Congresso aborda uso da inteligência artificial na psiquiatria

O Congresso Brasileiro de Psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) completa 40 anos em 2023 e será realizado em Salvador, no período de 18 a 23 deste mês, envolvendo mais de 150 atividades científicas, pesquisas mundiais e estudos sobre psiquiatria forense, psiquiatria da infância e adolescência, dependências químicas, suicídio, medicina do sono, emergências, psicofobia, entre outros assuntos. Falando à Agência Brasil, o presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva, discorreu sobre alguns dos temas que serão objeto de discussão e conferências durante o evento, começando pela Inteligência Artificial (IA). O presidente da ABP admitiu que a IA pode ajudar os psiquiatras em algumas questões, desde aquelas ligadas ao diagnóstico, como ampliar a adesão ao tratamento, previsão de riscos, personalização do tratamento, monitoramento dos pacientes e avanços em pesquisa de novos tratamentos que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Silva ressalta, porém, que os psiquiatras devem utilizar essa tecnologia “apenas para complementar o trabalho que é de excelência e de altíssima habilidade técnica, aliada a uma humanidade diferenciada, porque a psiquiatria alia cientificidade com a mais humanas das especialidades médicas”. O psiquiatra afirmou que a boa saúde mental depende de uma boa psiquiatria, que envolva desde cuidados de promoção da saúde até a prevenção continuada de doenças. Para Antonio Geraldo da Silva, os psiquiatras podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas promovendo a conscientização, reduzindo o estigma, oferecendo tratamentos baseados em evidências e trabalhando em colaboração com outros profissionais de saúde. “Além disso, a telemedicina e os avanços tecnológicos nos auxiliam a ter mais acesso aos cuidados psiquiátricos, a novos tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Evolução é a palavra que sempre caminhou conosco, pois queremos sempre oferecer melhores tratamentos e suporte às pessoas sadias e também para pessoas com doenças mentais”. Crianças e mulheres Outros temas de debate investigam o futuro da saúde mental da criança e do adolescente e os transtornos psiquiátricos na gravidez e pós-parto. Em relação ao primeiro item, Antonio Geraldo da Silva afirmou que o cuidado com a saúde mental de crianças e adolescentes é uma preocupação importante. “Durante o congresso da ABP, teremos cursos sobre várias doenças comuns na infância e adolescência, cursos sobre ‘bullying’ e suicídio, debates sobre neurodiversidade, Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), atualização em transtornos de humor, autolesão não suicida e suicídio na infância e adolescência, autodiagnóstico e banalização dos diagnósticos”. Os protocolos a serem seguidos nesses casos devem incluir a avaliação multidisciplinar, tratamento baseado em evidências e abordagens personalizadas para atender às necessidades individuais das crianças e adolescentes. “Devemos trabalhar em conjunto com as famílias para a promoção do cuidado com a saúde mental e combate ao estigma”. Já o tratamento de transtornos psiquiátricos na gravidez e pós-parto requer uma abordagem cuidadosa e multidisciplinar. Em situações como essa, o presidente da ABP sinalizou que deve ser feita uma avaliação completa, uma análise do histórico psiquiátrico da paciente e o histórico familiar de doenças mentais. Com a confirmação do diagnóstico, o tratamento terapêutico deve ser personalizado de acordo com as necessidades individuais da paciente, considerando os sintomas e a gravidade, além das preferências pessoais da mulher. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos após avaliação de riscos para a amamentação, por exemplo, orientou. Publicidade Outro tema polêmico que será discutido no congresso aborda os impactos que as novas regras da publicidade acarretam para os profissionais da psiquiatria e qual a atitude correta a ser seguida. Antonio Geraldo da Silva informou que haverá, durante o congresso, um curso sobre os riscos e benefícios da publicidade médica em psiquiatria que falará detalhadamente sobre o tema. “Nós, médicos, seguimos as resoluções do Conselho Federal de Medicina. De maneira geral, essas novas regras focam no uso responsável e sem sensacionalismo das redes sociais. Muitos psiquiatras fazem uso das mídias sociais para divulgar o seu trabalho e falar sobre temas relacionados à saúde mental nos seus perfis”. Reconheceu que alguns impactos das novas regras podem incluir maior rigor na divulgação de informações sobre tratamentos e resultados, uso de imagem, divulgação de preços de consultas, entre outros. “A atitude correta a ser seguida é conhecer e aderir às regras e regulamentos específicos da sua associação profissional. É essencial priorizar a ética, a privacidade e a transparência em todas as atividades de publicidade, fornecendo informações precisas e respeitando os direitos dos pacientes”. Ar e saúde mental Psiquiatras brasileiros e internacionais se dedicam a investigar a relação entre a qualidade do ar e a saúde mental, que é um campo de pesquisa em crescimento. O presidente da ABP informou que estudos têm demonstrado que a poluição do ar pode ter impactos negativos na saúde mental das pessoas. “Artigo recente mostra que a exposição a longo prazo à poluição do ar pode estar associada ao aumento de casos de alguns transtornos mentais, como transtorno bipolar, depressão e transtornos de personalidade”. Na sexta-feira (20), haverá palestra com a especialista Helen Fisher, da Inglaterra, sobre o assunto. Fonte

Observação do eclipse exige cuidados para evitar lesão nos olhos

Quem quiser acompanhar o eclipse solar que ocorrerá neste sábado (14) e será visível em todo o Brasil deve tomar os cuidados necessários para a observação. O diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Sérgio Fernandes, alerta que a principal orientação para se observar o eclipse solar é a utilização do filtro de soldador número 14. “Em hipótese nenhuma devemos observar o eclipse através de radiografias, negativos de fotografia ou mesmo óculos escuros. O sol emite, além de sua luz própria, raios infravermelho e ultravioleta. Sobretudo, o ultravioleta pode provocar queimaduras na retina que são permanentes”, explicou o médico. O Observatório Nacional, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, endossou o alerta de que não devem ser usados óculos de sol comuns, celulares, chapa de raio x, nem câmeras ou telescópios sem os filtros apropriados para a observação do fenômeno, podendo causar danos permanentes à visão. Em caso de contato inadequado com a luz de observação direta do eclipse, Fernandes orienta que se deve procurar imediatamente um oftalmologista para tentar diminuir os efeitos lesivos dessa queimadura. No entanto, ele afirma que uma queimadura pode levar a uma baixa visual importante. Segundo o médico, não existe nenhum trabalho determinando quanto tempo se pode olhar o eclipse. Diante disso, recomenda que, mesmo utilizando o filtro adequado, a observação seja intercalada. Após olhar na direção de um eclipse por alguns segundos e sem proteção, Samira Ortega, de 35 anos, ficou duas semanas sem enxergar com o olho esquerdo. “Senti a vista embaçada, como se tivesse um borrão. Procurei [um médico] depois de algumas horas. Queimou as minhas retinas. No olho esquerdo tenho uma mancha até hoje”, contou. O que ela teve foi maculopatia solar, que exige acompanhamento com oftalmologista, tratamento e uma série de exames. “[Foi] no primeiro ano da Pandemia (2020). Estou bem, com o tempo a visão voltou 100%. Às vezes, olho para alguma superfície e vejo um pontinho”, acrescentou. Fonte

