Austrália processa rede social X em casos de abuso sexual infantil
A atuação da rede social X em relação a casos de exploração sexual infantil e de aliciamentos de crianças e adolescentes por meio da plataforma que substituiu o antigo Twitter é tema de audiências na Justiça Federal da Austrália nesta semana. O caso foi parar nos tribunais devido à fiscalização da Comissão de Segurança Eletrônica (eSafety) da Austrália – órgão responsável por regular o ambiente online no país da Oceania. “Nos três meses após a mudança de propriedade do Twitter/X em outubro de 2022 [quando o empresário Elon Musk comprou a rede social], a detecção proativa de material de exploração sexual infantil caiu de 90% para 75%”, diz a investigação da Comissão australiana. A rede social controlada pelo empresário Elon Musk foi multada, em setembro de 2023, em US$ 610 mil por não responder a notificações da instituição australiana em relação a como a plataforma combate o abuso sexual infantil na internet. Após recorrer da decisão, a rede social X argumentou, na audiência da Justiça nessa segunda-feira (9), que não respondeu aos questionamentos porque a notificação, feita em fevereiro de 2023, foi dirigida ao antigo Twitter que, em março de 2023, se transformou em X. A mudança na composição da companhia foi a justificativa dos advogados para não responderem aos questionamentos da Comissão eSafety. Elon Musk, – REUTERS/David Swanson/Proibida reprodução Devido ao comportamento da companhia, um processo específico foi aberto apenas contra a X em dezembro de 2023. “O que estamos falando aqui são crimes graves acontecendo nessas plataformas, cometidos por adultos predadores contra crianças inocentes, e a comunidade espera que todas as empresas de tecnologia tomem medidas significativas”, disse Julie Inman Grant, chefe da eSafaty. A Comissão afirmou que enviou questionamentos a diversas plataformas. Além da X, foram notificados o Google, o Tiktok, a Meta (dona do Facebook, Instagram e Whatsapp), entre outros. O eSafery exigiu respostas de como as empresas detectam e combatem conteúdos de abuso sexual infantil e de aliciamento de menores na internet. De acordo com Julie Inman Grant, a rede X e o Google não responderam corretamente uma série de perguntas que foram formuladas. “A não conformidade do Twitter/X foi considerada mais séria, com a empresa falhando em fornecer qualquer resposta a algumas perguntas, deixando algumas seções inteiramente em branco. Em outros casos, o Twitter/X forneceu uma resposta que estava incompleta e/ou imprecisa”, informou a eSafaty. A Comissão de Segurança Eletrônica da Austrália acrescentou que a rede social X não disse quanto tempo a plataforma leva para responder a denúncias de exploração sexual infantil; nem quais medidas implementou para detectar esse tipo de crime em transmissões ao vivo; nem quais ferramentas e tecnologias usam para encontrar materiais de exploração sexual infantil. Atritos no mundo Desde que o multibilionário Elon Musk comprou o antigo Twitter, ele tem colecionado atritos com autoridades ao redor do mundo. A rede social X é investigada na União Europeia (UE) por supostamente violar as leis digitais do bloco. No Brasil, a plataforma foi suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) depois que a empresa se negou a suspender contas e perfis envolvidos na investigação das milícias digitais, que apura supostas organizações criminosas que atuam nas redes para atacar autoridades e o sistema eleitoral brasileiro. No Brasil, como na Austrália e na UE, o bilionário Elon Musk acusa as autoridades de praticarem censura. Por outro lado, em países como Índia e Turquia, contas e perfis são suspensos a pedido de autoridades sem que o empresário ataque essas decisões judiciais. Fonte
Tufão Yagi deixa 46 mortos no Vietnã e provoca danos em fábricas
O tufão Yagi, a tempestade mais poderosa da Ásia neste ano, deixou dezenas de mortos no norte do Vietnã e danos generalizados à infraestrutura e às fábricas enquanto se deslocava para o oeste, segundo estimativas preliminares do governo nesta segunda-feira (9). Quarenta e seis pessoas morreram e 22 estavam desaparecidas, principalmente devido a deslizamentos de terra e inundações provocadas pelo tufão, informou a Agência de Gerenciamento de Desastres do Vietnã. O tufão atingiu no sábado (7) a costa nordeste do Vietnã, onde estão localizadas grandes operações de produção de empresas nacionais e estrangeiras. Ele foi rebaixado para depressão tropical no domingo, mas a agência meteorológica alertou hoje sobre novas enchentes e deslizamentos de terra. O Yagi causou corte de energia em milhões de residências e empresas, inundou rodovias, interrompeu as redes de telecomunicações, derrubou uma ponte de médio porte e milhares de árvores e paralisou a atividade econômica em muitos centros industriais. Gerentes e trabalhadores de parques industriais e fábricas em Haiphong, uma cidade litorânea de 2 milhões de habitantes, disseram que não tinham eletricidade e que estavam tentando salvar equipamentos de fábricas onde o telhado de chapa metálica havia sido levado pelo vento, em meio à previsão de mais chuvas. “Todos estão se esforçando para tornar as instalações seguras e os estoques secos”, disse Bruno Jaspaert, chefe das zonas industriais DEEP C, que abrigam fábricas de mais de 150 investidores em Haiphong e na província vizinha de Quang Ninh. As paredes de uma fábrica em Haiphong, da LG Electronics, desabaram, de acordo com fotos e uma testemunha da Reuters. Uma das principais fabricantes de eletrodomésticos e eletrônicos, a LG Electronics disse que não houve vítimas entre seus funcionários e reconheceu os danos em seu local de produção, observando que um depósito com geladeiras e máquinas de lavar havia sido inundado. “Muitos danos”, disse Hong Sun, presidente da associação comercial sul-coreana no Vietnã, quando perguntado sobre o impacto do tufão nas fábricas coreanas em áreas costeiras. Um gerente de fábricas arrendadas confirmou danos generalizados aos telhados e cortes prolongados de energia nas províncias do norte. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Fonte
Brasil envia equipe de bombeiros para combater incêndios na Bolívia
