Organização destaca dependência do Brasil em produzir vacinas
Nota técnica da organização da sociedade civil Oxfam Brasil chama atenção para a falta de autossuficiência do país em produzir vacinas. De acordo com o documento Capacidade de Produção de Vacinas no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (25), o Brasil importa 90% da matéria-prima para fabricar vacinas e medicamentos e 50% para produzir equipamentos médicos. A nota ressalva, porém, que o Brasil conta com instituições de ponta na produção de vacinas, como o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan, que é o décimo maior produtor de vacinas no mundo. “No entanto, o país está longe de ser autossuficiente: enquanto a China tem mais de mil fábricas produtoras de IFA24 [matéria-prima das vacinas], no Brasil esse número é por volta de 15”, diz o documento. “Hoje o mundo fica à mercê das tendências no relacionamento entre China, Estados Unidos e Europa, principalmente em meio às tensões em torno da guerra entre Rússia e Ucrânia”, acrescenta. O relatório da Oxfam destaca que o Sistema Único de Saúde (SUS) está sobrecarregado, com cerca de meio milhão de pessoas na fila para a realização de procedimentos eletivos, e alerta que o país precisa se preparar para novas demandas no futuro, como novos surtos de doenças infecciosas. “A vacinação reduziu fortemente as infecções por covid-19, mas especialistas temem novos surtos e alertam para o perigo da redução na procura pelas doses de reforço. Ao mesmo tempo, há a necessidade de preparar o sistema de saúde para eventos futuros que possam pressionar a demanda por cuidado, tal como o envelhecimento da população previsto para as próximas décadas e as mudanças climáticas”. O relatório pode ser lido, na íntegra, no site da Oxfam. Fonte
Senado aprova mudanças na Lei de Cotas e reduz renda máxima para matrícula em vagas reservadas
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) propôs, em uma emenda, o retorno da faixa de corte em um salário mínimo e meio — e, em outra emenda, propôs a retirada completa do preenchimento de vagas levando em consideração as condições de cor de cada pessoa. Ele ainda afirmou que a revisão foi feita “sem qualquer embasamento”. A proposta foi rejeitada. “Como observou o Tribunal de Contas da União, ‘não é possível avaliar o real impacto da política de cotas e as ações necessárias para que tenha resultado efetivo na sociedade’. Ora, se há um apagão de dados, é irresponsável a promoção de revisão puramente ideológica. Correto é, sim, promover uma expansão da política de cotas, afastando-a dos critérios raciais e deixando-a puramente sob a égide da fragilidade social e da hipossuficiência econômica”, criticou. O texto também inclui quilombolas nas cotas (veja detalhes mais abaixo). A atualização do texto ocorre com um ano de atraso em relação ao originalmente previsto (veja mais abaixo). O texto aprovado pelos parlamentares prevê também, entre outros pontos: inclusão de quilombolas na reserva de vagas; políticas de inclusão em programas de pós-graduação de pretos, pardos, indígenas e quilombolas e pessoas com deficiência; e avaliação do programa a cada 10 anos, com ciclos anuais de monitoramento Além da mudança na renda máxima para participação nas vagas reservas, os seguintes pontos da atual legislação também serão alterados: No ingresso, os candidatos vão concorrer, inicialmente, às vagas de ampla concorrência — disputadas por todos. Caso não alcancem as notas nesta modalidade, passam então a concorrer às vagas reservadas pela Lei de Cotas. Inclusão de quilombolas na reserva O projeto inclui quilombolas entre os perfis que têm direito ao preenchimento de vagas na mesma proporção que ocupam na população de cada estado. A legislação atual prevê esse direito a autodeclarados pretos, pardos e indígenas e a pessoas com deficiência. Caso as vagas estabelecidas nas subcotas não sejam preenchidas, o projeto dá prioridade primeiramente a outras subcotas — e só depois para estudantes de escolas públicas, de modo geral. A legislação atual diz que, em caso de não preenchimento das vagas de subcotas, as reservas vão diretamente para outros estudantes de escolas públicas. Segundo o projeto, serão realizadas avaliações da Lei de Cotas a cada 10 anos — e não mais uma revisão, como prevê a lei atual. A proposta estabelece ainda que o Ministério da Educação divulgue, anualmente, um relatório com informações sobre a política, como dados sobre acesso, permanência e conclusão dos alunos Os cotistas terão prioridade no recebimento de auxílio estudantil. De acordo com a proposta, após três anos da divulgação do resultado do Censo, o Poder Executivo deve adotar metodologia para atualizar anualmente a proporção de pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência em cada estado. Isso poderá ser feito após três anos da divulgação do resultado do Censo. Hoje, somente o Censo pode ser usado como parâmetro. Nos programas de pós-graduação, a proposta prevê que as instituições federais de ensino superior promoverão políticas para inclusão de pretos, pardos, indígenas e quilombolas, além de pessoas com deficiência. Sancionada em 2012, a lei garante que metade das vagas em institutos e universidades federais seja reservada para ex-alunos da rede pública de ensino. Também prevê outras duas subcotas: para estudantes de baixa renda; e para pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. Fonte