Congresso discute uso de cannabis medicinal para tratamento da dor

O uso de cannabis medicinal para tratamento da dor em pacientes com doenças reumáticas ainda gera muitas dúvidas. Médicos reuniram-se no Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado em Goiânia no último fim de semana, para discutir os prós e contras no uso da substância para fins medicinais. “A cannabis é uma planta utilizada pelo ser humano há aproximadamente 13 mil anos. É da flor que extraímos o canabidiol, que é o principal produto com indicação medicinal”, explicou a médica reumatologista Selma da Costa Silva Merenlender, integrante da Comissão de Mídias da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Quando falamos da cannabis medicinal, o principal produto a que nos referimos é o canabidiol (CBD), que não traz dependência. A tal dependência está relacionada aos princípios psicoativos de outro componente da planta, o THC, que é mais encontrado nas folhas e nos caules, que é encontrado na maconha. É importante separar a maconha, que está presente na folha, do CBD, que é a cannabis medicinal e que está na flor”, acrescentou. O uso da cannabis tem sido sugerido por médicos e cientistas para o tratamento de algumas doenças, entre as quais a epilepsia refratária, que conta com estudos mais avançados e tem apontado para um bom resultado. “No Brasil, a primeira aprovação [do uso da substância] foi justamente para o tratamento de epilepsia refratária em crianças, mas já existem evidências científicas – e que estão em crescimento – da utilização da cannabis medicinal para diversas indicações neurológicas, reumatológicas, imunológicas, controles de peso, ansiedade e depressão”, disse Selma. No caso da epilepsia refratária, o uso da substância tem contribuído para diminuir as crises convulsivas em crianças. Entre as doenças reumatológicas, a cannabis medicinal está sendo indicada para síndromes dolorosas crônicas como a fibromialgia e para o tratamento da dor relacionadas à artrite reumatoide, espondilite anquilosante e psoríase. “O que a cannabis medicinal faz, além de retirar a dor, é equilibrar o organismo, trazer o paciente para um estado anterior da doença, ou seja, ele fica menos doente. Mas a doença não é curada. No caso da artrose, por exemplo, melhora a dor e a qualidade de vida do paciente.” O assunto, no entanto, é polêmico. Embora seja cada vez mais comum pacientes que fazem uso de cannabis medicinal relatarem melhoras na qualidade de vida, como o deputado estadual de São Paulo Eduardo Suplicy, que toma o medicamento para tratar os efeitos da doença de Parkinson, há poucos estudos científicos sobre os resultados e também sobre os riscos. Isso ocorre principalmente no caso do tratamento da dor, disse a médica Alessandra de Sousa Braz, professora de reumatologia da Universidade Federal da Paraíba e integrante da Comissão de Dor, Reumatismo de Partes Moles e Fibromialgia da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Precisamos valorizar a cannabis medicinal, mas, quando valorizamos, precisamos saber que há prós e contras. Ninguém prescreve nenhum fármaco na reumatologia sem saber o que é bom ou ruim.” No Brasil, o uso da cannabis medicinal não é livre: é preciso que um médico faça a prescrição. Até 2015, por exemplo, a venda de algum produto com canabidiol, substância derivada da cannabis, era proibida no país. Então, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu o canabidiol na lista de substâncias controladas. Isso significa que empresas interessadas em produzir ou vender derivados da substância precisam ter registro na Anvisa e que pacientes têm que apresentar receita médica para comprar o produto. Atualmente existem apenas três formas de acesso ao canabidiol: em farmácias, por meio de associações ou por importação. Ainda não existe uma política de fornecimento gratuito de produtos à base de canabidiol por meio do Sistema Único da Saúde (SUS). O que há são projetos em tramitação no Congresso Nacional buscando garantir o acesso de pacientes que precisam dessas terapias ao SUS. Estudos incipientes Médica em João Pessoa, Alessandra costuma receber diversos pacientes que já usam a substância. “Para dores neuropáticas mais intensas, e que falharam para outros medicamentos, já há dados de literatura bem importante [falando sobre o uso da cannabis medicinal]. No caso da fibromialgia, que é uma doença multidimensional, o paciente não só sente dor. Ele tem dificuldade de dormir, alteração do sono, alteração de humor, alteração da memória.” Os pacientes que têm fibromialgia e vem usando a substância costumam relatar melhora na qualidade de vida, do humor e até da libido. No entanto, as evidências de que a substância age sobre a dor ainda são fracas. “Não sou contra [o uso da cannabis], mas quero saber o uso correto, ter uma indicação assertiva, e que a gente também estude os efeitos adversos do medicamento.” Segundo a médica, também é preciso esclarecer que o uso desse medicamento não é livre para todas as pessoas. Em crianças e adolescentes, grávidas e idosos, a cannabis medicinal pode até apresentar riscos relacionados, por exemplo, à memória, problemas cardiovasculares e até associados ao leite materno. “Não sou contra a cannabis. Sou contra o uso inadvertido até para não queimar etapas”, afirmou. Para Alessandra, faltam mais estudos sobre os efeitos da cannabis medicinal, principalmente os relacionados ao tratamento da dor e aos efeitos colaterais. “Como é que eu vou estimular o uso de um medicamento que só tem estudo por pouco período sem avaliar os riscos de longo prazo?”, questionou. “Normalmente, quando se prescreve o remédio, ele passa por quatro fases de estudo: um pré-clínico, que é antes de ser feito em ser humano para ver se é seguro e eficaz; a fase clínica, já no ser humano, quando se faz inicialmente em uma pequena quantidade de pacientes para ver se é seguro e, depois, em um grande número de pacientes para ver se é eficaz e seguro. Depois entra na Fase 4, que é o que a gente chama de comercialização. O que me preocupa é que é preciso uma normatização: qual é a dose, qual é o miligrama e qual é a posologia correta?”, disse a médica paraibana, em entrevista à Agência Brasil. Efeitos positivos A adolescente Yasmim, de 13 anos, foi diagnosticada com lúpus, artrite

