Diferenças não podem significar desigualdade de direitos, diz Anielle

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu a igualdade de direitos e oportunidades para o povo negro, bem como seu acesso à educação, saúde, emprego e salário justo. Anielle falou, na noite deste domingo (19), em cadeia nacional de rádio e televisão em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado na próxima segunda-feira (20). Em seu pronunciamento, ela lembrou da diversidade cultural do país e da contribuição histórica dos negros para essa diversidade. Mas, reforçou, “essas diferenças não podem significar desigualdade de oportunidades e direitos”. Ela afirmou que dados comprovam que os negros são mais atingidos pela fome, pela insegurança alimentar e pela violência “como resultante do racismo que persiste em nossa sociedade”. “Temos o mesmo direito de viver com dignidade, de ter acesso à educação da creche. Saúde, emprego, salário justo, segurança, moradia digna e alimentação de qualidade. Temos todas e todos o direito de sonhar, de realizar nossos sonhos”, acrescentou. Anielle lembrou da luta do povo brasileiro e dos movimentos sociais na conquista dos direitos sociais. Em seguida, lembrou das ações do governo Lula, neste e nos seus mandatos anteriores, no sentido de reduzir a desigualdade. A ministra lembrou da criação da política de cotas nas universidades e também nos cargos e funções comissionadas no serviço público. Lembrou ainda da lei que equipara injúria racial ao crime de racismo, entre outras medidas. “Continuaremos a trabalhar em nosso compromisso por memória e reparação por uma vida digna para o povo brasileiro e pelo desenvolvimento do nosso país. Seguimos juntas e juntos, construindo um Brasil pela igualdade racial. Um Brasil mais justo e mais feliz”. A data de 20 de novembro faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, pelas mãos de tropas portuguesas. Zumbi dos Palmares comandou a resistência de milhares de negros contra a escravidão, no Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. Source link

Ultradireitista Javier Milei vence as eleições argentinas

O candidato de ultradireita Javier Milei será o futuro presidente da Argentina pelos próximos quatro anos. Com 98,21% das urnas apuradas, ele está matematicamente eleito com 55,75% dos votos, contra 44,24% do candidato governista e atual ministro da Economia, Sergio Massa. Ao votar no início da tarde, Milei disse que “tudo o que tinha de ser feito já foi feito” e a hora de as pessoas falarem tinha chegado, “apesar da campanha do medo”. O candidato da coalizão La Libertad Avanza disse que o momento era de esperança, para impedir o que chamou de “continuidade da decadência”. Economista, Milei se caracteriza por ser um candidato antissistema num país abalado por uma grave crise econômica, onde a inflação chegou a 142,7% nos 12 meses terminados em outubro. Ele promete dolarizar a economia e extinguir o Banco Central argentino para acabar com a inflação, mas amenizou outras promessas no segundo turno, prometendo não privatizar a saúde e as escolas públicas. Alçado à fama como comentarista econômico em programas de televisão, Milei se diz amante de cães e, segundo a mídia argentina, tem vários clones de um cachorro que viveu de 2004 a 2017. Embora tenha se aliado a políticos da direita tradicional no segundo turno, como o ex-presidente Mauricio Macri e a candidata derrotada Patricia Bullrich, o candidato vencedor atraiu o voto sobretudo dos mais jovens ao se posicionar contra aos políticos tradicionais, que chama de “a casta”. Durante a campanha, Milei foi comparado a políticos antissistema como o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. O futuro presidente argentino define-se como libertário e anarcocapitalista e declarou-se defensor de ideias como a comercialização de órgãos e a livre venda de armas. Durante o segundo turno, criticou o Papa Francisco, a quem chamou de comunista. Brasil Pelas redes sociais, antes mesmo da confirmação da vitória de Milei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou as instituições argentinas pela condução do processo eleitoral, bem como ao povo argentino pela participação “de forma ordeira e pacífica”. Ainda sem saber quem seria o vencedor, Lula desejou sorte ao próximo governo. “Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”. O presidente brasileiro ainda não se manifestou após a confirmação do resultado no país vizinho. * com informações da Agência Télam Fonte

