Não interessa uma Rússia debilitada, diz ex-chanceler brasileiro

O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou, nesta segunda-feira (26), que o Brasil tem todo interesse em que a Rússia volte à normalidade. “Não interesse a ninguém uma Rússia debilitada, enfraquecida. Acredito que vai voltar à normalidade”, disse Amorim sobre a rebelião armada de membros do grupo Wagner (antigos aliados do governo russo). A declaração foi dada pelo ex-chanceler no Palácio do Itamaraty, em Brasília, ao acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na recepção ao presidente da Argentina, Alberto Fernández. Amorim é o encarregado de Lula para tentar estabelecer discussões para um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Entre abril e maio deste ano, Celso Amorim também esteve em Moscou, capital russa, e em Kiev, capital ucraniana, em diálogo com os presidentes dos dois países para conhecer suas exigências para encerrar o conflito. Desde o início do mandato, o presidente Lula manifesta intenção de reunir um grupo de países neutros para negociar o fim do conflito. No último fim de semana, Amorim estava em Copenhague, na Dinamarca, em uma conferência sobre a Ucrânia, quando houve o anúncio da rebelião armada contra o exército do presidente da russo, Vladimir Putin. Aliado de longa data de Putin, Yevgeny Viktorovich Prigozhin lidera um exército privado que inclui milhares de combatentes recrutados nas prisões russas. Os homens enfrentaram os combates mais ferozes da guerra na Ucrânia. De acordo com apurações da Agência Reuters, Prigozhin protestou durante meses contra os altos escalões do exército regular, acusando os generais de incompetência e de reter munição de seus combatentes. Neste mês, ele desafiou ordens para assinar um contrato que colocava suas tropas sob o comando do Ministério da Defesa. Segundo a Reuters, os combatentes do exército privado Wagner estavam a caminho da capital e ocuparam a cidade de Rostov. O presidente Putin classificou a rebelião como “facada nas costas”. Fonte

PC-AM busca informações sobre homem que desapareceu após sair para trabalhar no bairro Cidade Nova

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops), busca informações sobre paradeiro de José de Nazaré da Costa Ribeiro Junior, 42, que está desaparecido desde sexta-feira (23/06), por volta das 14h, quando saiu de casa, na rua Frankfurt, bairro Cidade Nova, zona norte, para ir trabalhar. Conforme o Boletim de Ocorrência (BO), José de Nazaré saiu na data e horário mencionados, em sua motocicleta de marca Yamaha, modelo YBR 125i, de cor vermelha, mas até o momento não retornou e nem deu notícias aos familiares sobre seu paradeiro. Colaboração A PC-AM solicita a quem saiba a localização do desaparecido, que as informações sejam repassadas por meio do número (92) 3667-7713, disque-denúncia da Deops, bem como pelo 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). A Deops está localizada nas dependências do 12º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na avenida Professor Nilton Lins, conjunto Parque das Laranjeiras, bairro Flores, zona centro-sul. FOTO: Divulgação/PC-AM Fonte

Ações policiais prenderam 48 pessoas no Amazonas durante o fim de semana

Entre a manhã de sexta-feira (23/06) e as primeiras horas desta segunda-feira (26/06), 48 pessoas foram presas e um adolescente foi apreendido durante ações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), por meio da Polícia Militar do Amazonas (PMAM). As prisões foram efetuadas em Manaus e nos municípios de Carauari, Coari, Humaitá, Itacoatiara, Atalaia do Norte, Lábrea, Manacapuru, Nova Olinda do Norte e Rio Preto da Eva. Ao todo, as equipes policiais tiraram de circulação 12 armas de fogo, 68 munições, R$617,15 em espécie e, aproximadamente, 400 porções de entorpecentes. A maioria das prisões foi efetuada por suspeita dos presos terem envolvimento em crimes de porte ilegal de arma de fogo, roubo e tráfico de drogas. Policiais militares da Força Tática prenderam um homem, de 21 anos, pelo crime de tráfico de drogas, no bairro Jorge Teixeira, na zona leste de Manaus. Com o suspeito foram encontradas 40 porções de maconha, uma pistola, dois celulares e R$20 em espécie. O homem foi conduzido para o 14º Distrito Integrado de Polícia (DIP). No bairro Tancredo Neves, na zona leste da capital, um homem foi preso pelo crime de tráfico de drogas, por policiais militares da 4ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom). Com o suspeito os policiais apreenderam 15 trouxinhas de cocaína, 11 trouxinhas de oxi, 15 trouxinhas de maconha, uma porção média de cocaína, uma porção de pasta-base, uma porção média de oxi, duas balanças de precisão e R$19 em espécie. O suspeito foi encaminhado para o 14ºDIP. Um homem, 19, foi preso por policiais militares da Ronda Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), pelo crime de tráfico de drogas, na Cachoeirinha, na zona sul da capital. Com o suspeito foram encontrados 179 cigarros de maconha. O suspeito foi conduzido para o 1° DIP. Interior No município de Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros de Manaus), policiais militares prenderam dois homens, que não tiveram as identidades divulgadas. Os policiais apreenderam, com os suspeitos, 51 porções de oxi, 16 porções de maconha, uma porção de cocaína, duas pistolas com 18 munições e uma balança de precisão. Os suspeitos foram encaminhados para o 36ºDIP. FOTOS: Divulgação/SSP-AM Fonte

