Faltando 4 rodadas para o fim, o Campeonato Brasileiro tem um novo líder, o Palmeiras, o agora vice-líder Botafogo tem um jogo a menos e a diferença é de 2 pontos 62 a 60 pontos

O Palmeiras cumpriu a sua parte como candidato ao título e venceu o Internacional por 3 a 0, na Arena Barueri, na abertura da 34ª rodada da competição nacional, que teve uma mudança na primeira colocação, algo que não ocorria desde o fim de abril. Bragantino e Botafogo ficaram no empate por 2 a 2 no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, em duelo direto pelo título do Brasileirão. Outros Resultados da 34ª rodada:  Cuiabá 2×1 Fortaleza, Bahia 1×1 Atlético (PR), Atlético (MG) 2×1 Goiás, Santos 0x0 São Paulo, Vasco 2×1 América (MG), Grêmio 0x1 Corinthians, Flamengo 1×1 Fluminense.  Os seis primeiros são:  1º Palmeiras 62 pontos2º Botafogo 60 pontos3º Grêmio 59 pontos4º Bragantino 59 pontos5º Atlético (MG) 57 pontos6º Flamengo 57 pontos. Os quatro últimos são:  17º Cruzeiro 37 pontos18º Goiás 35 pontos19º Coritiba 29 pontos20º América (MG) rebaixado com 21 Pontos. Fonte

Vitória vence e volta para a Série A do Brasileiro em 2024. Faltam 2 rodadas para o encerramento da série B.

O Vitória está de volta à Série A do Brasileiro após cinco anos. O Leão da Barra bateu o Novorizontino de virada por 2 a 1 e carimbou seu passaporte para a elite nacional, com duas rodadas de antecedência. O jogo da 36ª rodada da Série B foi, no estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte, no interior de São Paulo. O Vitória conquistou o acesso com uma vitória e agora vai em busca da confirmação do título da Série B. Resultados da 36ª rodada:   Ceará 2×0 Mirassol, Tombense 0x1 Ponte Preta, Chapecoense 2×0 Botafogo (SP), Avaí 1×1 CRB, Ituano 2×1 Sampaio Correa, Sport 0x0 Atlético (GO), Vila Nova 4×1 Londrina. Dia 14/11 a rodada se encerra com dois jogos, 18h Guarani x Criciúma e as 20h30min ABC x Juventude.   Os quatro primeiros são: 1º Vitória 69 pontos2º Atlético (GO) 61 pontos3º Criciúma 60 pontos4º Juventude 60 pontos.  Os 4 últimos são: 17º Chapecoense 36 pontos18º Sampaio Correa 36 pontos19º Londrina 28 pontos (rebaixado)20º ABC 21 pontos (rebaixado). Fonte

Família de ativista palestina presa nega acusação contra ela

A família da jovem palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, negou que ela tenha postado em uma rede social mensagem defendendo o assassinato de israelenses. Ícone da causa palestina, a jovem foi presa na madrugada da última segunda-feira (6) acusada de “incitação ao terrorismo”.   A mãe de Ahed, Nareman Tamimi, conversou com a Agência Brasil e negou as acusações que pesam contra a filha. “A conta dela foi hackeada há algum tempo”, disse Nareman sobre a acusação de que ela teria postado mensagem defendendo o assassinato de israelenses. A mãe de Ahed argumentou que não há justiça sob ocupação israelense na Cisjordânia. “Israel julga os palestinos sem os investigar nem apresentar acusações, e os condena à detenção administrativa”, destacou. As chamadas Para a mãe de Ahed Tamimi, a detenção dela é uma tentativa de Israel de silenciar sua voz. Além disso, acrescenta, a família deve seguir lutando contra a ocupação israelense. “Enquanto estivermos sob ocupação, temos o direito de resistir por todos os meios que nos levem à libertação desse colonialismo, tal como garantido pelas convenções internacionais, que, apesar do seu estabelecimento em prol da humanidade, não trabalham com os palestinos”, destacou.   Segundo o Exército israelense, Tamimi foi presa em uma operação “destinada a deter indivíduos suspeitos de estarem envolvidos em atividades terroristas e de incitamento ao ódio”, de acordo com a agência RTP – Rádio e Televisão de Portugal. Em rede social, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Bem Gvir, comemorou a detenção da ativista. “Tolerância zero com terroristas e apoiadores do terrorismo”, disse.  A ativista ficou mundialmente famosa aos 12 anos, em 2012, ao ser filmada mordendo um soldado israelense para tentar impedir a detenção do irmão mais novo. Em 2017, ela ficou detida por oito meses por ter dado tapas em dois soldados israelenses próximo à residência da sua família, em Nabi Saleh, na Cisjordânia ocupada, enquanto pedia que eles fossem embora. Em relatório divulgado à época, a Anistia Internacional considerou que Ahed Tamimi foi “presa injustamente”.  Anistia Internacional   A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional registrou aumento significativo das retenções administrativas no último mês, desde que o Hamas atacou Israel no último dia 7 de outubro. Segundo a entidade, aumentou de 1.319 para 2.070 o número de prisões administrativas, sem acusação ou julgamento, chegando a mais de 2.200 o número de palestinos presos por Israel no período.   “As autoridades israelenses aumentaram dramaticamente o recurso à detenção administrativa, uma forma de detenção arbitrária de palestinos em toda a Cisjordânia – medida de emergência alargada que facilita o tratamento desumano e degradante dos prisioneiros – e não investigou incidentes de tortura e morte sob custódia nas últimas quatro semanas”, afirmou a Anistia Internacional.   Source link

Brasileiros que estavam em Gaza chegam ao Brasil nesta segunda

Os brasileiros e seus familiares palestinos que deixaram a Faixa de Gaza chegam nesta segunda-feira (13) ao Brasil. O governo federal já tem uma operação de acolhimento pronta para o grupo, como atendimento médico e psicológico e regularização de documentos.  Eles cruzaram a fronteira com o Egito pelo Portal de Rafah, no início da manhã deste domingo (12), com destino ao Cairo, de onde parte o voo para Brasília. A previsão é que a aeronave deixe a capital egípcia às 11h50 (horário local) e pouse em Brasília às 23h30 (horário local). Antes disso, haverá três paradas técnicas: em Roma, na Itália; em Las Palmas, na Espanha; e na Base Aérea do Recife, já no Brasil.  Os repatriados receberão apoio psicológico, cuidados médicos e imunização e terão um período de repouso em Brasília, em alojamento da Força Aérea Brasileira (FAB), antes de se deslocarem para outras cidades no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) está sendo mobilizada para oferecer aos repatriados os cuidados em saúde necessários logo no momento de chegada ao Brasil, em Brasília.  “A oferta no momento da recepção envolve cuidados psicológicos e clínicos, incluindo urgências e emergências que possam surgir. A equipe será formada por cinco profissionais da saúde: um médico, um enfermeiro e três psicólogos. Além disso, será disponibilizada uma ambulância do Samu/DF, tipo UTI móvel, com médico e enfermeiro, se houver necessidade de atendimento especializado em unidade da rede de saúde”, explicou a pasta, em resposta à Agência Brasil.  Relembre os momentos de tensão dos brasileiros em Gaza. Ao chegarem ao Brasil, também será feita a regularização migratória, pela Polícia Federal, e a emissão de outros documentos que permitam o acesso a serviços públicos e ao emprego.  De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, algumas pessoas têm familiares no Brasil, enquanto outras serão acolhidas em um local no interior de São Paulo, disponibilizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social. O grupo a caminho do Brasil tem 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares próximos. Dos 32 repatriados, 17 são crianças, nove mulheres e seis homens.  Voltando em Paz Este será o décimo voo da Operação Voltando em Paz, do governo federal, que cumpre mais uma missão de repatriação em áreas de conflito no Oriente Médio. A aeronave VC-2, cedida pela Presidência da República, está há quase um mês no Egito para o resgate dos repatriados oriundos da Faixa de Gaza. Os outros voos partiram de Tel Aviv, em Israel, e de Amã, na Jordânia, com brasileiros que estavam no território palestino da Cisjordânia.  Com os dez voos, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos. Do total, foram 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana. No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica. Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. Fonte

