Senado aprova política de qualidade de vida para educadores

O Senado aprovou nesta quinta-feira (24) o projeto de lei que cria a Política de Bem-Estar, Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho e Valorização dos Profissionais da Educação. O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora vai para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa deve prever ações de qualidade de vida para reduzir as faltas ao trabalho e melhorar o desempenho dos educadores. A implantação é obrigatório para o sistema público de ensino, e optativa para as instituições privadas.  A União, estados, municípios e o Distrito Federal terão prazo de um ano, a partir da publicação da lei, para apresentar os planos, que deverão ser atualizados até seis após a posse do chefe do Poder Executivo de cada unidade da Federação.   Nos planos, devem constar indicadores e mecanismos para medir os resultados e o clima organizacional, entre eles o número de faltas, acidentes de trabalho e readaptação funcional. Essas avaliações terão de ser publicadas a cada ano e ao final da gestão do chefe do Poder Executivo (presidente, governador e prefeito). “O projeto alinha a missão institucional do professor às suas necessidades de bem-estar — definido como a satisfação do profissional em relação à organização, às condições de trabalho e às práticas de gestão. A proposta pretende que o sistema educacional trabalhe com uma visão integrada da saúde do trabalhador. No quesito valorização do profissional, o texto prevê o reconhecimento institucional da boa atuação dos servidores”, diz material publicado pela Agência Senado. * Com informações da Agência Senado   Fonte

Município do Rio vai testar vacina contra a dengue tipo 1

A cidade do Rio deve testar, até o fim deste ano, uma vacina contra a dengue em população específica. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, essa é uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz e a pasta. A expectativa é vacinar cerca de 40 mil pessoas para verificar o comportamento do imunizante em relação à dengue tipo 1, que circula neste momento no Brasil. “É uma vacina que foi testada para a dengue 2, a gente quer ver de fato como ela se comporta com o nosso sorotipo circulante hoje que é a dengue tipo 1”, adiantou em entrevista à Agência Brasil. O teste vai funcionar como um tipo de prevenção dos períodos de verão, quando os casos da doença costumam aumentar. “A gente vai fazer esse teste antes do período do verão obviamente, para poder verificar a eficácia da vacina nos próximos períodos”, disse o secretário. Soranz afirmou ainda que embora a área onde será feito o teste já esteja definida, não pode revelar, por enquanto, o local porque ainda faltam outras decisões. “A gente já definiu uma área e estamos fechando de fato qual vai ser o tamanho dessa amostra”. Covid-19 Quanto à vacinação contra a covid-19, o secretário informou que em março do ano que vem o município do Rio fará mais uma etapa de imunização contra a doença. A intenção é manter uma periodicidade semelhante à da vacina contra a gripe que é aplicada anualmente. De acordo com ele, a vacina é eficiente, mas com o tempo a capacidade de imunização vai se reduzindo e, por isso, é preciso renovar a carga de proteção. “A vacina na covid vai ser feita anualmente, exatamente igual a vacina da gripe. É uma vacina que tem um processo de genicidade muito parecido, ela protege muito, mas essa proteção vai caindo ao longo do tempo. Se a gente não tiver a consciência de que a proteção não dura para sempre, a gente vai abrir margem a ter mais casos de covid na cidade. O Ministério da Saúde já tem recomendado que a gente faça anualmente a vacina da covid-19 e a recomendação é que todas as pessoas que não fizeram a vacina bivalente, procurem uma unidade de saúde para se vacinar e se proteger”, lembrou. Conforme o secretário, essa etapa vai começar em março. “Sempre vai ficar para o mês de março de cada ano. A ideia é que a gente faça a vacina para a covid, junto com a vacina bivalente”. Ele fez um apelo às pessoas que ainda estão com o calendário de vacinação contra a covid em atraso, porque a secretaria tem nesta semana 60 mil doses da vacina prestes a vencer. “É muito importante que o carioca não deixe as vacinas vencerem. Procurem uma unidade de saúde para que possamos realmente manter a cidade livre da covid-19 como a gente tem hoje”, pediu.   Fonte

Anvisa proíbe suplemento alimentar de melatonina para crianças

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação, a comercialização, a distribuição, a propaganda e o uso do suplemento alimentar Soninho Perfeito Melatonina Kids, fabricado pela empresa Mr Oemed Indústria Farmaceutica Ltda. O órgão regulador determinou ainda o recolhimento do produto do mercado. Em nota, a Anvisa informou que a melatonina – hormônio produzido pelo organismo – não é autorizada para uso em suplementos alimentares destinados a crianças e adolescentes e que não há segurança de uso comprovada perante a agência para essas faixas etárias. “A melatonina também não possui autorização para gestantes e mulheres que amamentam (lactantes) e só é aprovada em suplementos destinados para adultos acima de 19 anos, na concentração de 0,21 miligramas por dia e sem alegações de uso”, alerta. Propaganda irregular De acordo com a agência, também foi verificada a divulgação irregular, na internet, do produto, com alegações terapêuticas relacionadas a sono, ansiedade, compulsão alimentar, irritabilidade noturna, inflamação, suplementação para transtorno do espectro autista e câncer. “Nenhuma dessas alegações é aprovada pela Anvisa, tratando-se, portanto, de propaganda irregular”, diz a Anvisa. No comunicado, o órgão regulador alerta que não há aprovação de suplementos alimentares à base de melatonina para sono, humor e concentração. “Qualquer propaganda ou rótulo que traga esse tipo de alegação está irregular de acordo com a legislação sanitária brasileira”. Informações Informações sobre substâncias aprovadas para suplementos alimentares podem ser consultadas no painel Constituintes Autorizados para Uso em Suplementos Alimentares, disponível no site da Anvisa. Nesse painel, é possível obter informações como o tipo de nutriente, substância bioativa ou enzima aprovada para uso em suplementos alimentares; a quantidade mínima e máxima autorizada; o grupo populacional e a faixa etária para a qual o produto pode ser indicado; as alegações aprovadas relacionadas ao papel da substância no organismo; e as advertências com informações de condições e restrições de uso. “Todos os suplementos alimentares devem ter essa identificação no rótulo (suplemento alimentar), próximo à marca do produto”, destacou a Anvisa. “Não compre produtos que não estejam devidamente identificados ou que sejam de procedência duvidosa”, adverte. Para consultar os produtos irregulares que foram objeto de medidas preventivas de fiscalização adotadas pela Anvisa, acesse o site da agência. Fonte