Lula recebe Fernández, no quarto encontro dos dois líderes em 2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta segunda-feira (26), o presidente da Argentina, Alberto Fernández, no Palácio do Planalto, em Brasília. O argentino chegou por volta das 13h15 e, na sequência da reunião privada, os dois almoçam no Palácio Itamaraty. Até o momento, não há previsão de declaração à imprensa. Maiores parceiros comerciais do Brasil na América do Sul, os argentinos enfrentam uma grave crise econômica, com desvalorização da moeda local, perda do poder de compra e altos índices inflacionários. Uma seca histórica também afeta as safras de grãos da Argentina, aprofundando a crise e colocando em risco as metas acordadas pelo país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no pagamento das dívidas. Lula tem articulado iniciativas de ajuda ao país vizinho, principalmente para evitar queda nas exportações brasileiras. No mês passado, no Japão, o brasileiro conversou com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, sobre a situação econômica da Argentina, além de buscar apoio junto ao Brics – bloco econômico integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Diplomacia Presidentes dos países da América do Sul se reuniram em Brasília no final de maio – Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil Desde janeiro, Lula e Fernández encontraram-se quatro vezes. Além da posse de Lula, em janeiro, em Brasília, o presidente brasileiro fez uma visita oficial à Argentina na sua primeira viagem internacional nesse terceiro mandato. Na ocasião, em 23 de janeiro foi assinada declaração conjunta com múltiplos compromissos. Já Fernández veio outras duas vezes a Brasília, em maio – uma para se reunir diretamente com o presidente Lula e outra para participar da cúpula de presidentes sul-americanos. A visita de Estado desta segunda-feira ocorre a convite de Lula no contexto de celebração dos 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países. A Argentina foi o primeiro país a reconhecer a independência e estabelecer relações com o Brasil. O governo brasileiro ainda atribui caráter “estratégico e prioritário” às relações com o país vizinho, “eixo fundamental do Mercosul [bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai] e do processo de integração sul-americana”. A Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil. Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina alcançaram o valor de US$ 15,3 bilhões. As importações de produtos argentinos, por sua vez, chegaram a US$ 13 bilhões. “O comércio bilateral, marcado por seu alto valor agregado, tem papel estratégico para o desenvolvimento e industrialização dos dois países”, avaliou o Ministério das Relações Exteriores. Fonte

Mudança de sexo em cartório cresce 100% em cinco anos de permissão

Passados cinco anos desde a autorização nacional para que os cartórios de registro civil brasileiros realizem mudanças de nome e sexo de pessoa transgênero, o número de alterações cresceu quase 100% no país e hoje mais de 10 mil atos foram realizados sem necessidade de procedimento judicial e nem comprovação de cirurgia. Regulamentada em todo o país em 2018, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a mudança de sexo em cartório foi regulada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e passou a vigorar em junho do mesmo ano. No primeiro ano de vigência – junho de 2018 a maio de 2019 — foram feitas 1.916 alterações e, no último ano – junho de 2022 a maio de 2023 – houve 3.819 mudanças de gênero, aumento de 99,3%. Os números constam da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), base de dados nacional de nascimentos, casamentos e óbitos administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), que reúne os 7.757 cartórios de registro civil do país. “O que vemos são as pessoas cada vez mais cientes de seus direitos e querendo fazer prevalecer na prática a sua personalidade e a sua autodeterminação”, disse, em nota, o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli, “Trata-se de mais um princípio relacionado à dignidade da pessoa humana e que encontra no Cartório de Registro Civil um procedimento muito mais prático e ágil do que a antiga opção de recorrer ao Poder Judiciário”, completou. Os dados dos cartórios de registro civil mostram ainda que os dois últimos períodos de vigência da norma foram aqueles em que houve maior crescimento. No período de junho de 2021 a maio de 2022 houve aumento de 57,6% em relação ao período anterior, quando os atos passaram de 1.348 para 2.124. O período seguinte, de junho de 2022 a maio de 2023, teve crescimento ainda maior, com os números subindo para 3.819 alterações de gênero, aumento de 79,8%. Entre as mudanças de gênero, as mudanças para o sexo feminino prevalecem. No primeiro ano da nova regulamentação – junho de 2018 a maio de 2019 – foram 1.068 mudanças do sexo masculino para o feminino e 798 do feminino para o masculino. Já no último ano da norma — junho de 2022 a maio de 2023 – foram registradas 2.017 mudanças de masculino para feminino e 1.558 de feminino para masculino. Como fazer Para orientar os interessados em realizar a alteração, a Arpen-Brasil editou a Cartilha Nacional sobre a Mudança de Nome e Gênero em Cartório, em que apresenta o passo a passo para o procedimento e os documentos exigidos pela norma do CNJ. Para realizar o processo de alteração de gênero em nome nos cartórios de registro civil é necessário apresentar todos os documentos pessoais, comprovante de endereço e as certidões dos distribuidores cíveis, criminais estaduais e federais do local de residência dos últimos cinco anos, bem como das certidões de execução criminal estadual e federal, dos Tabelionatos de Protesto e da Justiça do Trabalho. Na sequência, o oficial de registro deve realizar uma entrevista com o interessado. Eventuais apontamentos nas certidões não impedem a realização do ato, cabendo ao cartório de registro civil comunicar o órgão competente sobre a mudança de nome e sexo, assim como aos demais órgãos de identificação sobre a alteração realizada no registro de nascimento. A emissão dos demais documentos deve ser solicitada pelo interessado diretamente ao órgão competente. Não há necessidade de apresentação de laudos médicos, nem é preciso passar por avaliação de médico ou psicólogo. Source link