Uma missão humanitária composta por 62 bombeiros do Brasil combaterá incêndios florestais na faixa de fronteira com a Bolívia. Serão 37 agentes militares da Força Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), e 25 agentes do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. A coordenação é do Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e os trabalhos são chefiados por especialista em desastres do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR). Segundo nota publicada pelo MRE, os incêndios ao longo da faixa da fronteira ameaçam atingir o Pantanal brasileiro. Por isso, a missão tem tanto o objetivo de ajudar a Bolívia a combater o fogo em seu território, como evitar que novos focos atinjam o Brasil. O comando da missão atua com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Estão previstos sobrevoos e análises de mapas satelitais para identificar focos de incêndio na fronteira da Bolívia com os estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul. Foram registrados 112 incêndios nas últimas semanas na região do Pantanal. Nesse momento, 18 estão ativos, 23 estão controlados pela força-tarefa liderada pelo Centro de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Prevfogo (vinculado ao Ibama/MMA) e 71 já foram extintos. Parte da missão começou a atuar na última quinta-feira (5), quando um escalão avançado viajou até a Bolívia. Está previsto um comando conjunto baseado na cidade de San Ignacio de Velasco, no departamento de Santa Cruz, a cerca de 315 quilômetros da fronteira com o Brasil. Fonte
Opositor Edmundo González deixa a Venezuela e recebe asilo na Espanha
Um avião da Força Aérea da Espanha retirou o opositor Edmundo González Urrutia da Venezuela com destino à Espanha, em um acordo com o governo de Nicolás Maduro para conceder asilo ao político que contestou o resultado eleitoral que deu a reeleição a Maduro no dia 28 de julho. Sua madrinha política, María Corina Machado, informou que ele chegou no país europeu na manhã deste domingo (8). A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, informou no final da noite desse sábado (7) que o governo concedeu asilo político a Edmundo após ele se refugiar durante dias na embaixada da Espanha em Caracas. “Uma vez ocorridos os contatos pertinentes entre ambos os governos, cumpridos os extremos do caso e de acordo com a legalidade internacional, a Venezuela concedeu o devido salvo-conduto em prol da tranquilidade e da paz política do país. Esta conduta reafirma o respeito ao Direito que tem prevalecido na atuação da República Bolivariana da Venezuela na comunidade internacional”, afirmou Rodríguez em uma rede social. O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, informou que o asilo foi solicitado pelo próprio opositor. “O governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos”, destacou o ministério, em nota. Edmundo González deixou a Venezuela dias depois da Justiça pedir sua prisão por “risco de fuga”, após não comparecer a três depoimentos para os quais foi notificado pelo Ministério Público (MP) do país. Ele deveria prestar depoimento na investigação sobre a página na internet com as supostas atas eleitorais da oposição que dão vitória a Edmundo na votação do dia 28 de julho. A líder María Corina Machado justificou que a saída dele do país era necessária porque, segundo ela, sua vida corria perigo. “As intimações, o mandado de detenção e até as tentativas de chantagem e coação a que têm sido sujeito mostram que o regime não tem escrúpulos nem limites na sua obsessão em silenciá-lo e tentar subjugá-lo”, declarou, em uma rede social. O governo brasileiro, em conjunto com o colombiano, havia com o pedido de detenção emitido pelo MP venezuelano. Investigação O MP venezuelano avalia que a manutenção da página da oposição com as supostas atas pode incorrer em crimes como “usurpação de funções, forjamento de documento público, instigação à desobediência das leis, delitos informáticos e associação para delinquir e conspiração”. A investigação do MP da Venezuela aponta que a página na internet busca apropriar-se das competências do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), única instituição com poder para publicar os resultados das eleições na Venezuela. As autoridades venezuelanas afirmam que mais de nove mil atas publicadas são falsas. Já o Tribunal Supremo de Justiça do país, após perícia, ratificou a vitória do presidente Nicolás Maduro em 28 de julho. Porém, os dados da eleição por mesa de votação ainda não foram divulgados publicamente. Fonte
Venezuela quer suspender custódia do Brasil sobre embaixada argentina
O governo da Venezuela quer suspender a custódia do Brasil sobre a Embaixada da Argentina em Caracas. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, “não pode haver revogação unilateral da custódia.” Segundo nota do Itamaraty, “enquanto não se designar outro país para representar os interesses argentinos, a situação permanece como está”. O governo brasileiro foi notificado pelo governo venezuelano, “mas informou que seguirá representando os interesses da Argentina na Venezuela até que seja designado um substituto.” Há pouco mais de um mês, o Brasil assumiu temporariamente, a pedido do governo argentino, a representação diplomática argentina na capital venezuelana, após o presidente Nicolás Maduro decretar o fechamento da representação diplomática argentina e ordenar a expulsão do país dos diplomatas argentinos. Na ocasião, a bandeira do Brasil foi hasteada no lugar da bandeira Argentina. A Venezuela também expulsou as missões diplomáticas do Chile, da Costa Rica, do Panamá, da República Dominicana e do Uruguai. Jornais de Buenos Aires afirmam que seis opositores ao regime do presidente Nicolás Maduro seguem refugiados na embaixada, que está sitiada com a presença de agentes da Direção de Ações Estratégicas e Táticas, da Policia Nacional Bolivariana, e do Serviço Bolivariano de Inteligência. Segundo a imprensa portenha, a luz da embaixada foi cortada e geradores garantem o fornecimento de energia elétrica. Fonte
Venezuela: foragido, opositor justifica ausências em depoimentos