Javier Milei é eleito presidente da Argentina

O libertário Javier Milei (foto) foi eleito presidente da Argentina no segundo turno das eleições presidenciais, na noite deste domingo, 19 de novembro. Sergio Massa admitiu a derrota. Milei é eleito presidente da Argentina com uma plataforma radical, centrado na dolarização da economia argentina, com a abolição do peso e do Banco Central, assim como em cortes de gastos do Estado, historicamente inflado, mesmo comparado ao Brasil. Ele chegou ao jogo político ao liderar as primárias, o pré-primeiro-turno, em agosto, com cerca de 30% dos votos, ou 7 milhões de votos, e manteve uma performance estável no primeiro turno, em 22 de outubro. Milei ganhou apenas 800.000 votos entre as primárias e o primeiro turno. Neste segundo turno, o libertário precisou moderar o discurso para angariar voto do eleitorado mais ao centro. Mesmo entre os eleitores originais de Milei, apenas 60% apoiavam a dolarização, um índice muito baixo. Crucial para a moderação da campanha libertária foi o aliança com o ex-presidente Mauricio Macri e a sua ex-candidata e terceira colocada do primeiro turno, Patricia Bullrich. Desde a formação da aliança, feita na surdina menos de três dias após o primeiro turno, Milei passou a moderar em seu discurso e negar que queira privatizar os sistemas de educação e de saúde ou cortar subsídios, um contraste com a primeira fase de sua campanha. Algo a destacar foi o uso preponderante da palavra “esperança” na reta final da campanha para se contrapor à campanha do medo promovida por Massa. O libertário usou aquela palavra em seu discurso de encerramento de campanhana Grande Buenos Aires, na cidade de Ezeiza, na quarta-feira, 15 de novembro, e também em conversa com jornalistas ao votar na tarde deste domingo. Macri também usou o termo em uma de suas últimas entrevistas à televisão antes do segundo turno. Apesar de ter terminado o primeiro turno atrás do peronista, que tinha obtido 36% dos votos na ocasião, analistas de opinião pública não acreditam que o libertário tenha virado a disputa. “Milei sempre esteve na frente. Esta é uma eleição em que estruturalmente o voto de oposição sempre esteve na frente. Quem teria que virar esse cenário era o Massa”, diz Andrei Roman, CEO do instituto de pesquisa Atlas Intel, que previu a liderança de Massa no primeiro turno. Somados, os votos de Milei e Bullrich no primeiro turno ultrapassavam os 50%. Monitoramento interno da Atlas Intel na última semana da eleição identificava um cenário estável, com Milei a frente de Massa acima da margem de erro mas por pouco. O libertário teve um crescimento ontem, sábado, 18 de novembro, que ficou dentro da margem de erro mas acima do visto no restante da semana. “Essa movimentação do sábado [18] é um pouco maior, ainda dentro da margem, mas parece ser um fortalecimento relativo do Milei entre eleitores que estão decidindo de última hora”, disse Roman à reportagem horas antes do resultado. Por: O antagonista  Fonte

