Notificações de zika vírus aumentam no país em relação a 2022

O número de casos de zika vírus no país subiu 20% de janeiro até o dia 8 de julho de 2023. As notificações passaram de 5.910 para 7.093, na comparação com o mesmo período de 2022. A Região Sudeste teve o maior aumento de casos, com percentual 11,7%. O Ministério da Saúde informou que “é importante ressaltar que os dados são preliminares e sujeitos a alterações e que a vigilância das arboviroses – o que inclui as infecções causadas pelo vírus zika – é de notificação compulsória, ou seja, todo caso suspeito e/ou confirmado deve ser obrigatoriamente notificado aos serviços de saúde”. No mês de abril, em meio ao aumento de casos de dengue, zika e chikungunya no Brasil, as arboviroses, o governo federal lançou uma campanha nacional de combate às doenças, transmitidas por um mesmo vetor, a picada do mosquito Aedes aegypti.  Na ocasião, o Ministério da Saúde acionou o Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE) e foram realizadas ações de apoio nos 11 estados com maior número de casos e mortes por dengue e chikungunya. Outra ação foi investimento de R$ 84,3 milhões em compra de inseticida, larvicida, distribuição de kits de diagnóstico e capacitação de profissionais de saúde.  Em junho, o COE foi desativado após ter sido constatada queda no risco de transmissão das arboviroses em todos os estados brasileiros. O número de casos notificados de zika vírus caiu 87% entre abril e julho. “Essa queda se deve às ações empenhadas no controle do vetor, às ações promovidas pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde, além de mudanças climáticas que implicam na circulação viral da dengue e chikungunya. Diante disso, considerando o cenário atual, a partir da Semana Epidemiológica (SE) 19, o COE Arboviroses foi desativado. Ainda assim, o Ministério da Saúde vai continuar monitorando o comportamento das arboviroses no Brasil ao longo de todo o ano”, informou a pasta na ocasião.  Sintomas  Os sintomas mais comuns da zika são: dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Prevenção  A principal forma de evitar a doença é eliminar os criadouros do mosquito, ou seja, evitar acúmulo de água parada em vasilhas, vasos de plantas e pneus velhos; instalar telas em janelas e portas; usar roupas compridas (calças e blusas) ou aplicar repelente nas áreas do corpo expostas e dar preferência a locais com telas de proteção e mosquiteiros. Fonte