Pacientes reumáticos têm mais risco de desenvolver tuberculose

A pandemia de covid-19 fez com que muitos casos de tuberculose ao redor do mundo deixassem de ser notificados, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso acredita-se que, nesse período, o número de pessoas com tuberculose não diagnosticadas e não tratadas possa ter aumentado. No Brasil, não foi diferente. Um boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em março deste ano revelou que a mortalidade por tuberculose no país voltou a crescer nos últimos anos. Em 2021 foram registrados 5.072 óbitos pela doença, aumento de 11,9% em relação a 2019. Foi a primeira vez, em quase 20 anos, que o país ultrapassou o número de 5 mil mortos pela doença. Desde 2002, quando foram registrados 5.162 óbitos, o Brasil não chegava a essa marca. Para os pacientes de doenças reumáticas, o aumento nos casos não diagnosticados ao redor do mundo pode ser ainda mais preocupante, já que essas pessoas apresentam ainda mais risco de desenvolver a doença. “Se a pessoa tiver algum sintoma do músculo esquelético, é importante procurar um reumatologista”, disse o médico especialista José Eduardo Martinez, da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “A tuberculose é uma doença infecciosa, e a mais prevalente no mundo. Temos cerca de 10,4 milhões de novos casos de tuberculose por ano, segundo dados pré-pandemia. Durante a pandemia, os casos foram subnotificados e então perdeu-se um pouco o controle. Mesmo assim, tivemos um aumento do registro de novos casos de tuberculose de 2021 para 2022, aumento em torno de 3%”, disse Viviane Angelina de Souza, professora de reumatologia e da pós-graduação em Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e coordenadora da Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia. A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões, e seu sintoma mais conhecido é a tosse, mas também provoca febre e perda de peso. A tuberculose é evitável e curável, mas é importante procurar ajuda médica rapidamente porque a cura depende do diagnóstico e tratamento precoce. “Principalmente nos pacientes com doenças reumáticas imunomediadas – como artrite reumatóide, espondiloartrites e lúpus eritematoso sistêmico – existe uma condição que é altamente prevalente. Um quarto da população mundial apresenta essa condição, que é o que a gente denomina infecção latente pela tuberculose”, explicou. E o que seria a infecção latente pela tuberculose? “A pessoa tem, no decorrer da vida, contato com o bacilo da tuberculose, mas o próprio sistema imunológico consegue bloquear a bactéria e não deixa que a infecção se desenvolva. Mas essa bactéria não é eliminada e fica adormecida”. O que ocorre é que os pacientes com diagnóstico de doenças reumáticas imunomediadas e com tuberculose latente podem apresentar desequilíbrio no sistema imunológico. Nesse caso, as bactérias da tuberculose que estavam adormecidas podem ser liberadas e cair na circulação. Aí a tuberculose ativa pode ser ainda mais grave, atingindo não só o pulmão, mas também outros órgãos. Viviane lembra que outras populações de alto risco de reativação de focos latentes são pessoas em situação de rua, asilados, população carcerária, profissionais de saúde e pacientes renais crônicos. Para evitar que isso ocorra e que pessoas de alto risco apresentem sérias complicações, é necessária uma vigilância sobre os casos de tuberculose e de tuberculose latente. No Brasil, existe um plano para prevenir a doença. É o Plano Brasil Livre da Tuberculose que tem, entre suas metas, diminuir a incidência da doença e alcançar, até 2035, redução de 95% no número de mortes por ela causadas. De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento de pessoas com tuberculose latente é uma importante estratégia de prevenção para o controle da doença. “A OMS prevê que essa meta de acabar com a tuberculose no mundo vai atrasar. A principal maneira de acabar com os casos de tuberculose é identificar os portadores dessa bactéria adormecida, que é a tuberculose latente e, nas populações de risco, realizar o tratamento”. Todo o tratamento, destacou Viviane, pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que, em abril deste ano, o governo instituiu o Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente, que vai integrar nove ministérios e pretende promover ações para erradicar esta e outras doenças com elevada incidência em regiões de maior vulnerabilidade até 2030. “Outra importante estratégia é a incorporação de novos tratamentos para a doença. Em setembro de 2023, por exemplo, foi incorporado a pretomanida no SUS. O medicamento é administrado via oral, com menos efeitos colaterais, o que facilita a adesão e exige menos visitas de acompanhamento. Além disso, o tempo de tratamento também é reduzido: de dezoito para seis meses”, informou a pasta. O ministério reforçou que a doença tem cura e que todo o diagnóstico e tratamento são oferecidos pelo SUS. De acordo com a pasta, a melhor forma de evitar a infecção é a detecção e o início precoce do tratamento. “Para as pessoas que receberam o diagnóstico de infecção latente, recomenda-se o tratamento preventivo da tuberculose”, ressaltou. Também é importante tomar a vacina BCG, que protege as crianças das formas mais graves da doença. *A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Reumatologia Fonte

InfoGripe alerta para aumento da covid-19 no Centro-Sul

Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (11), aponta manutenção de sinal de crescimento do número de novos casos semanais de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associados à covid-19, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. A pesquisa é referente à semana epidemiológica 40, de 1° a 7 de outubro. Os estados que apresentam aumento nas internações por covid-19 e requerem mais atenção são Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal. Em relação às capitais, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo indicam crescimento em decorrência da covid-19. Quanto aos casos gerais de SRAG no país, detectou-se sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). Para os vírus da influenza A e para o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o cenário é de estabilidade ou queda na maioria dos estados brasileiros. O quadro de rinovírus também apresenta desaceleração em boa parte do país. Mesmo com o crescimento mais restrito aos estados do Centro-Sul do país, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, reforça o apelo à população para manter a vacinação da covid-19 em dia. “Mantemos a nossa convocação para a vacinação. É fundamental que a população esteja vacinada de acordo com as doses especificadas para cada faixa etária”, afirmou, em nota, Gomes. Fonte

