Em Brasília, Forças de Segurança do AM buscam captação de recursos para o sistema de segurança
Uma equipe da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), formada por representantes da Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PMAM) e Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), iniciou, nesta terça-feira (17/10), uma série de reuniões com integrantes da bancada amazonense na Câmara dos Deputados e Senado Federal. O objetivo é captar recursos de parlamentares para o ano de 2024. De posse de um portfólio, o grupo apresenta aos parlamentares os principais projetos para o sistema de segurança pública do Amazonas. Nele, estão propostas voltadas para o aparelhamento, reformas, aquisição e o custeio de equipamentos e serviços para o desenvolvimento de ações instituições. Para o secretário da SSP-AM, coronel Vinícius Almeida, a iniciativa de angariar recursos de emendas parlamentares mostra o novo momento pelo qual passa o sistema de segurança pública. “As forças do nosso estado estão unidas a fim de que possamos contemplar o maior número de projetos da área de segurança nas emendas parlamentares. Isso trará benefícios para as instituições e, consequentemente, para a melhoria da segurança em nosso estad0”, afirmou ele. Segundo o comandante-geral da PMAM, coronel Klinger Paiva, foi apresentado o portfólio de projetos da corporação durante as reuniões. “Estamos em Brasília para participar de uma série de agendas com parlamentares e com o governo federal para a captação de recursos, através de emendas parlamentares, voltadas para a Segurança Pública do Amazonas. As reuniões estão sendo produtivas e em busca do diálogo para a solução das demandas voltadas para a área da segurança”, afirmou ele. Encontros Nesta terça-feira, o secretário executivo adjunto de Operações da SSP, coronel Algenor Teixeira Filho; a diretora do DPTC, Margareth Vidal; e o chefe de Estado Maior geral da PMAM, coronel Bruno Azevedo; foram recebidos pelo senador Omar Aziz e os deputados federais Alberto Neto e Saulo Viana. Fotos: Divulgação/SSP-AM Fonte
Mais de 2 mil livros são entregues à biblioteca da Escola de Ciências Sociais da UEA
Ação da gestão superior integra a série de melhorias que estão sendo realizadas pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da universidade A gestão superior da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) entregou, nesta terça-feira (17/10), um total de 2.749 livros para a Escola Superior de Ciências Sociais (ESO/UEA), localizada na avenida Leonardo Malcher, 1.146, Centro. Por meio da aquisição, a biblioteca da unidade amplia o seu acervo bibliográfico e conta, agora, com 19.184 exemplares disponíveis para acadêmicos e docentes. A entrega acontece em continuidade à série de avanços nas bibliotecas propostos pela gestão, por meio da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Prograd) e do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIB/UEA). Outras unidades acadêmicas, na capital e interior, estão sendo beneficiadas com a entrega de livros e melhorias estruturais. Ao longo do primeiro ano da atual gestão, foram entregues 20.792 novos exemplares. O reitor da UEA, Prof. Dr. André Zogahib, afirmou que a entrega dos livros trará um grande impacto positivo para os alunos da universidade. “Esse é um momento especial para a ESO/UEA. Temos o compromisso de atualizar, periodicamente, o acervo das nossas bibliotecas. Isso contribui muito para a avaliação de nossos cursos e, sem dúvidas, traz benefícios para o processo de ensino e aprendizagem”, disse o reitor. Segundo a diretora do SIB/UEA, Sheyla Lobo, a atualização do acervo é fundamental para que os cursos possam ganhar, cada vez mais, visibilidade nas avaliações externas. “Esse é mais um momento de muita felicidade para toda a comunidade acadêmica da universidade. Gostaria de agradecer à gestão superior, que tem a missão de modernizar e ampliar os acervos bibliográficos das unidades”, disse Sheyla. No ato da entrega, estiveram presentes, também, a vice-reitora da UEA, Prof.ª Dra. Kátia Couceiro; e a diretora da ESO, Prof.ª Dra. Edileuza Lobato.
