Progressistas oficializa candidatura de Andrezinho Ricardo a vereador de Manaus

Andrezinho Ricardo reafirma compromisso com a cidade de Manaus e destaca foco em saúde, educação, segurança e infraestrutura Neste sábado (3), o Partido Progressista (PP) confirmou Andrezinho Ricardo como candidato a vereador de Manaus durante convenção realizada na Arena Amadeu Teixeira, na Zona Oeste da capital amazonense. Com uma carreira de mais de 24 anos na TV amazonense e uma forte veia empreendedora, Andrezinho Ricardo, conhecido pelo público como Andrezinho, prometeu intensificar sua campanha com visitas aos bairros e comunidades da cidade. “Eu quero fazer uma Manaus diferente e deixar um legado,” declarou Andrezinho, ressaltando seu compromisso com um futuro melhor para todos os manauaras. Sua plataforma de campanha dá destaque à saúde, educação, segurança e infraestrutura, com ênfase especial em programas para a melhor idade. “Quero ser um novo nome no cenário político, trazendo minhas experiências e minha vontade de fazer a diferença para desenvolver projetos que atendam às necessidades reais da nossa população,” afirmou Andrezinho. Assessoria de Comunicação– Andreza MillerFoto– Suamy Barc

IBAMA atualiza informações sobre atuação contra queimadas e incêndios florestais no Amazonas

As brigadas do PREVFOGO/IBAMA seguem realizando combates direto com êxito à queimadas e incêndios florestais onde têm obtido sucesso nos municípios do Sul do Estado do Amazonas, particularmente no município de Apuí que vem concentrando a maior parte dos focos de calor, chegando a 51,9% de todos os focos neste dia 02 de agosto com 112 registros. A Brigada da Terra Indígena Recreio São Félix em Autazes-AM realizou a formatura de 08 novos brigadistas que passam a compor a equipe a partir deste dia 01 de agosto de 2024. Agora somam 21 guerreiros e guerreiras nessa missão. A Superintendência do IBAMA-AM segue equipando a Brigada Recreio São Félix. Nesta sexta-feira, dia 02 de agosto foram enviados 02 ar-condicionados, 01 bebedouro, 01 computador, 01 armário e 01 geladeira. A equipe estará recebendo na semana o UTV, veículo para áreas de difícil acesso. Vídeo: Imagens – IBAMA/AM Resumo: Quantidades de Brigadas: 05 – O Ibama conta com 04 Brigadas permanentes e 01 Brigada Pronto emprego no Estado do Amazonas. Quantidade de brigadistas: 110 profissionais atuando na prevenção e combate aos incêndios florestais. As equipes contam com 10 viaturas e 01 UTV (veículo projetado para áreas de difícil acesso. Municípios atendidos: Humaitá no Projeto de Assentamento Maria Auxiliadora com 15 brigadistas, Manicoré na Terra Indígena Tenharim Marmelo com 35 brigadistas; Apuí no Projeto de assentamento Aripuanã Guariba com 25 brigadistas. Brigada Ponto Emprego no município de Apuí com 14 brigadistas devido a atual situação de emergência no local. Autazes na Terra Indígena Recreio São Félix com 21 brigadistas. A Lei Complementar 140/2011 define como as Terras Indígenas como área de competência federal para a proteção do meio ambiente impondo à União e ao Ibama atuar nas áreas federais em que licencia tais atividades (Terras Indígenas) com extensão para Assentamentos Federais de forma supletiva. Foto: Divulgação IBAMA-AM Fonte

Quatro homens são presos e adolescente é apreendido por envolvimento com tráfico de drogas