Com um mandado de prisão aberto contra Edmundo González Urrutia, o ex-candidato à presidência da Venezuela divulgou nesta quinta-feira (5) a carta que enviou ao Ministério Público (MP) do país justificando por que não compareceu aos depoimentos na sede do órgão, em Caracas. Após dizer que reconhece a institucionalidade dos órgãos jurídicos da Venezuela, afirmou que falta fundamento legal nas notificações em que foi citado. Edmundo ainda negou que seja responsável pelo site na internet onde foram publicadas as supostas atas da oposição que dão vitória a ele na eleição de 28 de julho contra Nicolás Maduro. Maria Corina Machado e Edmundo Gonzalez – REUTERS/Maxwell Briceno/Proibida reprodução “A Plataforma Unitária Democrática (PUD) [coalizão que apoiou Edmundo na eleição], em declaração que está anexada, explicou que não era minha responsabilidade a digitalização, resguardo e publicação dos exemplares das atas de escrutínio que receberam nossas testemunhas nas mesas de votação”, afirmou o político. As autoridades venezuelanas afirmam que mais de nove mil atas publicadas são falsas. Já o Tribunal Supremo de Justiça do país, após perícia, ratificou a vitória do presidente Nicolás Maduro em 28 de julho. Porém, os dados da eleição por mesa de votação ainda não foram divulgados publicamente. O Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William, em entrevista à imprensa realizada também nesta quinta-feira, argumentou que a carta de Edmundo é contraditória porque, ao mesmo tempo que diz reconhecer a autoridade do MP, se recusa a se submeter ao sistema de Justiça. “O cidadão González Urrutia faz justiça com as próprias mãos, ou seja, passa a ser a Justiça venezuelana, passa a ser o tribunal, o procurador, a defesa, e diz que é inocente”, afirma Tarek, reforçando que o opositor deve comparecer ao MP. “Apresente-se perante este Ministério Público porque a carta que foi escrita lhe causou dano. Torna-se um agravante na sua situação jurídica, pois nela, como já disse, ele se declara juiz e faz justiça com as próprias mãos”, completou. Como Edmundo não respondeu às três citações para que deponha sobre a investigação aberta contra o site da oposição com as supostas atas, um pedido de prisão foi emitido contra o ex-candidato por “risco de fuga”. Nessa quarta-feira (4), o advogado do opositor, José Vicente Haro, foi até o MP para explicar a ausência do cliente. O mandado de prisão contra a liderança da oposição foi criticado pelos Estados Unidos e visto com “preocupação” pelo Brasil e pela Colômbia, que alegaram que a medida dificulta uma solução pacífica para o conflito entre governo e oposição. Corina Venezuela. Líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado – FOTO REUTERS/Gaby Oraa. Em uma rede social, a líder da oposição María Corina Machado disse que é a responsável pela digitalização das supostas atas que dão vitória à Edmundo. “Tenho orgulho de fazer parte deste poderoso movimento que tornou possível esta extraordinária operação cívica e tecnológica e assumo a responsabilidade pelas atas porque são legais”. Corina Machado indicou Edmundo para concorrer à presidência em seu lugar após ser impedida por irregularidades nas prestações de contas de quando era deputada federal. A principal líder da oposição voltou a dizer que Edmundo é o presidente eleito e afirmou que os militares e policiais “têm um dever constitucional que devem cumprir”. Disse ainda que o MP venezuelano é um “braço de perseguição e terrorismo” e que é ilegítimo. A Carta Na carta divulgada hoje, Edmundo defende que a publicação das atas na internet não usurpa a competência do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é o Poder responsável pelas eleições na Venezuela. “Creio que não usurparam funções do CNE, já que o sistema e a norma eleitoral de Venezuela contempla como uma de suas garantias de confiabilidade a entrega de exemplares de atas de escrutínio a testemunhas [da oposição]”, explicou. Ainda segundo Edmundo, caso comparecesse ao MP, aumentaria a tensão social e política no país. “Ademais de consolidar um contexto de judicialização incriminatória da política que todos devemos rejeitar”, completou. O candidato à presidência da Venezuela disse ainda que é preciso considerar que, nas últimas semanas, diversos representantes do governo o condenaram por antecipação e, “como digo, sem fundamento”. PGR Na entrevista à imprensa, o Procurador-Geral da República, Tarek Saasb, voltou a justificar a investigação aberta contra os responsáveis pela página que publicou as supostas atas questionando o resultado eleitoral de 28 de junho, que deu a reeleição ao presidente Maduro. Para Tarek, o questionamento da oposição motivou a onda de violência que deixou mais de 25 mortos e 190 feridos, “dos quais 100 são policiais e militares, tendo atacado e destruído 400 bens estatais e também privados como escolas, universidades, centros de saúde e educativos”. O Procurador-Geral também questionou as denúncias que organizações de direitos humanos têm feito de supostas violações e detenções arbitrárias durante os protestos pós-eleitorais. Segundo Tarek, nenhuma denúncia formal foi feita às instituições públicas. “Não apresentaram um único caso de ação irregular que viole os direitos humanos por parte de qualquer órgão de segurança do Estado. Quase 40 dias ou 45 dias do 28 de julho eles não apresentaram nenhuma reclamação a ninguém, por quê? porque não existe”, afirmou. Fonte
Em meio a acusações, Honduras denuncia tentativa de golpe de Estado
Após uma crise com a embaixada dos Estados Unidos e em meio a acusações de ligação com narcotráfico, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, denunciou nessa quarta-feira (4) que existe um plano para destruir seu governo e também interferir no próximo processo eleitoral, previsto para 2025. “Depois das ameaças da embaixadora dos Estados Unidos (EUA), acusando o chefe de estado maior conjunto das Forças Armadas e o ex-ministro da Defesa de narcotraficantes, ratifico que a paz e a segurança interior da República estão em risco”, disse Xiomara. Ela acrescentou – em comunicado divulgado nas redes sociais – que um “plano para destruir o meu governo socialista democrático e o próximo processo eleitoral está em marcha. As mesmas forças obscuras, internas e externas, de 2009, com a cumplicidade da mídia corporativa nacional e internacional, estão se reorganizando no nosso país para gestar um novo golpe de Estado que o povo deve repelir”. Na semana passada, a embaixadora dos Estados Unidos em Honduras, Laura F. Dogu, criticou uma reunião de autoridades hondurenhas com autoridades venezuelanas, levando o governo de Honduras a suspender um tratado de extradição que mantinha com o país norte-americano. A diretora do Conselho Nacional Anticorrupção de