Após criticar acordo com Mercosul, Macron anuncia verba para Amazônia
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou neste sábado (2) que irá repassar 500 milhões de euros – cerca de R$ 2,68 bilhões – para preservação da Amazônia nos próximos três anos. Macron deu a declaração em uma postagem no X (antigo Twitter). “Com o Brasil, estamos determinados a preservar as florestas. Nos próximos três anos, a França dedicará 500 milhões de euros à sua preservação”, disse Macron. A declaração veio acompanhada de uma foto dele com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma reunião bilateral na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), nos Emirados Árabes. O anúncio foi feito horas depois de Macron ter criticado o acordo Mercosul União Europeia, que chamou de “incoerente” e em relação ao qual disse ser “totalmente contra”. Ele afirma que o acordo, que vem sendo negociado há décadas, está sendo “mal remendado” na tentativa de ser fechado. “[O acordo] não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado e que desfaz tarifas”, acrescentou. Pouco após a fala, que ocorreu em seguida a uma reunião bilateral, o presidente Lula disse que seu homólogo francês tem o direito de se opor. “A França sempre foi um país mais duro para se fazer acordos, porque a França é mais protecionista”, afirmou Lula. Fundo Amazônia Na manhã deste sábado (2), também o Reino Unido anunciou a destinação adicional de 35 milhões de libras (cerca de R$ 215 milhões) para o Fundo Amazônia, além dos 80 milhões de libras (R$ 500 milhões) que já havia anunciado em maio. Fonte
COP 28: Petroleiras firmam acordo para reduzir emissões
Cinquenta das maiores empresas petrolíferas do mundo anunciaram hoje (2) a adesão a um pacto para a redução das emissões de suas operações, incluindo a Petrobras e gigantes como ExxonMobil, dos Estados Unidos, e Aramco, da Arábia Saudita. No total, as empresas signatárias são responsáveis por 40% da produção mundial, de acordo com o comunicado oficial da COP28. Dessas companhias, mais da metade são estatais. A Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás foi celebrada pelo presidente da COP28, Sultan Al Jaber, como “um grande primeiro passo”. O documento prevê “operações neutras em termos de carbono” até 2050, a acabar com a queima de gás até 2030 e a reduzir as emissões de metano para quase zero. “Se quisermos acelerar os avanços em toda a agenda climática, temos de reconhecer a responsabilidade de todos pela ação climática. Todos temos de nos concentrar na redução das emissões e aplicar uma visão positiva para impulsionar a ação climática e levar todos a agir”, disse Al Jaber. O pacto prevê ainda o investimento em energias renováveis, “combustíveis com baixo teor de carbono” e “tecnologias de emissões negativas”. Crítica Organizações ambientalistas criticaram a carta por não fazer menção à eliminação do uso de combustível fóssil em algum momento. “A iniciativa das petrolíferas anunciada na COP28 é ainda insuficiente, pois está limitada à redução de emissões de exploração de petróleo e gás, sem nenhuma menção à eliminação de combustível fóssil de maneira gradual”, disse Alexandre Prado, líder de Mudanças Climáticas da WWF-Brasil. As reduções das emissões anunciadas podem ser alcançadas com projetos de compensação e captura de carbono, explicou o executivo. “Em termos climáticos é muito ruim, são passos muito tímidos perante a emergência climática que estamos vivendo”, disse. Créditos de carbono Mais cedo no X (antigo Twitter), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, publicou um vídeo no qual expõe o plano da empresa de se valer de créditos de carbono para alcançar a compensação por suas emissões. “Os créditos vão permitir acelerar a descarbonização a Petrobras, do Brasil, atuando na manutenção da floresta em pé e no restauro de ecossistemas”, disse Prates. “É preciso compreender que o mundo não pode parar de usar petróleo de um dia para o outro. Nós ainda vamos precisar dele. É importante que as receitas petrolíferas dos estados e das empresas sejam usadas gradualmente, cada vez mais, para a transição energética”, acrescentou. Fonte