A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) prendeu quatro homens, com idades entre 19 e 28 anos, e um adolescente, de idade não informada, por envolvimento em tráfico de drogas, em ocorrências registradas na sexta-feira (02/08), nas zonas norte e leste de Manaus. Os policiais militares da 18ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) estavam em patrulhamento pela rua do Passeio, bairro Colônia Santo Antônio, zona norte, quando apreenderam um adolescente com 63 trouxinhas de cocaína, 14 trouxinhas de maconha e 19 de oxi. Ele foi conduzido, juntamente com os materiais ilícitos, para a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI). Já a equipe policial da 14ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), em patrulhamento pela rua Santa Cruz, bairro Tancredo Neves, zona leste, efetuaram a prisão de dois homens, de 19 e 28 anos. Na ocasião, a dupla tentou fugir quando percebeu a presença dos PMs, no entanto, eles foram alcançados e capturados. Durante a ação policial foram apreendidas duas porções de cocaína, uma porção de maconha, uma porção de oxi, além R$475 em espécie e uma balança de precisão. A dupla, junto com o material apreendido, foi conduzida ao 14º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Na terceira ocorrência, PMs das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) prenderam dois homens, de 20 e 24 anos, durante patrulhamento na rua Coronel Ferreira Araújo, bairro Petrópolis, zona sul. A dupla tentou fugir quando percebeu a aproximação da viatura policial, mas foi capturada. Os suspeitos ainda tentaram se desfazer de uma pochete onde estavam 25 porções de oxi, cinco porções de cocaína, além de R$34,90 em espécie, uma balança de precisão, um aparelho celular e um relógio de pulso. O caso foi encaminhado para o 1° DIP. Denúncia A Polícia Militar do Amazonas orienta a população que informe imediatamente ao tomar conhecimento de qualquer ação criminosa, por meio do disque denúncia 181 ou pelo 190. A identidade do denunciante será mantida em sigilo. FOTO: Divulgação/PMAM Fonte

Homem é preso por furto em estabelecimento comercial na zona centro-sul

A Polícia Militar do Amazonas (PMAM), por meio da 23ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), prendeu um homem, de idade não informada, por furto a uma loja de utensílios domésticos, na noite de sexta-feira (02/08), no bairro Parque 10 de Novembro, zona centro-sul de Manaus. Por volta das 19h, os policiais militares receberam uma denúncia, via linha direta, com informações de que um homem havia furtado utensílios domésticos de uma loja localizada na rua Governador Lindoso. A equipe policial iniciou as diligências no local, onde o suspeito foi capturado com os objetos furtados, sendo um robô aspirador, um jogo de ferramentas, dois rolos de papel de parede e um travesseiro. Ele foi conduzido, juntamente com os objetos que foram recuperados, para o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Denúncia A Polícia Militar do Amazonas orienta a população que informe imediatamente ao tomar conhecimento de qualquer ação criminosa, por meio do disque denúncia 181 ou pelo 190. A identidade do denunciante será mantida em sigilo. FOTO: Divulgação/PMAM Fonte

Em Humaitá, Wilson Lima vistoria local para a construção de novo posto do Corpo de Bombeiros

O governador Wilson Lima realizou, na sexta-feira (02/08), uma vistoria onde será instalado o novo posto do Corpo de Bombeiros no município de Humaitá (distante 590 quilômetros de Manaus), no sul do Amazonas. Além disso, o governador acompanhou a entrega de uma ambulância para ampliar o atendimento às vítimas de acidentes na cidade. “Nós estamos trazendo a estrutura dos bombeiros para dentro da cidade porque há uma estrutura que hoje funciona um pouco distante. Isso vai facilitar o tempo de resposta das ações do Corpo de Bombeiros. A ambulância vai garantir o atendimento médico com mais rapidez, vai facilitar o atendimento das ocorrências”, explicou o governador Wilson Lima.  O novo posto será instalado na rua Cinco de Setembro, na área central de Humaitá. O local pertencia a Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), que juntamente com a Prefeitura do município, assinou a declaração de doação para a corporação.  De acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre Freitas, o atual posto fica localizado fora do perímetro urbano, a 8 quilômetros de distância da sede. Com as operações no novo local, a expectativa é melhorar o tempo-resposta para as ocorrências.  “Até a viatura se deslocar à cidade, fazer o atendimento da população, seja incêndio em vegetação ou em residências, a localização atrasa muito nossa operação. Estamos felizes com esse terreno porque vamos construir um posto, já existem algumas instalações construídas, mas vamos melhorar para que no futuro a gente faça a inauguração, com viaturas novas e mais efetivo”, afirmou.  Gerenciamento De acordo com o Corpo de Bombeiros, a previsão é que até o segundo semestre de 2025 seja implantado o 1º Comando Regional no local. O objetivo é garantir mais segurança para a população de Humaitá e facilitar o gerenciamento estratégico de ações da corporação no sul do Amazonas, conhecida como ‘Arco do Fogo’, que anualmente registra os maiores índices de ações de combate aos incêndios. O Comando Regional dará suporte na coordenação da Operação Aceiro e demais ações de combate aos incêndios florestais. A unidade operacional será comandada por um tenente-coronel com mestrado em Ciências Florestais e Ambientais.  Humaitá é o quarto município do interior com mais focos de incêndios combatidos pelo Corpo de Bombeiros, por meio da Operação Aceiro 2024. Somente no período entre 3 junho, quando foi lançada a missão, e dia 30 de julho, 600 focos de incêndio foram combatidos no município. Foto: Alex Pazuello/Secom Fonte