Honduras, Gabriela Castellanos, publicou, nessa quarta-feira, uma “carta pública” pedindo a renúncia de Xiomara, vinculando o “círculo familiar” da presidente com o narcotráfico. Porém, o documento não apresenta provas de tais vínculos. Repúdio O ex-presidente Manuel Zelaya – deposto em 2009 e esposo da atual presidente – repudiou qualquer acusação contra ele. “Não tenho delitos nem dinheiro proveniente do narcotráfico em meus 72 anos de vida. Quem afirma o contrário o faz com mesquinhos interesses e está mentindo”, afirmou Zelaya, em uma rede social. As acusações também atingiram Carlos Zelaya, parlamentar e cunhado da presidente Xiomara, e José Manuel Zelaya, ex-ministro da Defesa e filho de Carlos Zelaya. Carlos admitiu ao Ministério Público que se reuniu com narcotraficantes em 2013 que queriam financiar campanhas políticas, mas negou saber se tratarem de traficante de drogas. Nessa semana, um vídeo de Carlos Zelaya em reunião, em 2013, com supostos narcotraficantes de Honduras, foi divulgado pelo site estadunidense especializado InSight Crime, alimentando a crise no país centro-americano. O tratado de extradição rompido pelo governo hondurenho na semana passada foi o que permitiu a extradição do ex-presidente do país, Juan Orlando Hernández, acusado de tráfico de drogas. Em junho deste ano, ele foi condenado a 45 anos de prisão por um tribunal em Nova York. Honduras A presidente Xiomara Castro associa essas acusações com 2009, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto por militares. Na ocasião, a mandatária se exilou na embaixada brasileira. O grupo político de Zelaya acusa os EUA de estar por trás dessa deposição. Zelaya mantinha estreitas relações com governos considerados hostis por Washington – como Venezuela e Cuba – e chegou a aderir ao bloco da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba). Ao anunciar a convocação de uma nova Assembleia Constituinte, em 2009, para reescrever a Constituição do país, as Forças Armadas se negaram a organizar o pleito e Zelaya foi deposto. Em 2021, Xiomara Castro – esposa do presidente deposto – foi eleita presidente de Honduras. Fonte
Brasil fala em “preocupação” com ordem de prisão de opositor de Maduro
O governo brasileiro manifestou “profunda preocupação” com a decisão da Procuradoria-Geral da Venezuela de pedir a prisão de Edmundo González, um dos líderes da oposição ao governo de Nicolás Maduro. A nota conjunta com o governo da Colômbia foi divulgada na noite dessa terça-feira (3). Segundo a nota, o pedido de prisão de González afeta os compromissos assumidos nos Acordos de Barbados, quando governo e oposição, mediados pela Noruega, firmaram compromissos envolvendo um processo eleitoral democrático no país sul-americano. “Os governos de Brasil e Colômbia manifestam profunda preocupação com a ordem de apreensão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, no dia de ontem, 2 de setembro. Esta medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência. Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”, afirmaram os governos do Brasil e da Colômbia. O pedido de prisão contra Edmundo González foi emitido após ele não comparecer pela terceira vez à sede do Ministério Público para explicar a publicação de supostas atas eleitorais que dariam vitória a ele nas eleições ocorridas em 28 de julho. A oposição diz ter publicado mais de 80% das atas na internet que comprovariam a vitória de González. O governo, no entanto, acusa a oposição de falsificar mais de 9 mil atas publicadas na rede. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela divulgação do resultado das eleições, afirmou que Maduro venceu o pleito, mas não divulgou as atas eleitorais das mais de 30 mil mesas de votação. Os documentos, no entanto, foram entregues à Justiça no início de agosto. Fonte
Ministério Público da Venezuela pede prisão de líder da oposição
O gabinete do procurador-geral da Venezuela disse nessa segunda-feira (02) que um tribunal emitiu um mandado de prisão para o líder da oposição Edmundo González, acusando-o de incitação e outros crimes em meio a uma disputa sobre se ele ou o presidente Nicolas Maduro venceram a eleição de julho. O procurador-geral Tarek Saab compartilhou uma foto do mandado com a Reuters por meio de uma mensagem no aplicativo Telegram. O Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela e seu tribunal superior declaram que Maduro foi o vencedor da eleição com pouco mais da metade dos votos, mas contagens publicadas pela oposição mostram uma vitória retumbante de González. A oposição, alguns países ocidentais e órgãos internacionais, como um painel de especialistas das Nações Unidas, afirmaram que a votação não foi transparente e exigiram a publicação das apurações completas. A oposição publicou o que diz serem cópias de mais de 80% dos resultados das urnas em um site público, enquanto o conselho eleitoral diz que um ataque cibernético na noite da eleição impediu a publicação dos resultados completos. O procurador-geral Tarek Saab também iniciou investigações criminais contra a líder da oposição María Corina Machado e contra o site de contagem de votos da oposição, enquanto detenções de figuras da oposição e de manifestantes continuaram nas semanas que se seguiram à votação. Os protestos resultaram em pelo menos 27 mortes e cerca de 2.400 prisões. Acusações O promotor Luis Ernesto Duenez solicitou a emissão de um mandado para González por usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência da lei, conspiração e associação, todos supostamente cometidos contra o Estado venezuelano. Um porta-voz de González disse que eles estavam aguardando qualquer notificação de um mandado, mas não fez comentários adicionais. A oposição sempre negou ter cometido qualquer irregularidade. González ignorou três convocações para prestar depoimento sobre o site, potencialmente permitindo que um mandado fosse emitido para ele nesse caso. Advogados consultados pela Reuters disseram que a lei venezuelana não permite que pessoas com mais de 70 anos cumpram penas em prisões, exigindo prisão domiciliar. Gonzalez completou 75 anos na semana passada. Fonte
Vence prazo de 30 dias para Venezuela publicar dados eleitorais