Manaus 354 anos: Governo do Amazonas e Prefeitura da cidade entregam Parque Amazonino Mendes, entre as zonas norte e leste
Primeiro parque linear da cidade recebeu investimentos de quase R$ 50 milhões do estado por meio de convênio com o município Em comemoração aos 354 anos de Manaus, o Governo do Amazonas e a Prefeitura da capital entregaram na noite desta terça-feira (24/10) a primeira etapa do Parque Amazonino Mendes, localizado na divisa entre as zonas norte e leste da capital. A obra, que terá outras duas etapas, foi construída com recursos de convênio no valor de R$ 51,7 milhões, dos quais R$ 49,8 milhões são do Estado. O primeiro parque linear da cidade foi inaugurado pelo vice-governador Tadeu de Souza, que representou o governador Wilson Lima, e pelo prefeito de Manaus, David Almeida. Na ocasião, o vice-governador afirmou que, pela primeira vez na história, essa região onde vivem cerca de 1,2 milhão de pessoas ganhou um empreendimento em nível de ‘cartão postal’, com o objetivo de transformar a realidade local. “Quase 55% da população de Manaus vive aqui e, hoje, a gente começa a mudar o cenário, trazendo para dentro da zona leste, na fronteira com a zona norte, um novo cartão-postal para a cidade de Manaus. A gente muda a forma de olhar para Manaus, por iniciativa do governador Wilson Lima e do prefeito David Almeida, que têm esse olhar diferenciado”, enfatizou Tadeu de Souza. Os investimentos estaduais no Parque Amazonino Mendes integram o pacote de aproximadamente R$ 700 milhões que o Governo do Estado está aplicando na capital, por meio de 19 convênios. Os recursos estão previstos no protocolo de intenções firmado entre o governador Wilson Lima e o prefeito David Almeida no aniversário da cidade, em outubro de 2021. No âmbito do Estado, a gestão do convênio está sendo feita pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb). As obras de engenharia são executadas pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb). Durante a inauguração, o vice-governador também destacou as intervenções em andamento no interior do estado. “Além de Manaus, outros 33 municípios também têm convênios em andamento, com sistema viário, iluminação, entre outros. Isso é uma demonstração de que o governador Wilson Lima está no processo de fortalecer, também, o interior com um polo turístico”, disse.Além do vice-governador, o ato teve a presença de Cristina Mendes, filha do homenageado e ex-prefeito, governador e senador Amazonino Mendes (in memoriam); do deputado estadual Daniel Almeida; do assessor institucional da UGPE, Eliandro Celsus; além de lideranças comunitárias e membros da prefeitura. Sobre o parque As obras do Parque Amazonino Mendes previstas no projeto estão divididas em três etapas, em uma área de mais de 134 mil metros quadrados. A primeira já inaugurada, com cerca de 1 quilômetro de extensão, fica entre as avenidas Isaías Vieiralves e Olívia de Menezes Vieiralves, nos bairros Novo Aleixo e Tancredo Neves, entre as zonas Leste e Norte. O espaço conta com quiosques gourmet, playground, quadras esportivas, pista de caminhada, ciclovia, estacionamentos, academia ao ar livre, playpet, e espaço multiuso, que servirá para abrigar atividades esportivas e culturais. As etapas B e C incluirão mais quadras esportivas, pistas de caminhada, ciclovia, playground, academia ao ar livre e um conjunto habitacional. Fonte
Brasil vence o Chile e conquista 1º ouro do taekwondo no Pan 2023
A equipe brasileira de taekwondo faturou hoje (24) o décimo ouro do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Os brasileiros venceram os donos da casa por 48 a 16 e conquistaram a medalha dourada na categoria inédita nos Jogos. Na primeira rodada, o Brasil abriu o caminho para a vitória com uma vantagem de 27 a 11. Na segunda, vantagem ainda mais tranquila: 21 a 5 Edival Pontes, o Netinho, Paulo Ricardo e Maicon Andrade compuseram o time que faturou o primeiro ouro da modalidade pelo Brasil em Santiago. Além do ouro pela equipe masculina, o taekwondo brasileiro faturou uma prata com Maria Clara Pacheco e três bronzes, com Paulo Ricardo, Lucas Ostapiv e a equipe feminina. Equipe feminina conquista o bronzeNa categoria feminina por equipes, as brasileiras bateram o Equador por 67 a 37 e ficaram com o bronze. A vitória foi construída com 24 a 10 na primeira rodada, 20 a 17 na segunda e 13 a 10 na terceira. Fonte: Uol Fonte
TSE suspende julgamento contra Bolsonaro por uso do 7 de setembro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu na noite desta terça-feira (24) o julgamento de três ações contra a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante as comemorações de 7 de setembro de 2022. O julgamento será retomado na quinta-feira (26), com o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves. A sessão de hoje foi marcada pelas sustentações dos advogados de acusação e de defesa, além da manifestação do Ministério Público Eleitoral (MPE) pela condenação de Bolsonaro. Nas ações, o PDT e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) pedem a inelegibilidade de Bolsonaro, além da aplicação de multa, pela acusação de utilização das comemorações do Bicentenário da Independência para promover sua candidatura à reeleição nas eleições de outubro do ano passado. Para a acusação, Bolsonaro usou o 7 de setembro para realizar atos de campanha, utilizando a “máquina pública em benefício próprio”. Ministério Público