Adryelson, do Botafogo, é convocado para a seleção brasileira
O zagueiro Adryelson, do Botafogo, foi convocado para defender a seleção brasileira na partida contra o Uruguai, terça-feira, às 21h (de Brasília), no Estádio Centenário, pela quarta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. A convocação de Adryelson acontece após a lesão do zagueiro Nino. Ele sofreu uma entorse no joelho esquerdo no treino deste sábado. A CBF informou que seguirá acompanhando a recuperação do defensor do Fluminense. Essa é a primeira convocação de Adryelson para a seleção principal. Ele está com 25 anos e vem tendo bom desempenho pelo líder do Brasileirão. Natural de Barão de Grajaú, Maranhão, o defensor foi formado na base do Sport, foi emprestado ao sub-20 do Palmeiras, e passou pelo Al-Wasl, de Dubai, antes de chegar ao Botafogo. O jogador é aguardado em Montevidéu na manhã deste domingo. Além dele, Fernando Diniz conta com Marquinhos, Gabriel Magalhães e Bremer para a zaga. A lesão de Nino acontece a menos de um mês da final da Conmebol Libertadores. No dia 4 de novembro, o Fluminense enfrenta o Boca Juniors em busca do título continental inédito. O zagueiro de 26 anos entrou em campo pelo clube 49 vezes nesta temporada e, presente nas duas convocações de Fernando Diniz, ainda não atuou pelo Brasil. Até então, a Seleção já havia feito cinco cortes nessa data Fifa: os laterais Caio Henrique, Danilo, Renan Lodi e Vanderson, além do atacante Raphinha. Por: Globo Esporte Fonte
Brasileiros deixam Gaza e vão para Rafah, na fronteira com o Egito
Dezesseis brasileiros – entre adultos e crianças – que passaram os últimos dias abrigados em uma escola da cidade de Gaza, no norte da Fronteira de Gaza, foram transferidos, em segurança, neste sábado (14), para a cidade de Rafah, perto da fronteira com o Egito, na região sul. Inicialmente, o grupo aguardaria na cidade de Khan Yunis pela autorização do governo do Egito para ingressar em território egípcio e embarcar em um voo de volta ao Brasil. Contudo, já com o grupo em Khan Yunis, as autoridades optaram por transferir os brasileiros para Rafah. Em nota, o Palácio do Planalto apontou que, além de “garantir uma noite mais tranquila” para os 16 brasileiros, a “pequena casa” que o governo alugou em Rafah fica “a uma caminhada de distância do posto de fronteira com o Egito”. Embora parte de Khan Yunis tenha sido atingida, neste sábado, por ataques israelenses, os outros 12 brasileiros que já estavam na cidade, esperando autorização para atravessar a fronteira com o Egito, permanecerão ali. “Eles moram em Khan Yunis, então não precisavam sair de suas casas e ir para a casa que o governo alugou [em Rafah] para o pessoal que estava na escola da cidade de Gaza”, explicou à Agência Brasil o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, comentando que os dois grupos estão separados por cerca de 13 quilômetros. “Mas, assim que abrir a janela da fronteira, permitindo a imigração, a passagem do nosso pessoal, os dois grupos passarão juntos”, assinalou. Somados os dois grupos, há 14 crianças, oito mulheres adultas e seis homens aguardando, na Palestina, pelo momento de embarcar de volta ao Brasil. Uma aeronave da Presidência da República – um VC-2 com capacidade para até 40 passageiros, mais tripulantes – já está estacionada em Roma, na Itália, à espera do momento oportuno para seguir viagem para o Egito. Em nota, o Itamaraty reafirmou, em Brasília, que segue negociando com as autoridades egípcias para “viabilizar a entrada dos brasileiros e de seus familiares no Egito”. Até este sábado, o governo brasileiro já resgatou da área de conflito 701 brasileiros e seus familiares, em quatro voos da Força Aérea Brasileira (FAB). O quinto avião empregado na Operação Voltando em Paz partiu de Tel Aviv às 11h55 (horário de Brasília) deste sábado, trazendo mais 215 pessoas, incluindo nove bebês. A previsão da FAB é que a aeronave pouse no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, no início da madrugada deste domingo (15). Com isso, o total de brasileiros repatriados chegará a 916 pessoas. Região de conflito O Ministério das Relações Exteriores estima que serão necessários ao menos 15 voos para trazer de volta ao país todos os brasileiros que solicitaram ajuda do corpo diplomático para deixar a região do conflito. Mais de 2,7 mil cidadãos brasileiros atualizaram seus dados pessoais por meio do formulário que a embaixada brasileira em Tel Aviv disponibilizou na internet, mas, conforme o diretor do Departamento Consular do Itamaraty, Aloysio Mares Dias Gomide Filho, explicou na última quarta-feira (11), nem todos manifestaram intenção de deixar a região neste primeiro momento. Além disso, alguns deles preencheram o formulário mais de uma vez, de forma que o Itamaraty ainda não sabe ao certo quantos, de fato, são os brasileiros na região. “Verificamos o fenômeno de duplo, até triplo registro. Algumas pessoas estão se inscrevendo mais de duas vezes, em alguns casos. Estamos revendo esta lista, fazendo um pente-fino”, comentou Gomide Filho, frisando que os cidadãos já repatriados estão entre os que responderam o formulário. Fonte
Entenda o que são considerados crimes de guerra