Parada LGBTI+ ocupa orla de Copacabana contra retrocessos

As cores do arco-íris dão o tom à orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (19). É a 28ª edição da Parada LGBTI+, a mais antiga do país. Além de celebrar a diversidade, organizadores e participantes pedem o combate a retrocessos que ameaçam direitos de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e interssexuais, com o lema “O Amor, a Cidadania e a Luta LGBTI+ Jamais Vão Recuar”. Um dos retrocessos que os organizadores e apoiadores da parada apontam é o projeto de lei no Congresso Nacional que prevê proibir casamento entre pessoas do mesmo sexo, direito garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2011. A deputada Dani Balbi (PCdoB), primeira transsexual da Assembleia Legistativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), defendeu maior participação das pessoas LGBTI+ na política.  “Se o segmento LGTBI+ não está ocupando os parlamentos municipais, estaduais e federal, há um déficit de representatividade. É muito importante que, cada vez mais, ocupemos esse espaço para materializar as políticas públicas para buscar uma sociedade mais equânime”, disse. “Ainda morremos bastante, temos uma série de direitos desrespeitados, dificuldades em relação ao mercado de trabalho, ao ensino”, pontuou.  No Brasil, de acordo com o primeiro levantamento oficial feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há pelo menos 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais que se declaram lésbicas, gays ou bissexuais. Ainda não foram feitos levantamentos nacionais oficiais do restante da população LGBTQIAP+.   Para Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador-geral da marcha, o evento mostra que pode-se “fazer luta com muita guerra, mas também alegria e celebração. A gente pode celebrar com o punho em riste. Nós temos nossa própria dinâmica enquanto movimento social”. Os organizadores e apoiadores ressaltaram ainda que a pauta do evento não é uma luta exclusiva para a comunidade LGBTI+. “Não precisa ser LGBTI+ para defender direitos LGBTI+”, disse Carlos Tufvesson, coordenador executivo da Diversidade Sexual da prefeitura do Rio. “Eu não preciso ser negro para ser contra o racismo”, comparou.  Um dos trios elétricos na orla representa a temática da defesa de direitos de negros, indígenas e religiões minoritárias.  Anjos da diversidade  À frente da parada, estão oito participantes caracterizados como anjos da diversidade. Exibindo nas costas um par de asas de 1,5 metro de altura, Igor Almeida representa o anjo arco-íris da diversidade. “Estamos aqui para trazer a paz, o amor, a harmonia, a verdade, a sinceridade e o carinho. Mostrar que os anjos, que representam a paz celestial, também podem reinar na parada gay”, explicou à Agência Brasil. Para animar os participantes, são oito trios elétricos na Avenida Atlântica. As cantoras Lexa e Valéria Barcellos são as convidadas a se apresentar ao lado de mais 50 artistas da comunidade LGBTI+.  “Na minha família, meu irmão é gay. Vejo o preconceito dentro da nossa família. A gente tem que defender o amor, essa é a maior mensagem. Para isso, a gente traz a música e a leveza”, afirmou Lexa. A partir desta edição, Valéria terá a responsabilidade de ser a voz do Hino Nacional durante as paradas. Cidadania e saúde Além da celebração da diversidade, do combate à LGBTIfobia e aos retrocessos, o evento é um espaço para o cuidado da saúde da população.  A prefeitura do Rio montou um estande para oferecer vacinação, testagem de sífilis e hepatites, e informações sobre PrEP e PEP. A Fiocruz também faz acompanhamento. A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é um método preventivo que consiste no uso diário de um comprimido antirretroviral por pessoas que não vivem com o HIV, mas que estão expostas à infecção. A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é uma medida preventiva de urgência que atende indivíduos já expostos ao vírus por diferentes motivos.  Parceiros como o Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Ministério Público estão em trailers na Avenida Atlântica prestando serviços de cidadania. O posto avançado faz atendimentos de possíveis situações de LGBTIfobia ou outros delitos nas áreas criminal, cível, violência doméstica, entre outros. Turismo O tradicional desfile na orla de Copacabana é o terceiro evento que mais atrai turistas para o Rio de Janeiro, atrás apenas do Carnaval e do Réveillon.  “Essa parada faz o dono do hotel ganhar, o vendedor de mate ganhar, o motorista do Uber. É uma cadeia democrática. A gente está dinamizando uma economia”, disse o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo. A edição deste ano tem apoio da empresa do governo federal.  “A parada não é uma coisa que termina em um dia. É um processo civilizatório. A gente quer que o mundo visite um Brasil que não é racista, não é machista, onde as trans não são assassinadas. Esse é o país que estamos construindo”, declarou.  Source link