Durante a sessão, o procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet, afirmou que Bolsonaro cometeu abuso para obter vantagem eleitoral. Gonet também condenou o uso das Forças Armadas pela campanha. “O quadro do 7 de setembro de 2022 expunha à população a imagem dessa finalidade que a ordem jurídica quer evitar, entre o agente político em campanha à reeleição e as Forças Armadas. A associação do candidato com o referido apoio das Forças Armadas se revela de sensível gravidade para a regularidade das eleições’, afirmou. Defesa O advogado Tarcisio Vieira de Carvalho defendeu a rejeição das ações e disse que Bolsonaro não usou a comemoração do 7 de setembro para sua candidatura. De acordo com a defesa, Bolsonaro deixou o palanque oficial e foi até outra parte da Esplanada dos Ministérios, onde um carro de som estava preparado pela campanha, sem vinculação com o evento cívico. “Após o encerramento do evento, [Bolsonaro] se dirigiu ao local e, sem a faixa presidencial, discursou, na fase posterior do evento oficial, somente para aquelas pessoas que se deslocaram para o local e se dispuseram a ouvir”, afirmou a defesa. Em caso de condenação, Bolsonaro pode ficar inelegível por oito anos pela segunda vez. Contudo, o prazo de oito anos continua valendo em função da primeira condenação e não será contado duas vezes. A punição também pode atingir o general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro. Em junho deste ano, o ex-presidente foi condenado pela Corte Eleitoral à inelegibilidade por oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao usar uma reunião com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. Fonte
Piloto é preso por tentar desligar motores de avião com mais de 80 passageiros a bordo
Ele foi acusado de tentativa de homicídio e o voo teve que ser desviado pela ameaça à segurança Um piloto de avião da Alaska Airlines foi preso no último domingo, 22, acusado de tentativa de homicídio após tentar desligar os motores de um avião que estava no ar com mais de 80 passageiros e tripulantes. O homem estava de folga e viajava na aeronave como passageiro. O voo saiu de Everett, em Washington, com destino a São Francisco, por volta das 17h20 de domingo, segundo a Alaska Airlines informou por meio de um comunicado oficial. O voo era operado pela Horizon Air, uma empresa subsidiária da Alaska Airlines, mas precisou ser desviado por causa da ameaça de segurança. O homem que estava em um assento auxiliar na cabine de comando tentou desligar os motores, segundo a NBC News. O capitão e o primeiro oficial da Horizon conseguiram agir rapidamente, e a potência do motor não foi perdida, por isso, nenhum incidente ocorreu, conforme o comunicado à imprensa. O voo pousou cerca de uma hora depois no aeroporto de Portland em segurança, segundo dados da FlightAware, após o desvio necessário. O causador do incidente foi identificado como um piloto da companhia que estava de folga naquele dia. O assento auxiliar da cabine de comando é geralmente utilizado por pilotos fora de serviço, que retornam de viagens ou se dirigem a aeroportos para iniciar sua jornada de voos. Um áudio mostra trechos da comunicação do avião com o controle de tráfego aéreo, e revela a tentativa de desligar os motores. Após o desembarque, o piloto fora de serviço, Joseph David Emerson, 44, foi preso pela polícia do Aeroporto de Portland, segundo informações da NBC News. PrisãoO piloto foi preso por 83 acusações de tentativa de homicídio, 83 acusações de conduta ilícita e imprudente e uma acusação por colocar a aeronave em perigo, segundo os registros do Gabinete do Xerife do Condado de Multnomah. O FBI está investigando o caso e disse que não houve feridos. A agência disse que “pode garantir aos usuários de voos nos EUA não haver ameaça contínua relacionada a esse incidente”. A Administração Federal de Aviação (FAA) afirmou estar “em comunicação com as companhias aéreas do Alasca e da Horizon” e “apoiando as investigações policiais”. A FAA esclareceu que o evento de segurança não está ligado aos acontecimentos mundiais atuais. Todos os passageiros puderam viajar em um voo posterior, em direção ao destino inicial, a cidade de São Francisco. Fonte: Terra Fonte
TSE inicia julgamento de mais três ações contra Bolsonaro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou na noite desta terça-feira (24) a sessão de julgamento de três ações contra a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante as comemorações de 7 de setembro de 2022. Nas ações, o PDT e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) pedem a inelegibilidade de Bolsonaro, além da aplicação de multa, pela acusação de utilizar as comemorações do Bicentenário da Independência para promover sua candidatura à reeleição no pleito de outubro do ano passado. A punição também pode atingir o general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro. Para a acusação, o ex-presidente usou o 7 de setembro para realizar atos de campanha, utilizando a “máquina pública em benefício próprio”. Em caso de condenação, Bolsonaro pode ficar inelegível por oito anos pela segunda vez. Contudo, o prazo de oito anos continua valendo em função da primeira condenação e não será contado duas vezes. Em junho deste ano, o ex-presidente foi condenado pela Corte Eleitoral à inelegibilidade por oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao usar uma reunião com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. Fonte