Saúde destina R$ 200 milhões para serviços de hemodiálise no SUS

Portaria do Ministério da Saúde publicada nesta segunda-feira (26) no Diário Oficial da União destina R$ 200 milhões para custear equipamentos de hemodiálise em uso no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento é indicado para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica grave. Em nota, a pasta informou que serão contemplados serviços que tenham até 29 máquinas de hemodiálise, considerando análises e discussões com gestores municipais e estaduais sobre eficiência de custo “diante das dificuldades encontradas especialmente nesses serviços”. O recurso é calculado com base anual e será transferido mensalmente por meio do Componente do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec), devendo ser repassado aos estabelecimentos contemplados. Fonte

PMAM prende quatro homens por porte ilegal de arma de fogo, no bairro Crespo

A Polícia Militar do Amazonas (PMAM), por meio da 3ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), prendeu, na madrugada desta segunda-feira (26/06), quatro homens de 21, 22, 28 e 29 anos por porte ilegal de arma de fogo, no bairro Crespo, zona sul de Manaus. Por volta das 3h30, a guarnição da viatura 7307, em patrulhamento na Avenida Rodrigo Otávio, avistou um carro Ford, branco, de placa 5269, em atitude suspeita que, após tentativa de abordagem, fugiu mas foi interceptado ao colidir com uma placa de ferro em via pública. Após revista pessoal, foi constatado que a placa do carro era clonada, além disso, foram encontrados três aparelhos celulares e uma arma de fogo com munição deflagrada. Os suspeitos foram encaminhados ao Serviço de Pronto Atendimento (SPA) da zona sul para atendimentos de primeiros socorros e em seguida conduzidos ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Denúncias A Polícia Militar orienta a população que, ao tomar conhecimento de ações criminosas, informe imediatamente por meio do disque-denúncia 181, ou do 190. FOTO: Divulgação/PMAM Fonte