Conheça a nicaraguense Sheynnis Palacios, ganhadora do Miss Universo 2023

Palacios venceu a 72ª edição do concurso de beleza que aconteceu na noite do sábado (18) em São Salvador, El Salvador Sheynnis Palacios, da Nicarágua, tornou-se a nova Miss Universo depois de vencer a 72ª edição do concurso de beleza que aconteceu na noite do sábado (18) em São Salvador, El Salvador. A nicaraguense de 23 anos era uma das favoritas ao título e estava à frente de Anntonia Porsild, da Tailândia, e Moraya Wilson, da Austrália. Palacios competiu pela coroa ao lado de 84 mulheres de todo o mundo que compareceram perante um júri composto pela modelo Halima Aden, a estrela de “Queer Eye” como Carson Kressley, a influenciadora do TikTok Avani Gregg e duas ex-misses, Janelle Commissiong, de Trinidade e Tobago (Miss Universo 1977), e Iris Mittenaere, da França (Miss Universo 2016). Na rodada final de perguntas, quando restaram apenas os finalistas, Palacios respondeu que, se pudesse escolher, gostaria de passar um dia na vida de Mary Wollstonecraft, uma filósofa e feminista britânica do século XVIII que ela admira. “Ela foi a primeira mulher lutar pelos direitos das mulheres”, disse Palacios. Quem é Sheynnis Palacios? Sheynnis Palacios, nascido em Manágua, capital da Nicarágua, tem 23 anos e é produtora audiovisual. Em 2022, Palacios revelou que se formou em comunicação pela Universidade Centro-Americana (UCA), universidade jesuíta que foi confiscada em meados deste ano pelo governo de Daniel Ortega. Palacios é ativista da saúde mental, tema que ela assumiu após sofrer de problemas de ansiedade, segundo seu perfil na conta do Instagram do Miss Universo. Por meio do “Understand Your Mind”, podcast em que entrevista especialistas, a jovem nicaraguense oferece um espaço para informar pessoas que vivenciam a mesma condição que ela. Embora prefira ficar atrás das câmeras, Palacios acredita que os holofotes podem servir para resolver os diversos problemas do mundo. Seu objetivo de vida, segundo seu perfil, é “trabalhar a serviço da humanidade, dirigindo uma equipe editorial e produzindo conteúdos e propagandas para marcas internacionais”. A jovem nicaraguense se considera uma pessoa resiliente e disse, em uma breve descrição de si mesma no Miss Universo, que se pudesse ter um poder seria o de dominação de elementos. Por: CNN  Fonte

Lições de Palmares mantêm relevância hoje, diz historiador

O Quilombo dos Palmares precisa ser entendido como momento fundador dos movimentos de resistência negros no Brasil, defende o historiador Zezito Araújo. O professor lecionou por 29 anos na Universidade Federal de Alagoas e fez parte da comissão que propôs, em 1988, a criação da Fundação Cultural Palmares. “Coloca-se Palmares apenas no passado, mas as lições de Palmares estão presentes”, enfatizou o pesquisador, que trabalhou pelo reconhecimento da Serra da Barriga, no local onde era a sede do quilombo, como espaço memorial. Segundo o historiador, de maneira geral, são colocados como marcos as organizações negras fundadas no século 20, como o Movimento Negro Unificado, surgido na década de 1980. “Mas foi com Aqualtune que tudo começou, em 1597”, diz em referência à princesa congolesa, que após fugir da escravidão, teria organizado a resistência na região. O pesquisador participou de seminário promovido pela Fundação Palmares como parte das celebrações do Dia da Consciência Negra. Conceito de liberdade Para além das batalhas travadas por liberdade, Araújo destaca a necessidade de entender Palmares a partir da capacidade de construção social. “Nós queremos entender Palmares como lição e experiência de sociedade e, não apenas, como a tradição hegemônica de escritores brasileiros faz, de colocar escravizados versus colonizadores. Você simplifica a importância de Palmares”, afirma. A comunidade resistiu por cem anos antes de ser destruída por uma expedição militar comandada por bandeirantes. Como elementos que mostram o nível de organização dos aquilombados, o professor lembra que os próprios registros dos colonizadores à época trazem testemunho sobre a relevante capacidade tecnológica dessa comunidade. “As bigornas, os vinhos que eles produziam, a manteiga que eles produziam”, enumerou. “Esse é o nosso patrimônio imaterial que está registrado na história”, enfatiza Araújo. Para o professor, é preciso disputar mesmo conceitos como liberdade, muito associado a Revolução Francesa, que aconteceu 200 anos depois da fundação do quilombo. “A ideia de liberdade esteve, aqui, em Alagoas, com Zumbi dos Palmares e com os outros e outras que foram assassinados aqui. Esse é o grande patrimônio nosso essa que é a nossa grandeza”, diz. *Viajou a convite da Fundação Cultural Palmares Source link

