Amazonas vence de novo o Volta Redonda e alcança o segundo lugar do grupo na Série C do Brasileiro

O Amazonas venceu o Volta Redonda por 2 a 0, no Raulino de Oliveira, e alcançou a segunda colocação do grupo C da Série C do Brasileiro. Mesmo fora de casa, a equipe amazonense dominou do início ao fim, abriu o placar com Sassá e ampliou com Gustavo Ermel, que tinha acabado entrar em campo. Abatido, o Voltaço pouco incomodou o goleiro adversário e ficou distante de buscar uma reação. O Amazonas chega aos sete pontos e assume a vice-liderança do grupo C do quadrangular de acesso. O Volta Redonda, que foi ultrapassado ao perder dois jogos seguidos para a equipe amazonense, fica com quatro pontos, na terceira posição. O resultado também frustra o líder Paysandu, que contava com vitória do Voltaço para confirmar o acesso antecipado. Na quinta rodada do quadrangular do acesso, o Volta Redonda enfrenta o Botafogo-PB no próximo sábado, às 18h, no Almeidão. No domingo, também às 18h, o Amazonas visita o Paysandu no Mangueirão. Classificação: 1. Paysandu 10 Pontos, 2. Amazonas 6, 3. Volta Redonda 4, e 4. Botafogo (PB) 3 Pontos. Pelo Grupo B  Brusque vence o Operário-PR de virada 2×1 e garante acesso à Série B 2024, no outro jogo o São José venceu o São Bernardo por 2×1.   Próximos jogos: São Bernardo x Brusque – Sábado 30/09 as 15h. e São José x Operário – domingo 01/10 as 15h.  Classificação: 1. Brusque 12 Pontos, 2. São Bernardo 4, 3. São José 4 e 4. Operário 3 Pontos. Fonte

Entenda como a suspensão da exportação de diesel pela Rússia afeta o Brasil

A Rússia restringiu temporariamente as exportações de gasolina e diesel na última quinta-feira (21) a fim de estabilizar o mercado interno, segundo informações divulgadas pelo governo russo. Apesar do funcionamento das restrições não ter sido especificado pelo governo, o Ministério da Energia da Rússia afirmou que elas impedirão as exportações não autorizadas de combustíveis para motores. Para o comentarista de energia da CNN, Adriano Pires, a suspensão segue a chamada “lógica de mercado”. Devido à guerra na Ucrânia, a Rússia perdeu seu principal mercado de diesel — a Europa. Para conquistar novos mercados, o país passou a vender diesel abaixo do preço do mercado internacional. “Com isso, mesmo com as sanções, o diesel, que antes ia para a Europa, passou a ir para outros países, inclusive o Brasil”, explica Pires. Como consequência desse desconto no combustível, a demanda por diesel russo subiu de forma significativa. “No Brasil, 80% das importações de diesel passaram a ter origem russa. Vendo a demanda aumentar, a Rússia percebeu que poderia subir o preço do combustível. E para que esse aumento fosse ainda maior, adotou a mesma prática do petróleo e restringiu a oferta temporariamente”, acrescenta. Para o especialista, a consequência da restrição para o Brasil está atrelada ao aumento de preço do combustível no país. No entanto, Pires não acredita em um possível desabastecimento. “O aumento pode acontecer porque teremos que comprar combustível a preço de mercado internacional. Mas falta de diesel não vai ter”. Nos últimos meses, a Rússia enfrentou escassez de gasolina e diesel e os preços dos combustíveis no atacado aumentaram devido ao aumento dos preços globais do petróleo e ao enfraquecimento do rublo. Uma outra hipótese para a restrição, segundo Pires, envolve a questão climática. “Com o El Niño, o inverno deste ano no hemisfério Norte pode ser forte. Com isso, a Rússia também pode criando estoque para se preparar para o frio”, avalia. No entanto, o especialista acredita que a restrição será temporária. “Isso será temporário, até porque o volume que ela [Rússia] produz é muito maior do que o que consome”, conclui. A Rússia tem uma política de longa data de limitar os preços dos combustíveis no varejo, tentando controlá-los de acordo com a inflação oficial. Fonte: CNN Fonte

Projeto atende mais de 90 famílias refugiadas e imigrantes no Rio

Mais de 90 famílias que se refugiaram no Brasil ou imigraram para cá em busca de uma vida melhor receberam orientações e tiveram acesso a serviços como regularização migratória no projeto Rota de Direitos, realizado neste sábado (23) pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. A ação é uma parceria do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ (Nudedh) com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a Cáritas RJ, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e outras entidades. As famílias atendidas buscavam principalmente auxílio na regularização migratória, inserção em cadastro de emprego e orientações de direitos trabalhistas. Também foram prestados serviços como encaminhamento para matrícula escolar, vacinação, avaliação odontológica, informações sobre saúde e outros temas ligados à assistência social, assim como inclusão no Cadastro Único e demais benefícios sociais. Entre os atendidos, as histórias são de famílias que deixaram seus países devido a crises econômicas, desastres naturais e conflitos armados. A Acnur define refugiados como pessoas que estão fora de seu país de origem pelo temor de sofrer perseguições ou por uma grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados. O número de pessoas que sofre deslocamentos forçados por esses motivos mais que dobrou na última década, passando de 40 milhões, em 2010, para 100 milhões em 2022, segundo a Acnur. Cerca de 40% desse número são crianças e adolescentes. De acordo com o relatório Refúgio em Números, do Conare, somente em 2022 foram feitas mais de 50 mil solicitações de refúgio no Brasil. As principais nacionalidades solicitantes em 2022 foram venezuelanas (67%), cubanas (10,9%) e angolanas (6,8%). A situação de crise econômica vivida na Venezuela e as dificuldades em criar seus três filhos motivaram Viviane Del Valle a imigrar para o Brasil. Ao buscar o projeto Rota de Direitos, ela relatou dificuldade para obter medicamentos e tratamento para um dos filhos, que tem autismo e epilepsia. “Eu comia apenas uma vez ao dia. Meus filhos comiam três vezes no dia, mas em pouca quantidade”, contou Viviane Del Valle aos integrantes do projeto. A venezuelana está no Brasil há cinco anos, sendo um ano e meio no Rio. O atendimento deste sábado ocorreu na Escola Juan Montalvo, na Taquara, bairro da Zona Oeste carioca. Também participaram da ação órgãos do Governo do Estado e da Prefeitura do Rio de Janeiro, além das organizações Aldeias Infantis SOS Brasil, Mawon, Pacto pelo Direito de Migrar, Organização Internacional para Migrações e Cátedra Sérvio Vieira da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Source link