Lei cria Novembrinho Azul para reforçar prevenção da saúde de meninos

A prevenção de fatores de risco para doenças relacionadas à saúde sexual e reprodutiva em meninos de até 15 anos é o tema da campanha Novembrinho Azul, criada pela Lei 14.694/2023, aprovada pelo Congresso Nacional em setembro. O texto foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e está publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11). A partir de agora, anualmente o mês de novembro passará a ter ações educativas para reforçar os cuidados preventivos com a saúde sexual e reprodutiva de meninos de até 15 anos de idade, como vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), autoexame de testículos e consultas de rotina. O objetivo é diminuir o agravamento de doenças na vida adulta, com a detecção precoce e o tratamento de problemas congênitos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre estudantes do 9º ano do ensino fundamental, o percentual de meninas que buscaram e foram atendidas por uma unidade básica de saúde em 2019 é de 88,3%, enquanto o de meninos, de 85,2%. Isso mostra uma busca menor de meninos com idade entre 13 e 15 anos pelos serviços de saúde. As ações incluem distribuição de material educativo sobre quadros de dor, aumento testicular e promoção da vacina de HPV; capacitação de gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a importância de tratamentos preventivos para meninos e formação contínua dos profissionais de saúde para o atendimento desse público. Fonte

América Latina: mortes por câncer colorretal crescem 20,5% em 30 anos

Publicado na revista científica Plos One, um estudo realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Universidade da Califórnia San Diego mostrou que, entre 1990 e 2019, a mortalidade por câncer colorretal na América Latina cresceu 20,5%. Na maioria dos países da região, incluindo o Brasil, a tendência é de aumento. Segundo a Fiocruz, o crescimento da mortalidade por câncer colorretal na América Latina vai no sentido oposto da tendência global, que tem sido de queda da taxa, resultado influenciado pelos países de alta renda. Além de descrever tendências na mortalidade pela doença na América Latina, a pesquisa relacionou os dados ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países. O aumento da mortalidade na região, a mais desigual do planeta, foi observado de forma heterogênea. A pesquisa confirmou que existe uma ligação entre as tendências de mortalidade por câncer colorretal e o desenvolvimento socioeconômico dos países latino-americanos. No entanto, essa relação não é linear. Países com baixo IDH têm menor mortalidade por câncer colorretal. Os fatores que influenciam essa relação são, principalmente, o subdiagnóstico e o menor acesso a fatores de risco conhecidos, como o consumo de alimentos ultraprocessados e de carne vermelha. Já os países de desenvolvimento médio têm, por um lado, acesso tardio ao diagnóstico e dificuldades com o tratamento em tempo oportuno, o que reduz a sobrevida dos pacientes. Além disso, esses países contam com maior exposição aos fatores de risco, como é o caso do Brasil. Ao contrário, os países de alto desenvolvimento diagnosticam a doença precocemente, e a população tem tendência a padrões alimentares mais saudáveis, diz a Fiocruz. “É interessante observar que a desigualdade entre os países é tão gritante, que, há alguns, como o Uruguai e a Argentina, caminhando para um declínio da mortalidade por câncer colorretal. Apesar do alto consumo de carne vermelha, eles conseguem diagnosticar e tratar num tempo oportuno, evitando mortes. Nos países da América Central, o cenário é diferente: a alimentação tem menos risco, mas há subdiagnóstico e pouco acesso a tratamento”, diz, em nota, um dos autores do estudo, Raphael Guimarães, do Departamento de Ciências Sociais da Ensp/Fiocruz. Fonte

Saúde inaugura loja conceito de vacinação em shopping do Rio

A Secretaria Municipal de Saúde inaugurou neste domingo (8) a primeira loja conceito de vacinação em shopping centers, que está em funcionamento no ParkShoppingCampoGrande, na zona oeste da cidade. A loja conceito ficará aberta durante todo o horário de funcionamento do centro comercial, de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 12h às 21h. Segundo a secretaria, a proposta é levar para outras regiões um modelo semelhante ao do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, onde a imunização está disponível durante toda a semana, em horário estendido. Instalado no bairro de Campo Grande, o novo ponto fixo da área de saúde disponibilizará imunizantes para vacinação de rotina e para campanhas e atualização de cadernetas vacinais de todas as faixas etárias, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações. Embora o ponto fique em uma loja de shopping center, todas as vacinas serão oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto faz parte do programa Vacina, Rio, mobilização intersetorial que engloba um conjunto de iniciativas para estimular a imunização de pessoas de todas as idades, em todas as regiões da cidade. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a loja conceito visa ampliar a oferta de vacinas à população, em dias e horários diferentes dos usuais e, desse modo, facilitar o acesso ao serviço. “A opção de disponibilizar um espaço nos shopping centers busca aproximar a rotina de vacinação do cotidiano das pessoas, promovendo comodidade e facilidade de acesso para o público em geral.” A primeira loja conceito tem 113 metros quadrados (m²). O espaço foi pensado e decorado para estimular o universo lúdico das crianças, desconstruindo a ideia de que a hora da vacina não pode ser divertida. O local também tem um cantinho para que o público, além de cuidar da saúde, possa registrar cada momento ao lado do personagem Zé Gotinha. A Secretaria Municipal de Saúde pretende abrir, em breve, mais lojas conceito em outros centros comerciais da cidade. Fonte

Novas regras para rótulos de alimentos valem a partir de hoje

As novas regras para rótulos de alimentos no país entram em vigor a partir desta segunda-feira (9) para produtos lançados há um ano. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de mudanças na tabela de informação nutricional, devem ser adotados alertas, na parte frontal da embalagem, sobre alguns nutrientes. O objetivo das normas é melhorar a clareza e legibilidade dos rótulos dos alimentos e, assim, auxiliar o consumidor a fazer escolhas alimentares mais conscientes e adequadas às necessidades individuais. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez as alterações após ter identificado que a forma de declaração das informações nutricionais nos rótulos dos alimentos dificultam entendimento pelos consumidores. Os produtos terão que apresentar informação simples sobre os nutrientes com relevância para a saúde, como o alto teor de açúcar adicionado e a quantidade de gorduras saturadas e de sódio. Um símbolo de lupa, de utilização obrigatória, deverá ser aplicado na face da frente da embalagem, na parte superior do produto, para ser mais facilmente captada pelo olhar. A medida vale para alimentos com um, dois ou três dos ingredientes citados. Os fabricantes também poderão incluir alegações nutricionais que permanecem como informações voluntárias que não poderão ser aplicadas na parte superior, caso o alimento tenha rotulagem nutricional. Alimentos com rotulagem frontal de açúcar adicionado não podem ter alegações para açúcares e açúcares adicionados; alimentos com rotulagem frontal de sódio não podem ter alegações para sódio ou sal e os alimentos com rotulagem frontal para gorduras saturadas não podem ter alegações para gorduras totais, saturadas, trans e colesterol. A agência reguladora disse que esses critérios têm por objetivos evitar contradições com a rotulagem nutricional frontal. A tabela de informação nutricional passa a ter apenas letras pretas e fundo branco, para afastar a possibilidade de uso de contrastes que atrapalhem na legibilidade das informações. Também deve ser incluída a declaração de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100 g ou 100 ml, para ajudar na comparação de produtos, bem como o número de porções por embalagem. “Além disso, a tabela deverá estar localizada próxima à lista de ingredientes e em superfície contínua, não sendo aceita divisão. Ela não poderá ser apresentada em áreas encobertas, locais deformados ou regiões de difícil visualização. A exceção só se aplica aos produtos em embalagens pequenas, informou a Anvisa. Mudanças As regras para alimentos lançados antes de 9 de outubro de 2022, já estão sendo aplicadas gradualmente. A partir de 9 de outubro de 2024, elas passam a valer para os alimentos fabricados por agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, empreendimento econômico solidário, microempreendedor individual, agroindústria de pequeno porte, agroindústria artesanal e alimentos produzidos de forma artesanal. A partir da mesma data, em 2025, as normas passam a valer para bebidas não alcoólicas em embalagens retornáveis, observando o processo gradual de substituição dos rótulos. As determinações se aplicam aos alimentos embalados na ausência dos consumidores, incluindo bebidas, ingredientes, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, inclusive aqueles destinados exclusivamente ao processamento industrial ou aos serviços de alimentação. Os únicos alimentos embalados na ausência dos consumidores que não precisam trazer as informações são as águas envasadas: água mineral natural, água natural, água adicionada de sais e a água do mar dessalinizada. Fonte