Políticas têm falhado no fim das desigualdades raciais, diz economista

No final de outubro, o Núcleo de Estudos Raciais do Insper (Neri), de São Paulo, lançou o livro Números da Discriminação Racial: Desenvolvimento Humano, Equidade e Políticas Públicas, pela editora Jandaíra, com análises de pesquisadores do Insper e autores convidados sobre causas e consequências do racismo e da segregação social no Brasil.  Professor do Insper (SP), Michael França, fala sobre a persistência das desigualdades entre brancos e negros no país. Foto: Insper/Divulgação O livro trata da desigualdade racial descendente da exploração do trabalho de pessoas negras escravizadas ainda no período colonial e não resolvida mais de cem anos após a abolição e a Proclamação da República. Entre outros assuntos, os capítulos do livro abordam as assimetrias raciais que prejudicam pretos e pardos desde a primeira infância, sejam no acesso à educação, volume de renda, longevidade ou gênero. A violência contra essa população, as políticas afirmativas e a representatividade política dos grupos raciais também são abordadas.  A publicação é organizada pelos economistas Allysson Lorenzon Portella e Michael França. França é coordenador do Neri e em entrevista à Agência Brasil avaliou a necessidade urgente de o país pensar sobre a discriminação racial e combater as iniquidades. Para ele, “é preciso parar de fazer políticas desarticuladas para suavizar a pobreza quando tem de pensar em políticas integradas para gerar mobilidade social.” A seguir os principais trechos da conversa.  Agência Brasil: O livro assinala a diferença de renda de 14,25% entre brancos e negros. Por que esse nível de desigualdade não é superado, apesar de mais de uma década de políticas afirmativas? Michael França: A primeira coisa que é importante relacionar a esse número é a alta persistência. A gente abre a introdução do livro falando que nos últimos 40 anos negros ganham 14,25% menos do que brancos, quando a gente controla as variáveis de nível de educação, gênero, localização e várias outras. Essa persistência chama muita atenção porque estamos falando de um país que passou por uma redemocratização, por governos de esquerda e por governos de direita, e a lacuna no mercado de trabalho que não fecha. As ações afirmativas foram muito importantes no sentido de permitir com que um determinado grupo ascendesse. Temos uma geração de pessoas que entraram nas universidades, por cotas ou não, e está ascendendo socialmente com a democratização do ensino superior. Mas uma das principais mensagens no livro é que a grande massa da população negra tá ficando para trás. Quando olha para educação, está lá um gap social entre negros e brancos se ampliando. Eu acho que tem muito pouco para se comemorar ou quase nada. Na verdade, essa alta persistência das disparidades raciais mostra que estamos falhando em nossas políticas públicas no que diz respeito à inclusão da população negra. A gente vai ter que repensar nossas políticas públicas se o objetivo for avançar para uma sociedade que garanta melhores oportunidades para todos os grupos independentemente de raça, gênero ou classe social.    Agência Brasil: Quais políticas sociais poderiam ser mais efetivas? França: Política efetiva é aquela que faz com que um indivíduo adquira competências e habilidades suficientes para que ele possa, a partir das suas escolhas, avançar na vida. No caso brasileiro isso não acontece. Temos uma massa de população muito afetada por fatores fora das suas circunstâncias, fora do seu controle, como não ter acesso à uma boa educação, saneamento básico, saúde de qualidade. Se for parar para pensar em política, o que temos que fazer é integrar mais a política no sentido que dê maiores condições ao indivíduo para que avance. Por exemplo, temos transferência de renda, o programa Bolsa Família, coisa importantíssima, mas esquecemos de garantir saneamento básico. Isso vai afetar muita a probabilidade de o indivíduo avançar na vida. Esquecemos, por exemplo, daquela moça da periferia e de oferecer DIU, que é uma coisa básica e que muitas mulheres de alta renda têm acesso. Na ausência desse ou de outros métodos contraceptivos, temos no Brasil a incidência de gravidez precoce muito alta, que vai tirar a mãe da escola e vai diminuir a renda per capita em sua família, afetando a probabilidade de avançar na vida. É preciso parar de fazer políticas desarticuladas para suavizar a pobreza quando tem de pensar em políticas integradas para gerar mobilidade social.   Agência Brasil: Fica a percepção de que as condições de vida da população negra são um radical das discrepâncias que o Brasil tem. Se o país quiser atacar seus problemas, como o de saneamento básico, são as pessoas negras em primeiro lugar que devem ser assistidas e com políticas específicas?França: Temos dois componentes agindo ao mesmo tempo e sendo retroalimentados. Uma é a questão social e outra é o viés racial. Negros estão mais na pobreza do que os indivíduos brancos. Se fosse uma corrida, seria como os negros estivessem correndo com peso nas costas enquanto os bancos não. Isso vai afetar sempre até onde o indivíduo consegue ir na vida. Dificulta muito a sociedade brasileira, que além de ter a questão de ser uma sociedade pobre, com renda per capita muito baixa, tem mecanismos discriminatórios – que não são apenas raciais: temos também discriminação de gênero e de classe social. Isso faz com que uma parte grande da população não consiga atingir seu potencial. Precisamos ampliar as oportunidades para os indivíduos, seja por uma boa educação, saúde e moradia. Enquanto não conseguirmos trabalhar todos os aspectos, vamos continuar sendo uma sociedade pobre. É muito difícil imaginar avanços substantivos na sociedade brasileira com tamanha exclusão.     Agência Brasil: No nível federal, as políticas sociais dependem de decisão do governo e do Congresso Nacional, de quem é eleito a cada quatro anos. Se todo negro votasse em negro, e se toda mulher votasse em mulher, poderíamos ter outra representação da população e, assim, políticas sociais mais efetivas?  França: Poderíamos ter percentuais maiores de representação de mulheres e negros. Em termos gerais, mulheres e negros podem levar novas percepções e uma nova agenda para política institucional. Mas quando observamos o sistema político, a oferta e visibilidade dos candidatos têm predominância de homens brancos e de alta renda. Na distribuição de