Para especialistas, repatriação de brasileiros é vitória diplomática

Especialistas em Relações Exteriores consideram a operação para repatrir o grupo de 32 brasileiros que estava na Faixa de Gaza como uma vitória diplomática do Brasil. O grupo cruzou a fronteira com o Egito, pelo Portal de Rafah, na manhã desete domingo (12) e deve embarcar para o Brasil amanhã (13). Segundo eles, mesmo com a demora na inclusão da lista de pessoas autorizadas a cruzar a fronteira, a diplomacia mostrou capacidade de negociação e coordenação nas ações. O professor de Política Internacional e Comparada do programa de pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal de Minas (UFMG), Dawisson Belém Lopes disse à Agência Brasil que com o retorno dos brasileiros o Brasil conseguiu fazer valer o peso da sua tradição diplomática: “Isso é muito importante, porque mesmo não sendo um dos países que se alinham automaticamente a Israel, o Brasil sempre busca, em relação a esse conflito israelo-palestino que se arrasta há décadas, uma posição de equidistância e defende a solução de dois Estados [de Israel e da Palestina].” “Mesmo tendo esse engajamento crítico em relação ao tema, o Brasil, ainda assim, fez valer o peso da sua tradição, a capacidade de trazer para o seu território os seus cidadãos e isso me parece muito positivo. É um sinal que é emitido, que mostra a importância do Brasil no contexto das nações”, afirmou o professor. Na avaliação de Lopes, mesmo que nas primeiras listas de pessoas autorizadas a deixar Gaza constassem nomes de estrangeiros de países mais alinhados com Israel, o Itamaraty soube conduzir bem as tratativas para repatriar os brasileiros. A primeira lista, que saiu na quart-feira dia 1° de novembro, autorizou um grupo de 450 estrangeiros a deixar o enclave. Dos 3.463 estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza até a última quarta-feira (8), 1.253 têm passaporte dos Estados Unidos, o que representava 36,1% do total. O principal aliado de Israel na guerra que o país declarou contra o Hamas lidera a lista de nacionalidades autorizadas a deixar a região, até agora. Além dos Estados Unidos, outros oito países tiveram mais de 100 nacionais autorizados a sair da Faixa de Gaza. Essas nove nações somam 86% do total de estrangeiros autorizados a cruzar a fronteira com o Egito. A segunda nacionalidade mais beneficiada foi a Alemanha, com 335 pessoas, o que representa 9,6% do total. Os brasileiros só foram incluídos na sétima lista. “Neste momento, Gaza é o território que sofre uma investida militar muito intensa de Israel e, naturalmente, todo mundo que está naquele território está correndo risco de morte. Por isso que é tão importante, tão urgente, repatriar os brasileiros. E, no agregado, eu diria que o Brasil conseguiu não só o objetivo de trazer essa primeira leva de brasileiros, os que primeiro haviam solicitado o retorno, repatriação, mas também em um tempo célere, porque se considerarmos que nas levas anteriores vieram praticamente apenas aqueles cidadãos dos países que são aliados de primeira hora de Israel, o Brasil conseguiu negociar bem os termos dessa repatriação”, apontou o professor. Lopes avaliou ainda que a relação com Israel sofreu um desgaste após o episódio envolvendo o embaixador do país no Brasil, Daniel Zonshine, que participou, na quarta-feira (8), na Câmara dos Deputados de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e parlamentares de direita. Na ocasião, ele exibiu um filme com imagens do ataque do Hamas no dia 7 de outubro. “É natural que haja um estranhamento brasileiro em relação ao que foi feito, sobretudo pelo embaixador de Israel no Brasil. Me parece que ele cruzou uma linha. Ele tentou por caminhos que não são os mais aconselháveis na prática diplomática convencional. Ele tentou influenciar os rumos do debate doméstico brasileiro, envolvendo inclusive um político cujos direitos políticos foram caçados. Um político inelegível, um ex-presidente da República. Isso é grave, me parece problemático.” Entretanto, Lopes não acredita em uma mudança na relação diplomática com Israel, já que o Brasil tem relações históricas com o país do Oriente Médio. “Há relações entre os dois Estados que são importantes, que extrapolam o nível governamental, que vão além do atual governo de Israel. Então, isso deve ser sempre calculado com muita calma, com muita cautela, com muita racionalidade. Esse é o domínio da diplomacia. A diplomacia não pode reagir de forma temperamental. Tem que sempre ser muito racionalizada essa resposta do Estado brasileiro. Então, eu acho que essa relação vai passar por uma reavaliação a partir de agora, mas eu não vejo no meu horizonte a perspectiva de ruptura”, avaliou Lopes. “A questão é intrincada, nós sabemos que ainda há muitos brasileiros em território palestino”, concluiu. Neste domingo (12), em entrevista à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi questionado sobre o episódio envolvendo Zonshine, mas limitou-se a dizer que não o conhecia: “não conheço”. O chanceler não respondeu sobre a possibilidade de convocar Zonshine para dar explicações sobre a reunião. Na linguagem diplomática, convocar um embaixador estrangeiro é um gesto importante e que demonstra a gravidade de um assunto para o país anfitrião. Diplomacia O monitor do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil (Opeb), curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Bruno Fabrício da Silva considera que a operação de repatriação também representou uma vitória da diplomacia brasileira, mas que houve uma demora “excessiva”, para autorizar a saída de cidadãos de países aliados de Israel, como os Estados Unidos e a maioria das potências ocidentais. “A participação direta do presidente e do corpo diplomático em negociações com as autoridades israelenses, palestinas e egípcias destaca o comprometimento do Brasil em proteger seus cidadãos em situações de conflito. Além disso, o suporte oferecido durante o período em Gaza como garantir recursos essenciais e alertar sobre a localização do grupo às autoridades israelenses mostra a atuação proativa da diplomacia brasileira em situações de crise”, afirmou da Silva à Agência Brasil. Para o pesquisador, após a repatriação, o Brasil pode se posicionar de maneira mais assertiva para condenar os ataques de Israel, como