Conheça a 1ª gasolina carbono neutro do Brasil e o impacto no mercado

Iniciativa pode ser vantajosa para o mercado de combustíveis ao aumentar a competitividade e estimular a criação de políticas públicas Nos últimos anos, a pauta ambiental está cada vez mais presente no mercado financeiro, com empresas optando por definir e seguir objetivos a favor de políticas sustentáveis de combate à crise climática. Seguindo essa toada, a Petrobras anunciou, na última terça-feira (19/9), a primeira gasolina carbono neutro do Brasil. Mas o que exatamente isso significa para a economia do país? Especialista consultado pelo Metrópoles afirma que a iniciativa pode ser vantajosa para o mercado de combustíveis nacional ao aumentar a competitividade entre as refinadoras e estimular a criação de políticas públicas ambientais “confiáveis” e “seguras”. Para o professor de economia do meio ambiente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Ronaldo Seroa da Motta é “impossível” que as empresas não participem dessa trajetória ambiental: “O capital tornou-se sustentável”. “Mesmo com um desafio grande, ela [Petrobras] vai criar uma competição com outras produtoras de combustíveis nacionais. A gente espera e também fica interessado em criar um mercado focado na economia sustentável”, disse. Motta também elogia a iniciativa da empresa em “começar a reconhecer que os combustíveis fósseis precisam ter uma ‘pegada’ neutra de carbono”. Efeito estufa compensado Por meio da metodologia de avaliação do ciclo de vida (ACV), que mensura os gases de efeito estufa emitidos pelo produto, a Petrobras conseguiu agregar o título de “carbono neutro” — compensação das emissões de CO² com ações de preservação ou de recuperação florestal de biomas nacionais — ao combustível após avaliação de especialistas da consultoria ACV Brasil. Segundo a empresa, a Gasolina Petrobras Podium carbono neutro terá a emissão de gases de efeito estufa “totalmente” compensada em todas as etapas do ciclo de vida do combustível. Ou seja, desde a extração e produção das matérias-primas, transporte, distribuição até o uso final. Lula lança plano de descarbonização, com mais etanol na gasolina Mas os consumidores não vão encontrar a gasolina carbono neutro em qualquer posto da Petrobras. O combustível estará disponível apenas em locais selecionados pela empresa nas principais cidades do país, que não foram divulgadas. No entanto, ainda é uma incógnita como, quando e quais serão as ações da empresa para compensar as emissões. Apenas no ano passado, 47,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono foram emitidos na atmosfera pela Petrobras, sendo 44,3 milhões provenientes da exploração e produção de petróleo e gás natural, incluindo o refino e o transporte marítimo. Armadilha do clima De acordo com projeção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia (MME), em 2029 a produção de petróleo no Brasil pode chegar a um pico, com a estimativa de 5,4 milhões de barris por dia (m/boed). Tal marca é preocupante, principalmente levando em conta os compromissos oficiais do Brasil presentes no Acordo de Paris, que tem metas definidas até 2030. Com atualização anunciada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, na Organização das Nações Unidas (ONU), a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, sigla em inglês) brasileira compromete-se a reduzir as emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030. A promessa anterior era cortá-las em 37% e 50%, respectivamente. Motta critica que “não estamos vendo ainda uma mudança muito radical” para sairmos “dessa armadilha do clima”. “A gente tem que reduzir de 40% a 50% das emissões até 2030, e 90% a 95% até 2050. Então é um desafio muito grande”, explicou. Políticas públicas = incentivo permanente Eventos extremos e mudanças constantes de temperatura estão cada vez mais frequentes no planeta. Um relatório, publicado este ano pela ONU, indica que “a ambição de mitigação das contribuições nacionalmente determinadas não é coletivamente suficiente para alcançar a meta de temperatura do Acordo de Paris”. Motta destaca que, só com políticas públicas, como de transição energética, criação de impostos e de um mercado obrigatório de carbono, as empresas terão um “incentivo permanente” para cumprir esses objetivos ambientais seguindo uma direção “mais confiável e segura”. Governo Lula quer regular mercado de carbono neste ano “É importante [implementação de políticas públicas] porque esse espírito voluntário é muito sensível a mudanças. Ele acredita que a entrada desse segmento do mercado até a sustentabilidade é necessária, mas ele reforça que tais ações precisam estar em “consenso com a sociedade”. “Claro, isso significa que alguns setores vão perder tamanho e outros vão crescer”, afirmou Motta. Mas, ainda conforme o professor, essa mudança direcionada ao foco ambiental e climático “vai gerar ganhos, sem nenhuma dúvida”. “Há agora uma percepção na gestão das empresas e stakeholders de que isso é importante. Além disso, é uma preocupação da sociedade civil. No mundo, entidades de alguns países já têm ações contra empresas que não colaboram no combate do aquecimento global”, explicou. Não faz sentido buscar petróleo na Amazônia, critica Nobel de Economia Segundo Motta, devido à valorização do mercado financeiro em governança ambiental, social e corporativa (ESG, sigla em inglês) há cobranças de acionistas e consumidores para a adoção de objetivos para mitigar e compensar as emissões de gases estufa na atmosfera. Contudo, tal tarefa não é “simples” de ser implementada. Há diversas dificuldades, entre elas: maneiras claras para atingir as metas definidas; ter um projeto ambiental seguro e confiável; criar projeto de crédito de carbono; auferir os ganhos reais desse comportamento compensatório; e transparência das ações por meio de um quadro/relatório para acompanhamento da progressão das metas. Fonte: Metrópoles Fonte

Gusttavo Lima viraliza na web após apalpar pênis de cantor em show

Gusttavo Lima estava cantando uma música com a dupla sertaneja Jhonny e Rahony quando decidiu apalpar as partes íntimas de um dos cantores Gusttavo Lima viralizou nas redes sociais após aparecer em um vídeo apalpando o pênis de um colega em pleno palco. O fato aconteceu no último domingo (17/9), durante show em Brasília. O cantor estava no palco cantando uma música com a dupla sertaneja Jhonny e Rahony quando decidiu apalpar o pênis de um dos cantores. Apesar de ser um apertão rápido, o homem teve a reação de segurar a mão de Gusttavo Lima, que disfarçou com uma risada. Veja! Os internautas tiveram reações diversas ao momento. “Esse macho não me desce. Sem noção”, disse uma pessoa, referindo-se ao Embaixador. “Isso não é bom, respeitem as pessoas”, pediu outro. “A quinta série está online”, divertiu-se mais um. “É normal, eu e meus amigos fazemos isso sempre”, defendeu um fã. Fonte: Metrópoles Fonte