Deputados pedem apuração da morte de Karol Eller e da “cura gay”
Os deputados federais Erika Hilton (SP), Luciene Cavalcante (SP) e o Pastor Henrique Vieira (RJ) solicitaram, nesta segunda-feira (16), ao Ministério Público Federal (MPF) a apuração sobre a morte por suicídio da influenciadora digital Karol Eller e da prática da chamada “cura gay” a que ela teria sido submetida na igreja Assembleia de Deus de Rio Verde, em Goiás. Eller morreu na última quinta-feira (12), aos 36 anos. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio consumado, ocorrido às 22h no bairro do Campo Belo, zona sul da capital paulista. Os parlamentares alegam que a igreja evangélica é responsável pela realização do retiro de jovens Maanaim, que oferece práticas para “conversão” de jovens bissexuais e homossexuais à heterossexualidade. Segundo o documento apresentado ao MPF, Karol Eller foi uma das vítimas dessa prática. “Serve a presente [representação] para solicitar deste órgão [MPF] a apuração dos fatos narrados com a devida investigação da prática de ‘cura gay’ pelos representados e demais entidades, profissionais, grupos e empresas em atividade no Brasil, com as medidas cabíveis para a devida ação de tutela coletiva e a devida ação penal pública pelos crimes de homotransfobia, tortura psicológica e incitação ao suicídio pelas autoridades religiosas envolvidas”, diz o documento. Sem respaldo científico, a prática é vedada por resolução do Conselho Federal de Psicologia desde 1999. Isso porque a bissexualidade e a homossexualidade não constituem doença nem distúrbio. “A história da Karol se confunde com a de várias outras pessoas que passaram ou passam por essa violência chamada de ‘cura gay’. Algumas igrejas desenvolvem essa prática acreditando que a homossexualidade, bissexualidade e transexualidade são patologias, doenças e pecado. Cria-se um ambiente de verdadeira tortura emocional, gerando culpa, medo, frustração, angústia, depressão”, afirmou o pastor Henrique Vieira em sua página na rede social X. Ele acrescentou que ouve relatos de pessoas que foram expulsas de casa, de atividades ministeriais, que foram submetidos a ritos de exorcismo. “Tudo fruto de uma leitura literalista, descontextualizada, dogmática e fria da Bíblia”, escreveu. O Ministério Público Federal (MPF) informou que recebeu a representação nessa terça-feira (17) e que o caso está em fase de análise preliminar para definição dos próximos passos. A procuradoria pode decidir por instauração de inquérito, arquivamento ou outras medidas cabíveis. O órgão informou ainda que não há prazo para conclusão da avaliação inicial. A Agência Brasil buscou contato com a igreja Assembleia de Deus, de Rio Verde, em Goiás, pelos meios disponíveis no site e nas redes sociais, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. Fonte
Empresários são investigados por dívida de R$ 5 bilhões com a União
Policiais federais cumprem, nesta quarta-feira (18), dez mandados de busca e apreensão contra um grupo de empresários suspeitos de dever mais de R$ 5 bilhões em impostos à União. Além dos mandados, a 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro determinou o bloqueio judicial de diversos bens, como imóveis, veículos e um iate de R$ 14 milhões. A operação da Polícia Federal (PF) está sendo realizada em conjunto com a Receita Federal. Segundo a PF, uma apuração da Receita detectou que um grupo de empresários criou mais de 50 empresas, a maioria “fantasmas”, apenas para burlar o pagamento de impostos federais. Ainda de acordo com a PF, esses empresários também usavam “laranjas” (pessoas usadas para ocultar os verdadeiros proprietários de algum empreendimento) para que não fossem responsabilizados pelas dívidas. Todos os bens do grupo empresarial foram bloqueados, a pedido da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, para garantir o pagamento da dívida tributária. Entre os bens estão mais de 40 imóveis, avaliados em cerca de R$ 38 milhões; mais de 120 veículos; e um iate avaliado em R$ 14 milhões. Os empresários alvos da ação desta quarta-feira, chamada de Operação Sucata, são acusados de sonegação de impostos, associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. Edição: Graça Adjuto Foto: Marcelo Camargo Fonte: Agência Brasil Fonte