Inep publica lista final dos aprovados no Revalida 2023

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira (9) a relação final com os nomes dos profissionais aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira 2023 (Revalida). O processo reuniu profissionais que realizaram a primeira etapa do exame nas duas edições de 2022 e na primeira edição deste ano. Foram aprovados 930 médicos na prova de habilidade clínica, realizada na segunda etapa do Revalida e concluíram todo o processo, como a indicação de uma universidade brasileira para a revalidação do diploma e apresentação dos documentos exigidos pela instituição de ensino. Inicialmente foram 1.913 inscritos na etapa prática. Segundo o Inep, as duas etapas, teórica e prática, avaliam as habilidades e conhecimentos dos médicos a partir dos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). São analisadas as competências em cinco áreas da medicina: clínica médica; cirurgia; ginecologia e obstetrícia; pediatria e medicina da família e comunidade. Na primeira etapa são aplicadas provas teóricas, objetiva e discursiva e, na segunda etapa, os profissionais passam por dez estações avaliativas onde precisam cumprir um Padrão Esperado de Procedimentos (PEP). Este ano, os exames práticos foram aplicados em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Salvador, São Luís e Uberlândia (MG). Todo o processo é baseado na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina e normativas associadas, além da legislação profissional brasileira. De acordo com a portaria do Inep, a lista com os nomes dos profissionais aprovados por meio de processo judicial será publicada em outra data. Fonte

Vacinação protege crianças de sequelas da covid-19

Além de evitar casos graves da covid-19, a vacinação infantil contra a doença é fundamental para proteger as crianças de sequelas da infecção, a chamada covid longa. A afirmação é de Clovis Artur Almeida da Silva, professor titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e chefe do departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP. Durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, que terminou ontem (7) em Goiânia (GO), o professor falou que essa vacinação é importante principalmente para crianças que tenham doenças crônicas, como as reumáticas. “As vacinas mostraram segurança e resposta imune adequada, inclusive nos pacientes reumáticos e que tomam imunossupressores. Mesmo que eles tenham taxas menores de resposta, as vacinas são adequadas para combater a infecção viral”, disse ele. A covid longa é definida como qualquer sintoma persistente após três meses da infecção pelo novo coronavírus ou pelas complicações que surgem após uma infecção pelo coronavírus. Associadas a essa covid longa podem surgir problemas sérios, como as miocardites (inflamação no músculo que bombeia o coração), os impactos emocionais e as dificuldades na aprendizagem. “O vírus agride o cérebro e leva a sequelas. Leva à ansiedade e depressão também. Mas ainda não está claro quanto tempo dura isso [esses impactos]”, acrescentou Silva. Um estudo  feito no Instituto de Pediatria do Hospital das Clínicas da USP e publicada na revista Clinics identificou sintomas prolongados da covid-19 em 43% crianças e adolescentes três meses após a infecção. Os sintomas mais presentes foram dores de cabeça, reportadas por 19% do total de pacientes. Dores de cabeça fortes e recorrentes foram a queixa de 9%, mesmo percentual disse ter cansaço. A falta de ar afetou 8% e a dificuldade de concentração, 4%.  O professor destacou que, nesse estudo, cerca de 80% dessas crianças já apresentavam, antes da infecção, problemas crônicos como doenças reumatológicas, renais e oncológicas. Esse estudo também identificou que as crianças que tiveram covid, passaram a apresentar mais dificuldades de aprendizado do que as crianças que não tiveram a doença. “As crianças e adolescentes que tiveram covid tinham significativamente valores menores do domínio escolar de aprendizado mostrando que esses pacientes, possivelmente, vão ter impacto no rendimento escolar, no aprendizado escolar”. Para prevenir a covid-19 e a covid longa, reforçou o professor, é importante que as crianças sejam vacinadas. E essas vacinas estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território nacional. Mas não é isso que tem ocorrido no Brasil. Segundo boletim do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em agosto deste ano, apenas 11,4% das crianças brasileiras entre seis meses e cinco anos tomaram ao menos duas doses da vacina contra a covid-19. “Já há estudos mostrando que a vacina diminuiu a covid, diminuiu a covid longa e que, quem tinha covid longa, melhorou mais rápido com a vacina. A grande questão é: vacine. Se tiver novas doses e novas vacinas, continue sendo vacinado”, aconselhou o professor. * A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Reumatologia Fonte