Lula sanciona lei para compensar estados e municípios por perda de ICMS
O texto autoriza a compensação de R$ 27 bilhões da União aos entes federativos, o governo prometeu ainda antecipar o pagamento de R$ 10 bilhões desse valor, que seriam depositados em 2024, para este ano O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta terça-feira (24/10), uma lei que garante compensação a estados e municípios pela perda de arrecadação com a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias ou Serviços (ICMS) sobre os combustíveis, que aconteceu entre junho e dezembro do ano passado. O texto autoriza a compensação de R$ 27 bilhões da União aos entes federativos. O governo prometeu ainda antecipar o pagamento de R$ 10 bilhões desse valor, que seriam depositados em 2024, para este ano. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Lula aparece ao lado dos ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Casa Civil, Rui Costa, anunciando o aumento das transferências do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para recuperar as perdas de arrecadação em 2023. “Com isso, nós vamos assegurar que nenhum município perderá nada de arrecadação em relação a 2022. Isso significa que vamos garantir aos municípios a mesma quantidade de dinheiro. Aos estados, vamos garantir a recomposição das perdas de arrecadação dos meses de julho e agosto de 2023”, disse o presidente. A compensação é resultado de um acordo entre o governo federal, o Congresso Nacional, prefeitos e governadores. “O esforço de articulação realizado demonstra o compromisso do governo federal em promover o crescimento da economia, em equilibrar a distribuição de recursos e aliviar as dificuldades fiscais dos municípios e estados. E o principal: mais recursos para a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais à população brasileira”, finalizou Lula. Fonte
Governo do Amazonas envia mais de 500 toneladas de alimentos para comunidades isoladas pela estiagem
Por determinação do governador Wilson Lima, o Governo do Amazonas alcançou no domingo (22/10), a marca de mais de 500 toneladas de alimentos enviados a comunidades remotas e isoladas que enfrentam os severos impactos da estiagem. A ajuda humanitária chegou a comunidades de 27 municípios que enfrentam dificuldades de acesso à comida e outros recursos essenciais em meio à escassez de água e alimentos. A falta de água, além de prejudicar a produção agrícola e a pesca, também dificulta o transporte de suprimentos básicos, tornando a assistência humanitária uma necessidade vital. As ações implementadas pelo Governo do Amazonas visam fornecer alimentos como arroz, feijão, farinha, óleo e outros itens essenciais para as famílias que enfrentam dificuldades devido ao isolamento. “Uma das nossas prioridades é levar ajuda humanitária àquelas famílias que mais precisam. Chegamos a 500 toneladas e temos uma programação para atender mais comunidades. A gente está entregando cestas e, também, levando a merenda escolar até a casa dos estudantes por meio do Merenda em Casa. Também temos levado água potável e instalado sistemas de abastecimento de água onde é possível por meio do Água Boa,” destacou o governador. O secretário da Defesa Civil do Amazonas e coordenador do comitê intersetorial, coronel Máximo, destacou a importância do trabalho cooperativo realizado pelo Comitê Intersetorial. “A logística envolvida é complexa, devido às condições climáticas adversas, rios com poucas condições de navegabilidade e as distâncias geográficas significativas que caracterizam a região amazônica. No entanto, a coordenação eficaz entre todas as partes envolvidas garante que os suprimentos cheguem ao destino de forma eficiente”, disse o secretário. Além dos alimentos, o programa de ajuda humanitária também inclui a distribuição de suprimentos de água potável, purificadores de água, medicamentos básicos e outros recursos essenciais para atender às necessidades imediatas das comunidades isoladas afetadas pela estiagem. Balanço Até este momento, o Governo do Estado já enviou aproximadamente 37 mil cestas básicas, 8.200 copos d’água, 3.500 pets de 2 litros de água mineral e 3,9 milhões de frascos de Hipoclorito de Sódio destinados à população do interior. A estimativa é que até o fim do período da estiagem, o Governo do Amazonas entregue mais de 100 mil cestas básicas. Fotos: Mylena Matos/Defesa Civil-AM, Alex Pazuello/Secom e Anne Karoline Alves/FVS-RCP Fonte
Israel rebate crítica do secretário-geral da ONU sobre guerra
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, rebateu nesta terça-feira (24) as críticas do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sobre a guerra no Oriente Médio. Ao falar na reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, o secretário-geral condenou os ataques do Hamas no último dia 7 de outubro e pediu a libertação imediata dos reféns em poder do grupo. Ao mesmo tempo, Guterres afirmou que esses atos não justificam o “castigo coletivo” que Israel estaria impondo à população da Faixa de Gaza. “As queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horrendos do Hamas. E esses ataques horrendos não podem justificar o castigo coletivo do povo palestino”, destacou Guterres. O chefe da ONU acrescentou que “os ataques do Hamas não se produziram em um vazio. O povo palestino está submetido há 56 anos a uma ocupação sufocante e tem visto