Homem é preso com 67 trouxinhas de drogas e arma de fogo na zona sul

A Polícia Militar do Amazonas (PMAM), por meio da Força Tática, prendeu um homem, de 22 anos, e apreendeu mais de 60 trouxinhas de entorpecentes, uma arma de fogo e munição, na noite de sexta-feira (02/08), no rip-rap São Sebastião, bairro Petrópolis, zona sul de Manaus. Das 67 trouxinhas apreendidas, 35 eram de oxi, 18 de cocaína e 14 de maconha. Além do material ilícito, uma balança de precisão, uma pistola calibre 380, uma munição do mesmo calibre e um carregador, também foram encontrados com o suspeito. A equipe policial estava em patrulhamento pela região, quando recebeu denúncia anônima de que alguns homens estavam armados no rip-rap São Sebastião. Durante diligências no local, um homem sacou uma arma de fogo e efetuou disparos em direção aos PMs, que revidaram à ação criminosa. Após ser atingido, ele foi capturado com as drogas, a arma de fogo e a munição. Em seguida, foi conduzido para o Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, na zona leste. Os policiais militares constataram junto ao Centro Integrado de Comunicações Operacionais Policiais Militares (Cecopom) que o homem já possui passagem pela polícia pelos crimes de tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo e associação para o tráfico. O material apreendido foi encaminhado para o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Denúncia A Polícia Militar do Amazonas orienta a população que informe imediatamente ao tomar conhecimento de qualquer ação criminosa, por meio do disque denúncia 181 ou pelo 190. A identidade do denunciante será mantida em sigilo. FOTO: Divulgação/PMAM Fonte

Governo do Amazonas mapeia terreiros do estado para fortalecer políticas de combate ao racismo religioso 

O Amazonas teve forte influência da cultura africana na construção de sua identidade, parte disso devido às religiões. Por isso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos de Cidadania (Sejusc) está mapeando os terreiros de todo o estado com objetivo de reunir informações sobre os espaços e suas histórias para traçar políticas públicas mais inclusivas e eficazes.  O trabalho é realizado pela Gerência de Promoção de Igualdade Racial (GPIR) da Sejusc, responsável por elaborar e coordenar as políticas que garantam o atendimento às necessidades específicas que colaborem com o combate à discriminação racial e a intolerância religiosa, visando a inclusão social da população negra, indígena, povos e comunidades tradicionais, como forma de promover a igualdade étnico-racial e a diversidade religiosa.  A gerente de Promoção de Igualdade Racial, Camila Reis, destaca que essa aproximação do estado é essencial para promover a justiça social e combater as desigualdades históricas enfrentadas pelos praticantes de religiões de matriz africana, além de valorizar a diversidade cultural e religiosa.  “Entendemos que nós, enquanto estado, temos o dever de fortalecer as políticas de inclusão e direitos humanos, demonstrando um compromisso com a pluralidade e o respeito às diferenças e a construção de um diálogo contínuo entre o executivo estadual e as comunidades religiosas, assegurando que suas vozes sejam ouvidas e consideradas nas tomadas de decisão”, explica a gerente. Visitas  Os terreiros interessados em apontar seus dados e receber as visitas da Sejusc podem preencher o formulário: https://encurtador.com.br/wgyFU. Camila diz que é sabido ter mais de 200 terreiros só em Manaus, no entanto, apenas 65 responderam o questionário. A meta é alcançar, pelo menos, 90% dos espaços, pois há muitas peculiaridades entre eles e, quanto mais diversas forem as vivências, mais diversos precisam ser os projetos elaborados.  “É através das informações fornecidas que se pode identificar as reais necessidades e desafios enfrentados, além de reconhecer as valiosas contribuições desses espaços para a sociedade. A coleta de dados permitirá a elaboração de políticas públicas mais justas e eficazes, fortalecendo a diversidade religiosa”, avalia Camila.  Foto: Arquivo pessoal  Fonte