Mais líder do que nunca: Botafogo abre 7 pontos no topo do Brasileirão

O Botafogo mostrou que é um candidato real ao título da edição 2023 do Campeonato Brasileiro após ir até o Allianz Parque e derrotar o Palmeiras por 1 a 0, na tarde do último domingo (25), para disparar na liderança da classificação com 30 pontos. A Rádio Nacional transmitiu esse jogão de bola ao vivo. Este resultado permitiu ao Glorioso abrir sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado Grêmio, que goleou o Coritiba por 5 a 1 neste domingo em Porto Alegre. Já o Verdão caiu para a quarta posição da classificação com 22 pontos, mesma pontuação do terceiro colocado Flamengo, que bateu o Santos por 3 a 2 na Vila Belmiro. Apito final e muita festa da torcida mais apaixonada do mundo no Allianz Parque! DEU FOGO! 🔥🤍 #VouTeApoiarAtéOFinal Quinta é no Niltão! Acesse https://t.co/VmMNMgR0SQ e garanta o seu lugar no jogo com o Magallanes. pic.twitter.com/3TFSfL3NxV — Botafogo F.R. (@Botafogo) June 25, 2023 Em um confronto que começou com leve domínio do Palmeiras, o Botafogo mostrou eficiência no ataque para chegar ao gol da vitória aos 27 minutos do primeiro tempo, quando Tiquinho Soares dominou bola viva na área, se livrou da marcação de Zé Rafael e acertou belo chute de esquerda para superar Weverton. Com este gol, o atacante do Alvinegro ampliou sua vantagem na artilharia do Brasileiro, agora com o total de 10. Ainda na etapa inicial, aos 40 minutos, o Verdão superou o goleiro Lucas Perri, graças a gol de cabeça de Gustavo Gómez. Mas o lance acabou anulado pelo juiz, com auxílio do VAR (árbitro de vídeo), que indicou posição de impedimento do zagueiro paraguaio. Após o intervalo, a equipe comandada por Abel Ferreira teve outra oportunidade clara de igualar, mas o meio-campista cobrou para fora pênalti aos 36 minutos. Porém, apesar da importante vitória, o técnico português Luis Castro tentou manter os pés no chão. “Vencer o Palmeiras é difícil. Sim, é uma equipe bem orientada, determinada em jogo, que tem muita qualidade. Estamos falando do campeão, clube de grande dimensão. Porém, não é por isso que a vitória valerá mais que três pontos”, declarou em entrevista coletiva. Em noite de goleada, o Tricolor brilhou também com as mãos. 🧤🇪🇪 Gabriel Grando pegou muito embaixo das traves e foi segurança para o time buscar a vitória no #Brasileirão2023. #GRExCFC pic.twitter.com/HHGpXTU27v — Grêmio FBPA (@Gremio) June 25, 2023 Novo vice-líder Quem também foi muito beneficiado pelo tropeço do Palmeiras foi o Grêmio, que goleou o Coritiba por 5 a 1 em Porto Alegre para assumir a vice-liderança da competição nacional. Apesar de fazerem um primeiro tempo equilibrado, no qual o Tricolor abriu o placar aos 32 minutos em cobrança de pênalti de Cristaldo e o Coxa igualou aos 40 com Alef Manga, a etapa final foi toda da equipe da casa. Após o intervalo, o time de Renato Gaúcho desempatou logo aos dois minutos, com Villasanti de cabeça. Sei minutos depois o Grêmio ampliou com Bittelo. Mas ainda cabia mais, e o Tricolor ampliou graças a gols de Suárez, aos 20 minutos, e de André, aos 38. GOLS DA VITÓRIA! 🔴⚫ Confira diretamente do gramado da Vila, os três gols do Mengão, diante do Santos! #VamosFlamengo ⚽⚽⚽: Cebolinha, @evertonri e Erick. pic.twitter.com/TS67Tf73uP — Flamengo (@Flamengo) June 26, 2023 Flamengo triunfa A terceira posição do Brasileiro foi assumida pelo Flamengo, que, na Vila Belmiro, derrotou o Santos por 3 a 2 em partida disputada com portões fechados por causa de punição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por causa de confusão causada pela torcida do Peixe no clássico com o Corinthians na última rodada. O Rubro-Negro da Gávea construiu a vitória com gols de Cebolinha, Everton Ribeiro e Pulgar, enquanto o Santos descontou com Mendoza e Rodrigo Fernández. Pra começar a semana. Pra fechar a rodada! Hoje tem #CampeonatoDoBrasileiro! 🔰 pic.twitter.com/D7fTw1PZX9 — Brasileirão Assaí (@Brasileirao) June 26, 2023 Fonte

Rede Brasileira de Mulheres Cientistas lança campanha #AssédioZero

A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC) lança nesta semana a campanha nacional #AssédioZero, com o objetivo de estimular o debate sobre a cultura do assédio que atinge mulheres nos espaços acadêmicos. Entre as atividades programadas, a organização realizará uma série de lives com pesquisadoras convidadas para abordar o tema sob diferentes perspectivas. A primeira live da campanha #AssédioZero ocorre nesta terça-feira (27), às 19h30, com transmissão no perfil oficial da RBMC no Instagram. As pesquisadoras Valeska Zanello, da Universidade de de Brasília (UnB) e Heloísa Buarque de Almeida, da Universidade de São Paulo (USP) vão dialogar sobre o tema Pelo fim da cultura do assédio no ambiente acadêmico, com mediação de Patrícia Valim, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A RBMC realizará uma série de lives mensais para abordar o tema do assédio nas universidades a partir de diferentes enfoques, como a relação entre racismo e sexismo no assédio contra mulheres negras, as formas de acolhimento, os espaços de denúncia, os desafios jurídicos e as iniciativas bem-sucedidas de combate ao problema. A ação é resultado do trabalho coletivo da rede, impulsionada pela denúncia das pesquisadoras Lieselotte Viaene, Catarina Laranjeiro e Miye Nadya Tom, no texto As paredes falavam quando ninguém falava – Notas autoetnográficas sobre o controle do poder sexual na academia de vanguarda, publicado em coletânea, em março deste ano. A entidade propõe que a campanha seja uma forma de acolhimento às professoras, estudantes, técnicas administrativas e profissionais terceirizadas que sofrem assédio. Segundo a rede, dados de pesquisas sobre o tema demonstram a recorrência alarmante do assédio no ambiente acadêmico e a falta de mecanismos dentro destes espaços para coibir a prática, o que afeta profundamente a vida das mulheres. Em pesquisa realizada pelo Data Popular e Instituto Avon, em 2015, com 1.823 universitários, 67% das estudantes afirmaram ter sofrido violência sexual, psicológica, moral ou física praticada por um homem em instituições de ensino superior. Sobre a RBMC A Rede Brasileira de Mulheres Cientistas nasceu em 23 de abril de 2021, com a proposta de desenvolver estratégias de ação no contexto da pandemia de covid-19. Cerca de 4 mil pesquisadoras de todas as regiões do Brasil assinaram a Carta em defesa da Rede. Em dois anos de atuação, a RBMC vem promovendo debates a partir da perspectiva de gênero e de raça, desenvolvendo projetos e articulando parcerias para contribuir na construção de uma sociedade equitativa.   Source link