HPS João Lúcio procura familiares de um paciente que está internado na unidade
O serviço social do Hospital e Pronto-Socorro (HPS) João Lúcio Pereira Machado, uma unidade da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), solicita ajuda para localizar os familiares de um paciente que está internado na unidade. O paciente deu entrada na unidade conduzido pelo Samu no último sábado, 14 de outubro, apresentando infecção em membro inferior esquerdo que necessita de procedimento de amputação. Ele não possui identificação, mas afirma se chamar Marcos e tem dificuldades na fala, o que o impede de se comunicar facilmente com a equipe multidisciplinar. A unidade pede a quem tiver alguma informação que ajude na localização da família do paciente que entre em contato pelos números (92) 3249-9062 e 99378-8158, ou procure o Serviço Social do hospital localizado na avenida Cosme Ferreira, 3.937, no bairro Coroado, zona leste de Manaus. Foto: Divulgação / SES-AM Fonte
Veículo usado por assaltantes em Itacoatiara é apreendido em Manaus com auxílio do “Paredão”
Um veículo modelo Cobalt, usado para dar fuga aos suspeitos de um assalto em Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), foi apreendido em Manaus pela Polícia Militar, após ser monitorado por agentes do “Paredão”. O condutor, um homem de 32 anos, foi preso após os policiais encontrarem porções de cocaína e maconha dentro do carro. Após terem sido acionados pela Polícia Civil de Itacoatiara, os operadores do “Paredão” passaram a monitorar o retorno do veículo em Manaus. Durante o monitoramento, as equipes conseguiram localizar o carro na capital. A interceptação do carro foi realizada por policiais da Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) por volta das 18h40, na Avenida Mário Ypiranga, nas proximidades do bairro Parque 10, na zona centro-sul de Manaus. Durante a busca veicular e pessoal, foram encontradas substâncias entorpecentes com o condutor. Ao todo, foram apreendidas seis porções de cocaína, duas porções médias de maconha, dois celulares, R$240 e o carro. Aos policiais, o suspeito informou apenas que havia dirigido o veículo para o principal envolvido no assalto praticado horas antes em Itacoatiara. O suspeito foi preso e encaminhado ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi apresentado pelo crime de tráfico de drogas. As investigações sobre o envolvimento do preso no roubo em Itacoatiara estão sendo conduzidas pela Delegacia daquele município. Fotos: Divulgação/SSP-AM Fonte
Passkeys no WhatsApp: app tem novo recurso de segurança; entenda
O WhatsApp agora conta com o recurso passkeys, que aumenta a segurança dos usuários e elimina a necessidade do uso de senhas no mensageiro; saiba tudo sobre a novidade O WhatsApp, aplicativo mensageiro disponível para Android e iPhone (iOS), vai ganhar um novo recurso de segurança: chaves de acesso. A funcionalidade foi anunciada via Twitter A nova funcionalidade foi divulgada na última segunda-feira (16) no X (Twitter) no perfil oficial do app. A ferramenta trata de um mecanismo de proteção adicional projetado para garantir a privacidade e integridade dos dados dos usuários e vai funcionar usando tipos de senhas, como impressão digital, reconhecimento facial e PIN. Veja, a seguir, mais detalhes sobre o assunto. A ideia de implementar as chaves de acesso no WhatsApp é aumentar a segurança no aplicativo, uma vez que elas garantem que apenas o usuário possa fazer login na própria conta. A tecnologia empregada utiliza um sistema de criptografia para armazenar uma das chaves em um gerenciador de senhas, como o do Google, enquanto a outra permanece salva de forma inacessível dentro do próprio aplicativo. A opção de chaves de acesso poderá ser usada por todos os usuários da rede