Especialistas divergem sobre risco de guerra entre Venezuela e Guiana
Enquanto a Venezuela se prepara para o referendo deste domingo (3), sobre a redefinição da fronteira com a vizinha Guiana, crescem as especulações sobre o risco de um conflito armado entre os países. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil têm opiniões diferentes sobre o assunto e analisam a crise que se instaurou entre os vizinhos na América do Sul. O professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Williams Gonçalves, entende que existe a possibilidade de guerra e que ela pode envolver grandes potências estrangeiras. “Não se trata apenas de [uma possível] guerra para tomar um pedaço de terra. Trata-se de tomar um mar de petróleo que existe ali. Portanto, a possibilidade de internacionalização do conflito, em virtude da importância do que está em jogo, é muito grande”, afirma Gonçalves. “Nicolás Maduro procura fortalecer sua posição política interna para as eleições [marcadas para 2024], mexendo numa questão com a qual todos estão de acordo [incorporar Essequibo à Venezuela], inclusive a oposição”. Tradicionalmente um país pobre e com baixos indicadores sociais, a Guiana tem vivenciado um boom econômico nos últimos anos, devido à descoberta de reservas de 11 bilhões de barris de petróleo e outros bilhões de metros cúbicos de gás natural. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Guiana teve o maior crescimento econômico entre todos os países do mundo, em 2022, com um avanço de 62,3% no Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Em setembro, o FMI projetava um crescimento de 38% neste ano. “Os Estados Unidos têm interesse na exploração do petróleo [da Guiana] e na derrubada do governo Maduro. Mas, por outro lado, a Venezuela tem uma sólida relação com a Rússia e China. A Venezuela se tornou uma base militar e tecnológica da China e da Rússia. Portanto, uma internacionalização do conflito pode ser uma coisa realmente explosiva”, diz Gonçalves. Guerra improvável Mariana Kalil, professora de geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG), acredita que a postura atual da Venezuela sobre a Guiana atende prioritariamente a interesses políticos internos: a estratégia do presidente Nicolás Maduro é atrair apoio popular ao governo e tentar salvar o regime bolivariano. Para ela, portanto, é muito improvável que aconteça uma ofensiva militar. “Claro que estamos lidando com um ator imprevisível, o Maduro. Caso o regime comece a se esvair, ele pode lançar uma ofensiva militar em ato de desespero. Mas acredito que, mesmo com a aprovação do referendo, a comunidade internacional vai se mobilizar para evitar que o conflito ocorra. Os custos vão ser altos demais para as relações entre os países”, disse Mariana. A especialista explica que mudanças políticas e econômicas na Guiana ajudaram tanto a aumentar a desconfiança do governo venezuelano com o vizinho, como alimentar um discurso de que o país virou uma base para interferência dos Estados Unidos nos assuntos da América Latina. “No governo do presidente anterior, David Granger [2015-2020], havia apaziguamento em relação à Venezuela e proximidade com a Rússia. Em 2020, Irfaan Ali foi eleito, mas Ganger o acusou de ter desestabilizado o governo e houve pedidos de recontagem de votos. Os Estados Unidos passaram a pressionar pelo fim das eleições e quem fez a recontagem dos votos foram a Organizações dos Estados Americanos (OEA) e a Comunidade e Mercado Comum do Caribe (Caricom), duas organizações consideradas pelo Maduro como braços dos Estados Unidos”, afirma Mariana Kalil. “A situação na Guiana acabou gerando vários subterfúgios para o discurso bolivariano de que os Estados Unidos querem desestabilizar regimes que não seguem uma cartilha imperialista”, acrescentou. Papel do Brasil Com o acirramento das tensões na América do Sul, é colocado em pauta o papel do Brasil para evitar o aprofundamento da crise e uma guerra na região. Para a professora Mariana Kalil, o país tem tradição como mediador de conflitos na Venezuela e, por ter um