Princípio de incêndio atinge torre de resfriamento do Incor em SP

Um princípio de incêndio às 8h desta quinta-feira (24) atingiu torre de resfriamento do Instituto do Coração (Incor), na capital paulista. Segundo as informações do Corpo de Bombeiros, quatro viaturas foram deslocadas e o fogo foi contido por volta das 9h. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), informou que não houve feridos, nem a necessidade de interrupção dos atendimentos e que está apurando as causas. Segundo o HCFMUSP , o fogo foi rapidamente contido pela brigada de incêndio do complexo e pelos Bombeiros. Fonte

Farmácias públicas vão divulgar estoques de medicamentos na internet

Uma nova lei publicada, nesta quinta-feira (24) no Diário Oficial da União, determina que as farmácias públicas do Sistema Único de Saúde (SUS) passam a ter a obrigação de disponibilizar na internet os estoques de medicamentos. A medida foi sancionada e entrará em vigor em janeiro de 2024. O dispositivo alterou a Lei Orgânica da Saúde, de 1990, que trata da promoção e do funcionamento dos serviços do setor. O texto adicionou ao campo de atuação do SUS, descrito na lei, a obrigatoriedade de “disponibilizar nas respectivas páginas eletrônicas na internet os estoques de medicamentos das farmácias públicas que estiverem sob sua gestão, com atualização quinzenal, de forma acessível ao cidadão comum”. A proposta original foi apresentada pelo ex-deputado federal Eduardo Cury (PSDB-SP), em 2019, inspirada em uma iniciativa da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, em São Paulo. Segundo ele, a divulgação dos estoques, além de melhor gestão na aquisição dos medicamentos, evitará o deslocamento desnecessário de pacientes. “Os pacientes perdem tempo e dinheiro nas visitas constantes às farmácias e não conseguem obter o remédio indicado, o que é, no fim das contas, um enorme desrespeito com os usuários da rede pública de saúde.” Atualmente, o Ministério da Saúde já disponibiliza lista mais simplificada para o programa Farmácia Popular do Brasil, que faz parceria com a rede privada de drogarias. Nela aparecem os tipos de medicação voltados à atenção primária à saúde, que podem ser retirados nessa rede, mas as quantidades disponíveis não são informadas e não há atualização frequente. Além das farmácias populares, também são geridas pelo SUS as farmácias hospitalares, as especializadas, que mantém medicamentos de alto custo, e as farmácias das unidades básicas de Saúde. Fonte

Ministério da Saúde faz repasse para pagamento do piso da enfermagem

O Ministério da Saúde informou que foram repassados nesta quarta-feira (23), a estados e municípios, os recursos para o pagamento do piso nacional da enfermagem.  “Os recursos previstos na portaria nº 1.135/2023 foram creditados pelo Ministério da Saúde nas contas dos estados e municípios nesta quarta-feira (23). Mais de 97% das prefeituras foram contempladas a partir do cadastro realizado na plataforma InvestSUS. Dos 5.570 municípios do país, apenas 117 não informaram profissionais que necessitam de auxílio federal para complementação do piso”, informa o ministério. O governo federal alocou R$ 7,3 bilhões, em crédito especial, para os repasses aos estados e municípios em 2023. “Foram pagas quatro parcelas do auxílio federal para implementação do piso retroativamente a maio. As outras cinco parcelas deste ano, incluindo o 13º, serão pagas até dezembro”, informa o ministério. Entenda Em maio, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o pagamento do piso nacional da enfermagem após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sancionado a abertura de crédito especial de R$ 7,3 bilhões para o pagamento do piso. Até então, o novo piso nacional, definido pela Lei nº 14.434, estava suspenso, desde setembro de 2022, por decisão do próprio Barroso, até que os entes públicos e privados da área da saúde esclarecessem o impacto financeiro. Segundo os estados, o impacto nas contas locais é de R$ 10,5 bilhões e não há recursos para suplementar o pagamento. Na nova decisão, Barroso determinou que estados, Distrito Federal e municípios, bem como às entidades privadas que atendam, no mínimo, 60% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a obrigatoriedade de implementação do piso nacional só existe no limite dos recursos recebidos por meio da assistência financeira prestada pela União para essa finalidade. Fonte