O prazo de 30 dias previsto na Lei Orgânica dos Processos Eleitorais da Venezuela para publicação no Diário Oficial dos resultados da eleição venceu, mas os dados da votação por mesa eleitoral não foram ainda divulgados publicamente. Na decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que validou a vitória do presidente Nicolás Maduro, foi determinada a publicação dos dados no prazo estimulado pela legislação. De acordo com o artigo 155 da lei dos processos eleitorais, deve-se publicar as informações em 30 dias após a proclamação do vencedor, o que ocorreu no dia 29 de julho. Nicolas Maduro, presidente da Venezuela – Reuters/Maxwell Briceno/Reprodução proibida Na semana passada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela informou que acataria a decisão do TSJ. “No lapso da lei, [o CNE] cumprirá com o ordenado pela Sala Eleitoral do TSJ”, afirmou o Poder Eleitoral, em nota. Na página oficial da Imprensa Nacional da Venezuela, onde se publica o Diário Oficial do país, a última atualização é do dia 21 de agosto. Portanto, são 12 dias sem que se atualize as publicações oficiais dos poderes públicos venezuelanos. Na última sexta-feira (30), data que marcou o fim do prazo de 30 dias da proclamação do resultado, a Venezuela amanheceu sem eletricidade em quase todos os estados. O governo denunciou que o apagão foi causado por ações de sabotagem contra o sistema elétrico que buscaram inutilizar a Hidrelétrica de Guri, no estado Bolívar. “É um ataque cheio de vingança e ódio contra a Venezuela, que vem das correntes fascistas que fingiam ser oposição política. Dizemos que estamos preservados e protegidos o Guri”, informou Maduro em uma rede social. A Hidrelétrica de Guri é a principal fonte de energia elétrica da Venezuela. Edmundo Ainda na semana passada, o candidato opositor Edmundo González foi notificado pela terceira vez pelo Ministério Público da Venezuela para que preste depoimento sobre a investigação que apura supostos crimes de “usurpação de funções, forjamento de documento público; instigação à desobediência das leis, delitos informáticos, associação para delinquir e conspiração”. Maria Corina Machado e Edmundo Gonzalez REUTERS/Maxwell Briceno/Proibida reprodução Segundo a notificação, caso não compareça à sede do órgão em Caracas, o Ministério Público pedirá a prisão do opositor por risco de fuga e perigo de obstrução da Justiça. Em nota, a coalização Plataforma Unitária – que apoia Edmundo – afirma que o político é alvo de uma perseguição e que não cometeu nenhuma ilegalidade. O MP investiga os responsáveis pela página na internet onde foram publicadas as supostas atas eleitorais da oposição que dão a vitória à Edmundo González. A investigação cita que a página na internet busca usurpar as competências do CNE, única instituição com poder para publicar os resultados das eleições na Venezuela. O chefe do MP, Tarek William Saab, afirma que os “supostos documentos” são falsificados, “causando a difusão desta informação falsa para agitar a população”. Repressão As denúncias de prisões arbitrárias continuam no país. Organizações de direitos humanos e a oposição acusam o governo Maduro de perseguir e prender lideranças, ativistas e jornalistas. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou as detenções. “Nos casos documentados, a privação de liberdade foi acompanhada por uma série de violações das garantias judiciais, como o confinamento solitário, a imposição de defensores públicos, a falta de comparência em tribunal em tempo útil ou de apresentação perante os tribunais em casos de terrorismo. As pessoas detidas seriam acusadas de crimes como terrorismo ou associação criminosa”, diz a comissão ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA). As autoridades venezuelanas argumentam que estão lutando contra grupos criminosos que promoveram ataques à militantes chavistas e prédios públicos na tentativa de alimentar um golpe de Estado contra o resultado da eleição do dia 28 de julho. Fonte
Ucrânia lança ataque em massa com drones contra a Rússia
Kiev lançou um dos maiores ataques de drones contra a Rússia desde o início da guerra em larga escala, tendo como alvo usinas de energia e uma refinaria de petróleo durante a noite, enquanto as forças de Moscou fizeram novos avanços em direção a uma cidade importante no leste da Ucrânia, disseram autoridades neste domingo (1). A Ucrânia também relatou bombardeios russos em áreas próximas à fronteira compartilhada. Um ataque com mísseis a um comboio de grãos matou um motorista de caminhão, enquanto outro, na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, no nordeste, feriu pelo menos 28, disse. Os combates acontecem em um momento crítico no conflito de dois anos e meio, com a Rússia pressionando uma ofensiva no leste da Ucrânia enquanto tenta expulsar as forças ucranianas que atravessaram sua fronteira ocidental em uma incursão surpresa em 6 de agosto. Na semana passada, a Rússia atacou a Ucrânia com seus ataques aéreos mais pesados da guerra, atingindo instalações de energia, parte de uma campanha de bombardeios de drones e mísseis que mataram milhares de civis e soldados desde o início do conflito em fevereiro de 2022. A Ucrânia, com uma indústria nacional de drones em rápida expansão, intensificou seus próprios ataques à infraestrutura energética, militar e de transporte da Rússia. O país também está pressionando os Estados Unidos e outros aliados por permissão para usar armas mais poderosas fornecidas pelo Ocidente para infligir maiores danos dentro da Rússia e prejudicar a capacidade de Moscou de atacar a Ucrânia. Autoridades russas disseram que unidades de defesa aérea destruíram 158 drones lançados pela Ucrânia durante a noite, e que destroços causaram incêndios na Refinaria de Petróleo de Moscou e na Usina Elétrica de Konakovo, na região vizinha de Tver. As restrições temporárias impostas aos aeroportos de Vnukovo, Domodedovo e Zhukovsky, em Moscou, durante a noite foram suspensas na manhã deste domingo, de acordo com o órgão regulador da aviação Rosaviatsia. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente os relatos de ataques de drones contra a Rússia ou do campo de batalha na Ucrânia, e Kiev ainda não comentou. A Rússia raramente divulga a extensão total dos danos infligidos pelos ataques aéreos da Ucrânia. RÚSSIA AVANÇA EM DONETSK O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que somente na semana passada a Rússia usou 160 mísseis, 780 bombas aéreas guiadas e 400 drones de ataque contra cidades e tropas em toda a Ucrânia, e ele novamente pediu permissão para usar armas fornecidas pelo Ocidente para atacar profundamente a Rússia. “Para dar total defesa e proteger nossas cidades dessa agressão, mais apoio é necessário para uma resposta ucraniana justa”, disse ele no Telegram neste domingo. Zelenskiy pediu “uma decisão sobre ataques de longo alcance em locais de lançamento de mísseis da Rússia, destruição da logística militar russa, abate conjunto de mísseis e drones”. Altos funcionários ucranianos estiveram em Washington na semana passada para levar adiante sua demanda. Os aliados de Kiev estão cautelosos sobre como o presidente russo, Vladimir Putin, responderia caso suas armas fossem usadas contra alvos bem dentro do território russo. Os apelos ocorrem no momento em que a Rússia acelera seus avanços em direção à cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, que é um centro militar vital e uma ligação de transporte para cidades mais ao norte. A Ucrânia esperava que sua incursão surpresa na região russa de Kursk, lançada no mês passado, forçaria a Rússia a redistribuir tropas e aliviar a pressão sobre as forças sitiadas no leste, mas até agora isso não parece ter surtido o efeito desejado. O ministério da defesa da Rússia disse neste domingo que suas forças capturaram mais dois assentamentos na região de Donetsk, incluindo Ptyche, a apenas 21 km a sudeste de Pokrovsk, e estavam “continuando a avançar profundamente nas defesas inimigas”. As forças russas também capturaram o assentamento de Vyimka, disse. O principal comandante da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, disse que a situação era “difícil” em torno da principal linha de ataque da Rússia no leste da Ucrânia, mas que todas as decisões necessárias estavam sendo tomadas. Em Kharkiv, o prefeito Ihor Terekhov disse que 28 pessoas ficaram feridas em um ataque aéreo russo. O governador regional Oleh Syniehubov disse que entre elas estavam uma criança de seis anos e dois médicos. (Reportagem adicional de Lucy Papachristou e Mark Trevelyan) *É proibida a reprodução deste conteúdo. Fonte
ONU inicia vacinação contra poliomielite em crianças de Gaza
As Nações Unidas, em colaboração com as autoridades de saúde palestinas, começaram a vacinar 640.000 crianças na Faixa de Gaza neste domingo (1), com Israel e o Hamas concordando com breves pausas em sua guerra de 11 meses para permitir que a campanha prossiga. A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou no mês passado que um bebê ficou parcialmente paralisado pelo vírus da poliomielite tipo 2, o primeiro caso desse tipo no território em 25 anos. A campanha começou neste domingo em áreas do centro de Gaza e se moverá para outras áreas nos próximos dias. Os combates serão interrompidos por pelo menos oito horas em três dias consecutivos. A OMS disse que as pausas provavelmente precisarão se estender para um quarto dia e que a primeira rodada de vacinações levará pouco menos de duas semanas. Crianças, escoltadas por membros de suas famílias, lotaram uma clínica administrada pela ONU na cidade central de Gaza, Deir Al-Balah, onde cerca de um milhão de pessoas estavam abrigadas, de acordo com autoridades palestinas. Equipes médicas marcaram as crianças que receberam as gotas com uma caneta em seus dedos. “Vim à clínica da UNRWA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina] hoje para vacinar minhas filhas contra a pólio e, se Deus quiser, não veremos mais nenhuma doença além das doenças que já estamos enfrentando. Espero que voltemos para nossas casas sãs e salvas”, disse Afnan Al-Muqayyad. A poliomielite era apenas uma das muitas preocupações de Al-Muqayyad. “Doenças de pele são comuns, não há detergentes, os detergentes são muito caros e não podemos pagar por eles. Além disso, a comida é muito cara, tudo é caro, e o peso das crianças está caindo, elas estavam bem antes, mas agora estão ficando muito magras. Espero que Deus corrija as coisas”, disse ela. Campanha complexa Juliette Touma, diretora de comunicações da UNRWA, disse que a campanha de vacinação foi enorme e “uma das mais complexas do mundo”. “Hoje é o momento de teste para as partes em conflito respeitarem essas pausas de área para permitir que as equipes da UNRWA e outros profissionais médicos alcancem as crianças com essas duas gotas muito preciosas. É uma corrida contra o tempo”, disse Touma à Reuters. Israel e o Hamas, que até agora não conseguiram fechar um acordo que encerrasse a guerra, disseram que cooperariam para permitir que a campanha tivesse sucesso. Autoridades da OMS dizem que pelo menos 90% das crianças precisam ser vacinadas duas vezes, com quatro semanas de intervalo entre as doses, para que a campanha tenha sucesso, mas ela enfrenta enormes desafios em Gaza, que foi amplamente destruída pela guerra. “As crianças continuam expostas, ela (a doença) não conhece fronteiras, postos de controle ou linhas de combate. Toda criança deve ser vacinada em Gaza e Israel para conter os riscos de disseminação dessa doença cruel”, disse Touma. Enquanto isso, as forças israelenses continuaram a lutar contra militantes liderados pelo Hamas em várias áreas do enclave palestino. Moradores disseram que tropas do exército israelense explodiram várias casas em Rafah, perto da fronteira com o Egito, enquanto tanques continuaram a operar no subúrbio de Zeitoun, no norte da Cidade de Gaza. No domingo, Israel recuperou os corpos de seis reféns de um túnel no sul de Gaza, onde eles foram aparentemente mortos pouco antes de as tropas israelenses chegarem até eles, disseram os militares. A guerra foi desencadeada depois que militantes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, segundo dados israelenses. Desde então, pelo menos 40.691 palestinos foram mortos e 94.060 ficaram feridos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do enclave. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Fonte
ONU prepara vacinação em Gaza enquanto Israel continua bombardeios