Homem é executado no meio da rua por pistoleiros na zona Leste de Manaus

Um homem identificado como Nivaldo da Silva Nascimento, 23 anos, foi executado na noite desse domingo rua 14, no bairro São José, na zona Leste de Manaus. De acordo com policiais da 9ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), o homem foi encurralado pelos pistoleiros que estavam em moto. Os homens armados efetuaram ao menos 8 tiros contra a vítima. A casa de Nivaldo ficava há apenas algumas quadras de onde ocorreu o crime. Após a execução, os pistoleiros ainda levaram os pertences do homem que fugiram após cometerem o ato criminoso. O corpo do homem foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML) após a perícia do Departamento de Polícia Técnico-Científico (DPTC) e agora o caso deve ser investigado pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Fonte

Canabidiol: em favelas do RJ, maioria depende de ajuda para tratamento

Seis em cada dez moradores de favelas do Rio de Janeiro que fazem terapia com óleo de maconha dependem. Uma pesquisa feita com 105 moradores de favelas cariocas mostrou que a maioria dos entrevistados depende de doações de organizações não governamentais para fazer terapia com óleo derivado da maconha. Segundo o levantamento realizado pela ONG Movimentos, das 63 pessoas que usam o óleo, 66,67% recebem o insumo medicinal de ONGs ou instituições. Outra forma de obter a substância é por associações de pacientes (20,63%), de amigos ou parentes (6,35%), de liminar (3,17%) ou importação direta pelo paciente (3,17%). De acordo com Ricardo Fernandes, da ONG Movimentos, a pesquisa mostra que nas favelas também há pacientes que usam derivados de maconha. “Nossa pesquisa mostra que tem um número significativo de pessoas que faz uso do óleo de canabidiol. Pessoas de fora da favela vão ficar muito surpresas com as informações que a pesquisa traz. O uso do canabidiol ainda tem um recorte muito elitista, por isso o preço é tão elevado”. Acesso Mas, muitos não têm condições de pagar pelo remédio e precisam ter acesso de forma gratuita ou subsidiada. Fernandes diz que o processo para obtenção do remédio através do Sistema Único de Saúde (SUS) é burocrático, o que faz com que muitos tenham que recorrer à ajuda de ONGs e outras instituições. Segundo o estudo, apesar de 60 das 63 pessoas que usam óleo terem prescrição médica, apenas seis conseguiram autorização judicial para o produto. Algumas unidades da federação regulamentaram a distribuição gratuita desse tipo de medicamento, facilitando o acesso dos pacientes, como São Paulo, Paraná, Alagoas, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. “Isso evidencia as burocracias que existem para que a pessoa consiga todo esse processo através do SUS gratuitamente. Hoje o SUS tem algumas formas de disponibilizar o óleo, só que é um processo extremamente burocrático, difícil e não possível para muitas pessoas das favelas, diante de suas necessidades físicas e das necessidades de documentação para se apresentar”. Mesmo os medicamentos obtidos através das ONGs nem sempre são gratuitos. Algumas pessoas têm que arcar com parte do custo, como o frete. “Algumas ONGs conseguem fazer com que os óleos cheguem às pessoas de forma 100% gratuita, mas tem ONGs que precisam que as pessoas se responsabilizem pelo menos pela taxa de frete, porque o óleo vem de outro pís”. O óleo de canabidiol ou de THC é usado por 60% dos entrevistados, mas não é a única forma de uso medicinal da maconha. Outros usos registrados são o cigarro de maconha (18,1%), chás (0,95%) e alimentos (0,95%). Perfil O tratamento do transtorno do espectro autista é o principal motivo (52,2%) para o uso dos derivados de maconha, seguido por epilepsia (12,39%), sintomas de ansiedade (12,39%), sintomas de depressão (7%) e dores (5%). Em relação à religião daqueles que usam esses medicamentos, chama atenção o fato de que 28% são evangélicos. “Minha mãe é evangélica, da Igreja Universal, e hoje recebe o óleo de um projeto do Complexo do Alemão. Ela sofria de dores por causa da Chikungunya que lhe davam desespero. Hoje tem uma outra qualidade de vida. Ela fala dentro da igreja, que faz uso do canabidiol, um óleo que vem da maconha”, conta Ricardo Fernandes. Entre as outras religiões: 24% são católicos, 10% professam religiões de matriz afro-brasileiras e 3% declararam ter outra fé. Há ainda 35% que declararam não ter religião. A pesquisa termina com recomendações às autoridades públicas: a regulamentação e fortalecimento das associações que produzem substâncias derivadas da maconha, a aprovação de legislação federal que garanta a distribuição de substâncias derivadas da maconha pelo SUS, o fomento a iniciativas canábicas em favelas e periferias e a revisão da Resolução 327/2019 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece os critérios para a concessão de autorização sanitária para importação, fabricação e comercialização de produtos derivados de maconha para fins terapêuticos. “O SUS precisa entender o quanto é vital a produção de óleos em grande escala para que as pessoas possam ter mais acesso. E também o fortalecimento das associações que já fazem esses óleos, que já têm a liberação de seus estados e municípios para fazer o óleo, porém não têm incentivos e não conseguem fazer numa escala que atenda a toda a população”, afirma Fernandes. Fonte

