Estresse por estupro pode afetar o sistema imunológico
O organismo de mulheres vítimas de estupro acometidas por transtorno de estresse pós-traumático (Tept), mesmo diante de melhora nos sintomas de depressão e ansiedade após tratamento, continuou apresentando uma resposta ao estresse. A conclusão é de pesquisa realizada no ambulatório do Programa de Pesquisa e Atenção à Violência e ao Estresse Pós-traumático (Prove), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Um ano depois do início do tratamento, quando os pesquisadores avaliaram o cortisol – hormônio que ajuda a controlar o estresse – e das citocinas inflamatórias – que conduzem a resposta inflamatória –, eles tinham uma alteração considerada importante. “Essa questão de continuar, depois de um ano, com o cortisol alto, mostrando que tem uma reação ao estresse ainda ali acontecendo, e essas citocinas inflamatórias ainda altas e alteradas, corrobora com essa nossa hipótese de que, sim, existe uma neuro progressão, e o trauma sexual é algo tão grave que mesmo melhorando a sintomatologia clínica o organismo continua tendo uma resposta ao estresse alterado”, explicou Andrea Feijó de Mello, professora do Departamento de Psiquiatria da Unifesp. As alterações constatadas no estudo estão ligadas, em geral, a doenças do sistema imunológico e do estresse. “A alteração crônica do cortisol é ligada a várias doenças, então [há] risco maior para diabetes, para doenças cardíacas, para doenças autoimunes, como psoríase, lúpus, artrite reumatoide”. “Se isso perdura, provavelmente vai causar consequências, tanto psíquicas, como a pessoa não ter uma melhora dos sintomas de estresse pós-traumático, quanto clínicas, como talvez desenvolvimento de doenças ligadas a alterações do cortisol cronicamente ou das citocinas inflamatórias”, disse. As mulheres que integraram o estudo foram atendidas inicialmente no Hospital Pérola Byington, centro de referência em saúde da mulher na cidade de São Paulo, e depois foram encaminhadas ao Prove, onde receberam tratamento para o estresse pós-traumático. Segundo Andrea Mello, em torno de 45% das vítimas de estupro vão desenvolver Tept. Foram 74 mulheres iniciadas no estudo, mas 49 terminaram o protocolo. Uma parte recebeu tratamento medicamentoso, enquanto outra passou por terapia interpessoal. Ambas tiveram melhora nos sintomas clínicos após as intervenções, relacionados a depressão e ansiedade, por exemplo. “O nosso tratamento foi suficiente para os sintomas psíquicos relacionados a isso [Tept], mas não [foi eficaz] com a alteração biológica que está acontecendo por trás desse processo”, disse Andrea Mello. “Pesquisas futuras seriam necessárias para seguir essas pessoas por mais tempo do que um ano para entender o que acontece nesse sistema. O que a gente entendeu nesse momento é que esse sistema está hiperativado e que isso pode causar consequências danosas ao longo do tempo”, pontuou a pesquisadora. Estatística A cada 8 minutos, uma menina ou mulher foi estuprada no primeiro semestre deste ano no Brasil, maior número da série iniciada em 2019 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Foram registrados 34 mil estupros e estupros de vulneráveis de meninas e mulheres de janeiro a junho, o que representa aumento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados de violência compilados correspondem aos registros de boletins de ocorrência em delegacias de Polícia Civil de todo o país. Como há subnotificação de casos de violência sexual, os números de estupro podem ser ainda maiores. Fonte
Filhos de isolados por hanseníase no passado vão receber pensão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta sexta-feira (24) a lei que institui o pagamento de pensão para os filhos de pessoas que foram isoladas em colônias de pacientes com hanseníase no século passado, sendo separados de seus pais. Os valores de indenização e os trâmites para o recebimento serão regulamentados em decreto que será publicado posteriormente. O isolamento de pessoas com hanseníase aconteceu de forma mais intensa até a década de 1950, sendo reduzida a partir dos anos 1960. A política que determinava isolamento e internação compulsória de pessoas com a doença foi respaldada oficialmente pelo Estado até 1976. A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos. Conforme estimativa do Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase (Morhan), cerca de 15 mil pessoas podem ser beneficiadas diretamente pela nova lei. Na cerimônia de assinatura da lei, no Palácio do Planalto, o presidente Lula disse que o Estado falhou com essas famílias e que é preciso pedir desculpas e construir políticas públicas para reparar os danos sociais que a segregação causou. “Nenhum dinheiro no mundo é capaz de compensar ou apagar as marcas que a segregação provocou na alma e no coração das pessoas portadoras de hanseníase e suas famílias. Mas estender aos filhos o direito a pensão especial é dar mais um passo importante para a reparação de uma dívida enorme que o Brasil tem com aqueles que durante anos foram privados dos cuidados e carinho de seus pais”, disse. Lula também defendeu uma campanha de orientação para que a população possa descobrir os primeiros sinais da doença e para acabar com o preconceito. “Não tem mais sentido ter vergonha de ser chamado de leproso, de hanseniano, porque é uma doença que tem cura se for tratada”. Em 2007, durante o segundo mandato do presidente Lula, foi instituída a Lei Nº 11.520, que passou a conceder pensão especial para pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios. A lei assinada nesta sexta-feira por Lula também estabelece que o valor pago às pessoas que ficaram isoladas não poderá ser inferior a um salário mínimo nas pensões. Atualmente, há cerca de 5,5 mil pessoas acometidas pela hanseníase que chegaram a ser isoladas compulsoriamente e ainda estão vivas. Separação A vítima de isolamento compulsório Maria de Fátima de Lima e Silva teve oito filhos, e todos foram separados dela logo após o nascimento. Hoje, ela só conhece quatro filhos. “Naquele tempo, quando a gente que era doente e tinha filho, tinha que doar para os sadios, porque não podia criar”, relatou. Kátia Regina Pereira de Souza, filha de Maria de Fátima, foi separada da mãe ao nascer, mas conseguiu reencontrá-la depois de anos. “Essa reparação não vai apagar meu passado, mas vai me dar mais dignidade de vida. E é uma lição para o país, que não se deve fazer isso com ninguém”, disse Kátia. O coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Francisco Faustino Pinto, pediu ao governo que amplie as ações para diagnóstico precoce da doença, além de novos medicamentos, novos exames, prevenção das incapacidades físicas, reabilitação, cirurgias estéticas e para melhorar a mobilidade. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que o Sistema Único de Saúde disponibilizará testes rápidos para avaliação dos contatos dos pacientes e, a partir de 2024, oferecerá novos testes laboratoriais de biologia molecular para aperfeiçoar o diagnóstico. Ela também lembrou que o governo instituiu o Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente, que atua para eliminação da hanseníase. Segundo a ministra, no século passado, o isolamento era feito em nome da ciência, e era visto como algo moderno. “Vamos trabalhar juntos para que essa agenda de hoje seja um momento de reparação histórica necessária e que seja uma reparação não apenas para filhos e pais separados, mas também para a ciência, que precisa mudar o seu modo de ver e, sobretudo, para a nossa sociedade”, avaliou. Fonte
