Forças de Israel enfrentam Hamas no sul de Gaza e civis buscam abrigo

Tropas israelenses travaram batalhas ferozes com o Hamas no sul de Gaza nesta quarta-feira (6), depois de chegar ao coração da cidade de Khan Younis. Os ataques forçaram os civis palestinos a buscar refúgio em outros lugares, à medida que o número de áreas seguras diminui. Aviões de guerra israelenses também bombardearam alvos, em uma das fases mais pesadas da guerra nos dois meses desde o início do conflito. Médicos palestinos disseram que os hospitais estão transbordando de civis mortos e feridos, muitos deles mulheres e crianças, e que os suprimentos estão acabando. As tropas e os tanques israelenses avançaram para a parte sul da Faixa de Gaza, depois de ter conquistado o controle do norte, em uma campanha para eliminar o Hamas. Eles cercaram Khan Younis em uma onda de violência desde o colapso da trégua na semana passada. Israel disse que suas forças travam batalhas intensas hoje e atingiram centenas de alvos no enclave, incluindo uma célula militante perto de uma escola no norte. O braço armado do Hamas, as brigadas al-Qassam, também afirmou que seus combatentes estão envolvidos em confrontos com as forças israelenses. Moradores disseram que os bombardeios israelenses se intensificaram durante a noite, matando e ferindo número indeterminado de pessoas, e que tanques combatem militantes palestinos ao norte e a leste de Khan Younis. Os tanques estavam estacionados nos arredores do campo de refugiados de Khan Younis, não muito longe da casa do líder do Hamas em Gaza, Yehya Al-Sinwar, disseram. Não ficou claro se alguém estava lá. Alguns palestinos descreveram fugas, depois que suas casas foram destruídas em um ataque aéreo israelense noturno no bairro de al-Amal, em Khan Younis. “Juro que nem sabemos como conseguimos sair vivos”, declarou Hamdi Tanira, relatando um ataque a uma casa onde ele e cerca de mais 30 pessoas dormiam, incluindo 20 crianças. “Estávamos dormindo pacificamente, sem incomodar ninguém”, afirmou outra sobrevivente, Amal Mehdi. “De repente, o bombardeio nos atingiu, foi um milagre termos sido retirados dos escombros.” O Hamas disse ter matado ou ferido oito soldados israelenses e destruído 24 veículos militares na terça-feira. Israel afirmou que 84 de seus soldados foram mortos desde o início da operação terrestre, há cinco semanas. O Instituto para o Estudo da Guerra, sediado em Washington, disse que os combatentes do Hamas estavam usando dispositivos explosivos improvisados e minas antipessoais, em uma mudança de tática à medida que os combates se aproximavam do confronto terrestre. Israel desencadeou sua campanha em resposta a um ataque, em 7 de outubro, de combatentes do Hamas, que invadiram cidades israelenses, matando 1.200 pessoas e fazendo 240 reféns.. O escritório de mídia do Hamas informou na terça-feira que pelo menos 16.248 pessoas, incluindo 7.112 crianças e 4.885 mulheres, foram mortas em Gaza desde então. Esses números não foram imediatamente verificados pelo Ministério da Saúde de Gaza. Refletindo a preocupação global com a situação dos civis palestinos, o chefe do Conselho Norueguês de Refugiados, Jan Egeland, disse que “a pulverização de Gaza agora está entre os piores ataques a qualquer população civil em nosso tempo”. As Forças Armadas israelenses lembraram que “grandes esforços” estão sendo feitos para evitar ferir não combatentes. Alegam que o Hamas usa a população civil como escudos humanos e impede que os civis se desloquem para locais seguros, uma acusação negada pelo grupo militante. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Fonte

STF julga quarentena para indicação de políticos para estatais

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta quarta-feira (6) a constitucionalidade de parte da Lei das Estatais, norma aprovada em 2016 para exigir quarentena de 36 meses para indicações de políticos e pessoas ligadas a partidos para a diretoria de empresas públicas. Em março deste ano, ex-ministro Ricardo Lewandowski, antes de se aposentar, suspendeu o dispositivo que impedia ministros de Estado e secretários estaduais e municipais de atuarem nas diretorias e nos conselhos de administração de estatais sem o cumprimento da quarentena. Pela decisão, somente quem continua participando da estrutura decisória de partidos ou que possui trabalho vinculado às legendas está impedido de ser indicado. No entendimento do ministro aposentado, o prazo de 36 meses fere os princípios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade. Antes de deixar o cargo, o ministro também acrescentou na decisão que os casos de corrupção em estatais, como as acusações de desvios na Petrobras,  investigadas na Operação Lava Jato, foram cometidos por empregados de carreira da empresa pública.  “A alegação de que os dispositivos impugnados servem para reduzir o risco de captura da empresa estatal por interesses político-partidários ou sindicais, fator supostamente responsável por alguns casos notórios de corrupção, não se sustenta”, argumentou. Após a decisão liminar de Lewandowski, o caso foi levado para julgamento no plenário do Supremo, mas a análise foi suspensa por um pedido de vista feito pelo ministro André Mendonça. O julgamento é motivado por uma ação de inconstitucionalidade protocolada pelo PCdoB, autor da ação, em dezembro do ano passado. Conforme a Lei 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, é vedada a indicação para o conselho de administração e para a diretoria de estatais ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, dirigente de partido político que atuaram, nos últimos 36 meses, como participantes da estrutura decisória de partidos ou em campanhas políticas. Fonte