Linha 192  do Samu está fora do ar temporariamente

A Prefeitura de Manaus, via Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), informa que o sistema de telefonia do Serviço Móvel de Urgência  de Manaus (Samu 192) está inoperante por problemas no fornecimento de sinal, por meio de fibra óptica. A operadora do serviço já está trabalhando nos reparos necessários. Para seguir com os atendimentos, o Samu colocou à disposição da população o número 92 98842-8477, que deve ser utilizado nos casos de urgência e emergência em saúde. — — — Texto – Divulgação/Semsa Fonte

Vítimas de tortura na ditadura pedem memória e providências

A campainha tocou no apartamento 31. O estudante paulistano Adriano Diogo, de 23 anos, estava cansado. Estudante de geologia na Universidade de São Paulo (USP), ele, naquele dia, estava extenuado depois de cruzar a cidade e chegado de mais uma jornada como professor de ciências em uma escola secundarista. Andou até a porta. Ao abrir, encontrou o pesadelo. Ele não esperava o que aconteceria a partir daquele 17 de março de 1973. Histórias como a de Adriano têm mais um especial momento de reflexão e memória nesta segunda (26 de junho), Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura. Tudo está nítido na memória de Adriano Diogo, hoje aos 74 anos de idade. “Primeiro, uma coronhada com o cabo da metralhadora no lado direito do olho”, lembrou em entrevista à Agência Brasil. Ele recorda que foi sendo arrastado aos gritos pela escada, por militares disfarçados. Haviam chegado em uma caminhonete com pintura falsa de um jornal da cidade. Saíram em um Opala verde. Adriano assustou-se com o ódio dos agentes.  “Nós vamos te matar, terrorista”. “Onde estão as armas?”. “Maldito” Do apartamento na Mooca (zona leste de São Paulo), os militares levaram o universitário por 10 quilômetros, até o Complexo do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Vila Mariana, onde funcionava a Operação Bandeirante (Oban), um centro de repressão política que desembocou em um espaço de tortura e assassinatos durante a ditadura militar no Brasil. 90 dias na solitária As diferentes violências que se seguiram àquele dia em que a campainha tocou, incluindo os 90 dias em uma solitária, depois 45 no prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Deops), e mais um ano e meio no Presídio do Hipódromo, deixaram marcas profundas no homem. Mas não deixaram jamais os ideais e o ativismo. “Embora eu fosse bem jovem, desde o dia em que saí da cadeia, há 50 anos, eu fazia o que faço hoje. Vou em cadeias, em espaços de internação de menores, em delegacia. Quando pessoas de movimentos sociais são presas, busco saber o que aconteceu”. Daqueles dias de dores diversas, ele se lembra com detalhes dos momentos. Inclusive que um dos algozes e dos mais violentos era um tal de major Tibiriçá, codinome do chefe do DOI-CODI à época, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o primeiro militar a ser reconhecido como torturador pela Justiça brasileira no ano de 2008. Assista a depoimento de Adriano Diogo à Comissão Estadual da Verdade Foi Ustra quem recebeu Adriano Diogo no complexo da Operação Bandeirante. Além de comandar a violência física, o militar, em diferentes ocasiões, mostrava fotos de amigos e colegas assassinados e autopsiados em demonstrações de violência psicológica. “Conte o que você viu aos seus amigos na cela”, provocava.  Adriano Diogo descobriu na cadeia a morte de um grande amigo, nos dias seguintes ao que chegou ao DOI/Codi o líder estudantil  Alexandre Vannucchi Leme, aos 22 anos de idade, também estudante de geologia na USP. Para o amigo Adriano, Alexandre era o “Minhoca”, apelido dos tempos da faculdade. “Para tentar apagar as marcas de tortura contra o Minhoca, eles levaram o corpo para fora da Oban e simularam atropelamento com um caminhão”.  Ninguém acreditou na fraude. Tamanha foi a repercussão que o arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, organizou uma missa no dia 30 de março em memória do estudante. A repercussão foi grande. “O Ustra ficou muito nervoso. Levou todos os presos para o pátio e bateram na gente de todas as formas”, recorda Adriano Diogo.  Enquanto Ustra esteve na chefia, durante 40 meses, houve 40 mortes. Além disso, chegou, em média, uma denúncia de tortura a cada 60 horas, segundo registrou a Comissão da Verdade. Outro momento marcante, em 1973, foi aquele em que Gilberto Gil cantou a música Cálice (composta em parceria com Chico Buarque) na USP, em primeira mão, para dezenas de estudantes. “Ele teve muita coragem realmente”, considera. Retomar a vida Depois de quase dois anos, Adriano Diogo saiu da cadeia. “Fui buscar o diploma lá na geologia e retomar a vida”. Ele fez carreira como geólogo e pesquisador. Foi deputado e até presidiu a Comissão da Verdade na Assembleia Legislativa de São Paulo. Um problema, porém, foi que as recomendações do relatório ficaram apenas no papel. O relatório final foi entregue à sociedade em março de 2015. depois de três anos de trabalho. Um dos capítulos é de “Mortos e Desaparecidos”, com 165 casos investigados, inclusive a do amigo Alexandre Vannucchi Leme . “Nós fizemos uma série de recomendações ao Estado brasileiro e não foram atendidas (confira aqui o relatório). Para você ter uma ideia, o Brasil é signatário do Protocolo de Istambul de combate à tortura. Sabe quantos comitês de combate à tortura têm no Brasil, além do nacional? Só um (no Rio de Janeiro)”, lamenta.  Na sexta (23), o atual governo reativou o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Uma reunião marcada para o dia 21 de agosto, data que marca os dez anos da lei que criou esse sistema, vai estabelecer um plano de trabalho e de atuação. Marcas registradas O relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) trouxe 29 recomendações e a maioria ficou também somente no papel, identificou um relatório do Instituto Wladimir Herzog. Apenas duas recomendações foram atendidas pelo poder público, avaliou a entidade. A revogação da Lei de Segurança Nacional e a introdução da audiência de custódia, para prevenção da prática da tortura e de prisão ilegal, foram as exceções. Para a coordenadora do relatório, a historiadora Gabrielle Abreu, o sentimento das pessoas torturadas no Brasil, é mesmo esse de impunidade. “A violência e a impunidade, infelizmente, são marcas registradas no Brasil. Vimos ocorrer no período da escravidão, por exemplo, quando milhões de homens e mulheres negros foram escravizados”, afirmou. O relatório, segundo ela, tem a finalidade de estimular uma reflexão verdadeira e crítica sobre o que foi a ditadura e outros períodos de grave violação de direitos humanos. A busca por não deixar esquecidas essas histórias é fundamental, disse a historiadora. Além disso, há no