Defensoria Pública realiza segundo mutirão do IPTU, no bairro Crespo, Zona Sul de Manaus

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) realizará o segundo mutirão do IPTU nos dias 7 e 8 de agosto, no estacionamento do Shopping Cecomiz, localizado no bairro Crespo, na Zona Sul de Manaus. A ação faz parte das atividades do Grupo de Trabalho do IPTU, criado para atender os contribuintes de Manaus que alegam terem sido surpreendidos com o aumento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) a partir de 2023. Os mutirões têm como objetivo atender cerca de 300 mil contribuintes que se sentiram prejudicados pelo aumento do imposto, considerado irregular por conta do descumprimento da legislação tributária. A DPE-AM, através do Grupo de Trabalho do IPTU, oferece assistência jurídica e ingressa com ações individuais contra o Município, buscando o ressarcimento dos valores cobrados indevidamente. Durante os dois dias de mutirão, os atendimentos serão realizados das 8h às 12h. Contribuintes de todas as zonas da cidade estão convidados a comparecer e dar início aos seus processos. Para participar, é necessário levar os seguintes documentos: RG/CPF do(a) Autor(a); Comprovante de residência ou declaração de residência; Matrícula do Imóvel (Boletim de Cadastro Imobiliário); Notificação de Lançamento do IPTU 2024; Notificação de Lançamento do IPTU 2023; Notificação de Lançamento do IPTU 2022; Imagens do imóvel de posse/propriedade do(a) Autor(a); Certidão de Cadastro Imobiliário (CCI); Comprovante de renda. Continuidade do Trabalho O Grupo de Trabalho do IPTU está dando continuidade ao trabalho iniciado pela DPE-AM em abril do ano passado, quando, procurada pelo vereador Rodrigo Guedes, ingressou com uma ação coletiva pedindo a suspensão do aumento. A ação coletiva foi negada pela Justiça Estadual, que determinou a necessidade de ações individuais para questões tributárias. O primeiro mutirão aconteceu em junho, no Centro de Manaus. Nos últimos meses, a DPE-AM vem sendo procurada por lideranças comunitárias para que atue contra o aumento, considerado abusivo por muitos moradores. Em alguns casos, o reajuste do imposto passa de 300%. Programação Nos dias 11 e 12 de setembro, o mutirão será realizado no Viver Melhor 1 e 2, na Zona Norte de Manaus. Nos dias 9 e 10 de outubro, será no Viver Melhor 3, na Zona Leste, e nos dias 6 e 7 de novembro, no bairro São Jorge, na Zona Oeste. Foto: Divulgação Fonte

Venezuela tem dia de protestos da oposição e de apoiadores de Maduro

Milhares de venezuelanos saíram às ruas neste sábado (3) em protesto contra o que consideram ser a reeleição fraudulenta do presidente Nicolás Maduro. A líder da oposição, María Corina Machado, que estava escondida por temer pela sua vida, juntou-se aos protestos em Caracas. Maduro também convocou uma manifestação de apoiadores e acusou a oposição de planejar um ataque nas ruas. María Corina Machado foi recebida na manifestação de rejeição dos resultados oficiais das eleições presidenciais com gritos de “liberdade” pelos milhares de participantes. A autoridade eleitoral venezuelana, vista por críticos como parcial ao partido socialista da situação, proclamou Nicolás Maduro como vencedor da eleição do último domingo (28 de julho), ao contabilizar que ele teve 51% dos votos contra 46% do candidato da oposição, Edmundo González. A entidade reafirmou uma margem similar na sexta-feira (2). O resultado eleitoral motivou alegações generalizadas de fraude e diversos protestos, que foram combatidos pelas forças de segurança do governo Maduro, que os classificou como parte de uma tentativa de golpe de Estado patrocinada pelos Estados Unidos. Até agora, pelo menos 20 pessoas foram mortas nos protestos depois da eleição, de acordo com o grupo de defesa de direitos Human Rights Watch. Outras 1,2 mil foram presas em conexão com as manifestações, segundo o governo. *Com informações da Reuters, Lusa e RTP Fonte