social e deve eliminar a necessidade de habilitar a autenticação em dois fatores. Segundo o portal Android Police, espera-se que o recurso seja disponibilizado gradualmente, até que esteja habilitado para todos os usuários. A chave de acesso deve eliminar a necessidade de usar a autenticação em dois fatores — Foto: Paulo Alves/TechTudo A mais nova atualização foi desenvolvida pela Meta, empresa proprietária do WhatsApp, em razão do aumento frequente nos casos de phishing. Essa modalidade de cibercrime busca enganar usuários para obter informações pessoais, como nome, dados bancários e senhas, podendo ser aplicada usando links na própria rede social. Assim, a medida busca eliminar a necessidade do uso de senhas e estratégias como SMS e email, por exemplo, que são os alvos mais constantes em tentativas de golpes. Por: Techtudo Fonte
Polícia Militar do Amazonas efetua a prisão de um indivíduo por pesca ilegal e apreende um total de 680kg de pirarucu
A Polícia Militar do Amazonas (PMAM), através do Comando de Policiamento Ambiental (CPAmb) e do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb), prendeu um homem por pesca ilegal no Porto de Manaus, zona sul, nesta terça-feira (17/10), apreendendo 680 kg de pirarucu. A equipe recebeu uma denúncia informando que um barco de Codajás estava atracado no porto central com carga de pesca ilegal. No local, a equipe constatou que o responsável estava comercializando pirarucu fresco “in natura”. Quando questionado, o homem mostrou a carga aos policiais, porém não apresentou qualquer documento que justificasse o transporte do pescado, que se encontrava no período de defeso. A carga foi pesada na presença do responsável e, posteriormente, o homem e o material foram encaminhados para a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema) da Polícia Civil (PC-AM). Denúncias A Polícia Militar orienta a população a informar imediatamente, por meio do Disque-Denúncia 181 ou do 190, ao tomar conhecimento de ações criminosas. Fotos: Divulgação / PMAM Fonte
Avião que trará brasileiros de Gaza decola para o Egito
O avião que fará a repatriação de cerca de 30 brasileiros que estão em Gaza decolou nesta quarta-feira (18) com destino ao Egito. O VC-2 (Embraer 190), da Força Aérea Brasileira (FAB), estava parada em Roma, na Itália, desde a última sexta-feira (13), aguardando autorização para pousar em território egípcio. A aeronave também leva 40 purificadores de água portáteis, além de dois kits de medicamentos e insumos enviados pelo governo brasileiro, para atender à situação de emergência na Faixa de Gaza, que vem sendo bombardeada por Israel desde 7 de outubro. Segundo a FAB, cada kit tem 48 itens, incluindo antibióticos, anti-inflamatórios, ataduras, entre outros. Já os purificadores têm capacidade para produzir água pura e atender até 13,5 mil pessoas por dia. O VC-2 inicialmente pousará no Aeroporto Internacional de El-Arish, localizado a cerca de 60 quilômetros do posto de fronteira de Rafah, que separa Gaza do Egito. Depois de descarregar o material, o avião da FAB será deslocado para o Cairo, capital egípcia, onde aguardará instruções sobre a retirada dos brasileiros que estão em Gaza. Nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores nessa terça-feira (17), informava que o grupo de cerca de 30 brasileiros e seus familiares diretos estavam abrigados nas localidades de Khan Younis e Rafah, no sul de Gaza, aguardando a abertura do posto de fronteira de Rafah. Fonte
Desinformação e conteúdos sensíveis durante guerra causam perplexidade