Número de pessoas internadas com covid-19 aumenta 28% em SP

Dados da Info Tracker, plataforma desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mostram que o número de pacientes internados no estado de São Paulo com covid-19, ou com a suspeita da doença, aumentou 27,6% em um período de 14 dias: em 19 de setembro eram 702 internados, quantidade que aumentou para 896 em 3 de outubro – data da última atualização da plataforma. Em 2023, a maior quantidade de internados ocorreu em março, quando o número superou dois mil pacientes. No início de agosto, o estado registrou a menor quantidade de internados, pouco mais de 400. No auge da pandemia de covid-19, em março de 2021, as internações causadas pela covid-19 chegaram a mais de 30 mil em SP. “De uma forma geral, [a elevação dos casos nas últimas semanas] é preocupante, mas também não é um dado para que a gente possa se alarmar. Ou seja, comparado com as situações anteriores, como agora em março de 2023, a gente não está na mesma situação crítica”, destacou o pesquisador Wallace Casaca, coordenador do Info Tracker.  “No cenário de agora, embora a gente tenha um crescimento do contágio, a população está devidamente imunizada, as vacinas ajudaram bastante a frear o avanço da doença”, acrescentou.  De acordo com o pesquisador, nas últimas semanas há uma ascensão na transmissão de covid-19 no Brasil, o que já ocorre na região Sudeste, crescimento que deverá chegar às demais regiões do país nas próximas semanas. O aumento dos casos, segundo ele, está sendo causado por novas sub variantes da doença. “A gente está tendo um avanço dos casos que estão ocorrendo por conta do surgimento da introdução de novas subvariantes aqui no território nacional. Temos subvariantes circulando que são muito agressivas do ponto de vista de contaminação”, alertou. O pesquisador ressaltou que a doença não deve ser minimizada e que as precauções, como a vacinação em dia e o uso de máscaras em ambientes fechados, onde haja a presença de muitas pessoas, devem ser mantidas. Fonte

Agentes de saúde sofrem com violência nos territórios do país

Estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz do Ceará (Fiocruz Ceará) aponta o impacto da violência e da covid-19 nos agentes comunitários de saúde (ACS) do Nordeste brasileiro, abrangendo quatro capitais (Fortaleza, Recife, João Pessoa e Teresina) e quatro cidades da região (Crato, Barbalha, Juazeiro do Norte e Sobral). Os mais de 20 pesquisadores de cerca de 13 instituições do Brasil e do exterior farão, até o final deste ano, o desenvolvimento das informações em todos os municípios. A ideia é continuar coletando dados de forma contínua, disse à Agência Brasil a coordenadora da pesquisa, Anya Vieira Meyer, da Fiocruz Ceará. Na última quarta-feira (4), comemorou-se o Dia Nacional do Agente Comunitário de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias. A pesquisadora da Fiocruz Ceará está em Boston para avalizar os dados junto com cientistas da Universidade de Harvard, Estados Unidos. O estudo entrevistou 1.944 ACS de oito cidades nordestinas. Os primeiros resultados de 2021 revelam que a violência afetou a saúde mental de 64,7% dos ACS e 41,1%, a saúde física. Em relação à covid-19, o estudo demonstrou que 77,6% dos ACS trabalharam na linha de frente contra a doença e 83,8% não receberam treinamento contra a covid-19. Para 80,7%, a violência não influenciou na atuação dos agentes durante a pandemia. Do total de entrevistados, 40,4% avaliaram que o processo de trabalho em equipe melhorou durante a covid-19, enquanto para 37,9%, houve piora. Dados alarmantes De maneira geral, Anya indicou que os dados são muito alarmantes. Em relação à saúde mental, cerca de 40% dos ACS estão em risco de transtornos mentais comuns, como ansiedade e depressão, em todos os municípios pesquisados. O uso de medicamentos para controle desses transtornos alcança entre 15% e 20% dos agentes. “A gente notou decréscimo de uma série de atividades que eles faziam na comunidade, por conta desse adoecimento”. Muitos agentes deixaram de exercer algumas ações devido à questão da violência. Em função da covid-19, diminuíram as visitas domiciliares, as ações de promoção à saúde nas residências e, também, nas escolas. “Todas essas atividades caíram nesse período”. Em Fortaleza Em Fortaleza, onde o levantamento foi iniciado em 2019, para apurar o impacto da violência e, em 2021, da covid-19, os dados revelaram que nas comunidades mais vulneráveis, ou mais desfavorecidas, a doença afetou de forma mais forte a ação dos ACS locais, que reduziram nesses locais as atividades, também por conta do medo a violência. Na capital cearense, os dados revelam que antes da covid-19, 32% dos ACS apresentavam risco de transtornos mentais comuns. Em 2021, esse percentual pulou para 50%. “A questão da saúde mental, que é um problema para todos, afeta de modo particular os agentes, que estão na comunidade e interagem diretamente com o público e com o território que, infelizmente, é violento”, disse a coordenadora. Informou que das 30 cidades mais violentas do mundo, seis são capitais do Nordeste do Brasil. “Por isso, a ideia de trabalhar (no estudo) com dados do Nordeste”. O ranking é feito pela organização não governamental (ONG) Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal, do México. “A gente sabe que, de fato, isso tem afetado os ACS, as comunidades em geral, os territórios, a vida das pessoas. E para eles (agentes) que estão na comunidade no dia a dia, batendo de porta em porta, trabalhando, isso pesa ainda mais na vida deles”, afirmou Anya. Destaque A prefeitura carioca, por meio da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS), destacou o papel dos agentes comunitários de saúde e do agente de combate às endemias (ACE) em benefício da saúde da população, dentro dos territórios da cidade. Apesar de desempenharem funções diferentes, ambos trabalham de forma integrada e lidam diretamente com a comunidade, com o mesmo propósito de entender as necessidades e orientar a população. Atualmente, a SMS conta com 7.692 agentes comunitários e 2.810 agentes de endemias. Em entrevista à Agência Brasil, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, avaliou que os ACS e os ACE são trabalhadores essenciais para o SUS. “São o principal elo entre as comunidades e as unidades de saúde. Fazem a imensa maioria de procedimentos de promoção de saúde e prevenção de doenças”. Soranz lembrou que esses dois agentes foram fundamentais, nos últimos anos, para aumentar a expectativa de vida da população brasileira. Hoje, 75% de todas as gestantes da cidade do Rio de Janeiro são acompanhadas por um agente comunitário de saúde. “Mais de 80% dos domicílios da cidade recebem, pelo menos, uma visita de agente de vigilância em saúde no Rio. A gente considera essa categoria como uma das mais importantes dos profissionais de saúde. Eles precisam ser reconhecidos como profissionais de saúde, porque muitos locais ainda não os consideram assim. É uma conquista, é justo e eles merecem”. Daniel Soranz adiantou que a SMS pretende ampliar a rede de agentes no município. ”A previsão, no próximo ano, é que a gente tenha mais 400 agentes de saúde, entre agentes de endemias e agentes comunitários, atuando no município do Rio de Janeiro”, revelou o secretário. Agentes Devido ao contato diário com as famílias, muitos agentes acabam criando vínculos e relações de afeto com as comunidades. É o caso da Maria Aparecida Gouveia, que trabalha no Centro Municipal de Saúde Rocha Maia, em Botafogo, zona sul do Rio. Nas campanhas de vacinação, por exemplo, a agente se transforma também em personagens infantis, para distrair as crianças. Para isso, ela faz uso das aulas de teatro e dos trabalhos em festas, que exercia antes de ser uma ACS. “Então, para mim, essa integração com as crianças é muito bacana. Elas adoram. Acaba sendo uma atração para os adultos também. Eu já fui paciente da unidade, então conheço alguns usuários. Nos territórios em que eu não tinha vínculo com as pessoas, comecei a criar, faz parte da minha função. Amo trabalhar com essas pessoas. Entendo muito a importância do meu trabalho e acho que chegar com um sorriso no rosto é sempre muito importante”, assegurou