Ministério da Saúde lança campanha de multivacinação no Rio de Janeiro

O Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (23) a campanha de multivacinação no Rio de Janeiro. As ações vão se estender até o dia 15 de setembro, e em 2 de setembro haverá o Dia D. A intenção é atualizar o calendário de vacinas de crianças e adolescentes até os 15 anos de idade e retomar as altas coberturas vacinais no país. O lançamento foi no Palácio da Guanabara, sede do governo do estado. O diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, disse que embora o Brasil tenha erradicado algumas doenças “é preciso lembrar que muitas delas continuam circulando pelo mundo”. Gatti destacou que o país registrou queda na cobertura vacinal e, por isso, é preciso recuperar a vacinação em crianças e adolescentes. Segundo ele, desde 2015, o Brasil vem registrando quedas na cobertura vacinal da população de imunizantes que são usados há décadas, como os contra a paralisia infantil, o sarampo, a rubéola, a coqueluche, a difteria e o tétano. Gatti alertou que essas doenças podem voltar e causar epidemias, deixar sequelas nas crianças e até matar. Por isso, defendeu, é preciso recuperar as coberturas vacinais, função em que o Ministério da Saúde está empenhado. “É importante resgatar o Zé Gotinha, que sempre foi um símbolo do SUS [Sistema Único de Saúde]”, disse, acrescentando que o personagem precisa ser resgatado para mobilizar a população, para que ela volte a confiar nas vacinas e volte a levar seus filhos para serem vacinados. “Nossas vacinas são seguras, elas protegem, elas são efetivas, e vacinar é um ato de amor”, assegurou Gatti. O papel do Ministério da Saúde no programa de imunizações, conforme o diretor do PNI, é complementado por estados e municípios, e cabe à pasta definir as diretrizes técnicas, adquirir as vacinas e dar apoio logístico. “Esse é o nosso papel, mas o papel de vacinar se concentra muito na esfera municipal. O estado faz a vacinação de imunobiológicos especiais, ajuda no apoio técnico e logístico dos municípios. O processo de vacinação envolve todo mundo, governo federal, estados e municípios. Para termos sucesso, precisamos de união, trabalhando todos juntos para atingirmos ótimos resultados e conseguirmos proteger a nossa população”, disse. Gatti informou que o Ministério da Saúde tem algumas estratégicas para aumentar a cobertura vacinal no país, que considera um desafio conjunto da pasta com estados e municípios. Uma delas é fazer ações de multivacinação regionalizadas, como a que começou esta quarta-feira no Rio de Janeiro, e que no fim de semana chegará ao Distrito Federal e ao Espírito Santo. “Já fizemos [a multivacinação] em outros estados, e ao longo do ano vamos avançar para mais estados”, disse. O Ministério da Saúde está investindo R$ 150 milhões neste ano em estados e municípios para o fortalecimento da vacinação. Mães jovens Para expandir a vacinação no território fluminense, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro vai promover uma ação de mobilização com as mães jovens. “A gente precisa ter um olhar diferenciado para a mãe jovem. Para a mãe de 14, 15, 16 anos de idade que ainda não tem entendimento de vacinação de uma mãe mais madura, mais preparada, e que planejou a sua gravidez. Muitas dessas jovens foram surpreendidas pela gravidez e nós precisamos acolher e falar para elas da importância da vacinação”, disse o secretário Dr. Luizinho. Ele adiantou que, na sexta-feira (25), a secretaria vai publicar uma resolução que destinará R$ 1 milhão aos municípios do estado para que possam montar uma sala de vacinação para oferecer o serviço inclusive aos fins de semana. “Até o final do ano vão ser R$ 4 milhões, mas essa é uma despesa que vai ficar incorporada para a gente para o resto da vida, para que a gente mantenha tudo funcionando nos finais de semana, não só na campanha agora, mas para que todo mundo tenha uma sala de vacinação funcionando todos os dias”, disse à Agência Brasil. Prioridade A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro definiu seis municípios – Belford Roxo, Duque de Caxias, Nilópolis, Nova Iguaçu, São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e São Gonçalo, na região metropolitana -, como prioridade na vacinação, onde, segundo o secretário, as vacinas foram aplicadas, mas os dados não foram registrados no sistema informatizado que contém as informações da vacinação no país. Conforme dados da SES, entre essas cidades, Belford Roxo, Nilópolis, Nova Iguaçu e São Gonçalo estão com toda a cobertura abaixo dos 50%. “Nós estamos dando uma atenção especial, um cuidado, porque esse é um trabalho em conjunto. Temos problemas no país com a informatização, com dados da vacina. Às vezes, a vacina está aplicada e o dado não está informado. Nós olhamos para seis grandes municípios que têm essa dificuldade em que o estado do Rio de Janeiro e o Ministério da Saúde vão trabalhar junto para que em dezembro de 2023 a gente tenha o estado do Rio de Janeiro, se Deus quiser, como pole position em vacinação no Brasil”, disse Dr. Luizinho. HPV Na cidade do Rio de Janeiro, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que a preocupação é com a aplicação das vacinas de prevenção do HPV, atualmente com baixa cobertura na cidade. A vacina contra o HPV protege contra o câncer de colo de útero e vários tipos de cânceres, que muitos países já erradicaram, pela alta cobertura. “Eu quero lembrar aos pais, para os adolescentes procurarem uma unidade de saúde para tomar a vacina de HPV, que vai proteger de uma doença que não acontece agora, mas vai acontecer com essa pessoa na fase adulta. É a oportunidade que a gente tem de proteger os nossos filhos contra um câncer, que às vezes é tão difícil de ser curado”, apelou o secretário em entrevista à Agência Brasil. Soranz lembrou que a vacina contra o HPV não está restrita às meninas e adolescentes. “[ A vacinação] é para meninas e meninos, porque protege contra o câncer de colo de útero, mas também contra