Venezuela: violência política é disputa de projetos, diz pesquisadora

A Venezuela não é uma ditadura, mas um sistema político diferente das democracias liberais representativas que servem de modelo para o Ocidente. Essa é a avaliação da professora Carla Ferreira, do departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que fez sua tese de doutorado sobre a classe trabalhadora no processo bolivariano da Venezuela, tendo visitado o país seis vezes entre 2002 e 2013, quando pode conversar com lideranças chavistas, do governo e de movimentos populares. Além disso, afirma que a extrema-direita do país é mais violenta que a brasileira e que a dinâmica de polarização interna e de interferência de potências estrangeiras – principalmente dos Estados Unidos – promoveu uma centralização de poder e burocratização do governo. Carla Ferreira fala ainda sobre o papel dos militares e vê com extrema preocupação o reconhecimento pelos EUA de uma suposta vitória do candidato opositor Edmundo Gonzalez, o que mostraria “uma predisposição por intervir na Venezuela” com risco de desestabilização em toda a América Latina. >> Confira a entrevista abaixo: Agência Brasil: Quais as raízes da polarização política na Venezuela? Carla Ferreira: A origem deste conflito é o colapso do capitalismo petroleiro rentista venezuelano iniciado nos anos 70. Essa crise foi muito profunda e provocou graves repercussões sociais, como a insurreição popular ocorrida em 1989, que foi chamada de Sacudón ou Caracazo. A crise levou ao surgimento de um movimento bolivariano popular de massas, que tem na população mais empobrecida do país o seu principal pilar, em articulação com um setor reformista das Forças Armadas, de onde emerge, inclusive, a liderança de Hugo Chávez. Esse movimento construiu uma saída institucional para a crise. Ele articulou um projeto político que visava saldar a dívida social do país mediante a reapropriação da renda petroleira cuja maior parte era apropriada pelas transnacionais do petróleo, principalmente estadunidenses. A partir daí se instaura o conflito entre o projeto deste movimento bolivariano popular de massas e os interesses estadunidenses na região. Mas não são apenas interesses externos. Os interesses estadunidenses estão articulados internamente com a antiga alta burocracia do petróleo que controlava a PDVSA [estatal petroleira da Venezuela], além dos setores de importação e exportação de produtos industriais. Esses setores constituem o cerne da oposição venezuelana. Portanto, esses dois projetos diametralmente opostos são a origem da crescente polarização política na Venezuela.   Agência Brasil: E por que esses conflitos não são resolvidos, digamos, de forma pacífica? Afinal, há a tentativa de golpe de 2002, o lockout petroleiro em 2002 e 2003, além de várias insurreições, como as de 2014 e 2017. Carla Ferreira: É preciso recordar que os métodos da extrema-direita são similares em todo o mundo. Aqui no Brasil conhecemos o bolsonarismo. É muito similar na Venezuela. O que difere lá é a escala bastante mais acentuada da violência política há mais de 20 anos, e o efeito deste ataque permanente sobre a estrutura governamental, que vai se centralizando. Ou seja, são mais de 20 anos de intensa violência política provocada pela ultradireita