Convocados da Seleção: veja a segunda lista de Fernando Diniz

Técnico faz apenas três mudanças em relação à primeira convocação. Brasil enfrenta Venezuela e Uruguai em outubro, pelas eliminatórias O técnico Fernando Diniz fez sua segunda convocação para a seleção brasileira neste sábado, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. O treinador fez apenas três mudanças em relação à sua primeira lista. A principal novidade é a presença do volante Gerson, do Flamengo. O Brasil encara a Venezuela, no dia 12 de outubro, em Cuiabá, e o Uruguai, no dia 17, em Montevidéu. Gerson tem quatro jogos pela Seleção, todos entre setembro e novembro de 2021, sob o comando de Tite. Cortado da primeira convocação de Diniz por lesão, Vinicius Junior voltou à lista. O atacante do Real Madrid retornou aos treinos no Real Madrid na última sexta. A previsão do clube espanhol é que ele esteja em campo neste domingo, contra o Atlético de Madrid. Em relação ao grupo que jogou contra Bolívia e Peru, após os cortes de Bento, Vinicius Junior e Antony, foram apenas três mudanças na convocação de Fernando Diniz: Bremer, zagueiro da Juventus, Gerson, meio-campista do Flamengo, e Vinicius Junior, de volta após lesão, entraram nos lugares de Ibañez (Al-Ahli), Joelinton (Newcastle) e Gabriel Martinelli (Arsenal). Joelinton e Martinelli se recuperam de lesões em seus clubes e provavelmente seriam chamados caso estivessem em boas condições físicas. Cinco atletas que atuam no Brasil foram convocados. Do Fluminense, equipe treinada por Fernando Diniz, André e Nino foram chamados novamente, assim como Raphael Veiga, do Palmeiras. Lucas Perri, do Botafogo, e Gerson, do Flamengo, foram convocados. Confira a lista de convocados: Goleiros: Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Lucas Perri (Botafogo) Laterais: Danilo (Juventus), Vanderson (Monaco), Caio Henrique (Monaco), Renan Lodi (Marselha) Zagueiros: Bremer (Juventus), Marquinhos (PSG), Gabriel Magalhães (Arsenal), Nino (Fluminense) Meio-campistas: André (Fluminense), Casemiro (Manchester United), Bruno Guimarães (Newcastle), Gerson (Flamengo), Raphael Veiga (Palmeiras) Atacantes: Neymar (Al-Hilal), Rodrygo (Real Madrid), Vinicius Junior (Real Madrid), Gabriel Jesus (Arsenal), Richarlison (Tottenham), Raphinha (Barcelona) e Matheus Cunha (Wolverhampton) Nos dois primeiros jogos sob o comando de Diniz, a Seleção venceu a Bolívia por 5 a 1, em Belém, e o Peru por 1 a 0, em Lima. Com isso, o Brasil lidera as eliminatórias. Fernando Diniz é o técnico interino da seleção brasileira masculina. O treinador de 49 anos fica no cargo até o meio de 2024, quando a Confederação Brasileira de Futebol aguarda a chegada de Carlo Ancelotti, atualmente no Real Madrid, para comandar a Seleção na Copa América. Fonte: Globoesporte Fonte

Moraes manda prender empresário envolvido em atos golpistas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou novamente a prisão do empresário Marcos Soares Moreira, réu no processo que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. Na decisão, o magistrado disse que Soares descumpriu medidas cautelares determinadas anteriormente, como não utilizar redes sociais, o que levou o ministro a determinar sua prisão preventiva. “Mesmo ciente dessa proibição e demonstrando total desprezo pela Justiça, o denunciado publicou dois vídeos na rede social TikTok, nos quais ataca esta Corte e profere diversas ofensas à honra dos Ministros que a integram”, disse Alexandre de Moraes. Convocação Em uma das publicações, Moreira convoca manifestantes para – no dia 12 de outubro de 2023 – irem às ruas “contra essa pauta absurda que esta justiça está colocando para ser votada para liberar o assassinato e o homicídio de bebês.” Um dos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro, Moreira teve a prisão revogada por determinação do ministro no dia 3 de maio. Moraes disse, ainda, que a possibilidade de restabelecimento da ordem de prisão foi expressamente estabelecida na decisão que substituiu a detenção por medidas cautelares diversas. “Nesse contexto, a notícia de que o acusado descumpriu a medida cautelar a ele imposta por ocasião da concessão de liberdade provisória constitui motivo suficiente para a decretação da prisão, nos termos do Código de Processo Penal”, determinou.     Fonte

Pesquisadores defendem Brasil protagonista na “diplomacia das vacinas”