Casos de rinovírus continuam em alta entre crianças, diz Fiocruz

Apesar do cenário geral de queda nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causados por vírus no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta que o rinovírus continua a provocar alta nas faixas etárias infantis, tanto entre 2 e 4 anos quanto entre 5 e 14 anos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (23) pelo Boletim InfoGripe. O estudo indica que, entre os dias 13 a 19 de agosto, a tendência de alta causada pelo rinovírus foi mais intensa na Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O boletim manteve a avaliação de que a tendência dos casos de SRAG pela covid-19 é de queda ou estabilidade em patamares baixos. O Brasil confirmou na semana passada o primeiro caso da variante EG.5, que está associada ao aumento de casos de covid-19 em dezenas de países. O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, destaca que a vacinação é a principal forma de prevenção contra o SARS-CoV-2, que continua a circular apesar do fim da emergência sanitária provocada pela covid-19. “A vacinação continua extremamente recomendada. Devemos aproveitar que as vacinas da gripe e da covid ainda estão disponíveis nos postos de saúde, são gratuitas e continuam protegendo especialmente contra as formas graves das doenças como forma de proteção em caso de retomada do crescimento do vírus”, afirma o pesquisador. Fonte

Bolsonaro é internado em São Paulo para exames de rotina

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado nesta quarta-feira (23) no Hospital Vila Nova Star, na capital paulista, para exames de rotina. As informações foram publicadas na rede social de Fabio Wajngarten, advogado do político. Segundo Wajngarten, os exames são para avaliar a condição clínica de Bolsonaro, especialmente no sistema digestivo, tráfego intestinal, aderências, hérnia abdominal e refluxo. O advogado associa os exames ao ataque a faca contra o ex-presidente durante a campanha eleitoral de 2018. Desde que sofreu o atentado, Bolsonaro passou por pelo menos sete internações cirúrgicas e de recuperação. Fonte

Mutação genética causa a Apraxia de Fala na Infância, mostra estudo

Novos conhecimentos científicos vão ajudar crianças brasileiras com Apraxia de Fala na Infância (AFI). Por meio de mapeamento genético realizado pela Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância (Abrapraxia) em parceria com o Centro de Estudo do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP) foram identificados 18 novos genes causadores desse tipo de transtorno, que atinge duas a cada 1.000 crianças no Brasil. Pela primeira vez, um mapeamento genético de Apraxia de Fala é realizado no Brasil e as novas informações vão se somar aos estudos realizados somente nos Estados Unidos e na Austrália. A identificação de 18 novos genes é o primeiro resultado do estudo inédito que vinha sendo realizado há cerca de dois anos em 93 crianças previamente diagnosticadas com Apraxia de Fala grave, para identificar as alterações genéticas que levam ao transtorno. A AFI, que ainda passa por muito desconhecimento no Brasil, interfere na reprodução dos sons da fala. A criança sabe o que quer dizer, mas o cérebro não envia os comandos adequados para movimentar os articuladores, a língua, os lábios e a mandíbula. Em matéria publicada pela Agência Brasil em agosto do ano passado, pais de crianças diagnosticadas com o transtorno e pesquisadores envolvidos no estudo, financiado pela associação e pela USP, tinham a expectativa positiva do que poderia ser desvendado. Agora, a descoberta coordenada pela geneticista e pesquisadora do Centro de Estudo do Genoma Humano da USP, Maria Rita Passos Bueno, é considerada um avanço mundial na busca da origem do transtorno neurológico, que acontece quando o cérebro falha no envio dos comandos da fala. “Aumentou o número de genes candidatos, que quando tiver uma alteração importante podem explicar a Apraxia de Fala, e além disso, a gente está incluindo novos genes que nunca tinham sido associados à Apraxia de Fala e nem a problemas de fala. É uma novidade no mundo. A gente ampliou os dados que já tinham na literatura de maneira substancial”, explicou a geneticista em entrevista à Agência Brasil. A médica disse que com o resultado é possível saber se um casal que tenha uma criança com o transtorno poderá no futuro ter outro filho ou filha com Apraxia. “Para o planejamento familiar é extremamente importante. O que a gente observou também é que é comum os pais acharem que fizeram alguma coisa de errado, quando têm um filho com doença genética. Primeiro, a gente nem sabia direito que era genética, agora, em torno de 60% dos casos a gente achou a variante que causa o problema e a maioria deles a gente verificou que a variante aconteceu na criança. Não é que foi herdada. É uma mutação que aconteceu na criança”, disse. Segundo Maria Rita, essa criança com Apraxia poderá transmitir a mutação para um filho. “A chance de transmitir é de 50%, aí sim, passa a ser hereditário”, pontuou. A geneticista disse que a intenção é seguir com a pesquisa com outro tipo de análise em 40% da amostra, nas quais não foram identificadas a alteração genética que explicasse a Apraxia de Fala. “A gente precisa fazer outros tipos de análises e de testes para a gente ver se consegue identificar o que tem de alterado”, acrescentou. Associação A Abrapraxia foi criada a partir da união de três famílias com filhos diagnosticados com o transtorno e criaram uma rede de apoio em 2016. O resultado dessa primeira fase da pesquisa, concluída em julho deste ano, além da busca por mais conhecimento sobre a AFI, reflete nas famílias das crianças com o transtorno, especialmente em variáveis psicológicas como ansiedade e culpa. De acordo com a geneticista, foi possível verificar que são poucos os casos de herança genética e que as chances de outro nascimento com Apraxia de Fala são iguais às de qualquer outra família. José Márcio Fernandes, um dos pais fundadores da associação e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Abrapraxia, disse à Agência Brasil que quando a filha Giovana, de 12 anos de idade, foi diagnosticada com Apraxia, há cerca de oito anos, sentiu a necessidade de saber o que causava o transtorno, mas não encontrou uma resposta definitiva. “A gente veio nessa busca, e a gente decidiu tratar todos os sintomas da Apraxia com fonoaudiologia, através de especialistas cuidando de toda a estratégia de tratamento da Giovanna, mas a gente sempre ficou com essa questão na cabeça, de qual era a causa da Apraxia de Fala das crianças em geral”, lembra, acrescentando que em princípio ele e a mulher, Juliane, decidiram iniciar uma pesquisa genética em um instituto de São Paulo, mas não chegaram a nenhuma conclusão. Os estudos realizados nos outros países tinham identificado 38 genes relacionados à apraxia de fala na infância. Agora, após o resultado da primeira fase da pesquisa da USP, o número saltou para 56. No Brasil, nem sempre o diagnóstico do transtorno é correto, o que também ocorre com crianças com espectro autista e com outros transtornos neurológicos. A causa é a falta de conhecimento entre profissionais da saúde e educação, por isso, a investigação genética se torna ainda mais importante. De acordo com José Márcio, o estudo partiu de uma base de 500 famílias de crianças no Brasil com Apraxia de Fala severa, mas devido à dificuldade de recursos foram selecionadas 150 crianças, que passaram por análises com fonoaudiólogos qualificados pela associação. Ao longo do processo, algumas não conseguiram continuar no tratamento e a pesquisa ao final ficou com 93 crianças, onde foram identificados os 18 novos genes causadores do transtorno. “A USP conversou com todas as famílias e pôde dar um aconselhamento genético para cada uma. Tinham famílias com muitas dúvidas, como se eu tiver mais um filho, será que vai ter novamente Apraxia da Fala na Infância?”, contou. Segundo José Márcio, quando, há 5 anos, o banco de dados dos estudos, que já vinham sendo realizados, estava mais ampliado em relação à genética, o casal refez o exame da Giovana e foi descoberto que a filha tem uma mutação genética rara identificada em apenas