na Venezuela, com o uso de fake news, denúncias fraudadas, tentativas de golpe de Estado, questionamento sistemático do sistema eleitoral, sem falar no bloqueio econômico promovido pelas administrações estadunidenses com apoio da União Europeia. Venezuela registrou protestos após eleições – Foto: REUTERS/Alexandre Meneghini/Proibida reprodução Por outro lado, a cultura política venezuelana é diversa da nossa. Historicamente, a questão da soberania nacional é um anseio muito enraizado nas classes populares venezuelanas. É uma cultura política que viu acender um movimento popular de massas como ainda não vimos no Brasil. Quando estive na Venezuela pela primeira vez, em 2002, fiquei assombrada com a violência dessa direita. Eu tive a sensação de que eles viviam uma realidade paralela. Nós só tivemos uma amostra simular aqui no Brasil no 8 de janeiro de 2023 e aí passamos a pensar em temas como dissonância cognitiva, porque é difícil de compreender a partir de parâmetros racionais o comportamento daquelas pessoas.  Agência Brasil: Como os governos chavistas lidam com essa violência? Carla Ferreira: Existe uma crise dos instrumentos institucionais para o enfrentamento da extrema-direita. Eu acho que a Venezuela vive essa crise de forma aguda. Na Venezuela, é permitido que os meios de comunicação corporativos divulguem todo tipo de absurdo e fake news. Isso vai criando uma sociedade totalmente cindida, dividida. Há até leniência por parte das instituições do país de deixar correr solta a quantidade de fake news que circulam na grande mídia e nas redes sociais na Venezuela. O governo vem enfrentando essa situação de violência política com uma espécie de democracia plebiscitária, com eleições ou plebiscitos em 1999, 2000, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2012, entre outras de lá pra cá, como uma forma de reafirmar sua legitimidade permanentemente. Porém, esse recurso dos referendos não é suficiente frente à violência política agravada pelas sanções econômicas severíssimas que afetam a Venezuela desde 2014 e que explica em parte a emigração massiva de cerca de 25% da população devido à piora nas condições de vida desde então.  É preciso lembrar as conquistas sociais do período Chávez, como redução do desemprego, que era de 18% em 2003 e caiu para 6% em 2012, redução de 50% na distância entre os salários mais altos e mais baixos, fim do analfabetismo, declarado pela Unesco. Em 2010, a Venezuela foi reconhecida pela FAO [Agência da ONU para Alimentação] como um dos dez países com o melhor nível de alimentação no mundo. Ou seja, o processo bolivariano da Venezuela apresentou melhoras significativas na condição de vida da população venezuelana. E o apoio popular ao governo advinha disso. Por isso, é preciso que a análise não se restrinja entre simpatizar ou não com o presidente Nicolás Maduro. É um processo social mais amplo, que envolve a sociedade, as classes sociais, não é algo que possa ser personalizado em uma única pessoa. Agência Brasil: Como está a atual situação do bloco social que ainda apoia o chavismo? Carla Ferreira: Eu precisaria estar lá para saber melhor, tem dez anos minha última visita a Venezuela, mas o que eu percebo é que o próprio bloqueio econômico levou ao desenvolvimento de um setor interno produtor