governo atual que vê o mundo de forma cooperativa e multilateral, pode ajudar a mediar a situação. “Brasil é fundamental, especialmente com o governo Lula, por ter credibilidade com o regime bolivariano. Não é visto pelo Maduro como um vassalo dos Estados Unidos. É visto como parceiro ou potencial parceiro. Por isso, o Brasil tem capacidade de transitar entre a Venezuela e a Guiana e legitimidade para encontrar soluções”, avalia. O professor William Gonçalves concorda com a posição estratégica do Brasil e acredita em uma atuação mais contundente de mediação, já que o país entende que a paz na região é o melhor caminho. “Para o Brasil, [a internacionalização do conflito] é uma coisa desastrosa. A possibilidade [desse conflito] existe. Agora, se isso vai prosperar depende muito da ação diplomática do Brasil. E também da Colômbia. São os dois países, no contexto regional, mais interessados [em evitar o conflito] e com maior lastro diplomático para negociar tanto com um lado como com o outro”, destaca o professor. “São dois interlocutores credenciados”, ressalta. O Ministério da Defesa brasileiro informou que tem acompanhado a situação e que intensificou suas ações na “fronteira ao norte do país”, com um aumento da presença de militares na região. Já o Ministério das Relações Exteriores defende que Venezuela e Guiana busquem uma solução pacífica para a controvérsia. Fonte
COP 28: Wilson Lima defende que população deve ser beneficiada por conservar noventa e sete por cento de cobertura florestal do Amazonas
Governador apresentou iniciativas do Estado voltadas para a melhoria do turismo, do saneamento básico e acesso à água tratada Foto: Diego Peres / Secom Foto: Diego Peres / Secom Em sua primeira agenda oficial na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, neste sábado (02/12), o governador Wilson Lima ressaltou o desafio do Brasil de transformar a comercialização de créditos de carbono em benefícios para a população. Durante painel que contou com a participação do ministro do Turismo, Celso Sabino, o governador apresentou iniciativas do Estado voltadas para a área ambiental, além do saneamento básico e acesso à água tratada. Wilson Lima afirmou que os desafios do Amazonas para avançar na economia sustentável são, principalmente, a proteção do bioma amazônico, o desenvolvimento socioeconômico e o enfrentamento das grandes distâncias territoriais. Com 1,5 milhão de quilômetros quadrados, o Estado investe em ações para ampliar o acesso ao saneamento básico, à água potável e desenvolver o turismo sustentável. “Nós temos a maior extensão de floresta contínua do planeta e o nosso estado tem 97% dela preservados, isso é um ativo muito importante que nós temos, mas agora a grande pergunta é a seguinte: como é que a gente transforma isso em benefício em prol da nossa população?”, questionou Wilson Lima. Ele acrescentou que o Amazonas tem interesse de preservar a floresta, mas que é preciso que as commodities verdes tenham valor real. Ressaltou, ainda, que os discursos de preservação não incluem o cidadão e que ele tem a preocupação de que a venda dos créditos de carbono beneficie proprietários de grandes terras e não moradores de áreas de desenvolvimento sustentável. Para isso ser evitado, uma alternativa é que a regulação do mercado de carbono precisa garantir aos estados mecanismos próprios de REDD+, um instrumento desenvolvido no âmbito Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima para recompensar financeiramente países em desenvolvimento, por seus resultados relacionados à recuperação e conservação de suas florestas. A fala do governador ocorreu durante o painel Estados Verdes, sob o tema “A experiência e os desafios dos Governos Estaduais na implantação de um modelo de desenvolvimento econômico sustentável que priorize a qualidade de vida dos cidadãos”, com a presença de outros governadores brasileiros, do secretário estadual do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, empresários e estudantes. Também esteve presente no encontro o governador de Rondônia, Marcos Rocha. A COP 28 é realizada em Dubai, Emirados