Nos últimos anos, a opção geopolítica de afastar o Brasil de fóruns multilaterais, a queda nas coberturas vacinais e até a propagação de desinformação por órgãos oficiais retiraram o protagonismo do país no campo das imunizações e da saúde global. A avaliação é de pesquisadores que discutiram o tema na Jornada Nacional de Imunizações, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Recuperar essa voz ativa é um objetivo visto como prioritário pelo Ministério da Saúde, e especialistas apontam o país como um importante líder regional e um ator capaz de promover, de forma positiva, a “diplomacia das vacinas” – a negociação permanente pela ampliação do acesso global a imunizantes. Integrante do grupo consultivo sobre vacinas da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS), Cristiana Toscano afirma que o Brasil tem uma experiência reconhecida na área, mas os últimos anos foram marcados por “um susto” quando se falava do país. “Globalmente, o Brasil é visto como um país muito importante, porque tem uma liderança regional, um histórico e uma experiência na imunização que são reconhecidos. Mas também há quase um susto. ‘O que está acontecendo com o Brasil?’, e não é de agora, vem acontecendo ao longo dos anos”, conta a pesquisadora, que participa do monitoramento da Agenda de Imunizações 2030, que pretende salvar 50 milhões de vidas em todo o mundo com o avanço da vacinação. A agenda foi pactuada em 2019 e tem tido dificuldade de avançar em objetivos como reduzir pela metade o número de crianças “zero dose” – aquelas que nunca receberam qualquer tipo de imunizante. Em vez de cair, o número aumentou de 13 milhões para 14 milhões de crianças entre 2019 e 2023. A pesquisadora conta que, nesses primeiros anos de caminhada do acordo multilateral, o Brasil fez mais parte dos maus que dos bons resultados. “O Brasil ainda está entre os 10 países com maior número de crianças zero dose. A gente está contribuindo com esses números enormes”, lamenta. “Espero que o Brasil resgate o seu protagonismo, mas ele teve uma redução muito importante dessa posição nos fóruns multilaterais internacionais. Foi uma opção geopolítica recente, e isso fragiliza muito o país, fragiliza as negociações e a posição do país na mesa de negociação, porque ele sai da mesa. Isso ainda não foi resgatado, mas acho que é um processo”. Em entrevista à Agência Brasil publicada no início deste mês, a ministra da saúde, Nísia Trindade, disse que recuperar o protagonismo do Brasil e do Programa Nacional de Imunizações como referências é um dos objetivos do governo federal no plano internacional. “Reconquistar as altas coberturas vacinais, em um segundo momento, pode voltar a nos colocar em uma posição de referência que nos faça contribuir mais no enfrentamento ao negacionismo e à hesitação vacinal. Nosso objetivo é voltar a ser exemplo para o mundo. Retomar essa posição de referência internacional e mobilizá-la na nossa cooperação com outros países, incluindo a vacinação, é nossa prioridade”. Antivacinismo A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Isabela Ballalai também percebeu uma mudança na imagem do Brasil nos fóruns internacionais que tratam de saúde global e pública. Integrante da rede de segurança das vacinas da OMS, ela lembra que essa virada está muito ligada à resposta do governo à pandemia de covid-19. “Já no primeiro ano da pandemia, nas reuniões desse grupo, que eram online, eu entrava na reunião e me perguntavam: ‘você está bem?’”, conta ela. Mais tarde, já em 2022, a médica estava entre os especialistas que tiveram dados pessoais vazados em grupos bolsonaristas após participar de uma audiência pública sobre vacinação pediátrica contra a covid-19, promovida pelo Ministério da Saúde. A pasta convidou e deu espaço equivalente a especialistas em imunização e militantes antivacinistas, que usaram o evento para propagar desinformação. “Eles foram publicamente recebidos por autoridades”, lembra ela, que também resgata que uma nota técnica da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) chegou a sugerir que a hidroxicloroquina tinha efetividade no combate à covid-19 e a vacinação não. “O antivacinismo é um movimento bastante politizado, mas aqui ele é 100% politizado. Os antivacinistas não podiam nada, eles não existiam”. Memória e reparação Vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Global e Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (USP), Deisy Ventura defende que, por mais incômodo que seja, não é possível simplesmente virar a página da pandemia de covid-19. “Precisamos lembrar sempre do que aconteceu no Brasil nos últimos anos. Não podemos esquecer que entidades oficiais, páginas e perfis de governo divulgaram desinformação sobre a covid-19 e, inclusive, notícias falsas sobre a covid-19. Sabemos que agentes do Estado intencionalmente defenderam a ideia falsa de que poderia haver imunidade de rebanho por contágio e, com isso, expuseram a população brasileira a risco, e tivemos morte, adoecimento e sofrimento que poderiam ser evitados. Precisamos ter memória, precisamos buscar a verdade e defender a justiça e a reparação para que nunca mais algo desse tipo aconteça no Brasil”. A especialista em saúde global defende que o Brasil deve retomar seu protagonismo no campo da imunização e ser um ator influente na “diplomacia das vacinas”. “O SUS é referência para o mundo inteiro e é assim que devemos nos posicionar. Fomos e voltaremos a ser exemplo para o mundo, e é assim que devemos nos comportar: com a altivez de quem tem o maior sistema de saúde pública do mundo”, exalta. “Quando a gente circula internacionalmente, a gente percebe que, lá fora, muitas vezes o mundo tem noção até maior do que os brasileiros da importância que é o SUS”. Ao desempenhar esse papel, ela propõe que o país deixe de privilegiar modelos e manuais importados do mundo desenvolvido e desenvolva um posicionamento autônomo sobre como deve ser a saúde global. “Nós temos massa crítica, temos um grande sistema de saúde e um grande sistema de pós-graduação e pesquisa que nos dá a possibilidade de construir o nosso olhar sobre o mundo e sobre a saúde global. Temos que pensar a saúde global de acordo com as nossas agendas e