sua terra devorada pouco a pouco por assentamentos”. O ministro Eli Cohen rebateu as falas de Guterres destacando os ataques sofridos por Israel, com mais de 1,4 mil mortos e mais de 200 pessoas feitas reféns pelo Hamas. “Senhor secretário-geral, em que mundo você vive? Sem dúvida, esse não é o nosso mundo”, afirmou. Cohen destacou que Israel não tem apenas o direito, mas o dever de se defender dos ataques de 7 de outubro, por uma questão de existência. “Como se pode colocar um acordo para um cessar-fogo quando estão dispostos a matar e a destruir nossa existência? A resposta proporcional ao massacre de 7 de outubro é a destruição total de todos e cada um dos membros do Hamas”, destacou. Nas redes sociais, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pediu a renúncia de Guterres e acrescentou que “não há qualquer justificação ou sentido em falar com aqueles que demonstram compaixão pelas mais terríveis atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel e o povo judeu”. Após a sessão na ONU, o chanceler israelense cancelou uma reunião que teria com Guterres nesta terça-feira. Em nota, a Embaixada de Israel no Brasil disse que a declaração do secretário-geral de que os ataques do Hamas não ocorreram no vácuo e de que os palestinos estão sujeitos à ocupação de Israel “fazem parecer que há alguma justificação para as atrocidades cometidas pelos terroristas do Hamas”. Regras da guerra Na sua fala no Conselho de Segurança da ONU, António Guterres exigiu que todas as partes cumpram suas obrigações frente ao direito humanitário internacional e destacou que até as guerras têm regras. “Devem aplicar cautela nas operações militares para não atacar os civis e respeitar e proteger os hospitais.” Guterres criticou ainda a ordem de Israel para evacuar 1 milhão de pessoas do norte para o sul de Gaza, onde não há estrutura para recebê-los, ao mesmo em que segue bombardeando as cidades do sul. “Me preocupam profundamente as graves e claras violações do direito humanitário internacional que estamos constatando em Gaza. Que fique claro que nenhuma parte num conflito armado está acima do direito humanitário internacional”, acrescentou. O secretário-geral da ONU pediu ainda um cessar-fogo imediato, avaliou que a ajuda humanitária até agora é apenas “uma gota de ajuda em um oceano de necessidade” e defendeu que a saída para a paz duradoura é a solução de dois Estados, um para israelenses e outro para palestinos. Autoridade Palestina Ao participar da sessão do Conselho de Segurança da ONU, o ministro de Assuntos Exteriores e Expatriados da Palestina, Riyad al-Malik, agradeceu ao Brasil por ter convocado a reunião desta terça-feira, uma vez que o país preside atualmente a entidade da ONU. Riyad pediu o “fim da matança e massacres que estão cometendo contra o povo palestino” e acrescentou que o Conselho de Segurança da ONU e a comunidade internacional têm a obrigação de parar com a guerra. “Nada pode justificar o que está fazendo Israel. Esse ataque contra civis é inumano, ilícito, um ataque indiscriminado. É castigo coletivo”, destacou o representante da Autoridade Palestina. Fonte
Prefeito entrega 10 quilômetros do ramal Água Branca 1 totalmente asfaltado no aniversário de Manaus
No 354º aniversário de Manaus, o prefeito David Almeida e o secretário de Obras, Renato Junior, realizaram a primeira entrega do dia no ramal Água Branca 1, localizado no km 32 da rodovia AM-010. A pista de dez quilômetros de extensão recebeu aproximadamente oito mil toneladas de massa asfáltica e passou por dois meses de intenso trabalho. “Hoje, é um dia especial para Manaus e estou aqui na zona rural para comemorar o aniversário da cidade pela primeira vez em seus 354 anos de história. Estamos realizando uma festa que une a zona Norte e a zona Leste. Ontem, entregamos ônibus que beneficiarão 540 mil pessoas diariamente, e hoje estamos na zona rural. À noite, entregaremos a primeira etapa do parque Amazonino Mendes, que será o maior parque linear de Manaus. Vamos transformar a cara da zona Norte e da zona Leste”, declarou David Almeida. A ordem de serviço foi assinada em 17 de agosto, e as equipes trabalharam incansavelmente para proporcionar mais qualidade de vida aos moradores. O serviço começou com a terraplanagem, nivelando o ramal para receber o asfalto ao longo dos dez quilômetros de extensão da via. Essa região havia sido prejudicada pelas chuvas, dificultando o escoamento da produção agrícola local. Em 13 de setembro, o secretário de Obras esteve presente, quando a primeira carga de asfalto chegou à comunidade e agora pode ver o trabalho concluído. “É a primeira vez que uma administração municipal realiza tanto trabalho em uma área abandonada por mais de 50 anos. Foram 70 dias de trabalho, e hoje, no aniversário de Manaus, o prefeito David Almeida escolheu estar aqui na zona rural, entregando dez quilômetros de via asfaltada”, afirmou Renato Junior. Melhorias para a comunidade Mais de mil moradores serão beneficiados com essa iniciativa, incluindo a professora Sandra Rocha, 72 anos, que chegou na comunidade no ano de 1992, e hoje se emociona em receber o ramal pronto em uma data especial. “Faz mais de 30 anos que eu cheguei no ramal. Foi horrível durante todos esses anos, principalmente quando chovia. Agora, pode chover, que não vamos mais nos preocupar, dá para ir na cidade e voltar. Uma maravilha fazer essa entrega em uma data tão