Mais de 15 milhões de brasileiros sofrem com doenças reumáticas

Depois de sofrer com muitas dores e até receber diagnóstico incorreto, a jornalista Mariana Felipe de Oliveira, de 29 anos, finalmente descobriu, no início deste ano, a doença que a afligia: espondilite anquilosante. De nome estranho, a doença é um tipo de reumatismo que causa inflamação principalmente na coluna vertebral e nas articulações sacroilíacas (localizadas na região das nádegas). “Eu não tive limitações graves porque eu descobri muito no início. Quando eu comecei a sentir as dores eu fui ao ortopedista, que não me deu o diagnóstico correto. Depois, por outro médico, eu descobri que poderia ser uma doença autoimune por conta de uma inflamação na sacroilíaca, que é uma articulação perto do cóccix. Ele me explicou que essa inflamação era muito característica de um tipo de doença autoimune que é a espondilite anquilosante. E aí sim, eu procurei uma reumatologista, fiz os exames e fui diagnosticada”, disse à Agência Brasil, durante a realização do Encontro Nacional de Pacientes Reumáticos, que ocorreu dentro do Congresso Brasileiro de Reumatologia. Neste ano, o Congresso acontece em Goiânia (GO). Como sintoma de sua doença, Mariana sente uma dor muito forte na lombar, que costuma piorar quando ela está em repouso. “Se eu estiver em movimento, praticamente não sinto nada, mas quando eu estou em repouso a dor fica mais forte”, contou ela. A doença de Mariana é apenas uma dos mais de 100 tipos existentes de doenças reumáticas, que atingem mais de 15 milhões de brasileiros, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia. As doenças reumáticas acometem o aparelho locomotor, ou seja, ossos, articulações, cartilagens, músculos, tendões e ligamentos. Algumas dessas doenças também podem comprometer outras partes do corpo humano como rins, coração e pulmão. “Doenças reumáticas são doenças autoimunes, aquelas patologias em que o próprio organismo se incompatibiliza ou não reconhece suas próprias células”, explicou Marco Antônio Araújo da Rocha Loures, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Normalmente o anticorpo é para você combater vírus, bactérias e fungos. Mas se você tem essa briga [com o próprio organismo], você tem um processo inflamatório. Qualquer que seja o órgão, independente dessa reação, ele tem uma lesão maior ou menor de intensidade, conforme essa resposta”. Entre as doenças reumáticas mais comuns estão a osteoartrite [mais conhecida como artrose], fibromialgia, osteoporose, gota, tendinite, bursite e artrite reumatoide. Segundo o médico Rafael Navarrete, presidente do Congresso Brasileiro de Reumatologia, a doença reumática mais frequente é a artrose. “Também está chegando numa incidência muito elevada a fibromialgia e algumas doenças inflamatórias, como a lombalgia, que é a segunda causa para se procurar médicos no mundo, só perdendo para a cefaleia”. Segundo a médica reumatologista Camila Guimarães, presidente da Sociedade Goiana de Reumatologia, o diagnóstico da maioria das doenças reumatológicas é feito de maneira clínica. “A gente precisa de um bom exame físico para que a doença seja diagnosticada. É claro que a gente conta com exames laboratoriais, exames radiográficos mas são exames complementares. Não existe um exame que isoladamente faça o diagnóstico das doenças reumatológicas”. No geral, as pessoas costumam pensar que as doenças reumáticas só ocorrem em idosos, mas Mariana é um exemplo de que elas podem atingir também pessoas mais jovens. “É importante salientar que as doenças reumáticas não acometem somente pessoas idosas, mas de qualquer faixa etária”, destacou Navarrete. Importância do diagnóstico precoce Segundo o reumatologista Nilzio Antonio da Silva, as pessoas costumam procurar o médico reumatologista só quando sentem dores. “Na maioria das vezes, a pessoa recorre ao reumatologista com dor no aparelho locomotor, ou seja, dor na articulação, dor muscular ou dor na coluna”, disse. Mas há outros sintomas característicos de doenças reumáticas, como alterações na pele ou inflamação ocular. Há também doenças reumáticas que podem progredir de forma silenciosa, como a osteoporose. E, se há demora no diagnóstico, o tratamento para a doença pode ficar prejudicado. Por isso, é importante que se busque um médico o quanto antes. “Quanto antes a gente diagnostica, antes a gente intervém e muda a evolução da doença. Por isso, tendo algum sintoma do músculo esquelético, é importante procurar um reumatologista”, disse o reumatologista José Eduardo Martinez, que integra a Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Mariana, por exemplo, conseguiu obter um diagnóstico rápido sobre a sua doença, o que permitiu tratamento num estágio inicial. “Eu não tive limitações físicas, embora muitas pessoas tenham. Como o diagnóstico demora muito, entre 8 e 10 anos – e essa é uma doença progressiva – muitas pessoas quando descobrem já estão com estágio avançado. Mas como eu descobri no início ainda, eu não tive nenhuma limitação física, mas eu tenho limitações de estresse de lidar com a dor crônica, já que tudo que eu faço durante o dia, estou sentindo dor. O cérebro está trabalhando ali e, além de te ajudar no que você está fazendo, ele está também o tempo inteiro te lembrando que você tem essa dor. Então é um estresse muito grande”. “Tenho horário para comer, para ir na terapia, para ir na fisioterapia e isso acaba prejudicando a gente um pouco nos relacionamentos. Eu também não posso mais usar os sapatos que usava antes. Eu preciso usar um sapato mais confortável. Não posso mais ficar muito tempo sentada, mas eu trabalho sentada o dia inteiro. Então são essas algumas limitações que foram colocadas no meu dia a dia que acabam me prejudicando um pouco, mas eu tenho consciência de que, por ter sido diagnosticada cedo, não desenvolvi outras limitações que poderiam me prejudicar [ainda mais]”, acrescentou Mariana. De acordo com Ivanio Alves Pereira, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia, os tratamentos para as doenças reumáticas disponíveis hoje podem aumentar muito a qualidade de vida do paciente. “A gente vive hoje um momento em que alguns tratamentos inteligentes bloqueiam o que está ocorrendo de forma anormal. E aí apareceram uma série de oportunidades como medicamentos biológicos que tem vários alvos da doença. Então, doenças que até há pouco tempo geravam deformidades irreversíveis ou incapacidade