Cuidadores de pacientes com Alzheimer precisam de cuidado e proteção

– “Bom dia, pai”.  – “Bom dia, filha”.  Natália Duarte e seu pai, Ítalo, que teve diagnóstico de Alzheimer em 2019 – Marcelo Camargo/Agência Brasil  Nos encontros de palavras simples, os gestos também falam. O toque das mãos, o abraço, o olhar por todo o dia. No caminho de casa, a caminhada lenta. Na sala, as novidades que chegam pela TV. Na mesa, a conversa do almoço. Depois, o jantar, o “boa noite”. Mas nem todas as palavras dão conta de traduzir. “É um privilégio que eu ainda tenha o colo do meu pai”, diz Natália de Souza Duarte, de 57 anos, para falar do paizão, Ítalo, de 90 anos, diagnosticado, desde 2019, com a doença de Alzheimer. Assim como o pai, a filha sabe que precisa ser cuidada também. O cuidado é minucioso para tentar juntar as peças ou as fotos, em dias que a memória vai desfolhando lentamente. Este amor é feito de uma rotina, mas não trivial. Depois do diagnóstico do pai, a filha, que é professora, foi ser vizinha no mesmo prédio do pai, em Brasília. Uma atenção é para que ambos se cuidem. É importante que a filha esteja bem para melhor cuidar do pai. “O meu pai e minha mãe sempre foram muito autônomos. Eles eram funcionários públicos aposentados”. Em 2019, a mãe de Natália adoeceu e acabou falecendo no ano seguinte por causa de um câncer. “Foi um momento muito conturbado quando houve o diagnóstico. Ele estava apresentando desorganização e perda de memória”. O irmão de Natália também se organizou com a família para apoiar o novo momento. A progressão do Alzheimer de Ítalo tem sido lenta graças ao cuidado de profissionais, uso de vitaminas e do canabidiol. “Além disso, temos procurado proporcionar muita atividade de socialização. Fizemos a opção de contar para ele sobre o diagnóstico”. Há momentos dramáticos no dia também com a lucidez. Indiscutível é que a organização do dia a dia contempla manter independência e cuidado com a saúde mental e física da professora, que continua trabalhando, busca fazer atividades físicas e cuidar da saúde mental. “No começo fica muito bagunçado. Eu adoeci depois de dois anos como cuidadora, lidando com essa situação”. Sair do isolamento Ela viu que era necessário estar bem para cuidar do pai. Uma virada de chave ocorreu quando conheceu um coletivo, na capital, chamado Filhas da Mãe que tem por objetivo gerar um sentimento que cuidadores precisam conversar, sair do isolamento e se divertir. Passear, andar de bicicleta, fazer atividade física. “Precisamos de uma rede de proteção e poder conversar com quem está passando pelos mesmos desafios. Comecei a terapia. Hoje eu consegui organizar a minha vida de modo que eu consigo cuidar do meu pai e consigo manter uma vida também”, afirma a professora.  Segundo o médico Einstein de Camargos, pesquisador da doença de Alzheimer da Universidade de Brasília, o cuidador deve ter muita atenção com a própria saúde. “Ele precisa fazer exercício, dormir bem, dividir as tarefas com outras pessoas, profissionais ou familiares”, afirma.  A professora de medicina Claudia Suemoto, da Universidade de São Paulo, também pesquisadora do tema, alerta para os riscos que corre o cuidador se não se cuidar também. “É importante que as pessoas não tentem abraçar o mundo porque elas vão ficar doentes”.  Ela explica que é alto o índice de depressão e ansiedade nesses cuidadores. “Muitos deles desenvolvem problemas de pressão alta, diabetes e obesidade. O isolamento é ruim para cuidadores e pacientes”.  Luta na rotina Foi o aprendizado de amor diário que mexeu com a jornalista Ana Castro, uma das criadoras do coletivo brasiliense Filhas da Mãe, há quase cinco anos. O projeto já foi homenageado com o Prêmio Marielle Franco de Direitos Humanos, no Distrito Federal, neste ano. O grupo criou ainda o Guia de Serviços Públicos para Pessoas Idosas com Demências e para Cuidadoras/es no Distrito Federal.  Ana cuidou da mãe, Norma, por 14 anos, após o diagnóstico de Alzheimer. Mesmo depois da morte da mãe, resolveu manter o ativismo e lutar por pessoas que viram suas vidas mudarem muito.  Norma tinha três cursos superiores, e isso garantiu resistência cognitiva para que o quadro evoluísse com menos velocidade. Mas tudo mudou muito. “Nasceu o meu neto. Enquanto ele aprendia a falar, andar e comer, minha mãe desaprendia comer, falar e andar”. Hoje, aos 68 anos, Ana Castro defende que haja atenção profissional também para quem cuida de pessoas com a doença. “A gente aprende muito com a troca fralda, o horário do remédio. Custa muito caro no Brasil você cuidar de uma pessoa com demência”, afirma. O grupo atua no acolhimento das cuidadoras e na troca de informações sobre serviços públicos e particulares. O coletivo, que promove saraus e desfiles de Carnaval (falando de Alzheimer), também luta por políticas públicas e para dar visibilidade às demandas de pacientes e cuidadores. “Nós conseguimos, juntamente com o Fórum de Defesa do Idoso aqui do Distrito Federal, aprovar uma lei na Câmara Legislativa, sobre a política distrital de tratamento das pessoas com demência e cuidadores. Infelizmente essa lei ainda não foi implementada no DF. A gente tem até uma audiência pública para cobrar”. Uma das iniciativas está marcada para a manhã deste domingo (24), na Avenida W3, na Asa Sul. Trata-se da caminhada da memória, com atividades gratuitas. O grupo tem a preocupação de divulgar fatores de risco para a doença, como está no panfleto que o coletivo distribui. A Associação Brasileira de Alzheimer reúne, em sua página, iniciativas voltadas a cuidadores e pacientes, a fim de diminuir o isolamento de quem passa por essa situação. Fora do manual A rotina atual de Ana Castro não é como a de antes e, segundo ela, o processo deixa marcas. Ela se recorda de quando a mãe olhava, pelo celular, imagens da sua cidade natal, Santa Marta da Purificação (BA), e conta histórias que ficaram. “Eu era uma cuidadora, uma personal palhaça. Essas sacadas que a gente vai descobrindo não tem em manual médico”. Para a jornalista, há

Covid-19: pesquisa reforça segurança de vacinas para gestantes e bebês

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reforçou as evidências científicas de que as vacinas CoronaVac e Pfizer contra covid-19 são seguras para gestantes e bebês, independentemente da fase da gestação. O trabalho faz parte do projeto Vigivac e foi publicado no periódico científico International Journal of Epidemioloy, da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O pesquisador Manoel Barral, um dos que assina o artigo, considera que o trabalho é mais uma evidência da segurança do uso das vacinas contra a covid nessa população, que merece atenção especial pelas suas características imunológicas. “As vacinas [contra a covid] usadas no Brasil são efetivas e seguras”, assegurou. Resultados Os dados apontam que a vacinação contra covid-19 não aumenta o risco de resultados adversos no nascimento. Não foi encontrado um aumento significativo de bebês com nascimento prematuro, com baixo peso ou pequeno para a idade gestacional, com Apgar abaixo de cinco (escala de avaliação clínica rápida de recém-nascidos) ou de morte neonatal. Além disso, foi constatada uma proteção leve, mas consistente, contra o nascimento prematuro em mulheres que receberam diferentes plataformas de vacinas durante o terceiro trimestre de gravidez. As conclusões partem de dados de mais de 17 mil nascidos vivos no Rio de Janeiro em 2021, em uma parceria com a prefeitura carioca. Fonte

Atos golpistas: após determinação de Alexandre de Moraes, empresário é preso no Espírito Santo