especial. Obrigada, prefeito David Almeida e secretário de Obras Renato Junior! Estávamos precisando muito”, destacou a moradora. O serviço de asfalto impacta de forma positiva nos alunos da escola principal do ramal, que sofria com o ônibus escolar que atolava na lama em dias de chuva. Contribui também para os produtores rurais que darão continuidade no escoamento dos seus produtos, sem serem afetados pelas condições da via, e a todos os moradores como adultos, crianças e idosos que podem andar com mais segurança e dignidade. “Agradeço muito ao prefeito David Almeida e ao secretário de Obras, Renato Junior. Eles estavam aqui direto, vinham visitar quando os trabalhos estavam sendo feitos, deram assistência de verdade. Só tenho a agradecer à Prefeitura de Manaus, por ter nos dado um ramal asfaltado”, comemorou a aposentada Ana Gomes, 69 anos. Fonte
Prefeito entrega 10 quilômetros do ramal Água Branca 1 totalmente asfaltado no aniversário de Manaus
No 354º aniversário de Manaus, o prefeito David Almeida e o secretário de Obras, Renato Junior, realizaram a primeira entrega do dia no ramal Água Branca 1, localizado no km 32 da rodovia AM-010. A pista de dez quilômetros de extensão recebeu aproximadamente oito mil toneladas de massa asfáltica e passou por dois meses de intenso trabalho. “Hoje, é um dia especial para Manaus e estou aqui na zona rural para comemorar o aniversário da cidade pela primeira vez em seus 354 anos de história. Estamos realizando uma festa que une a zona Norte e a zona Leste. Ontem, entregamos ônibus que beneficiarão 540 mil pessoas diariamente, e hoje estamos na zona rural. À noite, entregaremos a primeira etapa do parque Amazonino Mendes, que será o maior parque linear de Manaus. Vamos transformar a cara da zona Norte e da zona Leste”, declarou David Almeida. A ordem de serviço foi assinada em 17 de agosto, e as equipes trabalharam incansavelmente para proporcionar mais qualidade de vida aos moradores. O serviço começou com a terraplanagem, nivelando o ramal para receber o asfalto ao longo dos dez quilômetros de extensão da via. Essa região havia sido prejudicada pelas chuvas, dificultando o escoamento da produção agrícola local. Em 13 de setembro, o secretário de Obras esteve presente, quando a primeira carga de asfalto chegou à comunidade e agora pode ver o trabalho concluído. “É a primeira vez que uma administração municipal realiza tanto trabalho em uma área abandonada por mais de 50 anos. Foram 70 dias de trabalho, e hoje, no aniversário de Manaus, o prefeito David Almeida escolheu estar aqui na zona rural, entregando dez quilômetros de via asfaltada”, afirmou Renato Junior. Melhorias para a comunidade Mais de mil moradores serão beneficiados com essa iniciativa, incluindo a professora Sandra Rocha, 72 anos, que chegou na comunidade no ano de 1992, e hoje se emociona em receber o ramal pronto em uma data especial. “Faz mais de 30 anos que eu cheguei no ramal. Foi horrível durante todos esses anos, principalmente quando chovia. Agora, pode chover, que não vamos mais nos preocupar, dá para ir na cidade e voltar. Uma maravilha fazer essa entrega em uma data tão especial. Obrigada, prefeito David Almeida e secretário de Obras Renato Junior! Estávamos precisando muito”, destacou a moradora. O serviço de asfalto impacta de forma positiva nos alunos da escola principal do ramal, que sofria com o ônibus escolar que atolava na lama em dias de chuva. Contribui também para os produtores rurais que darão continuidade no escoamento dos seus produtos, sem serem afetados pelas condições da via, e a todos os moradores como adultos, crianças e idosos que podem andar com mais segurança e dignidade. “Agradeço muito ao prefeito David Almeida e ao secretário de Obras, Renato Junior. Eles estavam aqui direto, vinham visitar quando os trabalhos estavam sendo feitos, deram assistência de verdade. Só tenho a agradecer à Prefeitura de Manaus, por ter nos dado um ramal asfaltado”, comemorou a aposentada Ana Gomes, 69 anos. ——– Texto – Laís Fernandes / Semcom e Rayana Coutinho / Seminf Fotos – Phil Limma / Semcom Fonte
Saúde com Ciência usará redes sociais para aumentar cobertura vacinal
Informações falsas como a de que vacinas causam doenças como câncer, aids ou diabetes ou de que a que imuniza contra covid-19 pode provocar modificações na corrente sanguínea ou no DNA estão entre as narrativas mais frequentes em fake news sobre vacinas detectadas pelo Ministério da Saúde entre julho e setembro deste ano. Para combater as fake news e responder de maneira preventiva aos efeitos negativos das redes de disseminação desse tipo de notícia, o governo federal lançou nesta terça-feira (24) a iniciativa interministerial Saúde com Ciência A proposta faz parte da estratégia para recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil diante de um cenário de retrocesso, principalmente nos últimos dois anos, quando foram registrados os piores índices. A estratégia interministerial é coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretária de Comunicação Social da Presidência da República, com parceria dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Ciência e Tecnologia e Inovação e da Controladoria-Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da União (AGU). O governo vai fazer parcerias, sem ônus, com as plataformas de redes sociais TikTok, Kwai, YouTube e Google, que irão divulgar conteúdos de serviço e direcionar os usuários