Associação vai debater aumento do consumo de álcool entre meninas

Com o tema Celebrando a Diversidade: Eu, Tu, Eles… É Nós!, o 27º Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) será realizado em São Paulo, de 3 a 6 de setembro, trazendo debates nas áreas de saúde mental do país e da América Latina. Um dos assuntos abrange o consumo de álcool e outras substâncias entre as mulheres, o que vem ocorrendo cada vez mais precocemente. “Não podemos só ficar olhando para uma estatística crescente e não contribuir em nada para que esse cenário mude”, disse à Agência Brasil a psiquiatra Alessandra Diehl, presidente da Abead. Muitos dos espaços para tratamento de mulheres atualmente são feitos por organizações não governamentais e movimentos sociais. Durante a pandemia de covid-19, surgiu um movimento chamado Alcoolismo Feminino, que se transformou em associação, e que hoje oferece tratamento. “Esse movimento nasceu virtual e hoje só cresce”, afirmou a psiquiatra. Vale a pena mencionar também o movimento de mulheres dentro do grupo Alcoólicos Anônimos, chamado Colcha de Retalhos, com o mesmo objetivo. A presidente da Abead avaliou que há poucos espaços de tratamento para a mulher com a inclusão de mães e seus bebês. Todas as questões relacionadas a gênero, como a síndrome alcoólica fetal (SAF) serão analisadas durante o congresso. Será apresentada também uma iniciativa a nível municipal, em Ribeirão Preto (SP), para diminuir a prevalência da síndrome. Outro tema envolve crianças, filhos de mulheres que fazem uso de substâncias psicoativas. A pesquisadora mexicana Corina Giacomello abordará as intervenções para filhos de dependentes químicas, o que se chama de prevenção seletiva. “Nós sabemos que as crianças, adolescentes, ou filhos de usuários que convivem em um lar com dependência química precisam ter uma atenção especial já que eles também têm chance de desenvolver dependência química.” Estigma Outra pauta aborda o preconceito em relação aos dependentes químicos e aos profissionais da área. A presidente da Abead citou uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo que, em 2009, indicava que 41% da população brasileira tinha “ódio ou antipatia” de conviver com o usuário de drogas. “O estigma está direcionado a dependentes químicos, usuários de substâncias, e enraizado na sociedade em vários segmentos, desde a população geral até os profissionais da saúde. Muitos não querem trabalhar com dependente químico, porque acham e veem essas pessoas como marginais, bandidos, como pessoas fracas que estão nessa situação porque simplesmente querem.” Segundo a psiquiatra, o preconceito resvala, muitas vezes, no profissional que atende o dependente químico. Todas as interfaces do preconceito, do estigma, serão debatidas em vários momentos durante o congresso, abordando também o preconceito reproduzido na mídia, que usa palavras como viciado ou drogado nas reportagens. “A linguagem tem o poder de perpetuar esses mitos, preconceitos e estigmas”, destacou. O movimento Faces e Vozes do Brasil, parte de organização criada nos Estados Unidos, tem em sua linha dorsal o combate ao estigma que protela a busca por tratamento. Esse movimento fala: Eu sou a face e a voz da recuperação. “A recuperação é possível. Ela existe”, afirmou Alessandra Diehl. Tabaco No Fórum de Tabagismo, o congresso da Abead vai discorrer sobre os avanços do Brasil na luta contra o hábito de fumar. O país continua protagonista dentro da Convenção Quadro de Controle do Tabaco, tratado internacional assinado em 2003, que enfrenta agora ameaça em alguns quesitos, como o cigarro eletrônico. Existem ameaças, segundo a psiquiatra, apesar de resolução da diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2009, que proíbe a venda de cigarro eletrônico no país, ratificada pelo órgão neste ano. A prevalência do tabagismo no Brasil, em torno de 43% no final da década de 1980, hoje caiu para 12%, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Os cigarros eletrônicos estão minando os bons resultados alcançados pelo país.” América Latina A presidente da Abead indicou que a pandemia de covid-19 agravou quadros psiquiátricos pré-existentes e novos casos surgiram. O congresso objetiva não só fomentar o debate, mas ser fonte de educação dos profissionais que estão na linha de frente e que não tiveram acesso a cursos de formações específicos. O tema da diversidade, escolhido para o congresso deste ano, não