Na avaliação de observadores independentes das Nações Unidas, o governo de Israel e o comando do Hamas estão cometendo crimes de guerra. Em relatório de avaliação, os observadores condenaram os atentados cometidos pelo Hamas em território israelense e o ataques de Israel que atingiram palestinos em Gaza. O direito internacional humanitário regula as relações entre organizações e Estados e estabelece regras para limitar a legalidade de guerras, como restrição para uso de armamento químico. A normas só autorizam o conflito armado no caso de autodefesa contra ataques armados ou mediante autorização do Conselho de Segurança da ONU. As regras básicas do direito internacional também estabelecem que as partes envolvidas devem distinguir entre civis e combatentes inimigos. O estatuto do Tribunal Internacional de Haia e as convenções de Genebra definiram os crimes de guerra e as condições julgamento. Entre os crimes de guerra estão ataques à população civil, uso de armas ou métodos de guerra proibidos, homicídio, tortura, uso indevido de uniformes de entidades humanitárias, entre outros. Em caso de descumprimento, os acusados devem ser processados e julgados pelo Tribunal Internacional. Violações O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que as regras de direito humanitário internacional e os direitos humanos devem ser respeitados e cumpridos durante a guerra entre Israel e o Hamas. De acordo com informações divulgadas por agências internacionais, o número de mortes após uma semana de guerra chegou a 4 mil, entre israelenses e palestinos. Segundo a ONU, cerca de 1 milhão de moradores da Faixa da Gaza estão fora de suas casas, sem acesso a comida, água, luz, medicamentos e atendimento médico. A declaração de Guterres foi dada ontem (13) antes da reunião na qual o Conselho de Segurança da ONU não chegou a acordo sobre o texto final sobre a guerra. Segundo o secretário-geral, os civis envolvidos no conflito devem ser protegidos e não podem ser usados como escudos. Para ele, “até mesmo guerras têm regras”. No mesmo sentido, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) defendeu que os civis em Gaza devem ter acesso à ajuda humanitária. A entidade trabalha para enviar alimentos, água e medicamentos, mas a fronteira com o Egito continua fechada e não foram criados corredores humanitários. “Médicos Sem Fronteiras (MSF) está horrorizada com o brutal assassinato em massa de civis perpetrado pelo Hamas e com os intensos ataques a Gaza que estão sendo realizados por Israel. MSF pede a interrupção imediata do derramamento de sangue, o estabelecimento de espaços e passagens seguros para as pessoas chegarem a eles com urgência”, afirmou a entidade. O diretor da Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabrizio Carboni, defendeu a proteção dos civis e a autorização para entrada de ajuda humanitária. “Com a falta de eletricidade em Gaza, falta luz nos hospitais, o que coloca em perigo recém-nascidos em incubadoras e pacientes idosos que precisam de oxigenação. A hemodiálise deixa de funcionar e não é possível tirar raios X. Sem eletricidade, os hospitais correm perigo de se transformar em necrotérios”, alertou o diretor. * Com informações da Reuters e Lusa. Fonte
Lula conversa com o presidente da Autoridade Palestina
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou neste sábado (14), por telefone, com os presidentes do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Segundo o Palácio do Planalto, Lula pediu apoio para a saída de brasileiros da Faixa de Gaza e reafirmou a importância da busca pela paz na região. Nas conversas, o presidente demonstrou preocupação com os civis palestinos e também condenou os ataques terroristas em Israel. Lula também defendeu a abertura de um corredor humanitário em Gaza e a libertação de todos os reféns. Segundo o presidente, “os inocentes em Gaza não podem pagar o preço da insanidade daqueles que querem a guerra”. Na quinta-feira (12), Lula conversou por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e reiterou a condenação brasileira aos ataques promovidos pelo grupo Hamas, que o presidente classificou como atos terroristas. Repatriação No diálogo com o presidente egípcio, Lula informou que, após brasileiros cruzarem a passagem de Rafah, eles serão acompanhados pelo embaixador do Brasil no Egito até o Aeroporto de Arish, onde embarcarão imediatamente em aeronave da Força Aérea Brasileira com destino ao Brasil. Lula informou ainda que o Brasil deve enviar em breve ao Egito, entre outros itens, kits de medicamentos. O presidente confirmou que o Brasil, no exercício da presidência do Conselho de Segurança da ONU, manterá atuação incansável para evitar um desastre humanitário ainda maior e o alastramento do conflito. Ambos os presidentes reafirmaram a defesa da solução de dois Estados (israelense e palestino) e acordaram manter consultas frequentes sobre a crise em curso. Fonte
Lula conversa com o presidente da Autoridade Palestina
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou neste sábado (14), por telefone, com os presidentes do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Segundo o Palácio do Planalto, Lula pediu apoio para a saída de brasileiros da Faixa de Gaza e reafirmou a importância da busca pela paz na região. Nas conversas, o presidente demonstrou preocupação com os civis palestinos e também condenou os ataques terroristas em Israel. Lula também defendeu a abertura de um corredor humanitário em Gaza e a libertação de todos os reféns. Segundo o presidente, “os inocentes em Gaza não podem pagar o preço da insanidade daqueles que querem a guerra”. Na quinta-feira (12), Lula conversou por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e reiterou a condenação brasileira aos ataques promovidos pelo grupo Hamas, que o presidente classificou como atos terroristas. Fonte
Vídeo: Caio Castro sofre forte acidente na Copa Truck
Ator e piloto, Caio Castro se envolveu em acidente, no Rio Grande do Sul, em etapa da competição disputada O ator e piloto Caio Castro se envolveu em um forte acidente em uma sessão de treinos neste sábado (14/10), em etapa da Copa Truck. Castro, da equipe ASG Motorsport, perdeu o controle do Mercedes-Benz #22 que guiava e colidiu contra um muro de proteção do Autódromo Internacional de Tarumã, em Viamão-RS. O ator saiu ileso do acidente. Veja o momento da colisão: Apesar do susto, Caio Castro deve participar normalmente das corridas deste sábado. Fonte: Metrópoles Fonte
Israel e Hezbollah admitem ataques mútuos