Árabes Unidos. Saneamento, Turismo e Água Boa Quando o assunto é saneamento, uma referência do Governo do Estado é o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamin), que beneficiou 72,9 mil famílias. A partir de 2021, o programa passou a ser de Manaus e do Interior (Prosamin+), e deve beneficiar 127 mil pessoas, com investimentos de R$ 420,3 milhões. Dentro desse contexto, o Programa de Saneamento Integrado (Prosai) levou 50% de cobertura de saneamento para Maués (a 276 quilômetros de Manaus) e irá urbanizar uma área de risco de alagação em Parintins (a 369 quilômetros da capital). Ambos feitos em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No turismo, outro destaque do governador, é o investimento de R$ 120 milhões desde 2019 no setor, com a ampliação do número de voos, inclusive de rota internacional com via direta para os Estados Unidos e para a Colômbia. No primeiro semestre de 2023, quase 180 mil turistas visitaram o Amazonas e a arrecadação com a atividade chegou a R$ 420 milhões, com 35 mil pessoas trabalhando direta ou indiretamente no setor. O Estado avança com o projeto Água Boa, com a instalação de sistemas simplificados de coleta e tratamento de água, que capta e purifica água de rios, lagos ou poços, deixando própria para consumo. O projeto já instalou 505 purificadores em 53 dos 62 municípios do estado, beneficiando 45 mil famílias. Amazonas na COP 28 Nos próximos quatro dias, o governador Wilson Lima cumpre uma intensa agenda de encontros com empresários, representantes de instituições financeiras e de outros estados brasileiros e países, em busca de reforçar investimentos para o desenvolvimento sustentável no estado. O principal compromisso é o lançamento do Programa Amazonas 2030 para redução do desmatamento no estado, que será executado com recursos arrecadados a partir da venda de créditos de carbono. O objetivo é alcançar o desmatamento líquido zero no estado nos próximos seis anos. Fonte
Entenda o Fundo de Perdas e Danos para crise climática da COP28
Após 30 anos de cobranças para criação de um fundo financeiro para compensar as nações mais vulneráveis às mudanças climáticas, os países reunidos na Conferência das Nações Unidas para Mudanças do Clima de 2023 (COP28) anunciaram, no primeiro dia da COP28, a criação do Fundo de Perdas e Danos para recuperar os estragos causados pela crise climática. A criação desse mecanismo foi determinada na última COP, no Egito, em 2022. O Fundo recebeu doações voluntárias de países como Japão, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Alemanha que somam US$ 420 milhões. Além disso, ele ficará hospedado no Banco Mundial e será administrado por um conselho formado por 26 membros, sendo 12 de países desenvolvidos e 14 de países pobres ou emergentes. “O Fundo fornecerá financiamento para enfrentar uma variedade de desafios associados aos efeitos adversos das alterações climáticas, tais como emergências relacionadas com o clima, subida do nível do mar, deslocamento, relocação, migração, informações e dados climáticos insuficientes e a necessidade para a reconstrução e recuperação resilientes às alterações climáticas”, conforme o documento aprovado na COP28, que cita também a possibilidade de financiar o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza. A medida foi celebrada como um avanço, mas a falta de definição sobre quem irá financiar o fundo e como será o acesso a esse dinheiro ainda geram dúvidas sobre a efetividade da política, segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Inundação em Sehwan – REUTERS/Akhtar Soomro/Direitos Reservados Para coordenadora adjunta de Política Internacional do Observatório do Clima, Stela Herschmann, o anúncio do Fundo foi uma vitória importante após 30 anos de luta pela criação do mecanismo, o que dá ânimo para a COP28. Por outro lado, ela pondera que ainda há dúvidas sobre se o Banco Mundial vai atender as demandas dos países vulneráveis e se haverá recursos necessários para reparar os danos causados pela mudança climática. “Todos os países em desenvolvimento, em tese, podem acessar esse fundo, existe