Ataques israelenses mataram pelo menos 48 pessoas na Faixa de Gaza neste sábado, disseram autoridades de saúde palestinas, enquanto confrontos aconteciam nas áreas central e sul do enclave antes do início planejado de uma campanha de vacinação contra a poliomielite. As Nações Unidas devem começar a vacinar cerca de 640 mil crianças no território contra a poliomielite, contando com pausas diárias de oito horas nos combates entre as forças israelenses e os militantes do Hamas em áreas específicas do enclave. Yousef Abu Al-Reesh, vice-ministro da Saúde de Gaza, disse que as equipes de vacinação tentariam chegar ao maior número possível de áreas para garantir ampla cobertura, mas ele disse que somente um cessar-fogo abrangente poderia garantir que um número suficiente de crianças fosse alcançado. “Se a comunidade internacional realmente quer que esta campanha tenha sucesso, ela deve pedir um cessar-fogo, sabendo que este vírus não para e pode chegar a qualquer lugar”, disse ele a repórteres no Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul do país. Neste sábado, médicos administraram vacinas em algumas crianças nas enfermarias do Hospital Nasser, em um movimento simbólico antes do início oficial da campanha. A campanha ocorre após a confirmação, na semana passada, de que um bebê ficou parcialmente paralisado pelo vírus da poliomielite tipo 2, o primeiro caso desse tipo no território em 25 anos. Autoridades da OMS dizem que pelo menos 90% das crianças precisam ser vacinadas duas vezes, com quatro semanas de intervalo entre as doses, para que a campanha tenha sucesso, mas ela enfrenta enormes desafios em Gaza, que foi amplamente destruída por quase 11 meses de guerra. No sábado, enquanto mais de 2.000 profissionais médicos e comunitários se preparavam para o início da campanha, médicos em Nuseirat, um dos oito campos de refugiados históricos da Faixa de Gaza, disseram que ataques israelenses separados mataram pelo menos 19 pessoas, incluindo nove membros da mesma família. Mais de 30 outras pessoas foram mortas em uma série de ataques em outras áreas de Gaza, disseram médicos. Moradores e fontes militantes disseram que combatentes do Hamas, da Jihad Islâmica e de outros grupos lutaram contra forças israelenses no bairro de Zeitoun, ao norte de Gaza, onde tanques operam há dias, e em Rafah, perto da fronteira com o Egito. O exército israelense disse em uma declaração que continuou a operar no centro e no sul da Faixa de Gaza. Também afirmou que as tropas mataram militantes e desmantelaram a infraestrutura militar na Cidade de Gaza, enquanto localizavam armas e matavam atiradores em Tel Al-Sultan, no oeste de Rafah. Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, famílias retornaram para suas áreas depois que o exército encerrou uma ofensiva de 22 dias que, segundo ele, tinha como objetivo impedir que o Hamas se reagrupasse. Imagens mostraram grandes áreas arrasadas, e prédios e infraestrutura foram destruídos. Médicos disseram que recuperaram pelo menos nove corpos na área onde o exército operava. O episódio mais recente no conflito israelense-palestino de décadas foi desencadeado em 7 de outubro do ano passado, quando combatentes do Hamas atacaram Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, de acordo com contagens israelenses. O ataque subsequente de Israel ao enclave governado pelo Hamas matou mais de 40.600 palestinos, de acordo com o ministério da saúde local. Quase toda a população de Gaza de 2,3 milhões foi deslocada e o enclave tem uma crise de fome. Israel enfrenta alegações de genocídio no Tribunal Mundial que nega. Fonte
Tufão atinge Japão e provoca alertas de inundações e deslizamentos
O tufão Shanshan inundou grandes áreas do Japão com chuvas torrenciais nesta sexta-feira (30), provocando alertas de enchentes e deslizamentos de terra a centenas de quilômetros do centro da tempestade, interrompendo os serviços de viagem e parando a produção de grandes fábricas. Pelo menos quatro pessoas morreram e 99 ficaram feridas em incidentes relacionados à tempestade nos últimos dias, de acordo com a Agência de Gerenciamento de Desastres. A tempestade, que, segundo as autoridades, pode ser uma das mais fortes que já atingiu a área, chegou à região de Kyushu, no sudoeste, nessa quinta-feira, e os moradores estavam avaliando os danos após uma noite de chuvas e ventos fortes. Yu Fukuda, 67 anos, que administra uma fazenda de peixes e um restaurante na cidade turística de Yufu, na prefeitura de Oita, disse que chegou na manhã de hoje e descobriu que as águas da enchente, com um metro de altura, haviam inundado o local. “Havia marcas nas janelas e em todos os lugares. Havia marcas de lama e sujeira, então eu podia dizer o quanto a água havia subido. Fiquei muito triste”, disse à Reuters, enquanto sua equipe e parentes limpavam os destroços de redes de pesca e peixes mortos. “Gostaria que o tufão tivesse passado rapidamente, mas ele ficou aqui por muito tempo”, afirmou. Com rajadas de até 180 quilômetros por hora, fortes o suficiente para derrubar caminhões em movimento, o tufão estava próximo à cidade costeira de Matsuyama, na província de Ehime, às 15h45 (horário local), e se deslocava para o leste, segundo as autoridades. Cerca de 250 mil residências em sete prefeituras ficaram sem energia ontem em Kyushu, de acordo com a Kyushu Electric Power Co, mas muitos tiveram os serviços restaurados. O ar quente e úmido que flui ao redor do tufão provocou níveis recordes de chuva em algumas áreas distantes da tempestade principal, o que, segundo as autoridades, é preocupante devido ao movimento mais lento do que o esperado pelo país. Avisos aconselhando os moradores a se retirarem foram emitidos para mais de 3,3 milhões de pessoas em todo o país, principalmente na área duramente atingida de Kyushu e nas regiões central e leste, incluindo a capital Tóquio e a vizinha Yokohama. As autoridades desses locais alertaram sobre possíveis deslizamentos de terra e rios transbordando devido às fortes chuvas. Shizuoka, uma grande cidade no centro do Japão, registrou mais de 500 milímetros de chuva nas últimas 72 horas, o maior volume desde que a agência meteorológica começou a coletar os dados em 1976. Até ontem, apenas cerca de 30 mil pessoas haviam sido retiradas, principalmente em Kyushu, segundo o ministro de Gerenciamento de Desastres, Yoshifumi Matsumura. Espera-se que a tempestade se aproxime das regiões central e leste, que inclui Tóquio, no fim de semana e no início da próxima semana, informou a agência meteorológica. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Fonte
Além do Brasil, Musk tem atritos com europeus, Austrália e Inglaterra