Lula recebe presidente da Argentina nesta segunda-feira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta segunda-feira (26), a partir das 12h, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em visita oficial ao Brasil.   No Palácio do Planalto, eles tratarão dos principais temas da agenda bilateral e, em seguida, participam de um almoço no Palácio Itamaraty, às 13h30.  Maiores parceiros comerciais do Brasil na América do Sul, os argentinos enfrentam uma nova grave crise econômica, com desvalorização da moeda local, perda do poder de compra e altos índices inflacionários. Em março, a inflação argentina chegou a 104% ao ano.   Exportações Lula tem buscado articular iniciativas de ajuda aos países vizinhos, principalmente para evitar queda nas exportações brasileiras.  Desde janeiro, Lula e Fernández encontraram-se quatro vezes. Além da posse de Lula, em janeiro, o presidente brasileiro fez uma visita oficial à Argentina na sua primeira viagem internacional.   Já Fernández veio outras duas vezes a Brasília – uma para se reunir diretamente com o presidente da República, em maio, e outra para participar da cúpula de presidentes sul-americanos. Fonte

Evento no Rio conscientiza sobre direitos das pessoas LGBTQIA+

O Instituto Yduqs promove, nesta segunda-feira (26), o evento Lugar de Fala, no formato presencial e online, em celebração ao Mês do Orgulho LGBTQIA+. Aberto ao público e gratuito, o evento será realizado a partir das 9h30, no campus da Universidade Estácio Tom Jobim, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Não é necessária inscrição prévia para participar presencialmente. O seminário também será transmitido ao vivo pelo canal do Youtube da universidade. A proposta é combater o preconceito e contribuir com a conscientização sobre os direitos da comunidade LGBTQIA+ em diferentes painéis que abordarão temas como violência, manifestações, empregabilidade e empreendedorismo, direito e políticas públicas. A presidente do Instituto Yduqs, Cláudia Romano, disse à Agência Brasil, que a realização de ações em prol da desconstrução de preconceitos é fundamental para se avançar no sentido de uma representatividade inclusiva da comunidade LGBTQIA+ na sociedade brasileira, e que os debates programados facilitam a promoção de um ambiente com mais equidade, inclusão e respeito. “A gente sabe que é um caminho longo. Por isso, o Instituto Yducs investe em iniciativas para acelerar esse movimento, para que o preconceito não tenha protagonismo na nossa sociedade”, disse Cláudia Romano. O Lugar de Fala reúne vozes nacionais, estudiosos, líderes e autoridades. “A gente acredita que terá um impacto enorme e sempre é uma honra contribuir para essa agenda, em âmbito nacional”, disse. Igualdade A consultora de Diversidade do Yduqs, Giowana Cambrone, avaliou que o evento tem o papel fundamental de promover a conscientização, sensibilização e promoção da igualdade. “A nossa ideia é oferecer um espaço seguro e inclusivo para discussões abertas sobre as questões que envolvem pessoas LGBTQIA+ a partir de suas experiências e vivências”, disse à Agência Brasil. Ela acredita que essa plataforma de compartilhamento de vivências e experiências pode ajudar a desconstruir estereótipos, combater preconceitos e promover a respeito, além de celebrar a diversidade. Para Giowana Cambrone, a conscientização da sociedade passa, necessariamente, pelo diálogo aberto e claro e pela produção de informações que possam destacar a importância do respeito, da empatia e da aceitação. “Óbvio que a gente precisa vencer o desafio de driblar o preconceito e o reacionarismo presente na sociedade para que as sementes da informação possam florescer. É preciso compreender que não precisa ser uma pessoa LGBTQIA+ para lutar contra a LGBTFobia”, disse. A consultora assegurou ser