Imagens de conflitos anteriores, informações imprecisas, discursos que nunca ocorreram, vídeos falsificados, guerras de versões. Além das bombas, tiros e outras violências reais que deixam o mundo atônito diante da guerra no Oriente Médio neste momento, a difusão acelerada de desinformação e notícias falsas, principalmente pelas redes sociais na internet, tem características bélicas e muito perigosas para a sociedade. Conteúdos sensíveis de dor e violência têm sido mais usados, dizem pesquisadores do tema. Professor de relações internacionais e pesquisador de assuntos ligados ao Oriente Médio, José Antonio Lima indica que esses conteúdos desinformativos são muito nocivos para quem vive próximo e também para as pessoas distantes dos cenários de guerra. Além de professor, Lima integra o projeto Comprova, que reúne jornalistas de veículos brasileiros para investigar informações suspeitas sobre políticas públicas compartilhadas em redes sociais ou aplicativos de mensagens. Ele explica que os conteúdos falsos aproveitam-se do que é transmitido no noticiário normal e que, por mais que a imprensa tome os cuidados para lidar, por exemplo, com imagens ou relatos de violência, é possível observar que nas redes sociais o filtro praticamente não existe. “Esse é um fator agravante no cenário atual porque a gente entende que essas emoções fortes acabam por dificultar para as pessoas o processo de identificar o que é ou não real”. Para o historiador e jornalista Raphael Kapa, que é coordenador de produtos da Agência Lupa, o momento de comoção diante da tragédia é utilizado por pessoas ou instituições que querem propagar desinformação. “Neste momento de vulnerabilidade, isso faz com que muitas vezes uma desinformação chegue a uma pessoa que acaba caindo nela porque está num momento sensível”, pondera. Ele explica que têm sido comuns divulgações envolvendo sofrimento de crianças e mutilação de corpos. “Na hora de checar essas informações e, além de dizer se ela é verdadeira ou falsa, avisamos que aquele conteúdo pode ser sensível. Pode gerar dor nas pessoas”. Mais mentiras disponíveis O pesquisador José Antonio Lima entende que a guerra é um momento em que as pessoas devem estar mais alertas para o recebimento de desinformação. “A gama de materiais que está disponível para quem quer desinformar é grande. Por exemplo, há imagens antigas de bombardeios na Síria que são divulgadas como se fossem atuais”. Raphael Kapa, da Lupa, afirma que ainda não há como mensurar a quantidade de desinformação que se acumula nas redes, mas é possível já ter uma primeira impressão sobre o teor. “Já conseguimos ver um certo padrão no uso de imagens de guerras anteriores, do uso de vídeos de extrema dor e violência, mas sendo descontextualizados para este momento”. Compartilhamentos sem responsabilidade José Lima, do projeto Comprova, chama a atenção para o fato que a violência da desinformação nem sempre tem característica dolosa. “Às vezes, são pessoas que não têm aquela informação e acabam passando informação adiante sem saber se aquilo é verdade, o que é um comportamento extremamente danoso”. Ele entende que há características em comum entre as informações falsas transmitidas durante o período da pandemia e agora na guerra. Para Lima, o caso brasileiro ilustra que há uma tentativa de usar os eventos que estão ocorrendo no Oriente Médio para provocar desastre em adversários políticos. “Eu não tenho dúvida nenhuma de que as redes de desinformação existentes no Brasil têm conexões com a classe política. Isso é um problema grave”, afirma. Kapa, da Agência Lupa, define que o olhar e até o compartilhamento das postagens obedecem a um “viés de confirmação”, que há pessoas com uma lógica de querer ler ou ouvir informações que seguem as próprias preferências políticas e ideológicas. “Transforma-se em fato aquilo que pode ser meramente outra crença. Então, a gente está pensando muito nisso, uma movimentação de uma indústria de descontextualização mexendo com as posições políticas e ideológicas que estão envolvidas em um contexto de guerra”. Uma das investigações feitas pela equipe do Comprova e que foi ao ar no dia 13 de outubro apontava que o Brasil teria doado US$ 25 milhões para o Hamas. “Na verdade, a doação foi feita à Autoridade Palestina”. Ele explica que há um contexto de preocupação no Brasil em vista de um ambiente polarizado. Essa questão de Israel-Palestina é, mesmo antes desse conflito, um dos fatores que coloca água nesse moinho da polarização