Prefeitura de Manaus homenageia servidores públicos com grande festa no sambódromo

Uma noite de celebração, homenagens e muita alegria. Assim foi a festa promovida pela Prefeitura de Manaus para comemorar o “Dia dos Professores” (15/10) e o “Dia do Servidor Público Municipal” (28/10), realizada na noite deste sábado, 18/11, no sambódromo de Manaus, localizado na avenida Pedro Teixeira, Dom Pedro, em Flores, zona Oeste da cidade. Presente no evento, o prefeito de Manaus, David Almeida, destacou a importância do trabalho desempenhado pelos servidores para a grande aprovação da atual gestão. “Em virtude da fumaça, a gente teve que adiar a festa do professor e do servidor. Então, nós unificamos a data para fazer uma só festa. Os servidores da Prefeitura de Manaus têm obtido bons resultados, uma gestão exitosa e nós queremos compartilhar com eles esta alegria. Nada melhor do que homenageá-los com uma festa como essa, para que a gente possa elevar a autoestima dos nossos servidores e assim alcançar melhores resultados”, enfatizou Almeida. Este ano, excepcionalmente, as duas festas foram unificadas, porque no mês de outubro a cidade foi afetada por muita fumaça, oriunda de queimadas ocorridas na região metropolitana e no Estado do Pará. “É motivo de muita alegria podermos comemorar essas duas datas, tão importantes na gestão do prefeito David Almeida. Essa não é uma festa, é uma celebração pelo profissionalismo, pela dedicação. É um reconhecimento ao trabalho dos servidores, que são os verdadeiros protagonistas dessa gestão exitosa”, destacou o titular da Semad, Ebenezer Bezerra. A secretária municipal de Educação, Dulce Almeida, avaliou como positiva a unificação da festa, ressaltando a importância dos servidores da prefeitura. “O nosso trabalho, o trabalho do servidor público é essencial para a população. Saúde, educação, infraestrutura, segurança, enfim, todas as áreas da administração. E na gestão do prefeito David Almeida os servidores têm feito um trabalho fantástico. Estarão sempre de parabéns e terão sempre o nosso respeito”, ressaltou a secretária. ProgramaçãoO evento foi organizado por equipes das secretarias municipais de Administração, Planejamento e Gestão (Semad) e de Educação (Semed), que ajustaram a programação, mesclando as atrações. Para abrir a festa, uma bênção ecumênica e, em seguida, foi feita a entrega das placas em homenagem aos Servidores-Destaque 2023 de todos os órgãos da administração, e a premiação aos vencedores da primeira edição do “Sarau Literário”. Fonte

Fãs de Taylor Swift têm até segunda de manhã para solicitar reembolso de show adiado no RJ