Dois trabalhadores do MST são assassinados na Paraíba

O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra da Paraíba (MST) denunciou neste domingo (12) o assassinato de Ana Paula Costa Silva e Aldecy Viturino Barros. Eles faziam parte do Quilombo do Livramento, Sítio Rancho Dantas, no município de Princesa Isabel. O crime teria ocorrido por volta das 15h30 da tarde de sábado (11). A Polícia Civil da Paraíba investiga o caso. Em nota, o MST pediu justiça, identificação dos autores e celeridade nas investigações. De acordo com o movimento, Ana Paula Costa Silva era acampada, tinha 29 anos e três filhos. Aldecy Viturino Barros, tinha 44 anos, dois filhos e era coordenador do acampamento. Moradores do Quilombo do Livramento contam que Ana Paula Costa e Aldecy foram assassinados a tiros por dois homens que chegaram em uma moto dizendo que Aldecy precisava assinar um documento que estava sob posse dos assassinos. Ao descer a escada para atender aos homens que o procuravam, o coordenador do acampamento foi surpreendido com vários tiros, que também acertaram Ana Paula. Ele morreu na hora. Já Ana Paula chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu. No dia 6 de novembro, o agricultor e acampado do MST Josimar da Silva Pereira foi assassinado a tiros na cidade de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. O caso também ainda está sob investigação.     Source link

Mãe de 227 filhos e 3ª maior produtora de leite do mundo: morre vaca ‘xodó’ da pecuária brasileira

Após 20 anos de vida, Canela morreu por conta da idade avançada. Além do legado para a raça girolando, ela também deixou saudade para os que cuidaram dela. “Tínhamos um carinho muito especial, ela estava aposentada já havia cinco anos, e nós ficamos cuidando dela. Ela foi um presente de Deus, um embrião congelado que nasceu e se destacou com filhas e filhos maravilhosos”, finalizou Chieri. Fonte: G1 Fonte

Piloto que desligou motores de avião no ar disse que comeu “cogumelos mágicos”

Declaração do funcionário da Alaska Airlines foi dada ao The New York Times em uma reportagem publicada na sexta-feira (10) Um piloto da Alaska Airlines acusado de tentar desligar os motores de um avião durante o voo disse ao The New York Times que foi afetado por cogumelos psicodélicos que ingeriu dois dias antes da viagem. Joseph Emerson, 44, disse ao Times, em uma matéria publicada na sexta-feira (10), que comeu cogumelos no fim de semana em Washington (EUA) em uma celebração da morte de seu melhor amigo. Ele disse que pensou que estava sonhando enquanto voltava para a Califórnia no assento da cabine de um voo da Horizon Air em 22 de outubro. De acordo com um depoimento apresentado pelos promotores, Emerson disse aos investigadores que “tinha consumido ‘cogumelos mágicos’ aproximadamente 48 horas antes” do incidente. “Achei que parando os dois motores, o avião começaria a se encaminhar para um acidente, e eu acordaria”, disse Emerson ao Times em uma sala de visitação na prisão do condado de Portland, Oregon, onde recebeu 83 acusações de tentativa de homicídio. O piloto disse que nunca comeu cogumelos anteriormente e que os ingeriu por insistência de um participante do evento. Emerson disse que tem lidado com uma depressão persistente desde a morte de seu amigo em 2018. Naquela noite, na hora de dormir, ele disse que começou a se sentir desconfortável, como se seus amigos pudessem machucá-lo. “Eu tinha medo deles”, disse ele. “Comecei a ter a sensação de que isso não era real”, disse Emerson ao New York Times. Emerson disse que começou a se preocupar com a segurança de sua esposa e filhos, juntamente com um relacionamento distante com seu irmão. “Pensei em muitas coisas traumáticas: ‘Estou morto? Isso é um inferno?’”, disse ele. “Estou revivendo esse trauma”. Efeitos da droga O professor Matt Johnson, da Universidade Johns Hopkins, estuda psicodélicos e outras drogas. Ele disse à CNN no mês passado que é improvável que a substância do cogumelo tenha permanecido no sistema do piloto 48 horas depois de ele ter usado a droga. Os efeitos prolongados da substância psilocibina, privação de sono e depressão, poderiam ter criado “uma tempestade perfeita”, disse Matt Johnson, na qual Emerson estava experimentando mudanças comportamentais ou desrealização, que é uma sensação de estar desligado do ambiente que foi descrito como um filme. No dia do voo, que partiu de Everett, Washington, o estado de sonho do piloto persistiu a bordo do avião, disse ele ao Times. Ele mandou uma mensagem para o amigo que o deixou no aeroporto dizendo que estava “tendo um ataque de pânico”. “Mande lembranças… preciso estar em casa”, disse Emerson ao responder. Seu amigo acrescentou: “Faça seus exercícios respiratórios”, que Emerson disse ter ouvido como áudio em seu fone de ouvido. Foi quando ele tirou o fone de ouvido da cabine e gritou para os pilotos pedindo ajuda. Quando nada aconteceu, Emerson disse que puxou as alavancas de fechamento, convencido de que estava imaginando tudo. Enquanto era algemado por um comissário de bordo na parte de trás do avião, Emerson disse que enviou várias mensagens de texto, incluindo uma para sua esposa: “Cometi um grande erro”. Emerson disse ao New York Times que sua confusão continuou enquanto estava em uma sala de detenção no aeroporto de Portland, onde ele se despiu, urinou em si mesmo e tentou pular de uma janela na tentativa de acordar. Emerson disse ao Times que quer ser transparente e que nunca teve a intenção de machucar ninguém. Ele admitiu ter lutado contra uma depressão persistente em silêncio, temendo ser impedido de voar. “Não sei se algum dia voltarei a pilotar um avião”, disse Emerson. “Eu realmente não sei. Eu tive um momento em que isso se tornou óbvio. E eu lamento isso”. Uma acusação de Emerson está marcada para ser julgada em 30 de novembro. A CNN entrou em contato com o advogado de Emerson para comentar, mas não obteve retorno até momento. Fonte: CNN Fonte