aborda somente a diversidade de gênero, mas a diversidade de públicos alvos, de modos de tratar, de terapias e possibilidades de tratar, de formas de abordar a questão e de dialogar com políticas públicas também distintas, englobando redução de danos, abstinência, iniciativas de legalização de drogas fora do Brasil, resultados obtidos. “Este é um momento em que vivemos novamente essa questão de legalização [de drogas]. O debate voltou à pauta e será objeto de apreciação no congresso. Nesta edição do evento, a Abead priorizou trazer colegas do Chile, México e Argentina, para falarem da realidade das drogas na América Latina, porque muitas informações são baseadas em dados dos Estados Unidos e Europa que não refletem o que se vive nos países latino-americanos. Por exemplo, na região não foi registrada uma crise de opioides, como naqueles países. Dependência O congresso contará com a participação do ator Niso Neto, filho do comediante já falecido Chico Anísio, que vai participar de talk show para relatar a perda de um filho, cuja morte foi relacionada ao consumo do chá de ayahuasca, do Santo Daime. O debate vai abordar a influência da substância em pessoas vulneráveis, que já têm um substrato neuro biológico, ou seja, uma genética para sintomas psiquiátricos, e que pode desenvolver sintomas psicóticos. No tópico de substâncias que tiram a consciência das pessoas, o congresso vai debater também os medicamentos compostos, cujo consumo cresceu muito, principalmente na pandemia, apontou a presidente da Abead. Nos Estados Unidos, por exemplo, o crescimento das vendas superou 300%. No trabalho intitulado Zolpidem: Aumento do Seu Uso Associado ao Cenário Pandêmico da Covid-19, apresentado em junho de 2023 no Centro Universitário UNA, seus autores relatam que, no Brasil, a comercialização dos psicofármacos aumentou 17% em 2020 e 13% só nos primeiros cinco meses de 2021, e que, no caso do medicamento Zolpidem, o crescimento atingiu 113% entre 2019 e 2021. Alessandra Diehl informou que a substância Zopiclona, por exemplo, tem um efeito colateral muito grave, que é o sonambulismo.

Ozonioterapia não deve ser usada para doenças oculares, alerta CBO

Não há evidência científica “sólida” que garanta a segurança e a eficácia do uso da ozonioterapia no tratamento de doenças oculares. O alerta é do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). “A adoção dessa abordagem como terapia médica (principal ou complementar) é desaconselhada”, destacou a entidade, por meio de nota.  A manifestação acontece após recente sanção da Lei 14.648/23, que permite que profissionais de saúde prescrevam a terapia de forma complementar. Para o conselho, a análise de inúmeros trabalhos demostra que, até o momento, a ozonioterapia não tem eficácia comprovada na abordagem de doenças crônicas ou reversíveis e oferece riscos ao paciente.  “O CBO entende que o uso amplo dessa abordagem pode potencializar problemas de saúde”, destacou a nota. Na avaliação da entidade, os médicos podem utilizar a ozonioterapia apenas como terapia experimental, dentro de protocolos de pesquisa aprovados pelo sistema formado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e seus respectivos comitês.   O conselho ressalta que, além de não oferecer resultados positivos, a ozonioterapia pode trazer prejuízos ao afastar o doente de outras terapias de efeito comprovado. Entre os fatores que citados está a falta de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso clínico da ozonioterapia.   “A Anvisa tem reiterado que há indícios positivos dessa prática apenas em tratamentos estéticos, como limpeza de pele, e odontológicos, como a reversão de cáries e infecções”, citou o CBO. “O ozônio é um gás tóxico e corrosivo, que tem ação bactericida. É usado para a assepsia de ambientes, como um desinfetante, e para purificar a água.”   Polêmica  “O CBO acompanhou as discussões no Congresso Nacional, apresentando preocupação com a inexistência de estudos científicos comprovando a eficiência dessa terapia na abordagem de doenças crônicas ou reversíveis e também com a disseminação de informações falsas induzindo o seu uso por pacientes de alta complexidade”, concluiu a nota.   Outras entidades médicas externaram posição semelhante ao uso clínico da ozonioterapia, como é o caso da Associação Médica Brasileira (AMB), a Academia Nacional de Medicina (ANM) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). Fonte