ainda um piso mínimo que está garantido para os mais vulneráveis. Mas não ficou claro como que vai ser o aporte de dinheiro. Teve alguns anúncios [de recursos] que são bem-vindos, mas é pouco dinheiro, não está nem perto do que esse fundo precisa, e não está claro quem tem que pagar essa conta”, explicou. A ambientalista Natalie Unsterstell, presidente do Instituto Talanoa, organização brasileira que trabalha com políticas climáticas, considera que a criação do fundo foi o politicamente possível dentro de uma organização com 195 países. Ele diz que foi um avanço, apesar de reconhecer que os recursos ainda são muito insuficientes. “Foram 30 anos de negociações para que se aceitasse a ideia de ter um mecanismo desse tipo compensatório. Ele é importante porque esses países pequenos e afetados [pela crise climática] são muito pobres e geralmente se endividam. A ideia é que essa ajuda não sobrecarregue a situação fiscal e orçamentária deles”, comentou. Unsterstell citou, como exemplo, o caso de Tuvalu, país formado por 11 ilhas no Oceano Pacífico que corre o risco de desaparecer devido ao aumento do nível do mar causado pelo derretimento das calotas polares, que é uma das consequências do aquecimento global. O país chegou a firmar um acordo com a Austrália para migração de sua população. Banco Mundial O anúncio da criação do Fundo no primeiro dia da COP28 foi uma sinalização importante da conferência na avaliação da especialista em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, Flávia Martinelli. Porém, ressaltou que existem preocupações em relação a operacionalização do fundo pelo Banco Mundial. “Os países em desenvolvimento gostariam que fosse criado um mecanismo mais independente porque os países ricos são acionistas do Banco Mundial, como os Estados Unidos, o Japão, Reino Unido e a Alemanha. Então, entende-se que o Banco Mundial não é totalmente independente na hora de gerenciar o fundo. Mas, até para que andem as negociações e entre em operação mais rápido, o Banco Mundial foi escolhido”, explicou Martinelli, que lembrou que o acordo prevê uma revisão do papel do banco no prazo de cinco anos. Já para o biólogo Roberto Waack, membro da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura e presidente do conselho do Instituto Arapyaú, o fato do mecanismo ficar no Banco Mundial não deve ser um problema para eficiência da medida. “O Banco Mundial tem já gerido, ainda que indiretamente, grande parte dos fundos ligados às mudanças climáticas. É natural que ele seja o principal ator e gestor desse fundo, não vejo isso como problema. Uma das questões é evitar a proliferação de agentes novos financeiros atuando nesse campo, uma vez que já existem organizações com longa experiência, como é o caso do Banco Mundial”, destacou. Fonte
Prefeitura de Manaus inaugura o maior presépio em movimento do Brasil
Foto – Ronaldo Siqueira / FMS A Prefeitura de Manaus, por meio do Fundo Manaus Solidária (FMS), encantou à população manauara mais uma vez. Nesta sexta-feira, 1º/12, foi entregue o maior presépio em movimento do Brasil. A ação aconteceu no calçadão do complexo turístico da Ponta Negra, localizado na zona Oeste da capital. A inauguração faz parte da 3ª edição do “Natal das Águas – Esperança que se renova”. Presidente do FMS, Emerson Castro destacou a importância desta inauguração para as comemorações natalinas. “Essa é mais uma atração natalina para a população de Manaus, para mostrar e despertar o verdadeiro sentido do Natal a todos que passarem por ele. É maravilhoso ver o encanto da população, que para e fica olhando, encantados com a beleza de cada detalhe”, destacou Castro. Moradora do município de Presidente Figueiredo, Rosineide de Sousa não conseguiu esconder a surpresa ao ver a beleza do presépio e destacou a alegria de participar desta inauguração. “A gente aproveitou para vim passear e participar desse momento. Achei muito lindo e encanta a todos que param para observar. É muito bom termos essa opção de lazer na cidade, principalmente nesta época natalina”, enfatizou Sousa. Com 18 metros de profundidade e 20 metros de altura, o maior presépio do Brasil é composto por 19 itens, sendo eles os Reis Magos, Sagrada Família, anjo, estrela-guia e animais que se movem ao redor do menino Jesus, envolvendo e encantando todos os espectadores. Foto – Ronaldo Siqueira / FMS Fonte