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmam ter atingido vários alvos militares no Líbano, neste sábado (14). Em um comunicado, os militares israelenses sustentam que as estruturas atingidas pertencem ao grupo libanês Hezbollah, que reivindicou a responsabilidade por alguns dos ataques que Israel sofreu desde essa sexta-feira (13). “Aeronaves, artilharia e tanques das FDI atingiram vários alvos militares da organização terrorista Hezbollah, no Líbano, em resposta aos morteiros lançados contra o território israelense hoje cedo”, informaram os militares, referindo-se ao ataque militar que a organização libanesa deflagrou, esta manhã, contra postos israelenses perto da tríplice fronteira entre Líbano, Israel e Síria, em áreas disputados pelos dois primeiros países. Em comunicados que divulgou em seu canal de televisão, o Al-Manar, o Hezbollah afirma ter bombardeado “posições do exército” israelense com mísseis teleguiados e granadas. Ainda de acordo com o grupo libanês, parte do posto de vigilância de Burkat Al-Naqqar, um dos alvos atingidos, “foi destruída”. Guerra Os ataques do Hezbollah ocorrem oito dias após o governo de Israel ter declarado guerra contra o Hamas, grupo islâmico de resistência ao avanço israelense sobre o território palestino e que controla a Faixa de Gaza. No último sábado (70, o Hamas deflagrou o mais ousado ataque contra o território israelense em décadas, atingindo civis e militares indistintamente, por terra e pelo ar. A ofensiva do Hamas provocou uma severa reação militar de Israel, que passou a bombardear ininterruptamente a Faixa de Gaza – um estreito pedaço de terra de 41quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, banhada pelo Mar Mediterrâneo, onde vivem cerca de 2,2 milhões de palestinos. Em nota, as Forças de Defesa de Israel afirmam estar preparadas para implementar “uma ampla gama de planos ofensivos operacionais” em Gaza. Segundo as FDI, “as próximas fases da guerra, com ênfase em operações terrestres significativas […] podem incluir ataques combinados e coordenados por via aérea, marítima e terrestre”. Fonte
Eclipse solar anular: mapa mostra como fenômeno será visto em cada estado do país
— Somente se pode usar telescópio apropriado, com filtro apropriado e sob supervisão de profissionais. Uma outra forma é a projeção, ou seja observação indireta. É bem fácil construir um aparato. Pode-se simplesmente usar um pedaço de papelão, como por exemplo uma tampa de caixa de pizza, e fazer um furo no meio. Coloca-se um papel branco no chão e direciona-se o papelão para a direção do Sol. O eclipse é visto tranquilamente no papel no chão. Há uma série de construções interessantes para a observação indireta — orienta. O astrônomo Marcelo Zurita, diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros, explicou a O GLOBO que o perigo da observação a olho nu não está no eclipse, mas sim no Sol. Isso porque a estrela emite tanta luz e radiação que pode queimar a retina. — Na prática, o que acontece é que a nossa córnea funciona como uma lente, que vai concentrar a luz solar lá no fundo da nossa retina. Assim como acontece se a gente pegar uma lente ou lupa para aquecer um ponto, queimar uma folha de papel, é a mesma coisa que acontece com a nossa retina: ela vai ser queimada pela luz, pela radiação concentrada do Sol — disse Zurita. Segundo Zurita, a exposição contínua à luz solar provoca feridas na retina — e, dependendo do caso, elas podem infeccionar e levar à cegueira. Por isso, o astrônomo recomenda não olhar diretamente para o Sol de maneira geral, e não apenas quando houver eclipses. Outro especialista consultado pelo O GLOBO, o físico Anisio Lasievicz concorda: — Jamais [devemos] olhar para o Sol, independente de ser em eclipse ou não. A quantidade de luz que o Sol emite é prejudicial aos nossos olhos se a gente olhar diretamente para ele, independente da situação — completa. O que é o ‘eclipse solar anular’? Um eclipse anular do sol acontece quando o sol, a lua e a Terra estão em alinhamento. Assim, a maior parte do disco solar fica coberta, e apenas uma borda com aspecto ígneo aparece. Segundo o site Climatempo, apenas algumas regiões do Norte e Nordeste do Brasil poderão enxergar o fenômeno. Eclipse solar anular: apenas algumas regiões poderão enxergar fenômeno — Foto: Time and Date Qual é a diferença entre eclipse anular e o eclipse total? A diferença entre o eclipse anular e o eclipse total é que, no primeiro caso, a lua fica mais distante da Terra, segundo a astrônoma Josina Nascimento. O diâmetro aparente dela, portanto, aparece diferente do diâmetro aparente do sol. — Tanto no eclipse total quanto no anular a lua está alinhada entre a Terra e o sol, bloqueando toda ou a maior parte da luz do sol em uma parte da superfície da Terra. A sombra mais escura, onde toda a luz solar é bloqueada, é chamada umbra. Em torno da umbra se define a sombra mais clara, a penumbra, onde a luz solar é parcialmente bloqueada e o eclipse é visto como parcial — diz Josina ao Observatório. Quando aconteceu o último eclipse solar anular? O eclipse anular, no entanto, não é um evento raro. No entanto, somente pode ser visto em poucos lugares do planeta. O último, por exemplo, aconteceu em 2021, mas nenhum lugar do Brasil conseguiu vê-lo. Como ver o eclipse solar de 2023 de forma segura? Apesar de não ser indicado assistir ao eclipse solar a olho nu, existem algumas formas de ver o fenômeno sem prejudicar os olhos. Os especialistas consultados por O GLOBO apontaram métodos indiretos e diretos de visualização do evento: — A forma mais segura de observar o Sol é utilizando filtros adequados. Existem óculos específicos pra observação solar, que têm certificação ISO e são feitos propriamente para isso, e existe o vidro de soldador, que é uma improvisação que funciona. — disse Zurita. Segundo Lasievicz, para ter segurança na hora de olhar o eclipse solar, o vidro soldador utilizado deve ser de tonalidade N 14 ou acima. O físico indica que qualquer fator abaixo desse — ou seja, N 10 ou N 12 — não fará a proteção necessária da retina. Além disso, esse método também requer outro cuidado: — A gente não pode, utilizando o vidro de soldador, observar por muito tempo, porque ele filtra, sim, parte da radiação, mas ainda assim deixa passar alguma coisa, então se a gente deixar o olho muito tempo exposto a essa radiação, pode causar algum dano também. O recomendado é olhar por uns 10 segundos e descansar a vista por mais 30, 40 segundos, até voltar a olhar novamente. — alertou o astrônomo Marcelo Zurita. Outra maneira segura de ver o eclipse solar é fazendo uma observação indireta do evento. O Observatório Nacional do Brasil, por exemplo, vai fazer uma transmissão ao vivo do fenômeno. A live pode ser vista pelo YouTube a partir das 11h30 (horário de Brasília) de sábado, que é quando o eclipse iniciará nos Estados Unidos. Além disso, em alguns estados, planetários e institutos de educação farão uma observação conjunta e segura do fenômeno. É possível conferir o mapa de lugares no site oficial do Observatório Nacional. Fonte: Globo Fonte