Brasil Sorridente deverá cobrir 62,5% da população em 2024

Dor de dente, cárie, tártaro, canal, implante dentário, extração de siso, aftas e abscessos, câncer de boca, inflamação da gengiva, gengivite e periodontite. Esses e muitos outros problemas odontológicos são tratados gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), pelo programa Brasil Sorridente, ação federal criada em 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e retomada em maio deste ano. A porta de entrada para aquele que busca cuidar da saúde bucal pelo SUS, sem custo, são as 44 mil unidades básicas de Saúde (UBS), em todo o território nacional. Nessas localidades, os profissionais das equipes de saúde bucal fazem os primeiros atendimentos e acompanhamento odontológico do paciente. Geralmente, são realizados, ali, trabalhos de prevenção, como a higiene bucal e outros procedimentos dentários mais simples. A oferta de serviços odontológicos também ocorre nas 140 unidades odontológicas móveis (UOM), para, por exemplo, a população em situação de rua. Porém, se na triagem da Atenção Básica à Saúde for verificado que o caso do paciente é mais complexo, ele é encaminhado a um Centro de Especialidade Odontológica (CEO), onde os profissionais da atenção secundária da saúde pública, quando necessário, fazem cirurgias, confeccionam próteses dentárias personalizadas, colocam aparelhos ortodônticos, investigam lesões de boca, entre outros procedimentos. A coordenadora-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Doralice Severo da Cruz, lembra que o SUS é pioneiro no mundo na oferta de atendimento odontológico gratuito e de cuidado integral nesse segmento. Pacientes atendidos Ao menor sinal de uma emergência odontológica, muitas pessoas admitem ter medo de encarar o aparelho com motorzinho que emite um barulho inconfundível, a broca, usada rotineiramente nos consultórios. O receio de deitar na cadeira do dentista faz com que muitas pessoas negligenciem os cuidados com a saúde bucal e só busquem ajuda profissional quando o problema já está crônico. Brasília (DF) 05/10/2023 – O locutor de supermercados Moisés Pinheiro aprovou o atendimento odontológico pelo SUS. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil A aposentada de 70 anos de idade Eleusa Enilda Silva não tinha costume de visitar o dentista. Mas percebeu um caroço na boca, que há mais de 2 meses a incomoda. Na semana passada, a aposentada foi encaminhada pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) próxima à sua residência, no Distrito Federal, ao Centro de Especialidade Odontológica, do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), no centro de Brasília. Ela passará por uma biópsia do tecido da íngua. Ao lado do neto adolescente, e depois de conversar com a equipe de dentistas, ela disse estar mais tranquila. “Me encaminharam para cá. Estou segura”. Já a funcionária pública Flávia Avancini conhece e confia no atendimento odontológico prestado pelo SUS. Nesta semana, ela acompanhou o filho de 17 anos de idade, Felipe Gabriel Avancini dos Reis, na extração de quatro terceiros molares, em uma mesma consulta, no CEO do HRAN, um dos 13 centros do Distrito Federal. “Já é o segundo filho meu que vem aqui e faz cirurgia. Minha outra menina também veio aqui e tirou dois sisos. Se precisar, venho de novo. Acho essa oportunidade perfeita”. Felipe tinha os quatro sisos inclusos, ou seja, deitados e comprimindo nervos, disse à reportagem da Agência Brasil que estava tudo bem. “Estava doendo antes, agora não”. No consultório ao lado, o locutor de supermercados Moisés Pinheiro, portador de uma doença sistêmica, que pode afetar vários órgãos, foi a mais uma consulta de tratamento preventivo de lesões na boca, para evitar infecções oportunistas. “O atendimento é excelente, o procedimento também, os profissionais são bem experientes na área. A gente percebe”. Moisés disse que não foi difícil conseguir atendimento na unidade, pois houve o pronto encaminhamento pela médica que o acompanha no CEO, devido à situação de risco de sua saúde. O aposentado de 68 anos de idade Sigmar André, paciente oncológico, estava na sala de espera do CEO do HRAN. Ao deitar na cadeira odontológica, o paciente abriu a boca para dentista aplicar laser que trata mucosite, que são feridas na mucosa da boca, efeito colateral do tratamento contra o câncer, e que podem levar a infecções. “A doutora me alertou e eu vim fazer o tratamento. Agora, está tudo resolvido”. Equipes de Saúde Bucal O programa Brasil Sorridente conta, atualmente, com aproximadamente 35 mil equipes de Saúde Bucal, no atendimento odontológico pelo SUS. Uma desses profissionais é a cirurgiã dentista Rafaela Gallerani. É no consultório dela que muitos pacientes vão parar, após o encaminhamento feito pela Atenção Primária à Saúde. A doutora Rafaela aprova o Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), do Ministério da Saúde, que mostra onde há vagas nas unidades do SUS para receber os pacientes. “É como se fosse um sistema de fila única, então, não tem uma agenda pessoal, não tem uma fila particular minha. O sistema funciona muito bem e foi uma revolução também nos atendimentos regulados”, explica. O odontologista do CEO do HRAN Heber Torres há 35 anos é funcionário da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Ele disse que já poderia ter se aposentado, mas que a missão dentro do consultório, operando quem precisa, fala mais alto. “Estou ajudando alguém. É muito gratificante. Realmente, as pessoas necessitam desse atendimento. Tem gente que não tem condições. Eu já cansei de ouvir ‘doutor, me atende, por favor, porque eu não tenho dinheiro nem para pegar o ônibus”, lembra o dentista Heber Torres. Brasília (DF) 05/10/2023 – A técnica em saúde bucal Amanda Brasil acredita que o SUS poderia atender mais pacientes. “Nossos aparelhos são muito antigos, vivem quebrados”. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil Já a técnica em saúde bucal Amanda Brasil se diz frustrada pelas dificuldades enfrentadas no serviço público de saúde. “A gente queria poder fazer mais pela população. Não conseguimos por limitações. Nossos aparelhos são muito antigos, vivem quebrados. Ficamos mais tempo parados do que atendendo, às vezes. Então, é o dinheiro parado. Porque a gente está aqui, custa caro e poderia funcionar melhor”, lamenta a técnica em saúde bucal. Investimentos Para tentar corrigir essas e outras questões da área odontológica e garantir acesso à saúde bucal em regiões de vazios