para páginas do Ministério da Saúde quando eles realizarem buscas de palavras relacionadas ao tema. Também será criado um chatbot tira-dúvidas no WhatApp, em parceria com a Robbu e a Meta. Para o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, a iniciativa lançada hoje é um exemplo de organização do governo com a sociedade civil. “O Brasil, até pouco tempo atrás, era reconhecido internacionalmente por um presidente que fazia questão de dizer que não tinha se vacinado. E hoje volta a ter um protagonismo e respeito internacional.” O Saúde com Ciência é composto por cinco pilares, que envolvem cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização. O programa prevê ações como campanhas direcionadas, criação de canais de comunicação, acordos com veículos de comunicação e parcerias com plataformas digitais. No lançamento do programa, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que não adianta o avanço científico e tecnológico, nem a capacidade de produção de imunizantes se a população não se vacinar. “Sabemos que a desinformação está em todas as áreas, mas, quando se trata de saúde e vacina, isso nos afeta de maneira drástica e coloca em risco a saúde da nossa população”, disse Nísia, lembrando que doenças como sarampo e poliomielite, que já foram erradicadas do país, voltam a ameaçar as crianças brasileiras. Também foi lançado hoje o Portal Saúde Com Ciência para facilitar o acesso a informações confiáveis sobre vacinação e as fake news que circulam na internet. Alertas e análises sobre desinformações identificadas também serão divulgadas nas redes sociais do governo e em plataformas de mensagens como WhatsApp. Fonte
Reputação da ONU depende de ação sobre guerra, diz Mauro Vieira
“Grande parte da reputação das Nações Unidas depende da sua abordagem à crise em curso”, destacou nesta terça-feira (24) o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, na reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizada em Nova York, nos Estados Unidos. “Este Conselho deve estar à altura do desafio que temos pela frente. Provavelmente seremos julgados – e considerados culpados – pelas gerações futuras pela nossa inação e complacência”, destacou o chanceler brasileiro. O encontro discutiu a escalada do conflito Israel-Hamas, no Oriente Médio, iniciada no último dia 7 de outubro após o ataque do grupo Hamas contra Israel. Atualmente, o Conselho é presidido pelo Brasil que, na última semana, viu a proposta costurada pela diplomacia brasileira ser vetada pelos Estados Unidos. O chanceler brasileiro insistiu que a diplomacia e o diálogo são os ativos mais poderosos no Conselho de Segurança da ONU e que a entidade “tem uma responsabilidade crucial na resposta imediata à evolução das crises humanitária e de reféns”. Mauro Vieira lembrou que, desde 2016, o Conselho não consegue aprovar uma resolução sobre a situação do conflito Israel-Hamas. “Estratégias obstrutivas têm impedido a tomada de decisões cruciais sobre a paz e a segurança internacionais. Como resultado, a situação no Oriente Médio é de longe uma das questões mais frustradas no Conselho de Segurança”, lamentou. O representante do governo brasileiro na ONU reforçou que o Brasil condena os atos de terrorismo contra civis em Israel e fez um apelo para libertação imediata e incondicional dos reféns civis. Ao mesmo tempo, o chanceler do Brasil afirmou que a escalada da violência em Gaza é inaceitável e citou o bombardeio de infraestruturas civis, que resultou na destruição de 42% das habitações na Faixa de Gaza. “Não podemos tolerar a perda de mais de 2 mil crianças palestinas. Como potência ocupante, Israel tem a obrigação legal e moral de proteger a população local ao abrigo do direito humanitário internacional. Os recentes acontecimentos em Gaza são particularmente preocupantes, incluindo a chamada ‘ordem de evacuação’, que está conduzindo a níveis de miséria sem precedentes para pessoas inocentes”, destacou. Mauro Vieira ainda pediu adesão estrita ao direito internacional e defendeu a solução de dois Estados na região. O ministro brasileiro ainda destacou que a manutenção da ocupação da Cisjordânia é ilegal e acaba por minar as perspectivas de paz. “Israel deve parar todas as atividades de colonização nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental. A diferença de tratamento em relação aos colonos e aos habitantes locais é inaceitável. A expansão atual e projetada praticamente elimina a viabilidade de um futuro Estado palestiniano e gera violência e ódio”, destacou. Fonte
Conselho de Psicologia critica prática de “cura gay”
A chamada “cura gay”, também denominada de terapia de reversão ou de conversão à heterossexualidade, são práticas de tortura e, portanto, produzem muitos agravos à saúde, entre eles, a própria construção de ideias suicidas. Essa é a definição do presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, em entrevista à Agência Brasil. Sem respaldo científico, a prática é vedada por resolução do CFP desde 1999. Isso porque a bissexualidade e a homossexualidade não constituem doença nem desvio. “Nós não podemos usar a moralidade, práticas morais, para dizer que são condutas abominadas. É importante dizer: não é doença, mas também não é desvio. E, por não ser desvio, nenhuma prática que promova a pseudo-reorientação deve permitida no Brasil, exatamente porque produz agravos”, explicou. Para ele, o Brasil precisa reconhecer a