Gaza: pelo menos 15 estabelecimentos de saúde foram atingidos
O porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, Ashraf Al-Qudra, afirmou, neste sábado (14), que as forças militares de Israel atacaram ao menos 15 hospitais e unidades de saúde da Faixa de Gaza, no Oriente Médio. Ainda segundo Al-Qudra, 23 ambulâncias também foram atingidas enquanto profissionais de saúde atendiam a vítimas da ofensiva israelense. Em um comunicado divulgado hoje, o porta-voz ministerial apelou à comunidade internacional que adote medidas capazes de persuadir o governo de Israel a não bombardear hospitais e áreas próximas a unidades de saúde. “A ameaça de bombardear instituições de saúde sob os olhos do mundo expressa o comportamento criminoso sistemático da ocupação israelita”, declarou Al-Qudra, ao informar que parte das 15 instalações de saúde atingidas já não podem atender às milhares de vítimas do confronto entre Israel e o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Nas redes sociais, a assessoria do Ministério da Saúde da Palestina informou que ao menos 10 paramédicos morreram e outros 27 foram feridos enquanto trabalhavam, socorrendo as vítimas em território palestino, desde o início do conflito, há uma semana. A pasta também tem, recorrentemente, pedido que os cidadãos que puderem procurem um banco de sangue ainda operando a fim de doar sangue às vítimas do confronto. Na última quinta-feira (12), o governo de Israel anunciou que agirá de forma a aniquilar o movimento Hamas, sem abrir exceções humanitárias no cerco que fez à Faixa de Gaza. A ameaça foi uma resposta ao pedido da organização da Cruz Vermelha, que conclamou Israel a permitir a entrada de combustível na Faixa de Gaza a fim de evitar que hospitais sobrecarregados “se transformem em necrotérios”. Ontem, Israel deu um prazo de 24 horas para que os palestinos deixem a região norte da Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 1,2 milhão de pessoas, e se dirijam rumo ao sul. O comunicado foi feito por meio de panfletos lançados na Faixa de Gaza por aeronaves israelenses. A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que foi informada sobre o aviso israelense para que os palestinos evacuem a região, destacando ser impossível movimentar tantas pessoas em tão pouco tempo. O prazo para que os palestinos deixem a região norte da Faixa de Gaza terminou há pouco. Fonte
Observação do eclipse exige cuidados para evitar lesão nos olhos
Quem quiser acompanhar o eclipse solar que ocorrerá neste sábado (14) e será visível em todo o Brasil deve tomar os cuidados necessários para a observação. O diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Sérgio Fernandes, alerta que a principal orientação para se observar o eclipse solar é a utilização do filtro de soldador número 14. “Em hipótese nenhuma devemos observar o eclipse através de radiografias, negativos de fotografia ou mesmo óculos escuros. O sol emite, além de sua luz própria, raios infravermelho e ultravioleta. Sobretudo, o ultravioleta pode provocar queimaduras na retina que são permanentes”, explicou o médico. O Observatório Nacional, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, endossou o alerta de que não devem ser usados óculos de sol comuns, celulares, chapa de raio x, nem câmeras ou telescópios sem os filtros apropriados para a observação do fenômeno, podendo causar danos permanentes à visão. Em caso de contato inadequado com a luz de observação direta do eclipse, Fernandes orienta que se deve procurar imediatamente um oftalmologista para tentar diminuir os efeitos lesivos dessa queimadura. No entanto, ele afirma que uma queimadura pode levar a uma baixa visual importante. Segundo o médico, não existe nenhum trabalho determinando quanto tempo se pode olhar o eclipse. Diante disso, recomenda que, mesmo utilizando o filtro adequado, a observação seja intercalada. Após olhar na direção de um eclipse por alguns segundos e sem proteção, Samira Ortega, de 35 anos, ficou duas semanas sem enxergar com o olho esquerdo. “Senti a vista embaçada, como se tivesse um borrão. Procurei [um médico] depois de algumas horas. Queimou as minhas retinas. No olho esquerdo tenho uma mancha até hoje”, contou. O que ela teve foi maculopatia solar, que exige acompanhamento com oftalmologista, tratamento e uma série de exames. “[Foi] no primeiro ano da Pandemia (2020). Estou bem, com o tempo a visão voltou 100%. Às vezes, olho para alguma superfície e vejo um pontinho”, acrescentou. Fonte
Congresso discute uso de cannabis medicinal para tratamento da dor