Brasileiros que deixaram Gaza viveram momentos de tensão e angústia

O cruzamento da fronteira de Gaza com o Egito neste domingo (12) representou mais um capítulo na jornada do grupo de 32 pessoas – 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros, três palestinos familiares próximos, 17 crianças, nove mulheres e seis homens – para escapar do conflito entre o Hamas e Israel que já deixou mais de 12 mil mortos, dos quais cerca de 1.200 israelenses e 11 mil palestinos, sendo quase 70% mulheres e crianças. Depois de um mês de agonia, o grupo de 32 pessoas chegou ao Cairo, onde dorme nesta noite. O avião que transportará os brasileiros vai decolar do Cairo às 11h50 (hora local) de amanhã (13). O pouso em Brasília está previsto para as 23h30. Duas pessoas do grupo, que constavam da lista original, desistiram da repatriação e decidiram permanecer em Gaza. A jornada de repatriação, marcada por momentos de tensão, angústia e terror, teve início no dia 7 de outubro, logo após o atentado do Hamas a Israel. Foram dias de espera aguardando a inclusão na lista de pessoas autorizadas a atravessar a passagem de Rafah, o que só ocorreu na sétima lista. Mesmo com a inclusão, os brasileiros ainda tiveram que aguardar, já que a fronteira de Rafah, em Gaza, para o Egito foi fechada no sábado (4) após ataque a ambulâncias, que deixou vários palestinos mortos e feridos. A fronteira permaneceu fechada nos dias seguintes por razões de segurança. Na sexta-feira (10), ataques aéreos de Israel atingiram ao menos três hospitais na Faixa de Gaza e mantiveram a fronteira fechada. Rafah – Crianças do grupo de brasileiros repatriados no lado egípcio da fronteira com Gaza. Foto MRE/Divulgação Como a saída dos brasileiros e demais estrangeiros está condicionada à transferência dos feridos da Faixa de Gaza ao Egito, os confrontos em torno dos hospitais dificultaram a logística para saída das ambulâncias. Autoridades palestinas disseram que um bebê morreu e dezenas de outros pacientes estavam em risco devido ao cerco israelense a um dos hospitais. Com o fechamento, os brasileiros tiveram que retornar aos abrigos, até que a autoridade da fronteira de Gaza anunciasse que a passagem terrestre de Rafah para o Egito seria reaberta neste domingo para quem tem passaporte estrangeiro. Foram momentos de frustração desde o início do périplo dos brasileiros, logo após o Exército israelense anunciar intensa incursão terrestre e determinar o êxodo dos palestinos do norte de Gaza, habitada por mais de 1 milhão de habitantes, para o Sul, no dia 13 de outubro. No dia seguinte, uma parte dos brasileiros, que estavam abrigados em uma escola da Cidade de Gaza, iniciaram a jornada para Rafah O governo brasileiro já havia mandado, no dia 12 de outubro, uma aeronave VC-2 (Embraer 190) da Presidência da República para resgatar brasileiros. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que havia entrado em contato com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, a fim de garantir uma passagem humanitária para os brasileiros fazerem a travessia entre Gaza e o Egito, a partir de onde seria mais viável permitir um retorno seguro. Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fala sobre repatriação dos brasileiros de Gaza – Foto Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil – Agência Brasil Isso não ocorreu, no entanto, de imediato. Os brasileiros, que estavam em dois grupos, nas cidades de Rafah e Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza, tiveram que esperar uma pausa nos bombardeios para se deslocar com segurança. As cidades chegaram a registrar o maior número de mortes causadas pelos bombardeios de Israel no fim de outubro. Segundo a representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, os brasileiros relataram intenso bombardeio “com o uso de algum produto que afeta a respiração: ‘parece gás lacrimogêneo’”. Durante esse período, os brasileiros sofreram com difíceis condições de sobrevivência. Foram momentos sem energia, sem comunicação. No dia 27, a empresa de telefonia Palestina Jawal informou o corte de todas as comunicações com a Faixa de Gaza. O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, só conseguiu retomar o contato com os brasileiros no dia seguinte. “Restabelecemos o contato com nossos nacionais nas duas cidades, e continuaremos monitorando a situação”, informou o embaixador Alexandro Candeas, responsável pelo escritório. Em Rafah, o grupo era formado por 18 pessoas, das quais nove crianças. Em Khan Younes, eram nove crianças, cinco mulheres e dois homens. Eles passaram por dificuldades para conseguir água e alimentos e tiveram que contar com o apoio da representação brasileira na Cisjordânia para conseguir itens básicos de alimentação. Os brasileiros sofreram ainda com os bombardeios de Israel, que também atingiram o sul de Gaza. No dia 30, novo bombardeio atingiu um prédio ao lado da residência de uma das famílias de brasileiros em Khan Yunes. O fato foi registrado por Hasan Rabee, de 30 anos, que relatou o susto com o bombardeio. “Acabou de cair uma bomba atrás desse prédio. Meu Deus do céu. As bombas não param. Está vendo a rua como ficou? As bombas não param. As crianças estão bem assustadas”, relatou o palestino naturalizado brasileiro. Ele foi à rua para mostrar a destruição no prédio ao lado de onde estava abrigado. Contou que vizinhos tentavam salvar as pessoas atingidas pela bomba. “A casa que foi atacada ao lado de onde a gente está. Bastante gente ferida. Cidadãos fazendo ajuda humanitária para resgatar os feridos. Absurdo”, lamentou. Hasan vive em São Paulo e foi a Gaza com as duas filhas e a esposa para visitar a família, poucos dias antes do início do conflito. O palestino naturalizado brasileiro contou à Agência Brasil que não já encontrava água mineral ou gás de cozinha. “Água mineral a gente não tem, porque não acha. Antigamente, 500 litros (de água potável) eram 10 shekels, hoje 500 litros são 100 shekels, mas você não acha nunca. Não tem energia para filtrar essa água. Fruta é muito difícil achar na feira. A única coisa que a gente acha bastante é o pepino, o resto você não acha fácil ”, relatou. Saída A demora na inclusão dos brasileiros vinha causando muita expectativa. A primeira lista autorizou um grupo de 450 estrangeiros a