Incidência de doenças crônicas é 50% maior entre pretos que em brancos
O percentual de pessoas que convive com múltiplas doenças crônicas é 50% maior entre as pessoas pretas do que entre as brancas, mostra Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil). A pesquisa, que acompanha a saúde de 15 mil adultos e idosos, é conduzida desde 2008 por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade de São Paulo (USP) e das universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), do Espírito Santo (Ufes), da Bahia (UFBA) e do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo o estudo, para cada grupo de dez brancos, participantes do estudo, com seis ou mais doenças crônicas, havia 13 pessoas pardas e 15 pretas. A pesquisa mostra, no entanto, que são as mulheres as mais afetadas pela condição classificada como multimorbidade, com seis ou mais doenças crônicas. Nesse grupo, 9,7% das mulheres são pretas, enquanto 5,7% brancas. Entre os homens brancos, o índice ficou em 3,6% e em 2,3% para os homens pretos. Em relação às doenças que afetam mais as pessoas pretas, está a diabetes mellitus, que, conforme o estudo, atinge 27,7% dessa população. Para as pessoas brancas, o percentual fica em 16,6% e para as pardas, 19,9%. Os números são relativos aos anos de 2008 e 2010. A hipertensão apresentou uma incidência de 48,3% entre as pessoas pretas, 37,1% entre as pardas e 31,1% entre as brancas. As doenças renais crônicas afetavam 11,1% dos participantes negros, 9,2% dos pardos e 7,9% dos brancos. O boletim do Elsa elaborado a partir do recorte racial afirma que as diferenças observadas são resultado do racismo na sociedade brasileira, que “determina experiências de discriminação ao longo da vida, produzindo e mantendo desigualdades socioeconômicas (como na escolaridade e na renda), moradia, acesso a bens e serviços”. A escolaridade é um dos dados que explicita essas diferenças. As mulheres brancas participantes da pesquisa têm um índice de 68% com acesso ao ensino superior. Para as mulheres pretas, o percentual fica em 30%, e para os homens pretos, 23%. Fonte
Mortes maternas de negras são mais que o dobro que de brancas
Dados de 2022 mostram que a mortalidade materna entre mulheres negras é mais que o dobro em comparação a de mulheres brancas. Foram 100,38 mortes de mães pretas para cada 100 mil nascidos vivos, contra 46,56 de mães brancas. No caso das pardas, a incidência é de 50,36. O levantamento consta na Pesquisa Nascer no Brasil II: Inquérito Nacional sobre Aborto, Parto e Nascimento, elaborada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz, divulgada nesta quinta-feira (23). De acordo com o estudo, a diferença de mortalidade materna entre negras e brancas é uma realidade constante no país. Em 2016, as mortes maternas de negras somavam 119,4 por 100 mil nascidos vivos, enquanto as de mulheres brancas eram 52,9. Durante a pandemia, em 2020 e 2021, as proporções aumentaram: 194,8 em mulheres negras e 121 para brancas em 2021. No ano anterior, 127,6 negras e 64,8 brancas. O indicador apura mortes registradas em até 42 dias após o fim da gestação, provocadas por causas ligadas à gestação, ao parto e ao puerpério. O Brasil assumiu compromisso das Nações Unidas de reduzir a razão para 30 mortes maternas a cada 100 mil nascidos vivos até 2030. Causas O estudo aponta uma série de causas para a mortalidade materna maior entre a população feminina negra e parda. Entre elas, pré-natal tardio, doenças, gestação precoce, local de internação e peregrinação para conseguir fazer o parto. Pré-natal tardio: 13,4% das mulheres pretas e pardas iniciaram o atendimento no segundo trimestre da gravidez – considerado tardio. Entre as brancas, o percentual é de 9,1%. Morbidade: quanto à presença de uma doença na gestação, as gestantes negras apresentam os maiores percentuais. Hipertensão arterial grave (58,5% negras, 54,8% pardas e 50,1% brancas) e pré-eclâmpsia grave (26,5% negras, 25% pardas e 16,9% brancas). Idade da gestação: a maioria das grávidas pretas e pardas tem entre 10 e 19 anos, 15,9% e 13,8%, respectivamente. As gestantes brancas são maioria nos casos de gestações após 35 anos, 18%. Local de internação: mulheres pretas e pardas se internam mais em hospitais públicos para parto ou aborto em comparação às brancas: 66,9%, 63% e 55,2%. Por região, Nordeste tem índices mais altos de gestantes pardas (31%) e o Sudeste, de brancas (39,6%) e pretas (41,6%). Peregrinação para o parto: Quase 20% das mulheres pardas e 19% de pretas tiveram de procurar atendimento médico em mais de uma unidade de saúde para o parto. A mesma situação foi enfrentada por 14% das brancas. Ações O Ministério da Saúde informa que várias medidas estão sendo adotadas para reverter esse cenário. Uma das prioritárias é a construção de 30 maternidades e 30 centros de parto normal, previstos no Novo PAC, programa de investimento do governo federal, no valor de mais de R$ 93,8 milhões. No total, o PAC na Saúde desembolsará R$ 30,5 bilhões nos próximos quatro anos em melhorias na rede pública. Outras medidas são a contratação de 30 mil profissionais pelo Mais Médicos, até o fim do ano, que poderão oferecer pré-natal e acompanhamento das gestantes em regiões de maior vulnerabilidade social e repasse de R$ 870 milhões, neste ano, a estados e municípios para custeio de equipes multiprofissionais (nutricionistas, fisioterapeutas, pediatras, psicólogos, ginecologistas e farmacêuticos). Fonte
Obesidade cresceu em crianças e adolescentes brasileiras na pandemia