Primavera Sound 2023 começa com Marisa Monte e som dançante de The Killers e Pet Shop Boys
2ª edição do evento no Brasil acontecerá no Autódromo de Interlagos, em SP. Programação do 1º dia terá ainda The Hives, MC Bin Laden e Kelela; veja todos os shows e horários. A edição de 2023 do festival Primavera Sound começa neste sábado (2), em São Paulo, com programação liderada pela banda americana The Killers. Formado em 2001 em Las Vegas, o grupo comandado por Brandon Flowers vai levar seu rock dançante ao Autódromo de Interlagos. O setlist inclui hinos descolados do início dos anos 2000 — “Mr. Brightside” e “Somebody Told Me” são os mais famosos. Mas também tem músicas de um repertório mais recente da banda, como “Boy”, com letra sobre o o filho de 17 anos do vocalista. A plateia também poderá dançar ao som da dupla britânica de synth-pop Pet Shop Boys e do Cansei de Ser Sexy, ícone indie brasileiro, que ganhou repercussão internacional e chegou a aparecer na principal parada de músicas dos Estados Unidos em 2007. Marisa Monte também vai se apresentar, em meio à elogiada turnê do disco “Portas” (2021). Além da produção recente, ela deve cantar clássicos da MPB, como “Beija Eu” e “Ainda Lembro”. A programação do primeiro dia terá ainda The Hives, MC Bin Laden, Kelela, entre outros. Em sua segunda edição no Brasil, Primavera Sound segue até domingo (3). Ingressos estão à venda no site do festival. Os preços vão de R$ 495 a R$ 2.240. Fonte: G1 Fonte
Brasileiros que vivem na fronteira temem problemas na Guiana
Bonfim, em Roraima, é uma cidade pequena, com apenas 13 mil habitantes. Mas, se não chama atenção pelo tamanho, ou por qualquer atrativo turístico, destaca-se por ser a única conexão viária terrestre do exterior com a Guiana, nosso vizinho sul-americano que teve a maior taxa de crescimento econômico mundial, em 2022 (62,3%), segundo o Fundo Monetário Internacional. A Guiana faz fronteira com Brasil, Venezuela e Suriname. Além do Brasil, apenas Suriname tem posto fronteiriço com o território guianês, mas, ali, a travessia entre os dois países é feita de barco, diferentemente de Bonfim, onde uma ponte liga Brasil e Guiana. Bonfim e a guianesa Lethem são cidades irmãs, consideradas um arranjo populacional internacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todos os dias, vários brasileiros cruzam a fronteira para fazer compras nas lojas mais baratas da Guiana, para trabalhar ou para fazer negócios com a nova revelação da economia mundial. Rio Tacutu divide as cidades de Bonfim, no Brasil, e Lethem, na Guiana – Vitor Abdala Nascido em Minas Gerais, Robero Osme já morou na capital da Guiana, Georgetown, antes de se estabelecer há três anos em Bonfim. Há mais de uma década, mantém um hotel no município brasileiro, que vive desse trânsito entre as duas cidades. “Ninguém vem passear em Bonfim. Aqui não tem ponto turístico, não tem nada. As pessoas passam aqui para fazer negócio, vão para a Guiana. Aqui é uma porta de saída [para o país vizinho]”, explica Osme. Assim como outros moradores de Bonfim, ele tem receios em relação ao aumento das hostilidades entre Venezuela e Guiana, uma vez que o governo venezuelano realizará um referendo no próximo domingo (3), a fim de consultar a população sobre a redefinição da fronteira entre os dois países de modo a anexar 75% da Guiana. ‘Se fronteira fechar, acabou’ Segundo ele, um dos receios imediatos é o fechamento da fronteira entre Brasil e Guiana, composta por uma ponte que atravessa o rio Tacutu. “Nós sofremos aqui com a covid. Ficamos fechados aqui durante quase dois anos [devido ao fechamento da fronteira]. Nós não tínhamos dinheiro nem para pagar a energia. E isso pode acontecer novamente. Se fechar a fronteira, acabou”, afirmou o dono do hotel. Um possível fechamento da fronteira também preocupa Tarcísio Bezerra Almeida, dono de uma loja