Onda de calor: Brasil terá dia chuvoso e temperatura acima de 40ºC, diz Inmet

Aumento das temperaturas é explicado pela presença de uma massa de ar quente que atua sobre o centro do país A nova onda de calor que afeta o Brasil provocará chuvas e temperaturas acima de 40ºC neste domingo (12), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Entre as capitais do país, as maiores máximas estão previstas para Cuiabá (41ºC), Rio de Janeiro (40ºC), Campo Grande (40ºC), Boa Vista (40ºC) e Teresina (39ºC). Enquanto isso, os três estados do Sul terão uma longa sequência de dias com risco de temporais isolados. As condições são e continuarão favoráveis ao registro de tempestades localizadas. O aumento das temperaturas é explicado pela presença de uma massa de ar quente que atua sobre o centro do Brasil e que se intensifica neste fim de semana em todos os estados do Centro-Oeste e do Sudeste, além de parte do Nordeste. Já as chuvas no Sul são provocadas por uma frente fria que deve avançar pela região, reforçando a instabilidade. Ao encontrar uma massa de ar excepcionalmente quente sobre o Brasil, o sistema frontal acaba por agravar o risco de tempo severo com temporais isolados principalmente nos territórios catarinense e paranaense. Em entrevista à CNN na noite do sábado, o meteorologista Guilherme Borges, da Climatempo, afirmou que a onda de calor que atinge o Brasil neste momento é a quarta de 2023, mas a mais longa já registrada, em quantidade de dias. “Pelo menos até o dia 19, as temperaturas devem ficar muito elevadas em muitas regiões do país. A expectativa é de que no dia 19 ela [a onda de calor] comece a perder a intensidade”, disse. Ele associou a questão a diversos fatores como a soma dos efeitos do El Niño e o aquecimento global, provocado pela poluição da atmosfera do planeta. São Paulo A previsão é de que cidades do centro para o oeste e o norte do interior paulista tenham máximas à tarde perto e acima de 40ºC. Pontos do litoral também podem bater 40ºC. De acordo com a Defesa Civil do estado, a umidade relativa do ar encontrava-se em níveis críticos em torno de 15% nas regiões do oeste e norte paulista, como nas regiões de Presidente Prudente, Barretos e Jales. Na região central do estado, como em Marília, Bauru e São Carlos, a taxa ficou em torno de 20%. A capital paulista registrou umidade relativa do ar de 23%. Os menores índices de umidade da capital se aproximam dos 20%, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGEC). A partir de segunda-feira (13), voltam as condições para pancadas de chuva no estado — que podem ocorrer como pancadas isoladas moderadas/fortes, seguidas por raios, ventos e pontual queda de granizo. Na cidade de São Paulo, a mínima deve ser de 23°C na madrugada, máxima de 38°C à tarde, e umidade do ar mínima de 20%. Veja a previsão para domingo: Manhã Região Sul Porto Alegre: nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladasMínima: 20ºCMáxima: 26ºC Florianópolis: muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladasMínima: 21ºCMáxima: 32ºC Curitiba: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 20ºCMáxima: 35ºC Região Sudeste São Paulo: muitas nuvensMínima: 21ºCMáxima: 37ºC Rio de Janeiro: muitas nuvensMínima: 25ºCMáxima: 40ºC Vitória: poucas nuvensMínima: 21ºCMáxima: 36ºC Belo Horizonte: poucas nuvensMínima: 20ºCMáxima: 35ºC Região Centro-Oeste Campo Grande: poucas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 40ºC Cuiabá: poucas nuvensMínima: 31ºCMáxima: 41ºC Goiânia: poucas nuvensMínima: 21ºCMáxima: 37ºC Brasília: poucas nuvensMínima: 19ºCMáxima: 33ºC Região Nordeste Salvador: muitas nuvens com possibilidade de chuva isoladaMínima: 23ºCMáxima: 32ºC Aracaju: muitas nuvens com possibilidade de chuva isoladaMínima: 24ºCMáxima: 31ºC Maceió: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 32ºC Recife: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 32ºC João Pessoa: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 32ºC Natal: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 31ºC Fortaleza: muitas nuvensMínima: 25ºCMáxima: 32ºC Teresina: poucas nuvensMínima: 22ºCMáxima: 39ºC São Luís: muitas nuvensMínima: 27ºCMáxima: 35ºC Região Norte Palmas: poucas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 38ºC Belém: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 35ºC Macapá: muitas nuvensMínima: 26ºCMáxima: 35ºC Manaus: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 26ºCMáxima: 36ºC Boa Vista: muitas nuvens com possibilidade de chuva isoladaMínima: 26ºCMáxima: 40ºC Porto Velho: muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladasMínima: 24ºCMáxima: 35ºC Rio Branco: muitas nuvens com possibilidade de chuva isoladaMínima: 24ºCMáxima: 36ºC Tarde Região Sul Porto Alegre: nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladasMínima: 20ºCMáxima: 26ºC Florianópolis: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 21ºCMáxima: 32ºC Curitiba: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 20ºCMáxima: 35ºC Região Sudeste São Paulo: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 21ºCMáxima: 37ºC Rio de Janeiro: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 25ºCMáxima: 40ºC Vitória: muitas nuvensMínima: 21ºCMáxima: 36ºC Belo Horizonte: poucas nuvensMínima: 20ºCMáxima: 35ºC Região Centro-Oeste Campo Grande: muitas nuvens com possibilidade de chuva isoladaMínima: 24ºCMáxima: 40ºC Cuiabá: muitas nuvens com possibilidade de chuva isoladaMínima: 31ºCMáxima: 41ºC Goiânia: muitas nuvensMínima: 21ºCMáxima: 37ºC Brasília: poucas nuvensMínima: 19ºCMáxima: 33ºC Região Nordeste Salvador: muitas nuvensMínima: 23ºCMáxima: 32ºC Aracaju: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 31ºC Maceió: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 32ºC Recife: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 32ºC João Pessoa: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 32ºC Natal: poucas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 31ºC Fortaleza: poucas nuvensMínima: 25ºCMáxima: 32ºC Teresina: poucas nuvensMínima: 22ºCMáxima: 39ºC São Luís: muitas nuvensMínima: 27ºCMáxima: 35ºC Região Norte Palmas: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 38ºC Belém: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 35ºC Macapá: muitas nuvensMínima: 26ºCMáxima: 35ºC Manaus: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 26ºCMáxima: 36ºC Boa Vista: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 26ºCMáxima: 40ºC Porto Velho: muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladasMínima: 24ºCMáxima: 35ºC Rio Branco: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 24ºCMáxima: 36ºC Noite Região Sul Porto Alegre: muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladasMínima: 20ºCMáxima: 26ºC Florianópolis: muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladasMínima: 21ºCMáxima: 32ºC Curitiba: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 20ºCMáxima: 35ºC Região Sudeste São Paulo: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 21ºCMáxima: 37ºC Rio de Janeiro: muitas nuvens com pancadas de chuva isoladasMínima: 25ºCMáxima: 40ºC Vitória: muitas nuvensMínima: 21ºCMáxima: 36ºC Belo Horizonte: poucas nuvensMínima: 20ºCMáxima: 35ºC Região Centro-Oeste Campo Grande: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 40ºC Cuiabá: muitas nuvensMínima: 31ºCMáxima: 41ºC Goiânia: poucas nuvensMínima: 21ºCMáxima: 37ºC Brasília: poucas nuvensMínima: 19ºCMáxima: 33ºC Região Nordeste Salvador: muitas nuvensMínima: 23ºCMáxima: 32ºC Aracaju: muitas nuvensMínima: 24ºCMáxima: 31ºC Maceió: muitas