A prisão aconteceu após decreto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, expedido na noite desta sexta-feira (22). Soares descumpriu medidas cautelares, como não usar redes sociais. Ele publicou vídeo com ataques a Moraes e Rosa Weber. Ele já havia sido preso anteriormente, em janeiro deste ano. Segundo a PF, Marcos não estava em casa no momento da prisão. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), em nota da assessoria, disse que Marcos foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Viana II. Em seu perfil, ele se apresentava como pré-candidato a vereador da Serra, tendo publicado vídeos da sua presença na convenção realizada pelo PL em julho, em Vila Velha. O empresário chegou a fazer duas postagens no perfil da sua empresa nesta sexta-feira (22), mas, segundo o superintendente da Polícia Federal, foi localizado à tarde e preso. Ele não estava em casa no momento da prisão e foi levado para o Centro de Triagem de Viana. Ricas informou que a determinação à PF era apenas prendê-lo e não havia informação sobre a possibilidade de transferência do empresário para Brasília. A advogada de Marcos, Margarida da Silva, informou que tomou ciência da prisão do seu cliente, mas que ainda não conhece o teor da decisão do ministro Alexandre de Moraes. Por isso, preferiu não se manifestar a respeito. Ricas informou ainda que a determinação à PF era apenas prendê-lo e não havia informação sobre a possibilidade de transferência do empresário para Brasília. Empresário defendeu tomada do poder O empresário Marcos Moreira é morador da Serra, na Grande Vitória, já fez trabalhos como modelo e é conhecido por atuar numa empresa de fabricação própria de cortinas. Nas redes sociais, Marcos defendeu, anteriormente, que houvesse uma tomada de poder e saiu em defesa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O empresário também divulgou, no passado, diversos vídeos em suas redes sociais sobre a sua participação nos atos em Brasília, a começar por uma gravação dentro do ônibus saindo do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha, no dia 7 de janeiro, onde estava montado um acampamento golpista de bolsonaristas. “Desprezo pela Justiça” Ao determinar a prisão do empresário, o ministro Alexandre de Moraes ressaltou que, mesmo ciente da proibição de usar as redes sociais e “demonstrando total desprezo pela Justiça, o denunciado publicou dois vídeos na rede social TikTok, nos quais ataca esta Corte e profere diversas ofensas à honra dos ministros que a integram”. O ministro cita, ainda, que em uma das publicações o denunciado convoca manifestantes para, no dia 12 de outubro de 2023, irem às ruas contra pauta absurda que “a Justiça está colocando para ser votada para liberar o assassinato e o homicídio de bebês”. O acusado se referia ao julgamento em andamento no STF sobre a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação. Moraes ainda destaca que “a possibilidade de restabelecimento da ordem de prisão foi expressamente consignada na decisão que substituiu a custódia por medidas cautelares diversas”, a qual estabelecia que o descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará na revogação e decretação da prisão. A revogação foi determinada em 3 de maio, mas Marcos publicou em suas redes sociais vídeo de sua soltura em 8 de maio. “Nesse contexto, a notícia de que o acusado descumpriu a medida cautelar a ele imposta por ocasião da concessão de liberdade provisória constitui motivo suficiente para a decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, c/c art. 282, § 4º, ambos do Código de Processo Penal”, concluiu o ministro do STF. Redes sociais fechadas Apesar de afirmar no vídeo em que ataca os ministros do Supremo que não temia voltar para a prisão, Marcos fechou os comentários das postagens e o seu perfil no Instagram depois de viralizar na internet, na última quarta-feira (20). Em seu perfil, ele se apresentava como pré-candidato a vereador da Serra, tendo publicado vídeos da sua presença na convenção realizada pelo PL em julho, em Vila Velha. O empresário chegou a fazer duas postagens no perfil da sua empresa nesta sexta-feira (22), mas, segundo o superintendente da Polícia Federal, foi localizado à tarde e preso. Ele não estava em casa no momento da prisão e foi levado para o Centro de Triagem de Viana. Ricas informou que a determinação à PF era apenas prendê-lo e não havia informação sobre a possibilidade de transferência do empresário para Brasília. Fonte: G1/Globo  Fonte

São Paulo tem maior número de conselhos tutelares do país

A cidade de São Paulo tem o maior número de conselhos tutelares de todos os municípios do país, são 52 distribuídos nas quatro regiões da cidade. Na eleição unificada do próximo 1º de outubro, 1.244 pessoas se candidataram para assumir uma das 260 vagas disponíveis na capital paulista. A lista completa dos candidatos está disponível no portal da prefeitura. O município terá 325 postos de votação para atender milhares de eleitores. Na última eleição, em 2019, cerca de 150 mil pessoas votaram no pleito. Na capital paulista, são eleitos como titulares os cinco candidatos mais votados para cada um dos 52 conselhos tutelares, mais os respectivos suplentes. Os 260 eleitos recebem salário de R$ 4 mil mais benefícios como férias, licença maternidade e paternidade, 13º salário, auxílios refeição e transporte. Pessoas a partir dos 16 anos de idade que estejam em dia com a Justiça Eleitoral podem votar no bairro ou região onde está registrado o seu título de eleitor. Para votar, é preciso apresentar o título e um documento oficial com foto. Essa será a primeira vez que urnas eletrônicas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) serão utilizadas na eleição dos conselheiros. No estado de São Paulo serão disponibilizados 7.294 equipamentos pelo tribunal eleitoral para atender 419 municípios. Na capital, serão utilizadas 2.026 urnas eletrônicas. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, o Conselho Tutelar na cidade teve, nos últimos anos, papel fundamental na indicação dos locais onde a demanda por vagas em creches era maior; assim como teve função importante durante a crise sanitária da pandemia da covid-19, auxiliando a identificar famílias que precisavam de ajuda para participar de programas de assistência. “Os conselheiros tutelares devem ser compreendidos como defensores dos direitos humanos remunerados pelo poder público para estarem promovendo, defendendo e garantindo os direitos das crianças e adolescentes. Eles que irão requisitar serviços públicos junto às prefeituras municipais, governos estaduais e também aos órgãos do governo federal”, destaca o advogado, especialista em Direitos da Infância e Juventude, ex secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e ex presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) Ariel de Castro Alves. O especialista ressalta, no entanto, que os conselheiros devem ter independência para atuar de forma adequada no órgão e precisam ter consciência que a missão principal do Conselho Tutelar é cumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “A nossa preocupação é que os conselhos tutelares realmente sejam órgãos de defesa, de garantia, de promoção dos direitos de crianças e adolescentes e não extensões de gabinetes de vereadores e deputados, ou estejam a serviço de partidos políticos, de igrejas, ou que a função seja usada também como um trampolim político, daquelas pessoas que querem depois se tornar vereadores, deputados, e apenas vão para o conselho com essa motivação política eleitoral”, disse. Outra preocupação apontada por Castro é a utilização do Conselho Tutelar por igrejas com a intenção de disseminar seus valores na sociedade. “Algumas igrejas querem dominar esses espaços e impor as suas pautas, muitas vezes pautas conservadoras que podem gerar violações de direitos de crianças e adolescentes, como violações de crianças e adolescentes LGBTS, como violações de crianças e adolescentes cujos pais são seguidores de religiões de matrizes africanas”. O especialista critica ainda que os governos pouco se envolveram no processo de divulgação do pleito do dia 1º, facilitando assim, segundo ele, a eleição de conselheiros vinculados a organizações já estruturadas, como partidos políticos e igrejas. “Vemos muito pouco ainda por parte do próprio governo federal inclusive de divulgar esse processo eleitoral unificado. Não vemos um engajamento do presidente, dos ministros, com esse processo, dos parlamentares do Congresso Nacional, para convocar a sociedade brasileira para participar, já que o voto não é obrigatório, é facultativo”. Source link