O uso de cannabis medicinal para tratamento da dor em pacientes com doenças reumáticas ainda gera muitas dúvidas. Médicos reuniram-se no Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado em Goiânia no último fim de semana, para discutir os prós e contras no uso da substância para fins medicinais. “A cannabis é uma planta utilizada pelo ser humano há aproximadamente 13 mil anos. É da flor que extraímos o canabidiol, que é o principal produto com indicação medicinal”, explicou a médica reumatologista Selma da Costa Silva Merenlender, integrante da Comissão de Mídias da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Quando falamos da cannabis medicinal, o principal produto a que nos referimos é o canabidiol (CBD), que não traz dependência. A tal dependência está relacionada aos princípios psicoativos de outro componente da planta, o THC, que é mais encontrado nas folhas e nos caules, que é encontrado na maconha. É importante separar a maconha, que está presente na folha, do CBD, que é a cannabis medicinal e que está na flor”, acrescentou. O uso da cannabis tem sido sugerido por médicos e cientistas para o tratamento de algumas doenças, entre as quais a epilepsia refratária, que conta com estudos mais avançados e tem apontado para um bom resultado. “No Brasil, a primeira aprovação [do uso da substância] foi justamente para o tratamento de epilepsia refratária em crianças, mas já existem evidências científicas – e que estão em crescimento – da utilização da cannabis medicinal para diversas indicações neurológicas, reumatológicas, imunológicas, controles de peso, ansiedade e depressão”, disse Selma. No caso da epilepsia refratária, o uso da substância tem contribuído para diminuir as crises convulsivas em crianças. Entre as doenças reumatológicas, a cannabis medicinal está sendo indicada para síndromes dolorosas crônicas como a fibromialgia e para o tratamento da dor relacionadas à artrite reumatoide, espondilite anquilosante e psoríase. “O que a cannabis medicinal faz, além de retirar a dor, é equilibrar o organismo, trazer o paciente para um estado anterior da doença, ou seja, ele fica menos doente. Mas a doença não é curada. No caso da artrose, por exemplo, melhora a dor e a qualidade de vida do paciente.” O assunto, no entanto, é polêmico. Embora seja cada vez mais comum pacientes que fazem uso de cannabis medicinal relatarem melhoras na qualidade de vida, como o deputado estadual de São Paulo Eduardo Suplicy, que toma o medicamento para tratar os efeitos da doença de Parkinson, há poucos estudos científicos sobre os resultados e também sobre os riscos. Isso ocorre principalmente no caso do tratamento da dor, disse a médica Alessandra de Sousa Braz, professora de reumatologia da Universidade Federal da Paraíba e integrante da Comissão de Dor, Reumatismo de Partes Moles e Fibromialgia da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Precisamos valorizar a cannabis medicinal, mas, quando valorizamos, precisamos saber que há prós e contras. Ninguém prescreve nenhum fármaco na reumatologia sem saber o que é bom ou ruim.” No Brasil, o uso da cannabis medicinal não é livre: é preciso que um médico faça a prescrição. Até 2015, por exemplo, a venda de algum produto com canabidiol, substância derivada da cannabis, era proibida no país. Então, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu o canabidiol na lista de substâncias controladas. Isso significa que empresas interessadas em produzir ou vender derivados da substância precisam ter registro na Anvisa e que pacientes têm que apresentar receita médica para comprar o produto. Atualmente existem apenas três formas de acesso ao canabidiol: em farmácias, por meio de associações ou por importação. Ainda não existe uma política de fornecimento gratuito de produtos à base de canabidiol por meio do Sistema Único da Saúde (SUS). O que há são projetos em tramitação no Congresso Nacional buscando garantir o acesso de pacientes que precisam dessas terapias ao SUS. Estudos incipientes Médica em João Pessoa, Alessandra costuma receber diversos pacientes que já usam a substância. “Para dores neuropáticas mais intensas, e que falharam para outros medicamentos, já há dados de literatura bem importante [falando sobre o uso da cannabis medicinal]. No caso da fibromialgia, que é uma doença multidimensional, o paciente não só sente dor. Ele tem dificuldade de dormir, alteração do sono, alteração de humor, alteração da memória.” Os pacientes que têm fibromialgia e vem usando a substância costumam relatar melhora na qualidade de vida, do humor e até da libido. No entanto, as evidências de que a substância age sobre a dor ainda são fracas. “Não sou contra [o uso da cannabis], mas quero saber o uso correto, ter uma indicação assertiva, e que a gente também estude os efeitos adversos do medicamento.” Segundo a médica, também é preciso esclarecer que o uso desse medicamento não é livre para todas as pessoas. Em crianças e adolescentes, grávidas e idosos, a cannabis medicinal pode até apresentar riscos relacionados, por exemplo, à memória, problemas cardiovasculares e até associados ao leite materno. “Não sou contra a cannabis. Sou contra o uso inadvertido até para não queimar etapas”, afirmou. Para Alessandra, faltam mais estudos sobre os efeitos da cannabis medicinal, principalmente os relacionados ao tratamento da dor e aos efeitos colaterais. “Como é que eu vou estimular o uso de um medicamento que só tem estudo por pouco período sem avaliar os riscos de longo prazo?”, questionou. “Normalmente, quando se prescreve o remédio, ele passa por quatro fases de estudo: um pré-clínico, que é antes de ser feito em ser humano para ver se é seguro e eficaz; a fase clínica, já no ser humano, quando se faz inicialmente em uma pequena quantidade de pacientes para ver se é seguro e, depois, em um grande número de pacientes para ver se é eficaz e seguro. Depois entra na Fase 4, que é o que a gente chama de comercialização. O que me preocupa é que é preciso uma normatização: qual é a dose, qual é o miligrama e qual é a posologia correta?”, disse a médica paraibana, em entrevista à Agência Brasil. Efeitos positivos A adolescente Yasmim, de 13 anos, foi diagnosticada com lúpus, artrite
Pesquisadores criticam invisibilidade de palestinos no noticiário