Chanceler comemora repatriação e diz que conflito em Gaza é gravíssimo

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, comemorou, neste domingo (12), a saída do grupo de 32 brasileiros e seus familiares palestinos que aguardava pela repatriação na Faixa de Gaza, enclave controlado pelo grupo palestino Hamas. Ele ressaltou que a situação do conflito entre Israel e o Hamas é “gravíssima” e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua envolvido em busca de uma solução pacífica na região. Segundo Vieira, Lula tem falado constantemente com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, com chefes de Estado da região, tanto do Egito quanto de Israel e também do Catar, além de outros atores importantes envolvidos no conflito no Oriente Médio. “A situação desses brasileiros está, momentaneamente, agora, resolvida, mas a situação do conflito é gravíssima e o presidente Lula continua muito envolvido na solução da questão”, disse o chanceler, em coletiva de imprensa. “É sua intenção [do presidente Lula] voltar a tratar, nesse momento, da questão no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a partir dessa semana, para que se possa encontrar uma forma de suspensão das hostilidades, cessação das hostilidades e a criação de uma pausa humanitária que possa levar alívio à população civil palestina que se encontra ainda em Gaza”, acrescentou Vieira. Repatriação O ministro informou, “com muita satisfação”, a partida do grupo de 32 pessoas que estavam em Gaza. “Eram objeto da nossa preocupação, do nosso constante trabalho, no sentido de encontrar uma saída negociada o mais rápido possível”, disse, agradecendo o trabalho do corpo diplomático do Itamaraty e relembrando o empenho do governo do presidente Lula para o sucesso da missão. “É uma região em guerra, as circunstâncias são complexas e difíceis. Havia acordos na região que estabeleciam que primeiro, diariamente, antes da abertura da passagem para civis, que haveria necessidade de sair ambulâncias com os feridos. Nos dias que não foi possível saírem as ambulâncias, não houve travessia de ninguém no ponto de partida [Portal de Rafah]”, disse Vieira, destacando que o grupo de brasileiros saiu no oitavo ou décimo dia de passagem de civis, “dentro do que foi negociado com os lados envolvidos”. “Contamos, tanto do lado de Israel como do lado do Egito, com boa vontade, tentando solucionara a questão, como aconteceu no dia de hoje. Se não aconteceu antes não foi só com o Brasil foi com todos outros países. Havia uma lista de países e de nacionais desses países que estavam prontos, esperando para partida, alguns países tinham 500, 600 nacionais, nossa lista é bem menor.  Na medida em que foram recebidas, entraram numa ordem de prioridade que foi seguida e atendida”, acrescentou. Operação Os brasileiros e seus familiares cruzaram a fronteira com o Egito [https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/brasileiros-cruzam-fronteira-de-gaza-com-o-egito], pelo Portal de Rafah, no início da manhã de hoje, com destino ao Cairo, de onde parte o voo para o Brasil. Duas pessoas do grupo que constavam da lista original desistiram da repatriação e decidiram permanecer em Gaza, por questões pessoais. O Itamaraty informou que continuará prestando apoio aos brasileiros na região. Segundo Mauro Vieira, outros casos que surjam, de brasileiros querendo deixar a região, serão tratados a partir de agora.   A previsão é que a aeronave com o grupo deixe a capital egípcia às 11h50 (horário local) e pouse em Brasília às 23h30 (horário local). Antes disso, haverá três paradas técnicas: em Roma, na Itália; em Las Palmas, na Espanha; e na Base Aérea do Recife, já no Brasil. Segundo Mauro Vieira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou interesse em recepcionar os cidadãos, mas não confirmou se, de fato, isso acontecerá. Este será o décimo voo da Operação Voltando em Paz, do governo federal, que cumpre mais uma missão de repatriação em áreas de conflito no Oriente Médio. A aeronave VC-2, cedida pela Presidência da República, está há quase um mês no Egito, para o resgate dos repatriados oriundos da Faixa de Gaza. Os outros voos partiram de Tel Aviv, em Israel, e um de Amã, na Jordânia, com brasileiros que estavam no território palestino da Cisjordânia. Com os dez voos, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos. No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica. Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. Fonte

Pessoas com deficiência defendem inclusão no mercado criativo

Artistas com deficiência que participam do Terceiro Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) em Belém, no Pará, querem estimular o convívio entre eles para inclusão no mercado criativo. O encontro termina neste domingo (12). O cearense João Paulo Lima, da área de dança e ativista dos direitos das pessoas com deficiência, ressalta a importância de pensar a acessibilidade não como um produto, mas como um direito humano.  “O grande desafio é perceber a acessibilidade como um direito humano, para todos. Ela facilita a relação de pessoas com e sem deficiência, de entendimento da política, da arte, da cultura em si. A luta precisa ser em conjunto”. Para ele, defender a acessibilidade a essas políticas de editais, de espaços e inserir as pessoas com deficiência é necessário para melhorar a inclusão”, afirma.  João Paulo Lima lembra que o preconceito nunca vai deixar de ser uma barreira, que se soma à falta de recursos – até porque dependendo da deficiência é preciso recurso diferenciado. Ariadne Andico, que vive no interior de São Paulo, tem paralisia cerebral e trabalha com a atividade de palhaço. Ela conta que foi convidada, pela primeira vez, para falar sobre seu processo criativo no MICBR. Para ela, é fundamental a convivência, o encontro acessível para todos, pessoas com e sem deficiência. “É uma mudança de perspectiva, que parte de uma pessoa que convive com artistas com deficiência, então é pequena, ainda há muito chão para afirmar que é uma mudança. É uma fagulha de mudança, porque é muito necessário ainda falar sobre [pessoas com deficiência]. Eu entendo o fato de a gente ser convidado sempre para falar sobre a deficiência porque a gente está neste momento de processo de mudança, ao mesmo tempo de convivência. Acredito muito no encontro como possibilidade de transformação. E nesse sentido estou feliz demais de ocupar esse espaço, mesmo frente às limitações. É muito gostoso estar falando da minha arte e não só da minha deficiência”. Invisibilidade Socorro Lima, professora, pesquisadora e artista da dança de Belém (PA), tem deficiência visual. Ela diz que mesmo que as pessoas com deficiência estejam produzindo, ainda há grande invisibilidade do segmento. “A gente é invisível, como se não existisse. Não tem um olhar como pessoas mesmo. E somos pessoas capazes. Temos a nossa história, os nossos trabalhos, nossos projetos. Mas não somos vistas como pessoas e sim como empecilhos, como o que dá trabalho”, afirma Socorro. MICBR Os artistas com deficiência reclamaram da pouca acessibilidade do MICBR, realizado no Centro de Convenções do Hangar, em Belém, o maior da capital paraense. O Ministério da Cultura afirma que a mesa de debate sobre acessibilidade foi realizada com objetivo de escutar as pessoas. Andrea Guimarães, diretora de Desenvolvimento Econômico da Cultura do ministério, afirma que houve preocupação da organização do evento de se preparar para receber as pessoas com deficiência. “Reconhecemos que há um processo de melhorar essas questões, mas existe uma lacuna. Os espaços não são construídos pensando nisso, às vezes eles são adaptados posteriormente. Nossa intenção de trazer uma mesa de debates, trazer essas pessoas, de dar voz, é justamente nos prepararmos para recebê-las cada vez melhor”, diz Andrea.                                         Segundo o ministério houve avaliação para prever as necessidades específicas das pessoas com deficiência no evento, reuniões com o Centro de Convenções Hangar para analisar as condições de acessibilidade, como elevador, rampas, espaços adaptados e tradução de libras, por exemplo. *O repórter viajou a convite do Ministério da Cultura. Source link

Por que algumas pessoas ficam ‘tremendo’ a perna quando estão sentadas?