Falta de diagnósticos para Alzheimer preocupa especialistas

Dados do 1º Relatório Nacional de Demências – a serem publicados até o fim de 2023 – devem mostrar uma situação preocupante para a saúde pública no Brasil. A quantidade de pessoas não diagnosticadas com a Doença de Alzheimer deve estar na faixa de 75% a 95%, dependendo da região brasileira, segundo adiantou à Agência Brasil a médica e pesquisadora Claudia Suemoto, da Universidade de São Paulo (USP).  O relatório encomendado pelo Ministério da Saúde – e coordenado pela professora Cleusa Ferrim da Universidade Federal de São Paulo – deve apontar, por exemplo, que  o número de pessoas com a doença pode estar na faixa dos 2,4 milhões. A doença é conhecida pela perda progressiva de memória, entre outras consequências. A incidência é majoritariamente entre pessoas idosas.  “As taxas de não diagnóstico no Brasil são alarmantes. Quando vimos inicialmente os dados, pensamos que estavam errados. Recalculamos e era isso mesmo. A gente precisa ter mais conscientização sobre o Alzheimer. Há ainda estigmas”, afirma a pesquisadora. A campanha de 2023 para o Mês de Conscientização para o Alzheimer (Setembro Roxo) traz o tema “Nunca é cedo demais, nunca é tarde demais”, com foco maior na prevenção.  “Quanto mais a gente falar, muito menos não diagnósticos a gente vai ter. Haverá menos estigma e mais prevenção”, afirmou a professora.  O professor de medicina Einstein de Camargos, da Universidade de Brasília, explica que a realização do diagnóstico precoce possibilita mais possibilidades de intervenções. “Não só com medicamentos, mas sobretudo com terapias cognitivas, estimulação, terapia ocupacional, exercício físico, fazendo com que esse processo seja mais lento”. Ele entende que, mesmo havendo subnotificação da doença, há maior visibilidade dos casos de Alzheimer.  Maior fator de risco Especialistas apontam que há um consenso de que, dentre os fatores de risco para a doença, há um deles que não é propriamente da área de saúde: a baixa educação. “Esse é um fator modificável para os quadros demenciais (como é a doença de Alzheimer). Se a gente melhorar a qualidade da educação, por exemplo, do povo brasileiro, a gente vai diminuir os risco para demência. Inclusive esse é o fator de risco mais importante no Brasil”, afirma a professora Claudia Suemoto.  O professor Einstein de Camargos, da UnB, entende que esse dado é extremamente importante porque mostra que a maior prevenção não está dentro da área da saúde em si. A escolaridade pode ser transformadora para a saúde em diferentes sentidos. E nesse caso é orgânico.  Os médicos explicam que a resistência aos efeitos do adoecimento devem estar relacionados à reserva cognitiva que uma pessoa tem. “Se a pessoa teve uma maior estimulação cognitiva durante a vida, vai ter uma ‘poupança’ maior, com grande número de neurônios”, afirma a professora  Resistência O que se observa no cérebro de pessoas que desenvolveram a doença de Alzheimer é o acúmulo de proteína beta-amilóides. Quanto maior a “força” cerebral mais resistência haverá contra a presença da proteína. Camargos elenca que essa resistência está, além do aumento da escolaridade, na redução do tabagismo, no controle do diabetes e da pressão arterial. É, então, boa notícia que são fatores de risco modificáveis na vida do indivíduo e da sociedade. Claudia Suemoto aponta que se estima que 48% dos casos são relacionados a fatores de início de vida (baixa escolaridade), da meia idade (hipertensão arterial, perda auditiva, traumatismo craniano, obesidade e consumo excessivo de álcool) e da terceira idade (diabetes, tabagismo, depressão, isolamento social, poluição ambiental e falta da atividade física). “São todos fatores simples, mas bastante prevalentes. Se a gente modificasse a frequência deles na população, a gente estaria prevenindo demência, com certeza”, diz a professora. Uma boa notícia é que as melhores condições de vida diminuem os casos novos.  Evoluções Se, por um lado, há subnotificação, segundo a professora Claudia, o que tem acontecido nos últimos 10 anos principalmente para a doença de Alzheimer é que tem melhorado muito o diagnóstico. Na década passada, quando havia uma queixa de memória, a pessoa fazia alguns testes no consultório.  “Só que atualmente a gente consegue medir proteínas depositadas no cérebro e que são associadas a doença de Alzheimer”. Foi o médico Alois Alzheimer quem descreveu a doença no início do século 20, identificando lesões cerebrais. Antes, porém, não era possível medir essas proteínas com pessoas vivas. Atualmente já é possível medir essas proteínas no liquor (o líquido que envolve o cérebro). Mas, para fazer o exame era preciso um procedimento muito invasivo. Hoje, o exame se tornou mais acessível com auxílio da medicina nuclear. Remédios A médica Claudia Suemoto entende que há também alguma evolução nos medicamentos. “Hoje em dia, a gente já tem três drogas que limpam essa proteína beta-amilóide com resultados promissores. Limpam essas proteínas em pessoas com a doença mais leve. Então, a gente está tentando entender quais são os efeitos a longo prazo”, avalia Claudia.  Ela contextualiza que existe efeito colateral nessas drogas que precisam ser avaliados. “É tudo muito novo, mas finalmente a gente tem uma medicação que parece mexer no mecanismo da doença”, opina. Einstein de Camargos avalia que os medicamentos ainda saem muito caros e estão longe ainda da aplicabilidade. Procura por ajuda Os médicos explicam que queixas de memória são sintomas mais conhecidos relacionados à doença. Lembranças do presente, fatos importantes do passado, nomes de pessoas tornam-se desconhecidos para quem tem a doença. Mas é possível identificar como possíveis sintomas também pela perda de planejamento e confusão mental. “A pessoa tinha afazeres domésticos e está tendo uma certa dificuldade. Não consegue mais dirigir, lembrar a rotina… Esses fatores são os que mais chamam atenção no dia a dia. Fora isso, deve-se ter atenção do ponto de vista do comportamento fora do habitual. A pessoa deve procurar um médico para afastar a doença de Alzheimer como primeira causa”, exemplifica Camargos. Sono e atividade física Especialistas concordam ainda que existem medidas de prevenção fundamentais para evitar a doença, e passam também por necessidade de repousar. “Quem dorme menos de seis horas por noite aumenta o risco em