O número de crianças e adolescentes com excesso de peso aumentou no país entre 2019 e 2021, período que abrange a pandemia de covid-19. Segundo levantamento do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância – Fiocruz/Unifase), houve crescimento de 6,08% no grupo das crianças de até 5 anos de idade. Entre aqueles com 10 a 18 anos, o crescimento foi de 17,2%. O excesso de peso inclui tanto os casos de sobrepeso como os de obesidade. Os dados do estudo são baseados no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan-WEB), ferramenta que monitora indicadores de saúde e nutrição. Segundo os pesquisadores, a diminuição de exercícios físicos e o desajuste na alimentação são as principais explicações para os problemas de peso. “A obesidade infantil e de adolescentes no Brasil ainda é uma grande preocupação de saúde pública. Apesar de observarmos uma queda nos últimos anos, o Brasil ainda possui números acima da média global e da América Latina. Nos anos de pandemia, observamos um aumento nos índices de obesidade infantil, possivelmente como consequência do aumento no consumo de ultraprocessados durante o período de isolamento”, explica Cristiano Boccolini, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e coordenador do Observa Infância. Pós-pandemia O cenário começa a melhorar no período seguinte, entre 2021 e 2022, mas ainda com percentuais altos. O número de crianças com excesso de peso teve um recuo de 9,5% e o de adolescentes queda de 4,8%. Em 2022, a taxa de crianças de até cinco anos com excesso de peso era de 14,2%. A de adolescentes estava em 31,2%. O último grupo é o que mais preocupa os pesquisadores do Observa Infância. Pelas análises das séries históricas, há uma tendência de queda do problema entre as crianças, principalmente depois do período de isolamento. Mas entre os adolescentes, a queda aconteceu apenas entre 2021 e 2022. No longo prazo, a tendência é de crescimento do excesso de peso. A comparação com outros países mostra que a situação no Brasil é mais crítica. Aqui, em 2022, há três vezes mais crianças com excesso de peso do que a média global (14,2% no Brasil e 5,6% na média global). Sobre os adolescentes, a média nacional é quase o dobro da global: 31,2% contra 18,2%. “Acreditamos que os altos números da obesidade infantil no Brasil devem muito à falta de regulação dos alimentos ultraprocessados no país. A partir de outubro de 2023 passa a vigorar plenamente a nova rotulagem frontal dos alimentos industrializados, indicando os excessos de sal, gorduras saturadas e açúcares na parte frontal das embalagens. As crianças são muito suscetíveis a esses produtos e acreditamos que a implementação dessa política terá algum impacto nos números de obesidade a partir deste ano”, diz Boccolini. “Este estudo serve como um chamado à ação para políticas públicas, profissionais de saúde, escolas e famílias para redobrar os esforços na luta contra a obesidade infantil, garantindo um futuro mais saudável para as crianças do Brasil.” Fonte
Saúde quer vacinar 6,6 milhões de pessoas contra a gripe no Norte
Com o início do Inverno Amazônico, período de maior circulação viral e de transmissão da gripe na região, o Ministério da Saúde inicia nesta quarta-feira (22) uma ação de mobilização para incentivar a vacinação contra a influenza na Região Norte. A ação segue até o dia 15 de dezembro, com o Dia D previsto para o próximo sábado (25). A estimativa da pasta é que 6,6 milhões de pessoas sejam imunizadas. Foram enviadas 7 milhões de doses da vacina trivalente, que protege contra as três cepas que mais circulam no Brasil. Em nota, o ministério reforçou que a vacina contra a gripe pode ser administrada junto a outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação. Crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez devem tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias entre cada uma. Podem se vacinar: – crianças de 6 meses a menores de 6 anos; – crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos; – trabalhadores da saúde; – gestantes; – puérperas; – professores dos ensinos básico e superior; – povos indígenas; – idosos com 60 anos ou mais; – pessoas em situação de rua; – profissionais das forças de segurança e de salvamento; – profissionais das Forças Armadas; – pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade); – pessoas com deficiência permanente; – caminhoneiros; – trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso); – trabalhadores portuários; – funcionários do sistema de privação de liberdade; – população privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos). Fonte
Em São Paulo, Museu Catavento abre mostra sobre história das vacinas
Em cartaz até julho do ano que vem, a exposição Vacinas: Uma Vitória de Todos, organizada pela Sociedade Brasileira de Imunizações e o Museu Catavento, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta ao público, de forma imersiva e interativa, a história e a importância das vacinas na proteção do ser humano contra doenças mortais. Mostra terá duração de oito meses na Sala Multiuso do Museu Catavento. A exposição começa com o painel intitulado Um Mundo Sem Vacinas, no qual é possível conhecer as consequências devastadoras de doenças que eram previamente incuráveis ou fatais. No painel Um mundo com vacinas, os visitantes tê acesso a dados impressionantes e comparativos sobre a taxa de mortalidade em diferentes épocas, evidenciando o impacto positivo das vacinas na proteção das vidas humanas. Em O Ataque dos microrganismos, os visitantes podem explorar a evolução e a natureza dos vírus e bactérias, compreendendo sua capacidade de se espalhar e causar danos à saúde humana. O evento também lembra os marcos cruciais na história das vacinas, destacando Os Primeiros Imunizantes da História e a Primeira Vacina., que mostra as primeiras tentativas de imunização na antiguidade e os primeiros êxitos da era moderna, com destaque para história da descoberta da vacina contra varíola. Com informações sobre as várias abordagens e tecnologias utilizadas para criar imunizantes eficazes o painel Tipos de Vacinas, apresenta aos visitantes as diferentes vacinas que protegem contra diversas doenças pelo fortalecimento do sistema imunológico. No módulo Como Atua uma Vacina com Vírus Atenuado serão apresentadas holografias animadas sobre processos de desenvolvimento de vacinas com vírus atenuado e de imunização. O módulo também contar com painel interativo hands on onde os visitantes interagiem com maquetes de células, vírus e vacinas para realizarem os mecanismos de imunização das vacinas de maneira lúdica e interativa. Fake news Para ressaltar o momento atual, os visitantes têm acesso ao tema As Fake News que Matam no qual serão alertados, para a propagação de informações falsas sobre vacinas e seu impacto na saúde pública, destacando a importância da educação e conscientização na luta contra a desinformação. No painel Programa Nacional de Imunizações são apresentados os esforços coordenados de governos e instituições para garantir o acesso equitativo a vacinas eficazes. No último painel, Seja um guardião da sua saúde, os visitantes são convocados a se vacinar e têm acesso aos calendários de vacinação para as diferentes faixas etárias e grupos. Sociedade Brasileira de Imunizações “A ideia de divulgar a importância e o valor das vacinas para o público jovem, adolescentes, crianças é uma ideia antiga da Sociedade