Assim como roer as unhas em momentos de tensão, balançar as pernas é um comportamento que muitas pessoas adotam como forma de aliviar o estresse ou a ansiedade. Esses movimentos podem ser uma resposta automática do corpo diante de situações de nervosismo, preocupação ou inquietação. “Mas esse movimento é controlável, já que a ansiedade leva a um aumento da atividade motora de maneira geral, não se restringindo apenas às pernas”, , comenta nado Melo Barbosa, neurologista da Saúde Digital do Grupo Fleury. De acordo com a médica Andréa Bacelar, neurologista da ABS (Associação Brasileira do Sono), enquanto esse quadro é comum e passageiro, algumas vezes ele pode ser confundido com outro mais grave —a sindrome das pernas inquietas, ou SPI. “Essa confusão é comum, mas na SPI, a sensação é diferente. Não se trata de movimentos de tremor ou agitação rápida das pernas, mas sim da urgência por movimentos que aliviem a sensação de inquietude nas pernas, que geralmente piora durante o repouso e melhora com a caminhada.” A médica explica que, em alguns casos, os membros superiores também podem ser afetados, embora seja menos comum. De acordo com Melo Barbosa, a sensação de urgência para se movimentar em pacientes com SPI geralmente aparece por conta de sintomas como dor, queimação e formigamento nas pernas. O especialista aponta que na maioria dos casos, o quadro é considerado idiopático, o que significa que não há alterações detectáveis no sistema nervoso por meio de exames. “Portanto, o diagnóstico é baseado em avaliação clínica, realizada por um neurologista, que inclui uma entrevista detalhada e um exame físico. Em casos mais raros, a síndrome pode estar associada a doenças neurológicas, o que exige a realização de exames de sangue e outros testes complementares”, diz o médico. Quem sofre com a SPI costuma ter sua qualidade de vida bastante afetada, já que os sintomas geralmente aparecem justamente quando a pessoa está em momento de descanso. “O paciente pode estar sentado ou deitado, inclusive e principalmente enquanto dorme, o que prejudica seu repouso e impede um sono adequado. O resultado é que também provoca cansaço constante e sonolência diurna. Essa síndrome pode levar ainda ao desenvolvimento de quadros depressivos e ansiosos”, indica Claudione Cavalcante de Lima, psicólogo do Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim (CE), e pós-graduado em neurociência, comportamento e psicopatologia. Como controlar os sintomas O tratamento varia de acordo com a causa subjacente. No caso de movimentos passageiros e agitação geral, o foco deve ser nos transtornos de ansiedade. Já se os sintomas se dão pela síndrome das pernas inquietas, aponta o neurologista do Fleury, a maioria dos casos idiopáticos pode ser tratada com medicamentos que ajudam a controlar os sintomas, especialmente antes do horário em que esses sintomas são mais frequentes, geralmente à noite. “Quando a síndrome das pernas inquietas está associada à deficiência de ferro ou vitamina B12, o tratamento envolve a reposição desses nutrientes. Em pessoas com Parkinson, o tratamento pode incluir medicamentos específicos para a doença, como a levodopa.” No que diz respeito à prevenção, não existem medidas específicas para evitar a sindrome das pernas inquietas. No entanto, manter um estilo de vida saudável, com atividade física regular, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, alimentação saudável e sono de qualidade, pode ajudar a prevenir doenças que podem levar a movimentos involuntários. Em todos os casos, Lima defende que o tratamento psicológico desempenha um papel crucial. “Isso vale tanto para situações em que a ansiedade e o estresse são fatores subjacentes, quanto para casos com componentes mais neurológicos.” O tratamento, explica ele, aborda tanto as causas e desencadeadores do quadro quanto suas consequências. “A SPI afeta o bem-estar psicológico do indivíduo, independentemente da causa. Além de prejudicar o sono, essa condição pode levar ao isolamento social, afetar relacionamentos e a qualidade de vida, e até desencadear transtornos depressivos e/ou ansiosos. É essencial enxergar o paciente como um todo, não apenas focando na doença ou nos sintomas de maneira isolada. Hoje em dia, o tratamento vai além do uso de medicamentos.” Por: UOL  Fonte

Qual data terá as melhores promoções: 11.11 ou Black Friday? Veja onde fazer boas compras