de materiais de construção em Bonfim. “O principal medo da gente que empreende aqui é a questão do fechamento da Fronteira. Existe boato da possibilidade de haver um fechamento. Isso impactaria diretamente nossa mercadoria”, afirma o brasileiro, que vende produtos de construção, como tijolos, para clientes em Lethem. Almeida disse que, nos últimos dias, tem presenciado um aumento da fiscalização na fronteira entre Brasil e Guiana. “Hoje em dia, a fronteira da Guiana está aquecida. A Guiana está com um poder de compra muito grande e passa muita mercadoria lá para dentro. A gente tem uma fábrica de tijolos e nosso caminhão todo dia vai para Lethem. A gente manda mercadoria até para Georgetown”, conta ele. Ambos empresários não desejam ver uma mudança de soberania em Lethem. “Do jeito que está, está ótimo. Não desejo que haja uma mudança não. Mas também não acredito que haverá essa mudança”, disse Almeida. “Hoje nós temos como vizinhos o país que mais cresce no mundo. O comércio está incrementando muito. [Se Lethem passar à administração venezuelana] vamos passar a ter como vizinho um país que não cresce”, ressalta Osme. “De cinco a oito anos para cá, o comércio com a Guiana cresceu assustadoramente. E agora pode simplesmente zerar”. O Ministério da Defesa brasileiro informou que tem acompanhado a situação e que intensificou suas ações na “fronteira ao norte do país”, com um aumento da presença de militares na região. Já o Ministério das Relações Exteriores defende que Venezuela e Guiana busquem uma solução pacífica para a controvérsia. Venezuela reivindica 75% do território da Guiana – Arte EBC Fonte
Disputa entre Venezuela e Guiana pode envolver potências estrangeiras
O referendo a ser realizado neste domingo (3) pela Venezuela sobre a redefinição da fronteira com a vizinha Guiana pode desencadear um conflito armado, na visão do especialista Williams Gonçalves. Para o professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o conflito pode, inclusive, envolver grandes potências estrangeiras. “Não se trata apenas de [uma possível] guerra para tomar um pedaço de terra. Trata-se de tomar um mar de petróleo que existe ali. Portanto, a possibilidade de internacionalização do conflito, em virtude da importância do que está em jogo, é muito grande”, afirma Gonçalves. Tradicionalmente um país pobre e com baixos indicadores sociais, a Guiana tem vivenciado um boom econômico nos últimos anos, devido à descoberta de reservas de 11 bilhões de barris de petróleo e outros bilhões de metros cúbicos de gás natural. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Guiana teve o maior crescimento econômico entre todos os países do mundo, em 2022, com um avanço de 62,3% no Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Em setembro, o FMI projetava um crescimento de 38% neste ano. “Os Estados Unidos têm interesse na exploração do petróleo [da Guiana] e na derrubada do governo [do presidente venezuelano Nicolás] Maduro. Mas por outro lado, a Venezuela tem uma sólida relação com a Rússia e com a China. A Venezuela se tornou uma base militar e tecnológica da China e da Rússia. Portanto, uma internacionalização do conflito pode ser uma coisa realmente explosiva”, disse. Papel do Brasil Segundo ele, o Brasil tem um papel fundamental na mediação da crise entre os dois países. “Para o Brasil, [a internacionalização do conflito] é uma coisa desastrosa. A possibilidade [desse conflito] existe. Agora, se isso vai prosperar depende muito da ação diplomática do Brasil. E também da Colômbia. São os dois países, no contexto regional, mais interessados [em evitar o conflito] e com maior lastro diplomático para negociar tanto com um lado como com o outro”. São dois interlocutores credenciados, por assim dizer”, destaca o professor. Williams acredita, no entanto, que o referendo possa ser apenas uma forma de fortalecer a posição eleitoral de Maduro, já que, em 2024, haverá eleições presidenciais na Venezuela. “Ele defende uma posição que é praticamente unânime na Venezuela. Nem a oposição venezuelana aceita perder o território [de Essequibo], portanto Maduro procura fortalecer sua posição política interna para as eleições, mexendo numa questão com a qual todos estão de acordo [incorporar Essequibo à Venezuela], inclusive a oposição”. O Ministério da Defesa brasileiro informou que tem acompanhado a situação e que intensificou suas ações na “fronteira ao norte do país”, com um aumento da presença de militares na região. O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, defende que Venezuela e Guiana busquem uma solução pacífica para a controvérsia. Venezuela reivindica 75% do território da Guiana – Arte EBC Fonte