no Brasil”. Os profissionais defendem que é necessário estar atento para não compartilhar conteúdos dos quais não se conheça a procedência. “Como uma cena violenta, por exemplo, que tem só o vídeo com ou sem informação de texto. Se você não sabe quem filmou, qual foi o contexto, ou quando ocorreu, não compartilhe. Há chance muito grande de ter um teor enganoso”, afirma Lima. Outro alerta feito por ele é sobre o cuidado com mensagens que têm tom de urgência, letras maiúsculas, emojis, sinais de sirene e pontos de exclamação. É preciso desconfiar ainda de conteúdos com teor conspiratório. “Basta a pessoa fazer uma busca, seja na imprensa brasileira ou internacional porque há reportagens plurais. O tom conspiratório sempre é um indicativo de desinformação”, acrescenta. Desconhecimento A aridez e o desconhecimento do tema (que envolve história e relações internacionais) acabam sendo condicionantes que aceleram a desinformação, segundo os pesquisadores. “A dificuldade que é, para muitas pessoas, ter informação de qualidade a respeito de um determinado assunto acaba também abrindo as portas para a desinformação”, diz Lima. Outro contexto é que as redes sociais são efetivamente esse cenário de desinformação pela natureza delas e dos algoritmos que funcionam. “As redes sociais combinadas com os aplicativos de mensagem acabam formando um ecossistema que é propenso à desinformação. E isso é extremamente preocupante”. “Plataformas devem ter responsabilidade” Os pesquisadores avaliam que as redes sociais controladas por grandes empresas de tecnologia devem ter responsabilidade sobre o que é divulgado. “A gente vê alguns alertas, mas está muito aquém do necessário para este momento. As plataformas devem ter uma responsabilidade grande nesse momento com a veiculação de vídeos e de fotos”, diz Raphael Kapa, da Lupa. O professor de relações internacionais José Lima considera que as redes enfrentam dificuldades de equilibrar liberdade de
Identificação e acolhimento motivam procura por médicos negros
Moradora do Rio de Janeiro, a médica Júlia Furtado fez questão de escolher um dermatologista negro quando precisou de acompanhamento para a pele dela. Um motivo da predileção foi ser acolhida por um médico que sentisse na própria pele, literalmente, o que é ter a cor preta. Júlia acredita que o profissional terá um melhor entendimento da pele da cor dela. “Tanto porque ele deve acabar se interessando mais sobre as particularidades dessa cor, quanto por ele entender exatamente como é a pele negra no dia a dia, as coisas que mais acontecem, que mais incomodam. Vai dar mais valor às queixas”, explicou à Agência Brasil. “Com certeza me sinto mais acolhida, no sentido de saber que eu estou sendo tratada por uma pessoa que tem as mesmas particularidades que eu”, disse. Cauê Cedar, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e especializado em pele negra, é o dermatologista que acompanha a Júlia. Ele confirma que a identificação é um dos fatores que unem pacientes e médicos negros. “Quando o paciente negro encontra um profissional negro, tem muito a questão de identificação e de se sentir acolhido, representado,” explicou. Redes sociais O dermatologista ressalta que não há dados que retratem a procura por médicos negros, mas acredita que a busca por acolhimento, como no caso da Júlia, é uma tendência que acontece na medicina como um todo. Segundo ele, um fator que favorece essa oferta de serviços específicos para pacientes negros são as redes sociais. “Tem um movimento iniciado há alguns anos, principalmente por conta de Instagram, massificação de mídias sociais, a respeito de você se identificar com profissional e ter uma representatividade relacionada à cultura negra”, avalia. Outro fator que ele acrescenta é o black money (dinheiro negro, em inglês), que pode ser entendido a intenção de “fortalecer os profissionais negros.” “Eu gostaria de ser atendida por mais médicos negros. Além de sentir o acolhimento, tem a questão da representatividade, que é muito