Brasileira de Imunizações. Sempre entendemos que ter o espaço de um museu com o conteúdo de curadoria nossa, no qual pudéssemos retratar os benefícios da vacinação, conquistas e avanços, seria um marco na história das imunizações e que pudéssemos, dessa maneira, perpetuar o conhecimento e a memória do que foram essas doenças e como elas se transformaram com as vacinas”, disse o vice-presidente da SBIn, Renato Kfouri. Ele ressaltou que é fundamental falar sobre as vacinas em um momento em que a hesitação e a relutância em vacinar se tornou presente, já que a geração atual é indecisa com relação ao ato de vacinar. “Minha geração e a geração anterior vivenciaram e cresceram com pais que entenderam a forma e a importância das vacinas na prevenção de doenças, porque vivenciou o que foi a era pré e pós-vacinal.” Segundo Kfouri há uma grande probabilidade de termos uma geração futura também insegura em vacinar. “Então é fundamental que a gente atue nessa na nessa faixa etária, no momento escolar e de formação que, sem dúvida, vai trazer benefícios não só atuais como para o futuro”, disse. O superintende de projetos da Catavento Cultural e Educacional, Ricardo Pisanelli, afirmou que a exposição remete à importância da vacinação como um mecanismo fundamental da sociedade para a saúde pública, porque protege milhares milhões de pessoas. “Ela preserva a vida de milhões de pessoas que ficariam doentes e morreriam caso não estivessem vacinados. Ela é um feito extraordinário, talvez o maior feito da ciência, o mais efetivo em relação a preservação da vida”, disse. Pisanelli destacou que a exposição é ideal para o Catavento, que é um museu dedicado à divulgação científica e que, no caso das vacinas, a ideia é demonstrar para todos os públicos que visitam o Catavento como as vacinas foram descobertas, desenvolvidas, como agem e levar toda essa informação de maneira interativa e impactante. “As vacinas não são apenas uma questão e proteção individual. Quando você se protege você está protegendo toda a coletividade, não só as pessoas que você ama, mas toda a sociedade. A vacinação é uma é a questão de cidadania e de consciência dessa importância da ciência que salva milhões de vidas”, afirmou. Fonte
Domingo é o Dia Nacional de Combate ao Aedes Aegypti
O próximo domingo (19) será o Dia Nacional de Combate ao Aedes aegypti, data símbolo para enfrentamento ao mosquito que, desde 2000, é responsável por cerca de 20 milhões de diagnósticos de três doenças muito presentes no Brasil: a dengue, a chikungunya e o Zika vírus. Esse poderoso vetor de doenças – o Aedes aegypti – pode ser combatido. Mas, precisa da conscientização e da colaboração de todos. Segundo o Ministério da Saúde, as ações adotadas em parcerias com secretarias estaduais e municipais de Saúde resultaram na “expressiva queda” de 97% do número de casos notificados de dengue no Brasil, entre abril e setembro. “Na 15ª semana do ano, de 9 a 15 de abril, foram registrados 114.255 casos suspeitos da doença. Na 35ª semana, de 27 de agosto e 2 de setembro, houve 3.254 casos de dengue”, informou o ministério à Agência Brasil. Acrescentou que é no período de março a junho que se costuma registrar maior incidência de arboviroses no país. Em 2023, o total de “casos prováveis” da doença registrados até final de agosto estava em pouco mais de 1,5 milhão – número ligeiramente maior do que o anotado durante todo o ano de 2022, quando houve quase 1,4 milhão de registros. Em 2021, foram pouco menos de 532 mil ocorrências. Ações O clima quente colabora para a reprodução do mosquito e para um maior número de pessoas contaminadas no país A fim de evitar uma situação ainda pior, o governo tem adotado iniciativas como a mobilização do Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE) que, além de ter implementado 11 ações de apoio aos estados com maior número de casos e óbitos por dengue e chikungunya, distribuiu até hoje cerca de 345 mil reações de sorologia e viabilizou 131 mil exames. Ainda segundo o ministério, foram investidos R$ 84 milhões na compra de adulticida e larvicida para as ações de combate ao mosquito no país. Um processo de estratificação de risco intramunicipal foi iniciado em áreas consideradas prioritárias para a implementação de novas tecnologias, como borrifação residual intradomiciliar, armadilhas disseminadoras de larvicidas e a adoção do método Wolbachia, que consiste na liberação de mosquitos contendo uma bactéria que impede o desenvolvimento das doenças nos próprios insetos. Outras medidas destacadas pelo governo foram o lançamento do painel público de dados de arboviroses; a antecipação da campanha nacional de mobilização da população; a capacitação de mais de 9,5 mil profissionais de saúde via Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (Una-SUS) e de 2.196 profissionais de saúde para manejo clínico, vigilância e controle de arboviroses com treinamento presencial. O Ministério da Saúde argumenta que essas medidas podem ser insuficientes sem que haja estímulo à participação comunitária para eliminação de focos dos mosquitos. “Atualmente, o combate ao vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle das arboviroses”, informou. Sintomas Os sintomas de dengue, chikungunya ou zika são semelhantes: febre de início abrupto, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele e manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação é a de, apresentando esses sintomas, procurar a unidade ou serviço de saúde mais perto da residência assim que surgirem os primeiros sintomas. Algumas medidas preventivas ajudam no combate à doença: evitar água parada, esvaziar garrafas, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água são algumas iniciativas básicas para evitar a proliferação do mosquito. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor coloca os ovos. Veja aqui algumas orientações do Ministério da Saúde. Mosquito Aedes aegypti é responsável pela transmissão dos vírus da dengue – Arquivo/Agência Brasil Como eliminar principais tipos de criadouro do mosquito – Certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados; – Retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas; – Guardar pneus em locais cobertos; – Guardar garrafas com a boca virada para baixo; – Realizar limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos de escoamentos de água; – Limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras; – Lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha; – Jogar as larvas na terra ou no chão seco; – Para grandes depósitos de água e outros reservatórios de água para consumo humano é necessária a presença de agente de saúde para aplicação do larvicida; – Utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal; – Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias; – Guardar baldes com a boca virada para baixo; – Esticar lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos; – Manter limpas as piscinas; – Guardar ou jogar no lixo os objetos que podem acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos; – Em recipientes com larvas onde não é possível eliminar ou dar a destinação adequada, colocar produtos de limpeza (sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina) e inspecionar semanalmente o recipiente, desde que a água não seja destinada a consumo humano ou animal. É importante solicitar a presença de agente de saúde para realizar o tratamento com larvicida. Como efetuar a limpeza Tampar e lavar reservatórios de água são ações importantes para o combate ao Aedes aegypti. A limpeza deve ser periódica com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. Esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco. Fonte