Empresas asiáticas, como Shein e Aliexpress, privilegiam o 11 de novembro e prometem cupons com desconto. Especialista em varejo dão dicas para saber quando e como aproveitar as ofertas Duas datas vão movimentar o comércio eletrônico agora em novembro. Neste sábado, acontece o 11.11, campanha de promoções quando se comemora o dia do solteiro chinês, que foi importada para o Brasil desde 2017. Já na última sexta-feira do mês, dia 24, será a vez da Black Friday remarcar os preços de produtos de diferentes setores, como ocorre desde 2010 por aqui. Sendo assim, o consumidor pode então se perguntar: qual data escolher para fazer compras? Onde buscar ofertas? Confira as respostas para essas perguntas abaixo.   Nas empresas de origem asiática, como Shopee e AliExpress, o 11.11 é prioridade. E, segundo o especialista em varejo Ulysses Reis, as empresas devem investir neste ano em trazer boas promoções para o Brasil. A Black Friday, por sua vez, tem uma aderência maior no comércio em geral, mas enfrenta dificuldades de logística neste ano. Por isso, a dica é tentar aproveitar o dia do solteiro chinês para garantir descontos, principalmente de produtos de marcas chinesas ou fabricados por lá, e depois buscar o que faltar na campanha do fim de novembro. Entenda a avaliação O 11.11 acontece quase somente em empresas de origem asiática, como Shein, Shopee e AliExpress. Embora o faturamento com as compras nessa data supere o da Black Friday mundialmente, a campanha do dia do solteiro chinês ainda é menos popular no Brasil. De 2017 a 2020, o 11.11 cresceu no país. No último ano de crescimento da campanha, a AliExpress, que integra o grupo Alibaba, reservava três voos fretados semanais com destino ao Brasil para reduzir o tempo de entrega dos produtos, de olho neste mercado consumidor. Mas os investimentos recuaram nos anos seguintes. — Em 2021 e 2022, os chineses não se esforçaram muito para vender para o Brasil, pois estavam com falta de produtos. E perderam o espaço que conquistaram em 2020 — afirma Ulysses Reis, coordenador do MBA de Gestão de Varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV). falta de produtos ocorreu por conta da pandemia e uma sucessão de crises na China. Faltaram energia de petróleo e derivados para produtos de aço. Faltaram chips e semicondutores, destinados principalmente à indústria do home office, alavancada pelo isolamento social imposto ao mundo do trabalho na época. Mas agora o cenário mudou. — Neste ano, as asiáticas vão brigar para valer pelo mercado, já que estão com produto e têm capacidade. Só AliExpress tem dois bilhões de produtos diferenciados para vender nesta época. Pode ser que a data surpreenda muito. Então, acho interessante para o consumidor tentar acessar o dia do solteiro, que está batendo à porta. E depois ver se a Black Friday vai valer a pena — diz Reis. O professor alerta ainda que as empresas asiáticas costumam abrir filas de espera para suas promoções e liberar os melhores descontos na primeira hora de vendas do dia 11. Por isso, já é possível começar a garantir boas ofertas. Devem ocorrer remarcações de preços de celulares, notebooks, tablets e drones, principalmente de marcas chinesas, e outros produtos. Para a Black Friday, por outro lado, Ulysses Reis não tem boas perspectivas: — Quase todo eletrodoméstico e eletrônico tem que passar na montagem final por Manaus para obter os descontos de imposto. E Manaus está com um problema muito sério de logística, já que o Rio Negro e os afluentes estão secos. O que levava até cinco dias para ser transportado aos grandes centros por transporte fluvial está demorando 25 dias atualmente. E como avião é caro e as estradas são ruins, não há outras boas opções de transporte — explica. O que prometem as asiáticas Para as asiáticas, como AliExpress e Shopee, levar a frente o 11.11 continua sendo prioridade, embora elas também tenham aderido à Black Friday. Briza Bueno, diretora de Marketing de AliExpress, conta que o esquenta até o dia do solteiro chinês é o melhor período do ano, além do próprio 11.11, para comprar na loja on-line. Até o dia 10, todos os dias, às 11h11, há ofertas selecionadas a R$ 11,11 com estoque limitado na categoria “Brasil”. — Muitas ofertas acabam durante o 11.11 e não voltam para a Black Friday, então esse é o momento ideal para fazer as compras — avisa Briza Bueno: — Desde 2009, quando foi criado pelo Grupo Alibaba, o 11.11 é a principal data de compras do mundo, chegando a ser quase dez vezes maior do que a Black Friday nos Estados Unidos. Para nossa operação aqui no Brasil, não é diferente. Todos os anos, fazemos o 11.11. É a época do ano com as melhores ofertas e preços em nossa plataforma. Neste ano, serão R$ 13 milhões em descontos no marketplace. Além disso, a AliExpress vai ter itens selecionados com frete grátis e entrega em até dez dias, para agradar aos consumidores. O prazo e o custo de entrega, aliás, costumam ser pontos de preocupação e que podem inverter a resposta do que e quando vale a pena comprar entre as campanhas de 11.11 e Black Friday. Apesar da origem asiática, Shopee pontua que é um aplicativo de compras local com dois escritórios na cidade de São Paulo e três milhões de vendedores brasileiros. Mais de 90% das vendas feitas pelo app, aliás, são de vendedores brasileiros — ou seja, as políticas de frete são similares às de outras lojas brasileiras. Aplicativo da Shopee — Foto: Bloomberg A Shopee também foca descontos no 11.11: serão R$ 10 milhões de abatimentos ofertados por meio de cupons. A Black Friday complementa a campanha, com R$ 8 milhões fornecidos em cupons. Ambas as datas terão vouchers adicionais de frete grátis para compras acima de R$ 10. — A 11.11 conta com alguns diferenciais, como produtos com até 70% e a Maratona de Lives Especial, em que ocorrerão mais de 300 transmissões ao vivo de vendedores

Pesquisa revela desigualdades dentro de favelas brasileiras

Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) revelou que as favelas brasileiras não são áreas homogêneas e apresentam segregação econômica mesmo dentro de seus próprios territórios. A pesquisa, publicada na revista Cities, mostra que há disparidades racial, de renda e de acesso a serviço nessas áreas. Os pesquisadores Camila Carvalho e Vinícius Netto, professor do Departamento de Urbanismo da UFF, analisaram 16 assentamentos informais em nove cidades, selecionadas nas cinco regiões do país: Rio de Janeiro, Campinas, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, São Luís, Porto Alegre, Manaus e Belém.  Segundo Camila, a ideia do estudo era verificar se os padrões de segregação que existem nas cidades, em termos de desigualdade entre bairros, também existiria dentro das favelas, em termos de disparidades entre setores censitários localizados no interior dessas comunidades.  Com base nos dados do Censo de 2010, o estudo verificou, nas 16 favelas, a existência de setores que concentram famílias com renda mais alta em determinadas áreas dessas comunidades, ao mesmo tempo em que há setores que reúnem pessoas com renda mais baixa (ou seja, com renda per capita em média 60% mais baixa). No Rio de Janeiro, por exemplo, esse padrão foi verificado nos complexos do Alemão e da Maré, na zona norte da cidade do Rio. O estudo constatou ainda que nas áreas com renda mais alta da favela, há maior percentual de pessoas brancas (36%) que nas áreas mais pobres (27%). Há ainda disparidades na oferta de serviços públicos, principalmente na coleta de lixo e no esgotamento sanitário. Enquanto nas áreas de renda mais alta, os percentuais de coleta de lixo e de esgoto sanitário de 83% e 62%, respectivamente, nas áreas de renda mais baixa, os percentuais são de 68% e 48%. “A gente conseguiu detectar essa reprodução do padrão que a gente vê na escala da cidade, então a gente viu que tinha menos pessoas brancas morando nas áreas de mais baixa renda mesmo dentro das favelas e a gente também viu que a infraestrutura, o acesso aos serviços era mais baixo nas áreas de mais baixa renda das favelas”, afirma Camila. Segundo a pesquisadora, o estudo não se debruçou sobre os motivos pelos quais há uma segregação dentro das favelas, mas acredita-se que isso e deva a diversos fatores, como a valorização imobiliária em áreas mais urbanizadas.  Por exemplo, em áreas com ruas mais largas, casas melhores, mais iluminação pública e oferta de saneamento básico, os imóveis custam mais caro (tanto em termos de compra quanto de aluguel), atraindo pessoas com renda relativamente mais alta. Há ainda áreas menos favorecidas dentro da própria comunidade. Nos casos dos morros, as áreas mais elevadas e com maior dificuldade de acesso, por exemplo, os imóveis costumam ser mais desvalorizados. “Em outro artigo, a gente viu a relação entre a topografia, ou seja, as áreas mais altas e mais baixas, com a renda. Então a gente conseguiu detectar que as áreas mais altas nas favelas de topografia mais acidentada, de difícil acesso e tudo mais, são áreas de mais baixa renda. Onde as pessoas mais altas renda vão ficar? Nas áreas de melhor acesso, onde se consegue entrar e sair mais fácil”, explica Camila. Segundo ela, é importante que a sociedade e o poder público entendam que existe segregação nas favelas e que essa questão seja levada em consideração no planejamento de políticas públicas. “Só investir na favela, não significa nada, se você vai concentrar investimento numa área que já tem uma boa infraestrutura. Tem partes das favelas que a gente não consegue diferenciar da área formal da cidade, porque é muito similar. Qual o sentido de concentrar investimento nessas aí, se existem áreas muito mais precárias [nessas mesmas comunidades]?”, conclui a pesquisadora. Source link