Crianças “zero dose”: como vulnerabilidades produzem exclusão vacinal

A cobertura de 77% contra a poliomielite indica que praticamente um em cada quatro bebês não tomou essa vacina em 2022 no Brasil – uma proporção bem distante do objetivo de 95%. Já a meta alcançada de vacinar 90% dos bebês com a BCG, apesar de ser um dado positivo, ainda indica que uma em cada dez não recebeu essa importante proteção contra a tuberculose.  Embora sejam os principais parâmetros para acompanhar a imunização, as coberturas escondem que um grupo de crianças acumula vulnerabilidades de toda ordem e está exposto a todos os agentes infecciosos imunopreveníveis, devido às desigualdades sociais, raciais e econômicas. Para jogar luz sobre essa invisibilidade, organismos internacionais trabalham com o conceito de crianças “zero dose”. Em todo o mundo, mais de 14 milhões de crianças se enquadram nessa situação e são consideradas totalmente excluídas das ações e programas de imunização.  Apesar do nome, o conceito não significa necessariamente que essas crianças não receberam nenhuma dose de vacina. A primeira dose da vacina DTP, contra difteria, tétano e coqueluche, é tomada como referência para essa medição. Por ser uma vacina de baixo custo, com décadas de uso, adotada em praticamente todo o mundo e prescrita para o segundo mês de vida, os cientistas consideram que uma criança que não teve acesso à dose 1 da DTP no primeiro ano de vida é uma criança zero dose.  Meta global No Brasil, a imunização com DTP está incluída na vacina pentavalente, que adiciona as proteções contra a hepatite B e a bactéria haemophilus influenza B, causadora de um tipo de meningite. Apesar de ter o maior sistema público de saúde do mundo, o SUS, e o mais amplo programa gratuito de imunizações do mundo, o PNI, o país tem mais de 430 mil crianças nessa situação, sendo o oitavo do mundo em números absolutos. Integrante do grupo consultivo de vacinas da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS), Cristiana Toscano explica que o indicador de zero doses é atualmente a principal medida da inequidade no acesso às vacinas. A Agenda de Imunizações de 2030, traçada globalmente com objetivos ambiciosos, pretende reduzir esse grupo de crianças pela metade até o fim da década.  “Esse dado significa que a criança não teve acesso à vacinação. Tem as subvacinadas, mas a zero dose é um marcador extremo de desigualdade. É por isso que essa é uma meta muito importante”, definiu, em apresentação na Jornada Nacional de Imunizações, realizada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em Florianópolis.  Ainda que tenha havido uma melhora em relação ao ano passado, quando havia 18 milhões de crianças zero dose, o mundo ainda está longe de cumprir essa meta. Em 2019, quando foi pactuada a agenda, eram quase 13 milhões de crianças sem a dose 1 da DTP, o que significa que os esforços feitos até agora não apenas não reduziram a desigualdade como ainda aumentou no período, marcado pela pandemia de covid-19.  >> Veja aqui especial 50 anos do programa de vacinação Bolsões e periferias Essas crianças não estão apenas em países de renda mais baixa, mas também em zonas de conflito e bolsões de pobreza em países de renda média e até renda alta. A chefe de saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Luciana Phebo, conta que, no Brasil, elas também não estão necessariamente nos estados e municípios mais pobres, mas também nas periferias das cidades mais ricas do país. “No Brasil, elas estão principalmente nos estados mais populosos, nas periferias. São Paulo e Rio de Janeiro, apesar de serem mais ricos, são também mais populosos. O número zero dose traz essa combinação de maior número, e por isso o Brasil está no ranking, mas também de países pobres e territórios pobres”.  Nesse contexto, a chefe de saúde do Unicef acrescenta que estar nos territórios mais empobrecidos é apenas uma das características que marcam essas crianças expostas a tal nível de exclusão. “Em todos os vieses que falam de empobrecimento e vulnerabilidade, não só dentro do Brasil, mas no mundo, você vai encontrar as crianças zero dose. Tem um viés claro de raça, etnia e pobreza”. Se fosse um município, a cidade das crianças zero dose estaria entre as 60 mais populosas do país. Mesmo assim, o número atual de 430 mil representa uma melhora em relação a 2021, quando havia 710 mil crianças nessa situação. Luciana Phebo afirma que esse avanço já é reflexo da recuperação das coberturas vacinais, que ainda tem um longo caminho pela frente. Salvar vidas O problema da baixa na imunização não é exclusivo do Brasil, e os dados da Agenda de Imunização 2030 apontam que a velocidade com que as metas estão sendo perseguidas não tem sido suficiente para que o mundo alcance os objetivos da década. Cristiana Toscano exemplifica que o número de vidas salvas pelas vacinas está aumentando em velocidade menor do que a necessária para chegar ao total de 50 milhões desejado para 2030. Entre essas milhões, muitas precisam ser as de crianças zero dose.  “As notícias não são boas. Surtos de doenças preveníveis por vacinas estão aumentando. Os surtos grandes de sarampo duplicaram em 12 meses, saindo de 16 e chegando a 33 entre maio de 2022 e maio de 2023. As lacunas da vacinação do sarampo estão causando um grande impacto no surgimento de novos surtos em todas as regiões”, lamenta a pesquisadora, que defende mais cooperação internacional. “A gente não consegue só cuidar da nossa casa, a gente precisa olhar para os nossos vizinhos e para todos para avançar”, afirma. *O repórter viajou para Florianópolis a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Fonte