Vítimas de violência sexual terão prioridade na vacinação contra HPV

Vítimas de violência sexual passaram a ser grupo prioritário para vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), de acordo com medida tomada pelo Ministério da Saúde no início do mês. O objetivo é garantir proteção a pessoas de 9 a 45 anos de idade que ainda não são vacinados ou que não completaram o esquema de imunização contra o vírus. O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e está associado a 80% dos casos de câncer do colo do útero e a mais da metade dos casos de câncer na vulva, pênis, ânus e orofaringe. Além disso, 90% das verrugas genitais são provocadas pelo HPV. A vacina HVP quadrivalente, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), previne contra as principais complicações. Antes, a vacina era aplicada apenas em crianças e adolescentes, entre 9 e 14 anos, e em pessoas de nove a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças ou em tratamento com drogas imunossupressoras. A decisão de ampliar o público-alvo é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Associação Pan-Americana de Infectologia (API). A baixa cobertura vacinal, mesmo no público-alvo prioritário, que é de crianças e adolescentes, vem declinando no país.  Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em fevereiro, 87,08% das meninas entre 9 e 14 anos de idade receberam a primeira dose da vacina em 2019, e em 2022, a cobertura caiu para 75,81% . Entre os meninos, a cobertura vacinal caiu de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022. Já em relação à violência sexual, boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, em maio deste ano, mostrou que, entre 2015 e 2021, foram notificados 202.948 casos contra crianças e adolescentes, sendo 35.196 notificações apenas em 2021, o que representa o maior número do período analisado. No estado de São Paulo, 30% das vítimas de violência sexual atendidas nos serviços especializados desenvolveram lesões por HPV. De acordo com uma nota técnica do ministério, a oferta da vacina contra o HPV será incluída de forma imediata ao protocolo de atendimento existente e realizada nos pontos de atenção à saúde do SUS que prestam assistência às vítimas de violência sexual. No contexto de saúde indígena, caso o serviço do primeiro atendimento não possua sala de vacina, as equipes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) deverão se organizar para ofertar o imunizante. Ainda segundo a pasta, a Lei nº 12.845/2013 assegura o atendimento obrigatório, integral, imediato e multidisciplinar a pessoas em situação de violência sexual em todos os hospitais integrantes da rede SUS, visando ao controle e ao tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes. Esquema vacinal O esquema vacinal contra o HPV varia de acordo com a faixa etária e condição de saúde do imunizado. Pessoas de 9 a 14 anos de idade, do sexo biológico feminino e masculino, sem problemas de imunossupressão (imunocompetentes), e que foram vítimas de violência sexual, devem tomar duas doses, no intervalo de seis meses, conforme calendário nacional de vacinação de rotina. Para pessoas de 15 a 45 anos de idade, de ambos os sexos biológicos, imunocompetentes e vítimas de violência sexual, o esquema de vacinação é de três doses, sendo duas doses com intervalo de dois meses entre a primeira e segunda dose, e a terceira dose seis meses após a primeira dose. O mesmo esquema anterior vale para pessoas de 9 a 45 anos de idade, do sexo biológico feminino e masculino, que tenham doenças imunossupressoras (HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, em tratamento com drogas imunossupressoras), e foram vítimas de violência sexual. Nesse caso, também são três doses, sendo duas doses com intervalo de dois meses entre a primeira e segunda dose e terceira dose seis meses da primeira dose. Fonte

Apresentador Faustão pode passar por transplante de coração

O apresentador de televisão Fausto Silva, conhecido como Faustão, pode passar por um transplante de coração. Segundo boletim médico divulgado no último domingo (20), pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, houve agravamento do quadro de insuficiência cardíaca e, por isso, a cirurgia passou a ser indicada pela equipe que o acompanha no tratamento desde 2020. Ainda de acordo com o boletim, Faustão está passando por diálise [filtração do sangue] e recebendo medicação para ajudar a dar força ao coração no bombeamento do sangue. “Fausto Silva já foi incluído na fila única de transplantes, regida pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que leva em consideração, para definição da priorização, o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso”, detalha o comunicado. O apresentador tem 73 anos e está internado desde o último dia 5. Fonte

G20 alerta para emergências sanitárias geradas por mudanças climáticas

Os ministros da Saúde dos países membros do G-20 (grupo que reúne 20 das principais economias do mundo) alertaram que as mudanças climáticas continuarão gerando emergências sanitárias ao redor do mundo. O documento, com 25 parágrafos, foi divulgado ao fim das reuniões, realizadas na Índia, na sexta-feira (18) e no sábado (19). De acordo com o documento, estão previstas emergências e reemergências de doenças infecciosas. E o aumento da severidade e frequência dos desastres naturais ameaçam sobrecarregar a habilidade dos sistemas de saúde de oferecer atendimentos essenciais. “Reconhecemos a necessidade de melhorar a resiliência dos sistemas de saúde contra os impactos da mudança climática”, destaca o texto. Os ministros ressaltaram também a importância de fortalecer os sistemas de vigilância sobre as doenças infecciosas existentes e a cooperação entre os centros de prevenção e controle de doenças. O Brasil foi representado na reunião pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, que também defendeu a ampliação de parcerias.  “Com base nas lições aprendidas na pandemia de covid-19, chegamos ao consenso de construir sistemas de saúde mais resilientes, igualitários, sustentáveis e inclusivos, equipados para lidar com desafios globais sanitários e emergências públicas sanitárias futuras”, diz o documento.  “Também reconhecemos a importância de integrar uma perspectiva de gênero ao desenhar sistemas de saúde, considerando necessidades específicas de mulheres e meninas, com o objetivo de atingir a igualdade de gênero nos sistemas de saúde”. Outra questão abordada no documento foi a necessidade de melhorar a compreensão sobre a covid longa e suas consequências individuais, sociais e econômicas. Fonte