Venezuela: violência política é disputa de projetos, diz pesquisadora

A violência política presente na Venezuela desde o início do chamado processo bolivariano – quando o ex-presidente Hugo Chávez chega ao poder em 1999 – é resultado do confronto de dois projetos que contrapõem grupos políticos opostos. Essa é a avaliação da professora Carla Ferreira, do departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que fez sua tese de doutorado sobre a classe trabalhadora no processo bolivariano da Venezuela, tendo visitado o país seis vezes entre 2002 e 2013, quando pode conversar com lideranças chavistas, do governo e de movimentos populares. Para ela, a Venezuela não é uma ditadura, mas um sistema político diferente das democracias liberais representativas que servem de modelo para o Ocidente. Além disso, afirma que a extrema-direita do país é mais violenta que a brasileira e que a dinâmica de polarização interna e de interferência de potências estrangeiras – principalmente dos Estados Unidos – promoveu uma centralização de poder e burocratização do governo. Carla Ferreira fala ainda sobre o papel dos militares e vê com extrema preocupação o reconhecimento pelos EUA de uma suposta vitória do candidato opositor Edmundo Gonzalez, o que mostraria “uma predisposição por intervir na Venezuela” com risco de desestabilização em toda a América Latina. >> Confira a entrevista abaixo: Agência Brasil: Quais as raízes da polarização política na Venezuela? Carla Ferreira: A origem deste conflito é o colapso do capitalismo petroleiro rentista venezuelano iniciado nos anos 70. Essa crise foi muito profunda e provocou graves repercussões sociais, como a insurreição popular ocorrida em 1989, que foi chamada de Sacudón ou Caracazo. A crise levou ao surgimento de um movimento bolivariano popular de massas, que tem na população mais empobrecida do país o seu principal pilar, em articulação com um setor reformista das Forças Armadas, de onde emerge, inclusive, a liderança de Hugo Chávez. Esse movimento construiu uma saída institucional para a crise. Ele articulou um projeto político que visava saldar a dívida social do país mediante a reapropriação da renda petroleira cuja maior parte era apropriada pelas transnacionais do petróleo, principalmente estadunidenses. A partir daí se instaura o conflito entre o projeto deste movimento bolivariano popular de massas e os interesses estadunidenses na região. Mas não são apenas interesses externos. Os interesses estadunidenses estão articulados internamente com a antiga alta burocracia do petróleo que controlava a PDVSA [estatal petroleira da Venezuela], além dos setores de importação e exportação de produtos industriais. Esses setores constituem o cerne da oposição venezuelana. Portanto, esses dois projetos diametralmente opostos são a origem da crescente polarização política na Venezuela.   Agência Brasil: E por que esses conflitos não são resolvidos, digamos, de forma pacífica? Afinal, há a tentativa de golpe de 2002, o lockout petroleiro em 2002 e 2003, além de várias insurreições, como as de 2014 e 2017. Carla Ferreira: É preciso recordar que os métodos da extrema-direita são similares em todo o mundo. Aqui no Brasil conhecemos o bolsonarismo. É muito similar na Venezuela. O que difere lá é a escala bastante mais acentuada da violência política há mais de 20 anos, e o efeito deste ataque permanente sobre a estrutura governamental, que vai se centralizando. Ou seja, são mais de 20 anos de intensa violência política provocada pela ultradireita na Venezuela, com o uso de fake news, denúncias fraudadas, tentativas de golpe de Estado, questionamento sistemático do sistema eleitoral, sem falar no bloqueio econômico promovido pelas administrações estadunidenses com apoio da União Europeia. Venezuela registrou protestos após eleições – Foto: REUTERS/Alexandre Meneghini/Proibida reprodução Por outro lado, a cultura política venezuelana é diversa da nossa. Historicamente, a questão da soberania nacional é um anseio muito enraizado nas classes populares venezuelanas. É uma cultura política que viu acender um movimento popular de massas como ainda não vimos no Brasil. Quando estive na Venezuela pela primeira vez, em 2002, fiquei assombrada com a violência dessa direita. Eu tive a sensação de que eles viviam uma realidade paralela. Nós só tivemos uma amostra simular aqui no Brasil no 8 de janeiro de 2023 e aí passamos a pensar em temas como dissonância cognitiva, porque é difícil de compreender a partir de parâmetros racionais o comportamento daquelas pessoas.  Agência Brasil: Como os governos chavistas lidam com essa violência? Carla Ferreira: Existe uma crise dos instrumentos institucionais para o enfrentamento da extrema-direita. Eu acho que a Venezuela vive essa crise de forma aguda. Na Venezuela, é permitido que os meios de comunicação corporativos divulguem todo tipo de absurdo e fake news. Isso vai criando uma sociedade totalmente cindida, dividida. Há até leniência por parte das instituições do país de deixar correr solta a quantidade de fake news que circulam na grande mídia e nas redes sociais na Venezuela. O governo vem enfrentando essa situação de violência política com uma espécie de democracia plebiscitária, com eleições ou plebiscitos em 1999, 2000, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2012, entre outras de lá pra cá, como uma forma de reafirmar sua legitimidade permanentemente. Porém, esse recurso dos referendos não é suficiente frente à violência política agravada pelas sanções econômicas severíssimas que afetam a Venezuela desde 2014 e que explica em parte a emigração massiva de cerca de 25% da população devido à piora nas condições de vida desde então.  É preciso lembrar as conquistas sociais do período Chávez, como redução do desemprego, que era de 18% em 2003 e caiu para 6% em 2012, redução de 50% na distância entre os salários mais altos e mais baixos, fim do analfabetismo, declarado pela Unesco. Em 2010, a Venezuela foi reconhecida pela FAO [Agência da ONU para Alimentação] como um dos dez países com o melhor nível de alimentação no mundo. Ou seja, o processo bolivariano da Venezuela apresentou melhoras significativas na condição de vida da população venezuelana. E o apoio popular ao governo advinha disso. Por isso, é preciso que a análise não se restrinja entre simpatizar ou não com o presidente Nicolás Maduro. É um processo social mais amplo, que envolve a sociedade, as classes sociais, não é algo que possa ser personalizado em uma única pessoa. Agência Brasil: Como está a atual situação do bloco