Desde o último sábado (7), noticiários de todo o mundo colocam em destaque os conflitos entre Israel e Hamas. O ponto de partida para a retomada dessa cobertura mais extensa foi o ataque do grupo islâmico Hamas contra comunidades israelenses próximas à Faixa de Gaza. São acontecimentos mais recentes de uma história complexa que remete a décadas ou a séculos, a depender da escolha interpretativa. Para alguns especialistas, no entanto, o assunto tem sido abordado de forma simplista e desequilibrada pela mídia tradicional. Ausência de contextualização histórica, escolhas restritas de fontes e temas, atribuição de adjetivos maniqueístas para caracterizar os dois lados: diferentes elementos estariam favorecendo uma visão pró-Israel e tornando quase invisível os problemas enfrentados pelos palestinos. É dessa forma que o geógrafo e pesquisador de discursos midiáticos, Francisco Fernandes Ladeira, analisa a atual cobertura jornalística do conflito. “É uma cobertura que não tem o contraditório, se volta apenas para um lado. São usados atalhos cognitivos que, primeiro, tentam simplificar para o cidadão comum um conflito que é muito complexo. Exemplo é criar uma batalha entre o bem, que seria Israel, e o mal, que seria a Palestina. Também se procura tirar a historicidade do conflito, que remete a séculos, e focar em acontecimentos imediatos. Assim, é noticiado apenas o ataque do Hamas a Israel”, defende Ladeira. “Há jogos de palavras e armadilhas semânticas que mexem com as emoções. Quando você vai falar das perdas em Gaza, são perdas materiais, ataques às instalações militares. Em Israel, são enfatizadas as perdas humanas e os dramas familiares, os ataques contra a população civil”, complementa o pesquisador. O professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Bruno Huberman, argumenta que existe uma indignação seletiva no debate público, que negligencia o lado palestino. Em publicação na rede social X (ex-twitter), ele diz que o “apartheid israelense” provoca a morte de palestinos todos os dias, sem que repercussão e comoção sejam as mesmas. “É injustificável a morte de centenas de israelenses, assim como é a dos palestinos. Mas o grau de normalização da barbárie em Gaza pode ser visto nessa rave organizada na fronteira com Gaza. Como um festival que prega paz e amor é realizado na fronteira com duas milhões de pessoas sofrendo dia a dia? Essa é a alienação que israelenses, brasileiros e ocidentais têm em relação ao que se passa com os palestinos. A barbárie contra os palestinos não sensibiliza, são mortos sem nome, sem rosto, diferente dos israelenses”, disse Huberman. Discordância A pesquisadora Karina Stange Caladrin, vinculada ao Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) e ao Instituto Brasil-Israel, discorda que haja uma abordagem pró-Israel nos noticiários. Para ela, especialistas de diferentes visões têm sido chamados para comentar os conflitos, o que torna a cobertura mais completa e diversa. O ataque do Hamas no último sábado ter sido tratado de forma mais “emocional” e negativa em diferentes veículos, seria o esperado, por envolver civis mortos. Justificar os ataques é que seria condenável. “Qualquer pessoa que defenda a morte de civis, palestino ou israelense, não está representando nada. A ideia de dar voz aos dois lados acaba colocando pessoas para falar que defendem mortes de civis, palestinos ou israelenses. E isso eu considero inadmissível. Isso não deveria ter espaço na mídia”, defende Caladrin. Situação em Gaza Informações sobre a situação precária da população palestina na Faixa de Gaza têm chegado com mais detalhes por meio de organizações que atuam no local. É o caso da Médico Sem Fronteiras (MSF), que denuncia uma piora das condições de vida no território depois dos bombardeios recentes. No relato de um dos coordenadores da MSF na Palestina, Léo Cans, instalações e equipamentos médicos foram destruídos pelas ações israelenses, milhares de pessoas perderam moradias e estão sem acesso aos serviços primários. “A intensidade da violência e dos bombardeios é chocante, assim como o número de mortos. A declaração de guerra não deve, em hipótese alguma, levar à punição coletiva da população de Gaza. Cortar o fornecimento de água, eletricidade e combustível é inaceitável, pois pune toda a população e a priva de suas necessidades básicas”, disse, em nota, Léo Cans. As condições socioeconômicas na Faixa de Gaza, segundo o cientista político e professor de Relações Internacionais Maurício Santoro, transformam a região em “um grande celeiro para organizações extremistas e movimentos violentos”. “Essa é a quinta grande intervenção militar de Israel em Gaza desde 2008. É um número bem alto. A região é cercada por muros e grades, tem fronteiras muito controladas. O espaço marítimo também é cerceado em termos de patrulhamento de Israel. Por isso, que se usa a expressão que Gaza é uma ‘prisão a céu aberto’. É uma área muito pobre, com um nível de vulnerabilidade socioeconômica gigantesca. E nas circunstâncias atuais é inviável do ponto de vista econômico e social. Não tem realmente como ter ali o estabelecimento de um comércio internacional e de investimentos”, disse Santoro. A Faixa de Gaza tem aproximadamente 2,3 milhões de pessoas. Pelo tamanho pequeno do território, 41 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura, tem uma alta densidade populacional. Segundo a ONU, pelo menos 80% dos que vivem ali dependem de ajuda internacional, como fornecimento de alimentos. Além das restrições sobre o espaço aéreo e marítimo, Israel também controla as mercadorias que entram no território, o abastecimento de água, energia, combustível e comida. “O fornecimento desses serviços acaba se tornando um instrumento de pressão política. É o que está acontecendo agora, de se cortar o fornecimento de água e energia elétrica, algo proibido no direito internacional. Tanto as convenções de Genebra quanto o estatuto de Roma proíbem utilizar esse tipo de ferramenta como uma maneira de punir a população civil. Isso é uma violação do direito humanitário e das leis da guerra. É muito significativo também dessa dependência extrema que os palestinos têm do Estado de Israel”, explicou Maurício Santoro Fonte
Brasileiros chegam ao sul de Gaza e aguardam travessia para Egito