Projeto na Rocinha estimula debate sobre suicídio entre jovens
Um projeto brasileiro que visa estimular o debate sobre o suicídio entre jovens, como forma de promoção da saúde mental, vai ser apresentado em Budapeste, na Hungria, em abril de 2024, durante o 32º Congresso Europeu de Psiquiatria. A iniciativa resulta de parceria iniciada este ano na Rocinha, comunidade da zona sul carioca, pela Clínica Jorge Jaber e a Associação Sociocultural Semearte, que promove teatro e dança na região. O trabalho envolve cerca de 140 alunos na faixa etária de 13 a 22 anos que participam de encontros com profissionais da área de psiquiatria, englobando palestras, rodas de conversa e arte. O objetivo das duas instituições é estimular a discussão e esclarecer dúvidas e medos que cercam o tema do suicídio, especialmente entre os jovens. O psiquiatra Jorge Jaber, responsável pelo trabalho, destaca a importância de divulgar o projeto desenvolvido na Rocinha para a comunidade psiquiátrica internacional. “Essa é uma iniciativa transformadora para a vida desses jovens e que pode inspirar muitas outras ações mundo afora”. O projeto teve um primeiro encontro no dia 9 de setembro, mês dedicado à prevenção do suicídio, na Biblioteca Parque da Rocinha. A reunião serviu para medir o grau de conhecimento dos jovens sobre o suicídio. Eles assistiram a uma palestra com especialistas sobre o tema e, juntos, avaliaram as respostas para as dez perguntas que receberam na chegada ao evento. O segundo encontro será neste sábado (18), quando os jovens assistirão a vídeo produzido pelo cineasta Cavi Borges, da Cavídeo, que vem documentando todo o processo. A expectativa da presidente da Semearte, Talita Santos, é que esses 140 jovens que participam dos debates se tornem multiplicadores das informações e possam ajudar no trabalho de prevenção. “Nosso propósito é resgatar vidas através da arte, e a saúde mental é um elemento fundamental.” Tristeza e apreensão Recentemente, os jovens da Associação Semearte que estudam teatro e dança na Rocinha perderam uma amiga da comunidade e futura integrante do grupo de teatro, o que gerou tristeza, apreensão e dúvidas entre todos, a respeito do tema. Jorge Jaber informou que o índice de suicídios entre os jovens cresceu 54% entre 2009 e 2019, respondendo pela segunda causa de mortes entre essa população, depois dos acidentes de trânsito. “E a Organização Mundial da Saúde [OMS] afirma que 90% dos episódios poderiam ser prevenidos, o que torna o problema ainda mais desolador“, lamentou o psiquiatra. No Brasil, entre os cerca de 12 mil casos de suicídio registrados por ano, grande parte ocorre entre pessoas de 15 a 24 anos de idade, de acordo com a OMS. Desde o ano passado, o médico vem trabalhando na Rocinha em parceria com o Instituto Desportivo Cultural Haroldo Britto, que oferece gratuitamente cursos de judô para 80 crianças e jovens entre 7 e 14 anos de idade naquela comunidade e na Chácara do Céu. O objetivo das duas parcerias é promover a saúde mental por meio do esporte e da arte. Jaber destacou que muitos casos de suicídio estão associados a distúrbios mentais, como depressão e transtorno bipolar, problemas que podem ser prevenidos e tratados. Segundo ele, os encontros com os alunos da associação são uma resposta a essa necessidade de prevenção e tratamento. Semearte A Associação Sociocultural Semearte atende cerca de 140 crianças e adolescentes e funciona provisoriamente na Biblioteca Parque da comunidade da Rocinha, promovendo atividades de teatro e dança. Em outubro, o grupo estreou, no Teatro Vanucci, o espetáculo Rio, inspirado na animação de 2011 do mesmo nome, dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha e grande sucesso nos cinemas. Os alunos de dança se apresentam em saraus nas escolas da região. As metas para os próximos meses incluem aprofundar o trabalho com a música e o canto e criar um projeto para qualificação na área do audiovisual para dar encaminhamento profissional aos formados. Veja onde obter ajuda Entre os profissionais que tratam de saúde mental e instituições especialistas em prevenção ao suicídio, é unânime a ideia de procurar (ou orientar) ajuda específica sempre que sentir necessidade de acolhimento (ou perceber que alguém precisa). Veja alguns canais para receber atenção e auxílio: – Centro de Valorização da Vida, realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. – Mapa da Saúde Mental, que traz uma lista de locais de atendimento voluntário online e presencial em todo país. – Pode Falar, um canal lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de ajuda em saúde mental para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. Funciona de forma anônima e gratuita, indicando materiais de apoio e serviço. Fonte
Brasil fornecerá à Argentina tecnologia da vacina contra febre amarela
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) vai compartilhar os métodos de produção da vacina contra a febre amarela com laboratórios públicos argentinos. O acordo de transferência de tecnologia foi firmado nesta sexta-feira (17), por meio de termo de compromisso entre o instituto brasileiro e a Administração Nacional de Laboratórios e Institutos de Saúde Dr. Carlos Malbrán (ANLIS). Esta será a primeira vez que a Fiocruz vai transferir sua tecnologia para um parceiro. Bio-Manguinhos é um dos quatro produtores mundiais da vacina febre amarela pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem um importante papel no fornecimento desses imunizantes para países da América Latina, Caribe e África, por meio das agências das Nações Unidas. Desde 2002, o laboratório brasileiro já exportou para a Argentina mais de 7 milhões de doses dessa vacina. Para a assinatura do termo, estiveram presentes no Itamaraty, em Brasília, as ministras da Saúde do Brasil, Nísia Trindade Lima, e da Argentina, Carla Vizzotti, além do presidente da Fiocruz, Mario Moreira, do diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, e do diretor da ANLIS, Pascual Fidelio. Para Mário