T4F liberou um formulário para que aqueles que desejam cancelar o ingresso do dia 18 e receber o dinheiro de volta preencham A Time For Fun (T4F), empresa responsável pelos shows de Taylor Swiftno Brasil, divulgou a política de reembolso da apresentação adiada de sábado (18) para segunda-feira (20), no Rio de Janeiro. Os fãs que optarem pelo reembolso devem preencher este formulário até as 6h de segunda. Ele está aberto desde 23h59 de sábado, segundo a produtora. Ao preencher o formulário, o ingresso estará automaticamente cancelado. O ressarcimento será realizado de acordo com o canal e meio de pagamento utilizados para a compra, informou a T4F. Para o reembolso de compras presenciais, não serão aceitas contas dos tipos: salário, empresarial, jurídica, poupança, conjunta e universitária. Segundo a empresa, o reembolso ocorrerá em até 30 dias úteis após o preenchimento correto e envio do formulário. Já os fãs que decidirem ir ao show na nova data não precisam fazer nada, o ingresso de sábado será válido na segunda. Duas horas antes do início do segundo dia de Eras Tour no Brasil, a cantora soltou um comunicado informando a decisão de adiar o show de sábado (18) para segunda (20) devido às temperaturas extremas no Rio. “A segurança e bem-estar dos meus fãs, meus colegas de elenco e a equipe são e sempre virão primeiro”, escreveu. Na sexta-feira (17), uma fã morreu no evento. Ana Clara Benevides, de 23 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória dentro do Estádio Nilton Santos, o Engenhão. Ao todo, a cantora fará seis shows no Brasil, três no Rio de Janeiro, neste fim de semana, e três em São Paulo, nos dias 24, 25 e 26 de novembro. Por: CNN  Fonte

Argentinos começam a votar no segundo turno das eleições

Até as 18h, cerca de 35,4 milhões de eleitores argentinos terão votado no segundo turno das eleições presidenciais. Num cenário de profunda crise econômica, com inflação de 142,7% em 12 meses, os candidatos Sergio Massa, atual ministro da Economia, e o ultradireitista Javier Milei travam uma disputa acirrada. A votação começou às 8h. Mesmo com a previsão de fechamento das seções às 18h (horário de Brasília e local), quem estiver na fila após o horário poderá votar, mas será proibida a entrada de novos eleitores. A expectativa é que o resultado parcial seja conhecido entre as 22h e as 22h30, mas os primeiros números só são divulgados após “um número representativo” de votos apurados, o que está previsto para ocorrer por volta das 21h. No sistema eleitoral argentino, a contagem apresentada no dia da votação é provisória, com números baseados nos boletins das seções eleitorais divulgados pela Direção Nacional Eleitoral, do Ministério do Interior. O resultado oficial, baseado na contagem manual das cédulas, leva até duas semanas para sair. A votação ocorre numa cédula única de papel, onde o eleitor registra as preferências. Pela legislação atual, as primárias argentinas ocorrem em agosto, o primeiro turno em outubro e o segundo turno em novembro. As datas são definidas pela Junta Nacional Eleitoral, órgão equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral na Argentina. Representações diplomáticas No Brasil, cerca de 23 mil eleitores argentinos que mudaram o domicílio eleitoral até 25 de abril estão aptos a votar. Para eleitores que vivem em outro país, a votação é facultativa. Os cidadãos argentinos em trânsito que não residam no exterior ou não mudaram o domicílio eleitoral têm 60 dias para justificar a ausência. A justificativa pode ser feita tanto na embaixada como nos consulados. Nas representações diplomáticas, a ata de votação assinada pelos mesários é enviada virtualmente por um sistema eleitoral. Em dois dias úteis, todo o material eleitoral – cédulas e atas originais, são enviados por correio diplomático, para a contagem definitiva dos votos. Fonte