Dezesseis brasileiros chegaram neste sábado (14) à cidade de Khan Younes, no sul da Faixa de Gaza, e estão hospedados no prédio de uma família palestina brasileira. O grupo estava até a manhã de hoje em uma escola católica na região da Cidade de Gaza, aguardando o início da operação de repatriação. A travessia chegou a ser suspensa pelo Itamaraty por motivos de segurança, mas o agravamento da situação do conflito fez com que o transporte ocorresse em caráter emergencial. A segunda etapa da operação é a passagem para o Egito por Rafah. De acordo com o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, ainda não há data prevista para essa travessia. De Rafah, 22 brasileiros irão para um aeroporto onde serão resgatados por um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). Do total de 22 pessoas que desejam evacuação, 14 são crianças, 8 são mulheres e 6 são homens adultos. Fonte
Passa de 700 o número de brasileiros repatriados de Israel
Apreensão, expectativa, abraços e lágrimas de alívio. São expressões que descrevem como foi a madrugada deste sábado (14) no saguão de desembarque do aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Parentes estavam à espera de mais um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com brasileiros repatriados de Israel. A pesquisadora Priscila Grimberg foi receber a filha, Maia, de 15 anos, que passou dois meses em Tel Aviv para estudar. Ela relatou que sabia que Israel tem histórico de ser atacado por foguetes lançados de países vizinhos, mas que, agora, a situação foi diferente. “A agonia maior é quando você começa a ver coisas que são incomuns, que não são os bombardeios, mas as invasões, os sequestros e os assassinatos”. O avião KC-30 da FAB tocou em solo brasileiro às 2h44 com 207 brasileiros que pediram ajuda ao governo brasileiro para a repatriação depois que Israel foi atacado pelo grupo extremista palestino Hamas, no último sábado (7). O Airbus A330 200 trouxe também dois cachorros e dois gatos de estimação. A filha da Priscila foi a primeira a chegar no terminal de desembarque. Assim que avistou a mãe, correu para um abraço e não segurou o choro. “É muito ruim estar lá e ouvir as coisas, as bombas, mas estar aqui no colo da mamãe é muito bom”, diz aliviada. Sobre como foram os últimos dias no país que declarou guerra ao Hamas, a resposta é direta: “angustiante”, diz com a voz embargada. A sensação de alívio da mãe se divide com a solidariedade aos povos envolvidos no conflito. “Pedindo muita luz não só para o povo judeu, Israel, mas também para o povo palestino, que sofre com isso.” Som amedrontador Thiago Giraldi, de 15 anos, chegou acompanhado pelo pai. Eles viajavam a turismo quando estourou o confronto. Os dois estavam no norte de Israel, região mais distante dos locais atacados pelo Hamas, mas que acabou virando ponto de tensão por causa da proximidade com o Líbano, país base do grupo Hezbollah, também inimigo de Israel. O voo de volta por uma companhia comercial estava marcado para domingo (15), mas acharam mais prudente ir para Tel Aviv e adiantar a repatriação na aeronave da FAB. Os dois moram em Guarapari, no Espírito Santo. “Eu me senti inseguro lá. É amedrontador quando a sirene toca. Uma sensação pela qual eu não quero que ninguém passe”, disse à Agência Brasil depois de ser recepcionado pelo avô. Desde que chegou ao aeroporto, o avô de Thiago esperava pela hora de dar um abraço no neto. “O susto foi muito grande. Torcer agora para que outros avós consigam o mesmo que eu estou, dar aquele abraço, aquele beijo, sair daqui e dormir em paz”, disse o engenheiro José Lúcio Geraldi. O ataque do Hamas e a retaliação israelense, que deixaram milhares de mortos, também alteraram as férias do administrador de sistemas Rafael Borsani. Ele chegara em uma cidade pouco ao norte de Tel Aviv quando, dois dias depois, aconteceram os primeiros ataques. A volta ao Brasil estava marcada para o dia 21, mas teve que ser antecipada em uma semana. “É bem tenso, você fica apreensivo, querendo saber se vai escalar, se vai resolver. Uma experiência ruim”, lamenta. “Mas deu tudo certo”, se consola ao se referir à repatriação. Operação Voltando em Paz O avião que desembarcou na madrugada no Rio de Janeiro foi o quarto da Operação Voltando em Paz, do governo federal. Por enquanto são 701 brasileiros repatriados em voos da FAB desde quarta-feira (11), quando chegaram os primeiros 211 resgatados. No dia seguinte, aterrissaram mais 214. Na sexta-feira, 69 passageiros desembarcaram em território brasileiro. Os voos de Israel para o Brasil duram cerca de 14 horas. Neste sábado, está prevista a decolagem de mais um voo KC-30 da FAB de Tel Aviv em direção ao Brasil. A chegada deve ser por volta das 2h30 de domingo (15). Possíveis novos voos de repatriação saindo de Israel estão sendo avaliados, segundo o Ministério de Relações Exteriores (MRE). De acordo com o MRE, 14 mil brasileiros viviam em Israel até o fim do ano passado. Os interessados em repatriação estão sendo acomodados conforme critérios de prioridade. O governo brasileiro orienta que os cidadãos que possuam passagens aéreas ou condições de adquiri-las embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben Gurion. Resgate em Gaza Na Palestina vivem 6 mil brasileiros, de acordo com o MRE. A logística para trazer de volta brasileiros que estão em Gaza é mais complicada, pelo fato de a região estar sendo alvo de ataques israelenses e por envolver o Egito, que já admitiu a entrada dos brasileiros em deslocamento. Egito aceita receber brasileiros que desejam sair da Faixa de Gaza Governo brasileiro contratou ônibus para transporte dos brasileiros neste sábado até a fronteira egípcia e aguardava a liberação pela passagem de Rafah pelo país africano. A rota de fuga dos brasileiros confinados na região é pela passagem de Rafah, na fronteira entre a parte sul de Gaza e o Egito. O governo brasileiro contratou ônibus para transporte até a fronteira com o Egito e fez contato com o governo israelense para garantir a segurança dos brasileiros. A aeronave VC-2 (Embraer 190) da FAB, utilizada pela Presidência da República e cedida para a Operação Voltando em Paz, pousou em Roma, na sexta-feira (13), à espera de autorização para ir ao Egito. Brasileiros mortos Há confirmação de três brasileiros mortos pelos ataques do Hamas em Israel. Karla Stelzer Mendes, de 42 anos; Bruna Valeanu, de 24 anos; e Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos. O governo brasileiro reitera total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil. O MRE disponibiliza os contatos da embaixada em Tel Aviv (+972 (54)8035858) e do Escritório de Representação em Ramallah, na Cisjordânia (+972 (59)2055510), para os brasileiros em situação de emergência. O plantão em Brasília pode ser contatado pelo número +55 (61) 982600610. Fonte