Moreira, o acordo foi histórico. “É a primeira vez que assinamos acordo para transferência de tecnologia da Fiocruz para um parceiro. É a Fiocruz transferindo conhecimento e tecnologia para a produção da vacina de febre amarela para um país irmão e uma instituição centenária como a nossa. Trata-se de uma cooperação Sul-Sul absolutamente estruturante. E acredito que podemos ir além no futuro. Mais do que transferir tecnologias, a Fiocruz busca fomentar o desenvolvimento de uma rede de produção regional de vacinas na América Latina em parcerias com os institutos da região” destaca o presidente da Fiocruz. Doença endêmica Assim como no Brasil, a febre amarela é uma doença endêmica na Argentina, e a vacinação em áreas de risco foi introduzida no calendário de rotina do país em 2002. Desde então, Bio-Manguinhos fornece o imunizante ao país. “É com alegria que temos colaborado com o programa de imunizações argentino, ao longo destes anos, por meio do fornecimento da vacina febre amarela. Hoje, temos orgulho de poder fazer ainda mais, contribuindo desta vez para que esse país vizinho possa começar sua jornada rumo a sua autonomia em relação a esse imunizante”, celebra Mauricio Zuma. Apesar do compromisso já firmado, ainda será necessária a assinatura de um contrato de transferência de tecnologia entre as instituições para o detalhamento de todas as etapas do processo, bem como do cronograma a ser cumprido. Laboratório centenário Antes chamada de Oficina Sanitária Argentina, a ANLIS Malbrán foi criada em 1893 e é uma instituição de referência em pesquisa, produção, diagnóstico e vigilância. Ela é ligada ao Ministério da Saúde da Argentina e responsável pela coordenação de toda a rede de laboratórios públicos do país vizinho. “Para o nosso país, é um avanço muito importante poder receber a transferência de tecnologia para produzir a vacina contra a febre amarela, que vai ocorrer no Instituto Nacional de Enfermidades Virais Humanas Dr, Julio Maiztegui, um dos 14 centros e institutos que compõem a ANLIS Malbrán. É um passo inicial para outras transferências que poderão ocorrer no futuro, tanto no campo das vacinas, como para kits diagnósticos. Em diversos contatos que tivemos com a Fiocruz, essa é a primeira vez que avançamos com as condições para uma transferência desse porte”, comemora Fidelio. Fonte
Unidades de saúde em SP têm remédios vencidos e aparelhos quebrados
Aparelhos quebrados e remédios vencidos foram algumas das situações verificadas em uma auditoria surpresa do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) em 170 unidades de saúde gerenciadas por organizações sociais (OS) no estado. Em mais de 30% das unidades, havia equipamentos quebrados, e em 10%, foram encontrados medicamentos com validade vencida. A auditoria foi feita quinta-feira (16) em 98 cidades, com 131 equipamentos municipais e 39 estaduais fiscalizados. Os números serão comparados com os de fiscalização feita em outubro do ano passado. De acordo com o presidente do tribunal, conselheiro Sidney Beraldo, a comparação será divulgada na próxima semana e mostrará quais providências foram tomadas. Também chama a atenção o fato de que 53,53% das unidades não tinham auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, documento que atesta o respeito às regras de segurança contra incêndio. Foram identificadas ainda falhas em áreas de armazenamento de remédios e na limpeza (22,35%). Em 21,95% dos casos, foram verificadas dificuldades para transferência de pacientes. Em quase 30% das unidades vistoriadas não há ambulância para fazer a transferência. A auditoria também identificou que o controle de frequência dos médicos ainda é feito manualmente em mais de metade dos locais visitados (52,91%). Em 90,59% das unidades, a acessibilidade para pessoas com necessidades especiais é garantida, mas ainda afeta 16 unidades. O prontuário eletrônico do paciente, que reúne todos os procedimentos realizados é usado em 62,35% das unidades. Em 21,18%, está parcialmente implantado e, em 16,47%, não está disponível. O TCESP destaca que a prestação do serviço por organizações sociais não exime os gestores públicos da obrigação de acompanhar e fiscalizar a atuação dessas entidades. Em nota, Beraldo observa que “muitos administradores estão simplesmente deixando isso de lado”. O Painel do Terceiro Setor do tribunal informa que, entre janeiro e junho deste ano, o governo estadual transferiu mais de R$ 4 bilhões para entidades privadas da área da saúde. As prefeituras, por sua vez, repassaram quase R$ 3,5 bilhões para organizações sociais do setor. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde diz que aguarda o relatório final da fiscalização com os apontamentos em cada unidade de saúde para posterior análise e tomada das providências cabíveis. Fonte
Sociedades médicas lançam Aliança contra o Câncer de Pulmão
A Aliança Brasileira de Combate ao Câncer de Pulmão foi lançada nesta quinta-feira (16), durante o XXIV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, no Rio de Janeiro. A entidade é composta pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CRB), a Sociedade Brasileira de Radiologia e a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP). Segundo o médico oncologista clínico e presidente da SBOC, Carlos Gil Moreira Ferreira, o objetivo da iniciativa é mobilizar a sociedade no esforço de conscientização da importância do diagnóstico precoce por meio de um conhecimento maior sobre a doença. Além disso, a ideia é influenciar tomadores de decisão no Ministério da Saúde e no Congresso Nacional a investir em rastreamento e tratamento dos pacientes. “O câncer de pulmão é o que mais mata no mundo e no Brasil é um dos que mais mata. Em 2023, devem ter cerca de 2 milhões de casos diagnosticados no mundo, com 1,8 milhão de óbitos. É uma doença em que a mortalidade é muito semelhante à própria incidência”, disse Ferreira. O médico explica que a sobrevida de quem é diagnosticado em estágios avançados passou de 9 meses para cinco anos. “Por outro lado, se a gente diagnostica os pacientes em estágio precoce, a curabilidade é acima de 80%. O desafio é realmente diagnosticar precocemente e não é difícil porque 85% dos casos estão relacionados ao tabagismo. Nos programas de rastreamento, baseados em tomografias periódicas, eles pegam a população de risco que deve ser acompanhada ao longo do tempo”. O presidente da SBOC destaca que é uma doença que pode ser prevenida com a redução do tabagismo. O Brasil passou de 30% de fumantes na população para 9% em 20 anos. “A gente está vendo um aumento da incidência de tabagismo em jovens por causa dos cigarros eletrônicos que funcionam como uma porta de entrada para o tabagismo convencional. Já há dados sugerindo que os cigarros eletrônicos causam câncer de pulmão”, alerta Ferreira. Fonte