importante.” Poucos negros com jaleco Neste Dia do Médico, um cenário que paira no Brasil é a dificuldade em encontrar médicos negros. De acordo com o levantamento Demografia Médica no Brasil 2023, elaborado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), o país tinha 562.229 médicos em janeiro de 2023. O Conselho Federal de Medicina (CFM) não exige a identificação da cor na hora da inscrição no órgão de classe, de forma que não há contabilização de quantos dos mais de meio milhão de profissionais são negros. Mas há, ao menos, duas formas de perceber que os negros são minoria na categoria. Uma delas é ao observar a cor e o número desses profissionais nos hospitais, clínicas, consultórios e seminários. Cauê Cedar percebe essa sub-representatividade na pele. “Reconhecemos que somos uma minoria extremamente marcada. Quando a gente anda em um congresso, vai em encontros de dermatologia, a gente, praticamente, se conhece e se conta nos dedos,” constata. “Sou preta e vejo que, na nossa realidade, a maioria nos hospitais ainda são médicos brancos,” aponta Júlia Furtado. Outra forma de medir o abismo entre médicos brancos e negros é ao analisar dados referentes à formação de médicos pelas faculdades. De acordo com Demografia Médica no Brasil, em 2019, dos novos estudantes de medicina, 69,7% eram brancos, 24,7% pardos, 3,5% pretos e 2,1% indígenas e asiáticos. O levantamento da FMUSP se baseia em informações do Censo de Educação Superior no Brasil, do Ministério da Educação. Para efeito de comparação, segundo o módulo Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,3% da população do país se declara parda, enquanto 10,6%, preta. O IBGE classifica os negros como o somatório de pretos e pardos. Os brancos eram 42,8%. Aproximação A dificuldade de pessoas negras encontrarem profissionais de saúde da mesma cor foi a ignição para o dentista Arthur Lima (temos foto) fundar a AfroSaúde, uma startup – empresa inovadora, geralmente apoiada em tecnologia – voltada para unir essas duas pontas. Por meio de uma plataforma na internet, profissionais negros oferecem serviços, enquanto pacientes procuram especialistas. Arthur conta que foi um caso de racismo que levou à criação da AfroSaúde. “Uma colega dentista, mulher negra, precisava encaminhar a sua paciente para um outro especialista, pois a paciente dela tinha ido a um que cometeu tal crime, e a paciente só queria outra pessoa negra, pois ela se sentiria mais confortável,” relembra. “Na época não encontrei um dentista negro especialista (em tratamento de canal) e aquilo me deixou intrigado. Existia um gap [uma lacuna] de mercado relacionado a soluções em saúde que fossem direcionadas para a população negra.” Formação médica Para Arthur, não há grande interesse em especialização na saúde de pessoas negras nas faculdades. “Infelizmente, a saúde da população negra não é disciplina presente em muitos cursos de graduação. Quando existe, é por meio de matéria optativa ou projeto de extensão”. O reflexo disso, segundo ele, são “profissionais que se formam sem saber como cuidar da população de um país que é composto por 56% de pessoas negras.” “Não tem uma literatura, um livro de referência em pele negra no Brasil”, faz coro Cauê, da SBD. Tratamento inadequado Arthur considera que “essas disparidades e injustiças estruturais afetam o acesso a serviços de qualidade, diagnóstico precoce e tratamento adequado.” O profissional lista alguns casos em que a saúde da população negra não recebe o tratamento adequado. “As negras são as que mais sofrem com a violência obstétrica, desde a dificuldade de acesso a um pré-natal de qualidade ao momento do parto e puerpério,” cita. “São inúmeros casos de negação de anestesia durante o parto por [os profissionais] acharem que as negras são mais resistentes à dor”, diz, acrescentando que o mesmo acontece na odontologia. “Existem muitas pesquisas científicas que abordam sobre como terapias mais invasivas e mutiladoras são oferecidas a pacientes negros comparados aos não negros, pois os