Projeto oferece soluções simples para deixar casas mais saudáveis 

Soluções simples e acessíveis, como o uso de cobogós (tijolos vazados), abertura de janelas e lajes com caimentos corretos, podem deixar as casas de favelas brasileiras mais agradáveis e evitar doenças. Com o objetivo de evitar a disseminação da tuberculose, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começou a desenvolver o projeto Habitação Saudável há cerca de quatro anos.  O projeto piloto foi desenvolvido no Complexo de Manguinhos, conjunto de favelas vizinho à sede da Fiocruz, na zona norte do Rio de Janeiro, a partir da análise dos dados sobre a incidência de tuberculose na região, ainda em 2019.  “Um grande número de casos de tuberculose na comunidade de Manguinhos ocorria em determinada região, que era a área com maior dificuldade socioeconômica. Eram locais onde havia transmissão da tuberculose dentro das casas. Aquelas casas que tinham maior número de pessoas, com problemas de ventilação, de iluminação direta da luz solar eram locais propícios para a contaminação”, explica a pneumologista Patrícia Canto Ribeiro, coordenadora de Atenção à Saúde da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz.  A ideia inicial era escolher 40 casas da comunidade e produzir plantas arquitetônicas modelos, com melhorias de baixo custo, para serem aplicadas em outros imóveis da favela. No entanto, a pandemia de covid-19, que levou à adoção de medidas de isolamento social a partir de março de 2020, impediu que a proposta inicial fosse levada à frente, e o projeto teve que ser adaptado.  O foco da Fiocruz passou a ser na capacitação de 130 agentes comunitários, que receberam instruções sobre a metodologia das habitações saudáveis e na produção de material educativo, como vídeos  e uma cartilha  Tanto os agentes comunitários quanto o material educativo mostram aos moradores da favela como fazer reformas ou melhorias de baixo custo em suas casas, de forma a melhorar a circulação de ar, aumentar a iluminação e controlar infiltrações e mofo.   “Casas com grande número de pessoas, mal ventiladas, são locais que propiciam a transmissão de doenças, como a tuberculose, viroses respiratórias, covid-19, influenza”, afirma a pneumologista, ressaltando que essas “casas doentes” também podem agravar quadros de asma, bronquite e alergias.  Passada a pandemia, no entanto, a Fiocruz pretende retomar a proposta original, oferecendo a visita de arquitetos para analisar alternativas que transformem as casas em ambientes mais saudáveis. Para isso, no entanto, a proposta precisa de financiamento. “A emenda parlamentar [que garantiu o financiamento da primeira parte do projeto] terminou, então precisamos agora de nova emenda parlamentar. Estamos tentando contato com parlamentares que abracem essa ideia”.  O financiamento do Habitação Saudável permitirá também que ele possa ser levado a outras comunidades do Rio de Janeiro e do restante do país. “A gente entende que casas deveriam ser um direito de todos. Mas as casas têm que ser seguras”, conclui Patrícia. Fonte

MEC regulamenta adesão de instituições à supervisão do Mais Médicos

O Ministério da Educação (MEC) publicou nesta terça-feira (22) portaria que estabelece regras para a adesão das instituições de ensino para acompanhar o desenvolvimento pedagógico dos médicos inscritos no Programa Mais Médicos para o Brasil. O documento traz também as regras para seleção dos tutores e supervisores acadêmicos. A medida vale para instituições de educação superior que ofereçam curso de medicina gratuitamente, escolas de governo que possuam, no mínimo, programa de residência médica, ou de pós-graduação, e secretarias de saúde que possuam programa de residência médica. Cumpridos os requisitos, as instituições assinam o termo de adesão com duração de três anos, que pode ser prorrogado pelo mesmo período. Após a adesão, as instituições supervisoras terão 30 dias para definir os procedimentos de seleção dos responsáveis pelo acompanhamento profissional contínuo e permanente dos médicos. As instituições também deverão selecionar o tutor acadêmico que vai gerenciar e planejar as atividades do supervisor. Atuarão ainda na Supervisão Acadêmica na Educação em Saúde do programa, o Ministério da Educação, o apoiador institucional do MEC, o gestor municipal, o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena e o médico. A rede atuará por meio de encontros com frequência também determinada pela portaria, de forma presencial ou remota. Além da supervisão – seleção contínua de tutores e supervisores – as instituições de ensino também deverão oferecer atividades de pesquisa, ensino e extensão aos médicos e apoiar na avaliação de médicos intercambistas. As instituições não selecionadas no processo seletivo serão incluídas em um banco de entidades supervisoras e poderão ser chamadas, a qualquer momento. No início do mês, o MEC já havia publicado a regulamentação que determina o funcionamento do Sistema de Supervisão Acadêmica. Fonte