Fiocruz abre portas neste sábado para vacinação e troca de experiência
Evento promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) oferecerá, gratuitamente, as vacinas de poliomielite (VIP e VOP), tríplice viral e covid-19 para crianças de até 5 anos, 11 meses e 29 dias, além de covid-19 bivalente para adolescentes e adultos. O evento Fiocruz Pra Você ocorre neste sábado (18), das 8h às 17h. A iniciativa é realizada desde 1994. O projeto visa à integração e trocas de experiências entre os trabalhadores e a população dos territórios em diferentes campi da fundação. O Fiocruz Pra Você estará em diferentes territórios onde a fundação está presente: Petrópolis, Piauí, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Pernambuco, Amazônia, Ceará e Brasília. Esta será a primeira vez que a capital federal recebe o evento, que ocorrerá na UBS 01 do Itapoã e terá espaço para vacinação, atividades de prevenção de doenças e brincadeiras. A programação completa conta com atividades culturais e de lazer, divulgação científica e promoção da saúde para a população. Rio de Janeiro No Rio, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, participam do evento. No Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), serviços de farmácia e de gerência de serviços (como descartar medicamentos de forma correta) estão incluídos na programação. Já no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o público poderá realizar o cadastramento de pessoas interessadas em adotar cães e gatos e apresentação de vídeo com os cães e gatos disponíveis para adoção. Haverá também pintura e desenho com o público infanto-juvenil, assim como tendas dos doces, distribuição de balões, oficina de pipas com distribuição, brinquedos (pula-pula e piscina de bolas). O grupo de Contadoras de Histórias do Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), levará curiosidades e perguntas sobre vacinas em uma ação que busca combater a desinformação. A distribuição de material informativo sobre Banco de Leite Humano, roda de conversa e sensibilização de doadoras ficarão por conta do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). No Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), em Jacarepaguá, o evento será promovido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e terá aferição de pressão arterial, glicemia capilar, bioimpedância corporal e orientações para o mercado de trabalho e sobre segurança do trabalho e prática de bombeiros. Em parceria com a prefeitura do Rio, a Clínica da Família Lourival Francisco de Oliveira, na Cidade de Deus, aplicará vacinas e flúor, e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) fará o cadastro de beneficiários do Bolsa Família, além de orientação e isenção para documentação Civil. Aedes aegypti O Museu da Vida da Fiocruz, em parceria com a SC Johnson, apresenta Aedes: Que mosquito é esse? no Castelo Mourisco, em Manguinhos, no Rio. O público poderá explorar o universo do mosquito em diferentes formatos, por meio de recursos tecnológicos e visuais. A entrada é gratuita e a classificação livre. Composta por painéis e diversos elementos interativos, a exposição está dividida nos módulos temáticos Dengue, Zika, Chikungunya, Febre Amarela, Os vírus – por dentro dos vírus, Um mosquito doméstico – o zumzumzum da questão e Pesquisa em busca de soluções e controle – esforço conjunto. Em um ambiente lúdico, sensorial e dinâmico, o visitante será instigado a encontrar potenciais criadouros do vetor, além de identificar e capturar o inseto. Interativa, a exposição conta com lupas, microscópios e óculos de realidade virtual para explorar o mundo do Aedes aegypti. Fonte
Pediatra alerta para importância da vacinação em bebês prematuros
Bebês prematuros necessitam de atenção especial em relação à vacinação, alerta a coordenadora do Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais (Crie), de Vitória, e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Ana Paula Burian. Uma gestação é considerada normal entre 38 e 42 semanas. Isso significa que a criança que nasce com menos de 38 semanas é prematura. E abaixo de 28 semanas ou com menos de 1 quilo ao nascer é um bebê prematuro extremo. Quer dizer que esses bebês têm de cinco a dez vezes mais chances de adquirirem uma infecção comparado a outros recém-nascidos. Por isso, a vacinação é fundamental para os bebês pré-termo, ou seja, aqueles nascidos antes de 38 semanas de gestação. Para esse bebês, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o setor privado têm vacinas específicas, informou Ana Paula Burian à Agência Brasil. As vacinas estão disponíveis nos centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), que oferecem imunização às pessoas que necessitam de alguma atenção especial, como é o caso de bebês prematuros. Orientação As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam que se protejam o máximo possível, com a menor reação possível. “Esse é o norte da orientação para qualquer criança e qualquer pessoa, na verdade, mas principalmente para os prematuros”, recomenda a SBP. Devido à imaturidade cardiológica, pulmonar e neurológica, os prematuros tendem a ter mais reação. E devido à imaturidade imunológica, eles tendem a responder menos. Ana Paula lembra que a passagem de anticorpos da mãe para o bebê ocorre mais no final da gestação. A partir de 20 semanas, ela começa a acontecer, e a quantidade vai aumentando à medida que a gravidez vai evoluindo. Quando o bebê nasce prematuro, ele ainda não recebeu a grande maioria de anticorpos protetores que a mãe passa para o filho até que ele esteja apto a produzir seus próprios anticorpos. Vacinas No SUS, todas as crianças recebem a vacina pentavalente, que garante a proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo B, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta. Em outra furada, o bebê recebe a vacina pólio injetável (indicada para prevenir a poliomielite), a rotavírus monovalente oral e a pneumocócica conjugada 10-valente. Isso com 2, 4 e 6 meses. Com 3 e 5 meses, recebe a vacina da meningite C. No setor privado, tem a vacina pneumocócica 13 ou 15-valente, que tem mais sorotipos que a pneumo-10, e a vacina hexavalente acelular, que protege contra seis doenças com uma única furada e oferece menos reação vacinal. Além disso, tem a rotavírus que, em vez de ser monovalente, protege de cinco sorotipos do rotavírus. Nos centros de Referência em Imunobiológicos Especiais, os bebês prematuros têm direito à vacina hexa acelular que o setor privado dá. “Diminui o número de furadas e dá menos reação”, explica Ana Paula. Mas essa vacina é só para quem nasce com menos de 33 semanas ou com menos de 1,5 quilo de peso. Essa alteração foi feita em setembro no manual dos Crie. Antes, somente os bebês até 31 semanas eram elegíveis. Dor A coordenadora do Crie de Vitória disse que a dor nos bebês prematuros dá consequências, como apneia, isto é, ele parar de respirar, mesmo por um curto período. “É importante que o prematuro seja mais protegido, porque é mais vulnerável e, também, tenha menos reação”. Ela orienta os pais que não devem adiar a vacinação dos prematuros. “Eles têm que tomar as vacinas na data cronológica em que nasceram”. Se para um bebê normal é saudável tomar vacina nos 2, 4 ou 6 meses, para o prematuro também, independente da idade gestacional e de estar internado em UTI pública ou privada. Ana Paula esclareceu que mesmo que o prematuro com menos de 33 semanas esteja em uma UTI privada, é importante que a instituição procure a Secretaria Municipal de Imunizações para se inteirar do calendário de imunização e providenciar a vacina para a criança internada. “Cada caso será avaliado para a vacina pertinente”, disse Ana Paula. Fonte
