da Rádio Nacional A Rádio Nacional transmite Vasco e Flamengo com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz, reportagem de Rodrigo Campos e plantão de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui: Fonte
Assassinato de Bruno e Dom completa um ano; veja linha do tempo
O jornalista inglês Dom Phillips chegou a Atalaia do Norte (AM) no começo de junho de 2022, com o propósito de entrevistar lideranças indígenas e ribeirinhos para um novo livro-reportagem que planejava escrever. Colaborador do prestigiado jornal britânico The Guardian, Phillips já tinha um nome provisório para sua futura obra: Como Salvar a Amazônia. Além de já ter estado na região algumas vezes e de falar bem o português, o inglês de 57 anos viajaria na companhia do experiente indigenista Bruno Araújo Pereira. Ex-servidor da então Fundação Nacional do Índio (Funai, que hoje se chama Fundação Nacional dos Povos Indígenas), o pernambucano de 41 anos chegou à cidade poucos dias antes de Phillips e do início daquela que seria a última viagem da dupla. Bruno estava licenciado da Funai desde o início de fevereiro de 2020. Servidor de carreira da fundação, ele tinha sido dispensado da Coordenação-Geral de Indígenas Isolados e de Recente Contato apenas quatro meses antes. Insatisfeito com os rumos que a equipe de governo do então presidente Jair Bolsonaro impunha à política indigenista, Pereira optou por se licenciar para “tratar de assuntos pessoais” e passou a trabalhar como consultor técnico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). “O Bruno é considerado um grande nome do indigenismo brasileiro. Sua atuação não estava calcada apenas no trabalho em si. Havia toda uma preocupação não só com os povos indígenas, mas também com as comunidades do entorno das terras indígenas”, disse à Agência Brasil o procurador jurídico da Univaja, Eliesio Marubo. À frente de projetos que buscavam garantir às comunidades proteger seus territórios e os recursos naturais neles existentes, o indigenista seguia contrariando os interesses de grupos que ameaçam o bem-estar e a integridade de parte da população local. Em função de sua atuação, recebeu mais de uma ameaça de morte, devidamente relatadas ao Ministério Público. Insegurança Localizada na tríplice fronteira amazônica (Brasil, Colômbia e Peru), Atalaia do Norte tem cerca de 21 mil habitantes que, há décadas, convivem com as consequências da presença insuficiente do Poder Público e do avanço de garimpeiros, madeireiros e pescadores ilegais sobre a região. Pressão que se faz sentir principalmente sobre a Terra Indígena Vale do Javari – segunda maior área do país destinada ao usufruto exclusivo indígena e a que abriga a maior concentração de povos isolados em todo o mundo. Em 2010, Atalaia do Norte registrou o terceiro pior resultado nacional no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Desde então, aos problemas decorrentes da cobiça despertada pelos recursos naturais somaram-se às consequências da atuação de organizações criminosas dedicadas ao tráfico internacional de drogas e da falta de alternativas econômicas para a população. Na cidade, em 2020, apenas 7% da população de 15 mil habitantes tinha uma ocupação econômica regular, segundo o IBGE. Foi neste contexto que Bruno e Phillips deixaram Atalaia do Norte no dia 3 de junho. Segundo a Univaja, o indigenista tinha agendado reuniões e encontros com lideranças de ao menos cinco comunidades localizadas fora do território indígena e levaria o jornalista inglês com ele. Viajando em uma lancha a motor pertencente à Univaja, os dois chegaram às proximidades de uma base de vigilância da Funai, no Rio Ituí, na região conhecida como Lago Jaburu, ainda no mesmo dia 3 de junho. Esta primeira parada proporcionaria a Phillips entrevistar integrantes de uma das equipes de vigilância indígena mantidas pela Univaja. No domingo (5), os dois deixaram o local logo cedo, com destino à comunidade São Rafael, onde Bruno se encontraria com um líder comunitário conhecido pelo apelido de Churrasco, que não encontraram em sua casa. Após conversar com a esposa da liderança, a dupla seguiu viagem. Por segurança, Bruno sempre comunicava, antecipadamente, à Univaja toda sua movimentação. Ele previa percorrer os 72 quilômetros até Atalaia do Norte em cerca de duas horas, chegando com Dom à cidade por volta das 9h daquele domingo. Porém, eles nunca chegaram ao destino. Desaparecidos Bruno e Dom desapareceram logo após serem vistos navegando próximo à comunidade São Gabriel, povoado vizinho a São Rafael, último lugar em que pararam. Com o avançar das horas e sem notícias da dupla, a Univaja acionou suas equipes mais próximas para que realizassem buscas. No início da tarde, uma primeira embarcação partiu de Atalaia do Norte. Poucas horas depois, um segundo grupo saiu de Tabatinga, em uma embarcação maior. No dia seguinte (6), quando surgiram as primeiras informações de que um jornalista estrangeiro tinha desaparecido em plena Floresta Amazônica, os órgãos públicos passaram a tratar o assunto publicamente. A Marinha informou à imprensa que tinha sido notificada do desaparecimento naquela manhã e que já tinha enviado uma equipe de busca e salvamento da Capitania Fluvial de Tabatinga para o local. A PF também informou que “diligências” já estavam sendo “empreendidas” e logo seriam detalhadas. Na prática, contudo, as equipes da Univaja seguiam tocando sozinhas as buscas iniciais a Bruno e Phillips, então considerados desaparecidos. Limitando-se a informar que estava acompanhando o caso, a diretoria da Funai se apressou a destacar que, embora Bruno continuasse pertencendo ao quadro de servidores da fundação, não tinha viajado ao Vale do Javari em missão institucional, pois estava de licença para “tratar de interesses particulares”. Quatro dias depois de Bruno e Dom desaparecerem na selva, ou seja, na quinta-feira (9), o então presidente da fundação, Marcelo Xavier, participou do programa A Voz do Brasil e disse que a dupla tinha ingressado em território indígena sem avisar ou pedir a autorização dos órgãos responsáveis. “A Funai não emitiu nenhuma permissão para ingresso. É importante que as pessoas entendam que, quando se vai entrar numa área dessas, existe todo um procedimento”, disse Xavier antes de complementar: “É muito complicado quando duas pessoas apenas decidem entrar na terra indígena sem nenhuma comunicação aos órgãos de segurança e à Funai.” “O Bruno e o Dom não estavam dentro da terra indígena. Mesmo que estivessem, o Bruno estava exercendo uma função própria da organização indígena, prestando auxílio a uma das equipes da Univaja, na condição de consultor técnico. E nós, indígenas, bem como nossas organizações,