Domingo é o Dia Nacional de Combate ao Aedes Aegypti

O próximo domingo (19) será o Dia Nacional de Combate ao Aedes aegypti, data símbolo para enfrentamento ao mosquito que, desde 2000, é responsável por cerca de 20 milhões de diagnósticos de três doenças muito presentes no Brasil: a dengue, a chikungunya e o Zika vírus. Esse poderoso vetor de doenças – o Aedes aegypti – pode ser combatido. Mas, precisa da conscientização e da colaboração de todos. Segundo o Ministério da Saúde, as ações adotadas em parcerias com secretarias estaduais e municipais de Saúde resultaram na “expressiva queda” de 97% do número de casos notificados de dengue no Brasil, entre abril e setembro. “Na 15ª semana do ano, de 9 a 15 de abril, foram registrados 114.255 casos suspeitos da doença. Na 35ª semana, de 27 de agosto e 2 de setembro, houve 3.254 casos de dengue”, informou o ministério à Agência Brasil. Acrescentou que é no período de março a junho que se costuma registrar maior incidência de arboviroses no país. Em 2023, o total de “casos prováveis” da doença registrados até final de agosto estava em pouco mais de 1,5 milhão – número ligeiramente maior do que o anotado durante todo o ano de 2022, quando houve quase 1,4 milhão de registros. Em 2021, foram pouco menos de 532 mil ocorrências. Ações O clima quente colabora para a reprodução do mosquito e para um maior número de pessoas contaminadas no país A fim de evitar uma situação ainda pior, o governo tem adotado iniciativas como a mobilização do Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE) que, além de ter implementado 11 ações de apoio aos estados com maior número de casos e óbitos por dengue e chikungunya, distribuiu até hoje cerca de 345 mil reações de sorologia e viabilizou 131 mil exames. Ainda segundo o ministério, foram investidos R$ 84 milhões na compra de adulticida e larvicida para as ações de combate ao mosquito no país. Um processo de estratificação de risco intramunicipal foi iniciado em áreas consideradas prioritárias para a implementação de novas tecnologias, como borrifação residual intradomiciliar, armadilhas disseminadoras de larvicidas e a adoção do método Wolbachia, que consiste na liberação de mosquitos contendo uma bactéria que impede o desenvolvimento das doenças nos próprios insetos. Outras medidas destacadas pelo governo foram o lançamento do painel público de dados de arboviroses; a antecipação da campanha nacional de mobilização da população; a capacitação de mais de 9,5 mil profissionais de saúde via Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (Una-SUS) e de 2.196 profissionais de saúde para manejo clínico, vigilância e controle de arboviroses com treinamento presencial. O Ministério da Saúde argumenta que essas medidas podem ser insuficientes sem que haja estímulo à participação comunitária para eliminação de focos dos mosquitos. “Atualmente, o combate ao vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle das arboviroses”, informou. Sintomas Os sintomas de dengue, chikungunya ou zika são semelhantes: febre de início abrupto, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele e manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação é a de, apresentando esses sintomas, procurar a unidade ou serviço de saúde mais perto da residência assim que surgirem os primeiros sintomas. Algumas medidas preventivas ajudam no combate à doença: evitar água parada, esvaziar garrafas, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água são algumas iniciativas básicas para evitar a proliferação do mosquito. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor coloca os ovos. Veja aqui algumas orientações do Ministério da Saúde. Mosquito Aedes aegypti é responsável pela transmissão dos vírus da dengue – Arquivo/Agência Brasil Como eliminar principais tipos de criadouro do mosquito – Certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados; – Retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas; – Guardar pneus em locais cobertos; – Guardar garrafas com a boca virada para baixo; – Realizar limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos de escoamentos de água; – Limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras; – Lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha; – Jogar as larvas na terra ou no chão seco; – Para grandes depósitos de água e outros reservatórios de água para consumo humano é necessária a presença de agente de saúde para aplicação do larvicida; – Utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal; – Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias; – Guardar baldes com a boca virada para baixo; – Esticar lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos; – Manter limpas as piscinas; – Guardar ou jogar no lixo os objetos que podem acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos; – Em recipientes com larvas onde não é possível eliminar ou dar a destinação adequada, colocar produtos de limpeza (sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina) e inspecionar semanalmente o recipiente, desde que a água não seja destinada a consumo humano ou animal. É importante solicitar a presença de agente de saúde para realizar o tratamento com larvicida. Como efetuar a limpeza Tampar e lavar reservatórios de água são ações importantes para o combate ao Aedes aegypti. A limpeza deve ser periódica com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. Esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco. Fonte