Controlada pelo multibilionário Elon Musk, a rede social X, o antigo Twitter, tem colecionado atritos com autoridades de diversos países, desde o Brasil, até a Austrália, a Inglaterra, o bloco da União Europeia (UE), a Venezuela, entre outros. Enquanto na UE, no Brasil e na Austrália, Musk apela à retórica da “liberdade de expressão” irrestrita, na Índia e na Turquia, a plataforma X tem acatado decisões judiciais com suspensões de conteúdos e de perfis sem denunciar suposta “censura”. Na Índia, a plataforma excluiu das redes um documentário da mídia inglesa BBC crítico ao primeiro-ministro do país asiático, Narendra Modi. No Brasil, Musk fechou o escritório da plataforma X e tem evitado prestar contas à Justiça brasileira. Ele é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das milícias digitais que apura a atuação de grupos que supostamente se organizaram nas redes para atacar o STF, seus membros e a eleição brasileira de 2022. Sede da plataforma X, no centro de São Francisco, na Califórnia – Reuters/Carlos Barria/Proibida reprodução A especialista em direito digital Bruna Santos, gerente de Campanhas Global na Digital Action, destacou que, desde que assumiu a plataforma, Musk tem desmontado os setores da companhia de regulação de conteúdo. “Musk tem se demonstrado mais refratário em países onde se tentou regular a internet de uma maneira um pouco mais efetiva, como caso da Austrália, onde estão discutindo a remuneração de conteúdo de jornalismo. Ou no caso do Brasil, onde a Suprema Corte está bastante ativa e tinha, até abril deste ano, uma discussão sobre uma possível nova regulação de plataformas digitais”, afirmou. Representante da Coalizão por Direitos na Rede, Bruna acrescentou que, por outro lado, a plataforma tem colaborado com governantes que têm alinhamento com os posicionamentos do empresário, lembrando ainda que a monarquia da Arábia Saudita é um dos acionistas da plataforma. “[A plataforma] segue tomada por conteúdos ilegais. Conteúdos que fazem apologia a drogas e que também falam sobre pornografia. Isso demonstra muito que, desde a entrada do Musk, o Twitter tem aplicado essa visão política de uma liberdade de expressão absoluta, não abrindo para nenhum tipo de discussão sobre eventual ilegalidade ou dano gerado por conteúdos a terceiros”, destacou a especialista. No Brasil, a liberdade de expressão tem limites. A legislação proíbe, por exemplo, defender ideologias nazistas ou racistas, incentivar golpe de Estado, incentivar a animosidade entre as Forças Armadas e outras instituições, fazer apologia a crimes ou ameaçar pessoas. O bilionário Elon Musk, proprietário da rede social X – Reuters/Divulgação União Europeia Na União Europeia (UE), a primeira investigação contra uma plataforma digital com base na Lei de Serviços Digitais (DSA), aberta em dezembro de 2023, foi contra a rede social X por falta de transparência e por suposta disseminação de desinformação. Em julho deste ano, a Comissão Europeia emitiu conclusões preliminares afirmando que a plataforma está violando as leis locais. O relatório diz que a verificação de contas da rede é enganosa porque qualquer um pode se inscrever para obter status de “verificado”, desde que pague por isso. “Há evidências de atores maliciosos motivados abusando da ‘conta verificada’ para enganar os usuários”, disse a comissão. A verificação ocorre quando um usuário recebe um identificar – o “selo azul” – que, em tese, fornece maior confiabilidade ao usuário. Se a rede social for declarada culpada por violar as regras da União Europeia, a plataforma pode sofrer multas de até 6% do faturamento anual da companhia, entre outras medidas. Em resposta, o bilionário acusou o órgão regulador do bloco europeu. “A Comissão Europeia ofereceu a X um acordo secreto ilegal: se censurássemos discretamente a fala sem contar a ninguém, eles não nos multariam”, disse. Austrália A rede social X também se chocou com as autoridades australianas. O primeiro-ministro do país, Anthony Albanese, chamou Musk de “bilionário arrogante, que pensa que está acima da lei”. O atrito ocorreu porque a rede social X se negou a acatar decisões judiciais para remover conteúdos violentos e considerados extremistas, como o vídeo de um atentado à faca contra um bispo que circulava nas redes, e que estariam estimulando o ódio e mais violência, segundo as autoridades do país. Na rede social, Musk voltou a acusar as ordens judiciais de censura. “O comissário de censura australiano está exigindo proibições globais de conteúdo”, disse o bilionário. Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan – Presidential Press Office/Handout via Reuters/Direitos reservados Turquia O megaempresário não age da mesma forma em todos os países. Na Turquia, a rede tem removido conteúdos e perfis a pedido de autoridades sem que, por isso, o governo seja acusado de censura. Em maio de 2023, a plataforma suspendeu perfis e conteúdos após ordens judiciais às vésperas da eleição presidencial que reelegeu Recep Tayyip Erdogan. “Em resposta ao processo legal e para garantir que o Twitter continue disponível para o povo da Turquia, tomamos medidas para restringir o acesso a alguns conteúdos na Turquia hoje”, informou a plataforma. Perguntado por um jornalista sobre o motivo de ter atendido ao pedido das autoridades turcas sem questionar, Musk respondeu: “A escolha é restringir totalmente o Twitter ou limitar o acesso a alguns tweets. Qual deles você quer?”. Em setembro de 2023, a Reuters informou que o presidente turco e a Tesla – fábrica de automóveis elétricos de Musk – negociavam a instalação de uma planta da companhia no país. Primeiro-ministro da República da Índia, Narendra Modi – Valter Campanato/Agência Brasil Índia Na Índia, em janeiro de 2023, a plataforma removeu conteúdos relacionados a um documentário da BBC que relata a repressão contra a minoria mulçumana no estado de Gujarat, quando o atual primeiro-ministro Modi governava a província. Estima-se que mais de mil pessoas tenham sido assassinadas. Em entrevista à própria BBC depois, Musk disse não ter conhecimento do caso específico. “As regras na Índia sobre o que pode aparecer nas mídias sociais são bastante rígidas e não podemos ir além das leis do país”, disse Musk, de acordo com informações divulgadas pela Reuters. Inglaterra Nas últimas semanas, Musk ainda entrou em atrito com autoridades inglesas no contexto dos protestos da extrema-direita que atacaram residências e comércios de imigrantes após uma