Abead debate diversidade de gênero e terapia para dependentes

Com o tema Celebrando a Diversidade: Eu, Tu, Eles… É Nós!, o 27º Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) será realizado em São Paulo, de 3 a 6 de setembro, trazendo debates nas áreas de saúde mental do país e da América Latina. Um dos assuntos abrange o consumo de álcool e outras substâncias entre as mulheres, o que vem ocorrendo cada vez mais precocemente. “Não podemos só ficar olhando para uma estatística crescente e não contribuir em nada para que esse cenário mude”, disse à Agência Brasil a psiquiatra Alessandra Diehl, presidente da Abead. Muitos dos espaços para tratamento de mulheres atualmente são feitos por organizações não governamentais e movimentos sociais. Durante a pandemia de covid-19, surgiu um movimento chamado Alcoolismo Feminino, que se transformou em associação, e que hoje oferece tratamento. “Esse movimento nasceu virtual e hoje só cresce”, afirmou a psiquiatra. Vale a pena mencionar também o movimento de mulheres dentro do grupo Alcoólicos Anônimos, chamado Colcha de Retalhos, com o mesmo objetivo. A presidente da Abead avaliou que há poucos espaços de tratamento para a mulher com a inclusão de mães e seus bebês. Todas as questões relacionadas a gênero, como a síndrome alcoólica fetal (SAF) serão analisadas durante o congresso. Será apresentada também uma iniciativa a nível municipal, em Ribeirão Preto (SP), para diminuir a prevalência da síndrome. Outro tema envolve crianças, filhos de mulheres que fazem uso de substâncias psicoativas. A pesquisadora mexicana Corina Giacomello abordará as intervenções para filhos de dependentes químicas, o que se chama de prevenção seletiva. “Nós sabemos que as crianças, adolescentes, ou filhos de usuários que convivem em um lar com dependência química precisam ter uma atenção especial já que eles também têm chance de desenvolver dependência química.” Estigma Outra pauta aborda o preconceito em relação aos dependentes químicos e aos profissionais da área. A presidente da Abead citou uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo que, em 2009, indicava que 41% da população brasileira tinha “ódio ou antipatia” de conviver com o usuário de drogas. “O estigma está direcionado a dependentes químicos, usuários de substâncias, e enraizado na sociedade em vários segmentos, desde a população geral até os profissionais da saúde. Muitos não querem trabalhar com dependente químico, porque acham e veem essas pessoas como marginais, bandidos, como pessoas fracas que estão nessa situação porque simplesmente querem.” Segundo a psiquiatra, o preconceito resvala, muitas vezes, no profissional que atende o dependente químico. Todas as interfaces do preconceito, do estigma, serão debatidas em vários momentos durante o congresso, abordando também o preconceito reproduzido na mídia, que usa palavras como viciado ou drogado nas reportagens. “A linguagem tem o poder de perpetuar esses mitos, preconceitos e estigmas”, destacou. O movimento Faces e Vozes do Brasil, parte de organização criada nos Estados Unidos, tem em sua linha dorsal o combate ao estigma que protela a busca por tratamento. Esse movimento fala: Eu sou a face e a voz da recuperação. “A recuperação é possível. Ela existe”, afirmou Alessandra Diehl. Tabaco No Fórum de Tabagismo, o congresso da Abead vai discorrer sobre os avanços do Brasil na luta contra o hábito de fumar. O país continua protagonista dentro da Convenção Quadro de Controle do Tabaco, tratado internacional assinado em 2003, que enfrenta agora ameaça em alguns quesitos, como o cigarro eletrônico. Existem ameaças, segundo a psiquiatra, apesar de resolução da diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2009, que proíbe a venda de cigarro eletrônico no país, ratificada pelo órgão neste ano. A prevalência do tabagismo no Brasil, em torno de 43% no final da década de 1980, hoje caiu para 12%, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Os cigarros eletrônicos estão minando os bons resultados alcançados pelo país.” América Latina A presidente da Abead indicou que a pandemia de covid-19 agravou quadros psiquiátricos pré-existentes e novos casos surgiram. O congresso objetiva não só fomentar o debate, mas ser fonte de educação dos profissionais que estão na linha de frente e que não tiveram acesso a cursos de formações específicos. O tema da diversidade, escolhido para o congresso deste ano, não aborda somente a diversidade de gênero, mas a diversidade de públicos alvos, de modos de tratar, de terapias e possibilidades de tratar, de formas de abordar a questão e de dialogar com políticas públicas também distintas, englobando redução de danos, abstinência, iniciativas de legalização de drogas fora do Brasil, resultados obtidos. “Este é um momento em que vivemos novamente essa questão de legalização [de drogas]. O debate voltou à pauta e será objeto de apreciação no congresso. Nesta edição do evento, a Abead priorizou trazer colegas do Chile, México e Argentina, para falarem da realidade das drogas na América Latina, porque muitas informações são baseadas em dados dos Estados Unidos e Europa que não refletem o que se vive nos países latino-americanos. Por exemplo, na região não foi registrada uma crise de opioides, como naqueles países. Dependência O congresso contará com a participação do ator Niso Neto, filho do comediante já falecido Chico Anísio, que vai participar de talk show para relatar a perda de um filho, cuja morte foi relacionada ao consumo do chá de ayahuasca, do Santo Daime. O debate vai abordar a influência da substância em pessoas vulneráveis, que já têm um substrato neuro biológico, ou seja, uma genética para sintomas psiquiátricos, e que pode desenvolver sintomas psicóticos. No tópico de substâncias que tiram a consciência das pessoas, o congresso vai debater também os medicamentos compostos, cujo consumo cresceu muito, principalmente na pandemia, apontou a presidente da Abead. Nos Estados Unidos, por exemplo, o crescimento das vendas superou 300%. No trabalho intitulado Zolpidem: Aumento do Seu Uso Associado ao Cenário Pandêmico da Covid-19, apresentado em junho de 2023 no Centro Universitário UNA, seus autores relatam que, no Brasil, a comercialização dos psicofármacos aumentou 17% em 2020 e 13% só nos primeiros cinco meses de 2021, e que, no caso do medicamento Zolpidem, o crescimento atingiu 113% entre 2019 e 2021. Alessandra Diehl informou que a substância Zopiclona, por exemplo, tem um efeito colateral muito grave, que é o sonambulismo.