importância de se afirmar a saúde pública como uma saúde laica, considerando que a prática de cura gay ocorre, em grande parte, no contexto de fundamentalismo religioso. “Hoje isso é um problema de saúde pública: a existência ainda dessas tentativas de aniquilamento das subjetividades de pessoas LGBTQIA+, movidas em grande parte por igrejas fundamentalistas. O Brasil precisa olhar para isso e entender que isso está produzindo agravos sérios na saúde mental da nossa população, em especial, na saúde mental da população LGBTQIA+”, pontuou. De acordo com o psicólogo, a prática é disseminada pelo país. “Neste momento, enquanto estamos fazendo essa entrevista, existe muita gente que está experimentando formas de cárceres para ter sua orientação sexual revertida. Existem centenas de Karol Eller por aí sofrendo agravos, tortura psicológica, processos de aprisionamento, pelo simples motivo que se considera que a orientação delas é uma orientação errada. Não é um caso isolado, infelizmente”, ressaltou. Bicalho se referiu ao caso da bolsonarista Karol Eller, encontrada morta no dia 12 de outubro aos 36 anos. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio consumado. Eller teria sido submetida a uma “cura gay” na igreja Assembleia de Deus de Rio Verde, em Goiás. Movimento conservador A cientista política Laira Tenca aponta que o país tem um contexto de crescimento do movimento conservador no âmbito político, ao mesmo tempo em que há uma maior presença da religião na vida social da população brasileira. Esse cenário conflita com uma melhoria e garantia de direitos para a população LGBTQIA+. “As pessoas LGBTs estão inseridas nesse Brasil, que passa, por um lado, por um avanço de políticas públicas para essa população, mas, por outro, há um movimento também de maior vocalização de discurso de ódio, transformando essas pessoas em vítimas no fim das contas ali, um questionamento da identidade e da existência dessas pessoas. Nesse cenário, a organização social está ali, a igreja, o pastor, as famílias bebendo desses discursos, convivendo com esses discursos e outras práticas antigas também”, apontou. Nos retiros com proposta de conversão sexual, Tenca acrescenta que a homossexualidade e a transexualidade são tratadas como um problema, como um pecado, como uma atitude desviante, e a partir daí a cura gay passa a ser mais conectada com discursos religiosos, não mais com a psicologia. O sofrimento é agravado, segundo ela, porque há uma busca de acolhimento e pertencimento em um espaço que está constantemente questionando a identidade das pessoas LGBTQIA+ e produzindo discursos de ódio. “Nesse contexto, a pessoa LGBT é induzida a negar uma parte da sua própria identidade. O impacto [na saúde mental] é assustador porque a sexualidade faz parte da vida do indivíduo. Ter essa sexualidade reprimida dessa forma por um discurso religioso e por uma conexão latente entre culpa, erro, equívoco e impossibilidade de existir no mundo é terrível, é muito severo”, disse. Ela ressalta que o suicídio entre mulheres lésbicas e o lesbocídio cresceu nos últimos anos e que o sofrimento psíquico faz parte da vida dessas pessoas, pelo próprio contexto social e pela dificuldade de existir. Cura gay e HIV Pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e sobrevivente de tentativas de cura gay, o psicólogo Héder Bello aponta que as práticas de cura gay têm relação com o momento da pandemia do HIV, na década de 80. Na época, havia o equívoco, principalmente por parte da comunidade mais conservadora, religiosa e fundamentalista, de que o vírus da Aids era um castigo de Deus devido à liberdade sexual ou às sexualidades que não estavam dentro do campo da heterossexualidade. Tal conceito, ele reforça, está completamente fora do âmbito da ciência. “Os esforços relacionados às práticas de cura gay inicialmente se deram, de forma contemporânea [desde a década de 1980], com a tentativa de reverter a questão do HIV através da ideia equivocada de que homossexuais e a população LGBTQIAP+, através dos seus comportamentos desviantes, produziram a ira de Deus e, como um castigo de Deus, houve então a eclosão do HIV no mundo”, disse o pesquisador, em entrevista à Agência Brasil. Bello estuda desde 2011 questões relacionadas às práticas ou tentativas de correção e reversão na orientação sexual e na identidade de gênero. Ele conta que se envolveu com essas pesquisas justamente por ter sido submetido a tais práticas durante 13 anos, dos 14 aos 27 anos de idade. Houve ainda a tentativa de justificar a aplicação de terapias de conversão distorcendo teorias e técnicas da psicologia. Elas produziam um entendimento de que a heterossexualidade é a única sexualidade possível e que haveria a necessidade de que as pessoas passassem por um processo de ‘correção’. De acordo com o psicólogo, as práticas de cura gay no Brasil atualmente são muito difusas e muito plurais, sendo difundidas por grupos religiosos, educadores e pessoas que exercem profissões não regulamentadas, como, por exemplo, filosofia clínica, consteladores familiares e coaches. Técnicas de “conversão” Em relação às técnicas utilizadas na cura gay, Bello explica que tal lógica aponta que a pessoa só aprende a desejar sexualmente alguém do sexo oposto se ela estiver bem adequada aos papéis de gênero na sociedade. Assim, ela é forçada a gostar de coisas que ela não necessariamente gosta e fazer coisas que não quer. “Tem