Bebês e gestantes precisam de comidas leves e mais líquido no calor
Na gestação, a temperatura corporal da mulher aumenta aproximadamente meio grau e, em dias mais quentes, isso pode causar grande incômodo para a futura mamãe, pois o calor excessivo provoca inchaço e pode deixá-la mais cansada, principalmente no último trimestre da gravidez. O alerta é da médica Célia Regina Silva, vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro. Em um quadro de temperaturas elevadas, como as que o Brasil vive no momento, Célia Regina disse que é essencial tomar bastante água e manter uma alimentação saudável, incluindo refeições mais frias, como saladas e frutas. “ Geralmente, o inchaço é causado pela compressão do útero sobre os vasos responsáveis pelo retorno do sangue das pernas ao coração. A circulação é ainda mais prejudicada quando esses vasos são dilatados pelo calor. Para prevenir o problema, as gestantes precisam alterar as posições corporais durante o dia. Se as pernas estiverem muito inchadas, é recomendável deixá-las elevadas por um tempo.” Para a mulher que trabalha em pé ou sentada, a médica aconselha não ficar parada mais do que uma hora. Também vice-presidente da associação, o obstetra Renato Sá ressaltou que, no caso da gestante de risco habitual, que não tem comorbidades, a preocupação é com a hidratação, que tem que ser a adequada, porque as mulheres grávidas têm dificuldade para controlar a pressão. “Todo mundo já viu grávidas desmaiando, especialmente em condições de calor”, disse o médico. Por isso, é preciso que elas mantenham uma hidratação melhor. No momento atual, em que os brasileiros enfrentam temperaturas muito elevadas, existem dois problemas: excesso de calor e baixa umidade do ar. A tendência é a pessoa desidratar bem mais. “E isso é para gestantes e para todo mundo.” Comorbidades Tem é preciso ter atenção as gestantes que têm comorbidades, entre as quais, a questão da pressão arterial e pré-eclampsia. “Porque aí não é só a questão da hidratação, mas como ela vai ser feita e qual repercussão que o calor pode ter na pressão arterial da grávida”, destacou Renato Sá. Esta pode ser uma situação em que a grávida precisa consultar o médico do pré-natal para saber se terá que mudar alguma coisa em sua conduta. Segundo o médico, outro ponto nevrálgico é que mulheres grávidas têm tendência maior à infecção urinária. Ele advertiu que a baixa hidratação aumenta o rico de infecção urinária e que isso pode ser muito grave para uma gestante, levando até a uma infecção generalizada, ou septicemia. “A mulher precisa de um cuidado maior ainda em relação à hidratação, que todo mundo pode ter, mas por esse ponto específico da infecção urinária”, acrescentou. As mulheres que já tiveram o bebê, as lactantes, precisam de mais hidratação ainda, porque 90% do leite materno é água. “Se ela não beber bastante líquido, não conseguirá produzir leite adequadamente”. No caso do bebê, percebe-se que o controle de temperatura é muito frágil e ele desidrata com muita facilidade. Basicamente, a nutrição e alimentação de um bebê é leite materno. Por isso, a lactante tem que ter uma produção bem adequada para suprir tanto as necessidades nutricionais quanto de hidratação da criança, explicou Renato Sá. Melhor opção é a água, e não, refrigerantes – Arquivo/ Agência Brasil O médico não recomenda que se tome refrigerante em vez de água. “Isso não é interessante, porque, no caso da grávida, por exemplo, ela pode ter diabetes gestacional. E há a situação calórica, às vezes também de sucos. Não é o mais adequado. O mais adequado é água mesmo. A recomendação é hidratar, preferencialmente com água”. As grávidas e lactantes devem evitar também bebidas com cafeína. “Não estão proibidas, mas devem ser evitadas”. A orientação do obstetra é hidratação, preferencialmente com água. Se ela quiser uma fruta, o ideal é que coma, em vez de fazer suco, que tem mais caloria.” Não pode haver descuido com a hidratação, alertam médicos – Rovena Rosa/Agência Brasil Crianças De acordo com a médica Tania Sih, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o principal problema que as temperaturas elevadas podem provocar nos bebês e crianças é a hipertermia, quando o corpo fica com temperatura mais elevada do que normal. Quando a família não tem aparelho de ar condicionado, a orientação é manter janelas e portas abertas para que o ar circule, ou ventilador de teto. “Quanto mais o ar circula, melhor”. Em segundo lugar, crianças e adultos têm que se hidratar. Mesmo que o menor não peça, devem ser oferecidos a ele líquidos a cada 15 ou 20 minutos, recomendou a pediatra. “Se for dar algum alimento à criança, de preferência, não dê nada seco, como galinha assada, por exemplo, porque seca a garganta. A comida deve ser mais molhada”. Segundo Tania, uma boa opção são frutas com bastante líquido, como melancia. “E vá alternando água e sucos com alimentos mais líquidos.” Creme no corpo Também é aconselhável hidratar a pele da criança. “Eu deixaria a criança, de preferência, só de fraldinha, de pé descalço, só de camiseta. E não esquecer de passar um creme hidratante. Importante também é a criança não ir para a rua, mas ficar dentro de casa, “com janela aberta, ar-condicionado ou ventilador de teto ligado.” Para a médica, não há problema em tomar gelados, como sorvetes. Para evitar que o nariz seque muito, pelo menos quatro vezes por dia, os pais devem usar soro fisiológico ou borrifar um spray de higiene nasal sem corticoides no nariz da criança. Os lábios devem receber manteiga de cacau. E não se deve esquecer de quando for aplicar o creme hidratante, aplicar também na orelha, na parte externa que encontra o cabelo, para evitar rachaduras e infecções. Tania Sih recomendou ainda que as mães passem a mão úmida na cabeça dos filhos, de modo a umedecer o couro cabeludo. “A criança tem que estar com creme hidratante no corpo, sem esquecer a orelha, com manteiga de cacau nos lábios e tomar líquidos para que a boca fique úmida por