Pacientes reumáticos têm mais risco de desenvolver tuberculose
A pandemia de covid-19 fez com que muitos casos de tuberculose ao redor do mundo deixassem de ser notificados, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso acredita-se que, nesse período, o número de pessoas com tuberculose não diagnosticadas e não tratadas possa ter aumentado. No Brasil, não foi diferente. Um boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em março deste ano revelou que a mortalidade por tuberculose no país voltou a crescer nos últimos anos. Em 2021 foram registrados 5.072 óbitos pela doença, aumento de 11,9% em relação a 2019. Foi a primeira vez, em quase 20 anos, que o país ultrapassou o número de 5 mil mortos pela doença. Desde 2002, quando foram registrados 5.162 óbitos, o Brasil não chegava a essa marca. Para os pacientes de doenças reumáticas, o aumento nos casos não diagnosticados ao redor do mundo pode ser ainda mais preocupante, já que essas pessoas apresentam ainda mais risco de desenvolver a doença. “Se a pessoa tiver algum sintoma do músculo esquelético, é importante procurar um reumatologista”, disse o médico especialista José Eduardo Martinez, da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “A tuberculose é uma doença infecciosa, e a mais prevalente no mundo. Temos cerca de 10,4 milhões de novos casos de tuberculose por ano, segundo dados pré-pandemia. Durante a pandemia, os casos foram subnotificados e então perdeu-se um pouco o controle. Mesmo assim, tivemos um aumento do registro de novos casos de tuberculose de 2021 para 2022, aumento em torno de 3%”, disse Viviane Angelina de Souza, professora de reumatologia e da pós-graduação em Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e coordenadora da Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia. A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões, e seu sintoma mais conhecido é a tosse, mas também provoca febre e perda de peso. A tuberculose é evitável e curável, mas é importante procurar ajuda médica rapidamente porque a cura depende do diagnóstico e tratamento precoce. “Principalmente nos pacientes com doenças reumáticas imunomediadas – como artrite reumatóide, espondiloartrites e lúpus eritematoso sistêmico – existe uma condição que é altamente prevalente. Um quarto da população mundial apresenta essa condição, que é o que a gente denomina infecção latente pela tuberculose”, explicou. E o que seria a infecção latente pela tuberculose? “A pessoa tem, no decorrer da vida, contato com o bacilo da tuberculose, mas o próprio sistema imunológico consegue bloquear a bactéria e não deixa que a infecção se desenvolva. Mas essa bactéria não é eliminada e fica adormecida”. O que ocorre é que os pacientes com diagnóstico de doenças reumáticas imunomediadas e com tuberculose latente podem apresentar desequilíbrio no sistema imunológico. Nesse caso, as bactérias da tuberculose que estavam adormecidas podem ser liberadas e cair na circulação. Aí a tuberculose ativa pode ser ainda mais grave, atingindo não só o pulmão, mas também outros órgãos. Viviane lembra que outras populações de alto risco de reativação de focos latentes são pessoas em situação de rua, asilados, população carcerária, profissionais de saúde e pacientes renais crônicos. Para evitar que isso ocorra e que pessoas de alto risco apresentem sérias complicações, é necessária uma vigilância sobre os casos de tuberculose e de tuberculose latente. No Brasil, existe um plano para prevenir a doença. É o Plano Brasil Livre da Tuberculose que tem, entre suas metas, diminuir a incidência da doença e alcançar, até 2035, redução de 95% no número de mortes por ela causadas. De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento de pessoas com tuberculose latente é uma importante estratégia de prevenção para o controle da doença. “A OMS prevê que essa meta de acabar com a tuberculose no mundo vai atrasar. A principal maneira de acabar com os casos de tuberculose é identificar os portadores dessa bactéria adormecida, que é a tuberculose latente e, nas populações de risco, realizar o tratamento”. Todo o tratamento, destacou Viviane, pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que, em abril deste ano, o governo instituiu o Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente, que vai integrar nove ministérios e pretende promover ações para erradicar esta e outras doenças com elevada incidência em regiões de maior vulnerabilidade até 2030. “Outra importante estratégia é a incorporação de novos tratamentos para a doença. Em setembro de 2023, por exemplo, foi incorporado a pretomanida no SUS. O medicamento é administrado via oral, com menos efeitos colaterais, o que facilita a adesão e exige menos visitas de acompanhamento. Além disso, o tempo de tratamento também é reduzido: de dezoito para seis meses”, informou a pasta. O ministério reforçou que a doença tem cura e que todo o diagnóstico e tratamento são oferecidos pelo SUS. De acordo com a pasta, a melhor forma de evitar a infecção é a detecção e o início precoce do tratamento. “Para as pessoas que receberam o diagnóstico de infecção latente, recomenda-se o tratamento preventivo da tuberculose”, ressaltou. Também é importante tomar a vacina BCG, que protege as crianças das formas mais graves da doença. *A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Reumatologia Fonte