Braskem tem conduta criminosa, diz governador de Alagoas
Mina em Maceió pode colapsar a qualquer momento. Petroquimica afirma estar mobilizada para minimizar o impacto Em entrevista à CNN, nesta sexta-feira ( 01), o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB) fez duras criticas à atuação da petroquimica Braskem na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió, onde uma mina provocou o esvaziamento e interdição do entorno por risco de desabamento. “O que está acontecendo aqui desde 2018 não é um desastre, é um crime ambiental que causou vários prejuízos”, acusa o governador. Segundo ele, ao longo dos últimos anos, escolas e hospitais foram fechados, moradores e comerciantes tiveram que deixar os imóveis e que o potencial risco de colapso teria impactado 100 mil pessoas. Como medida, o estado acionou judicialmente a empresa, notificou o mercado ao menos três vezes e solicitou apoio do Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União e Governo Federal já que a Petrobrás é uma das principais acionistas da companhia. Ao ser comunicado pela Defesa Civil Estadual do alto risco de colapso da mina, o governo do estado criou um gabinete de crise com o apoio do governo federal e a participação das prefeituras afetadas. Como prioridade a área foi esvaziada, casas e comércios interditados. O governador disse ainda que a Braskem não respeitou os critérios para exploração do local e que acionou a Justiça para que as vítimas fossem incluídas nas negociações “Eles fizeram um acordo de maneira isolada, excluiu os moradores, as cidades vizinhas e o estado”. Com a ação judicial, segundo o governador, as cidades da região metropolitana podem exigir reparação da empresa. Na próxima semana o governador deve se reunir com o presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB), para discutir ações na região. “Nossa expectativa é unir forças e encontrar uma alternativa para resolver de uma vez por todas esse crime ambiental”. Risco iminente de colapso A Defesa Civil de Maceió afirmou nesta sexta-feira (1º) que a área ao redor da mina 18 da Braskem, que está em risco iminente de colapso, está afundando em uma velocidade de 2,6 centímetros por hora. Em nota, o órgão informou estar em “alerta máximo” e que o deslocamento vertical acumulado na área da mina é de 1,42 metro. Mais cedo, o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), afirmou à CNN que, em alguns momentos, o afundamento chegou a 5 centímetros por hora. Segundo comunicado da Defesa Civil, a recomendação é que a população não transite na área desocupada até uma nova orientação, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo. A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas. O órgão reitera a recomendação de evitar a área desocupada do antigo campo do CSA por questões de segurança. O que diz a empresa Em nota divulgada nesta sexta, a Braskem diz que “continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18” e “tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências”. “Os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta”, acrescenta a companhia. A empresa diz ainda que “a área de serviço da Braskem nas proximidades da mina 18 está isolada desde a tarde de terça-feira. Ademais, a região onde está localizada referida mina (área de resguardo) já está totalmente desocupada desde 2020”. A Braskem acrescenta que “a extração de sal-gema em Maceió foi totalmente encerrada em maio de 2019, e a Braskem vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025”. Fonte: CNN Fonte