fundamental que na família, nas escolas e no meio empresarial seja construído um ambiente acolhedor. Isso passa pela aceitação da diversidade, pelo respeito às diferentes sexualidades, pelo combate ao bullying e à discriminação nos diversos espaços, e pela abertura de diálogo. “No ambiente escolar e empresarial, é muito importante conhecer as especificidades de pessoas LGBTQIA+, promover a educação para a diversidade e implementar políticas e recomendações claras sobre práticas antidiscriminatórias”, defendeu. Giowana disse que o Brasil é um dos países que mais violentam e matam pessoas LGBTQIA+ no mundo. “A violência física é o que nós vemos, porque tem uma materialidade dessas práticas. No entanto, precisamos combater as práticas menos visíveis de violências simbólicas, verbais, que fortalecem a lógica perversa de que é permitido praticar piadas LGBTfóbicas, expor as pessoas a situações constrangedoras ou humilhantes. Para isso, é necessário educar para a diversidade e ocorrer uma mudança cultural profunda na sociedade”. Estudo Segundo estudo realizado pelo projeto internacional Trans Muder Monitoring, que monitora assassinatos de pessoas trans, o Brasil registrou 1.741 mortes de pessoas trans de 2008 e setembro de 2022, representando 37,5% do total de 4.639 mortes em todo o mundo. A América Latina e o Caribe respondem por 68% dos casos notificados. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil lidera o ranking mundial de violência contra pessoas trans, com 131 assassinatos no ano passado. A realização do Lugar de Fala no Mês do Orgulho LGBTQIA+ está alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16, da Organização das Nações Unidas (ONU), que busca promover sociedades pacíficas e inclusivas, garantindo acesso à justiça e construções institucionais responsáveis. Reflexão O coordenador de Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson, destacou, à Agência Brasil, que o Mês do Orgulho LGBTQIA+ foi pensado para ser uma reflexão sobre a cidadania LGBT no mundo inteiro. Lamentou que a comunidade LGBT seja apagada constantemente do sistema. “Isso é uma coisa que temos que começar a repensar. Porque nós somos cidadãos iguais em direitos e deveres. Então, neste mês, temos que lembrar que somos a única minoria que ainda é expulsa de casa por sermos quem somos. Porque todas as outras minorias encontram acolhimento em casa, como os negros e as pessoas que sofrem perseguição religiosa. Nós, não!”. Ele lembrou que esse preconceito faz com que as pessoas saiam da escola e tenham a empregabilidade prejudicada. Essa é uma realidade com a qual as pessoas LGBTs lidam constantemente, assegurou. “É importante que a gente possa falar, para que as pessoas saibam que isso está acontecendo no Brasil hoje”. Carlos Tufvesson disse que o preconceito e a perseguição impostos aos LGBTs está fazendo aumentar o número de suicídios de jovens LGBTs que não se sentem cidadãos como os demais, com direito à saúde, à educação, por exemplo, que são direitos constitucionais. Segundo Tufvesson, a série de eventos alusivos ao Mês do Orgulho LGBT é importante para criar na sociedade a reflexão sobre essa realidade. Tufvesson disse que o número de agressões físicas contra pessoas LGBTs aumentou, ultrapassando as agressões verbais por crimes de ódio. E questionou que país que queremos e estamos construindo? “É o país da violência, de atentarmos contra o diferente?”, indagou. Para ele, a diversidade de opiniões é mais rica do que todo mundo que concorda entre si, porque são debatidos vários pontos de vista. “Eu estou sempre aprendendo com pessoas que pensam diferente de mim”. “Lugar de fala é isso, é para a gente falar sobre o que está ocorrendo, abrir espaço na mídia. Isso é muito importante para que as pessoas saibam de fato o que está havendo. Ninguém precisa ser