Ministra da Saúde participa de reunião de ministros do G20

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu a cooperação internacional e tecnologias em saúde para o enfrentamento de futuras pandemias na Reunião de Ministros da Saúde do Grupo dos 20 (G20). O encontro ocorreu nesta sexta-feira (18) e sábado (19), em Gandhinagar, na Índia. A partir do ano que vem, o Brasil assume a presidência do G20 – grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo e a União Europeia. O evento marca a retomada do protagonismo brasileiro nos debates que envolvem questões globais de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, para Nísia Trindade o sucesso no enfrentamento de futuras pandemias vai depender do nível de interação entre os países e da capacidade de eles se integrarem para aumentar a resiliência dos sistemas nacionais de saúde. A ministra também enfatizou, segundo o ministério, a necessidade de fortalecimento das capacidades nacionais de vigilância e de resposta à resistência antimicrobiana, além da importância de garantir a produção, o fornecimento e o acesso universal a produtos de baixo custo. Na sexta-feira, a ministra também participou de cúpula para debater a medicina tradicional. Na oportunidade, mencionou a Resolução sobre a Saúde dos Povos Indígenas, proposta pelo Brasil e adotada por consenso na última Assembleia Mundial da Saúde. O documento inclui a saúde dos povos originários como uma questão prioritária na pauta da Organização Mundial de Saúde (OMS), no sentido de avançar em sistemas que promovam ações específicas para essa população. Presidência do G20 O G20 é composto por Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos por um país) global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial. Desde 2008, os países revezam-se na presidência. E será a primeira vez que o Brasil presidirá o G20 no atual formato. A programação da presidência do G20 compreenderá mais de uma centena de reuniões oficiais em todo o território nacional, entre as quais a Cúpula de Líderes, cerca de 20 reuniões ministeriais, mais de 50 reuniões de altos funcionários, além de dezenas de eventos paralelos. A Cúpula de Líderes do G20, durante a presidência de turno brasileira, está prevista para 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. A Presidência da República do Brasil indicou três desafios orientadores gerais para todos os grupos de trabalho do G20, em 2024: desenvolvimento sustentável, reforma das estruturas de governança global e combate às desigualdades. Fonte

Bahia faz primeira cirurgia de redesignação sexual pelo SUS

“É como se fosse um renascimento!”. A frase curta e objetiva define o sentimento da bailarina e professora de dança Yohana dos Santos, de 47 anos. Desde 2010, ela sonhava em ser submetida à cirurgia de redesignação sexual, antes popularmente conhecida como mudança de sexo.   A operação foi realizada no dia 9 de agosto, em Salvador, no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Foi a primeira redesignação sexual feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia.  “Na realidade, eu continuo sendo a mesma mulher. Psicologicamente, sou a mulher Yohana desde que nasci. Porém, hoje eu tenho a consciência de que o órgão condiz com a minha personalidade. Posso olhar no espelho e saber que essa sou eu. Antes eu não tinha condição de me identificar totalmente pelo físico, devido ao órgão que não condizia com a minha essência”, conta Yohana que, desde 2015, tem a documentação civil a identificando oficialmente como mulher.   “Estou plena, realizada. A cirurgia foi um sucesso”, comemora Yohana no dia em que recebeu alta (17). Desde 2018 ela é acompanhada pelo Ambulatório Transexualizador do hospital. A paciente foi assistida por um grupo multiprofissional, tendo sido considerada apta à cirurgia pelas equipes de endocrinologia, psicologia e serviço social.    Bahia faz primeira cirurgia de redesignação sexual pelo SUS. Foto: Ebserh/Divulgação Acompanhamento psicológico  O Ministério da Saúde adota critérios específicos para a realização da cirurgia. A pessoa precisa ter mais de 21 anos de idade e dois anos de acompanhamento psicológico.  A endocrinologista e coordenadora do Ambulatório Transexualizador do Hupes, Luciana Oliveira, explicou à Agência Brasil que a atenção psicológica inclui o redimensionamento de expectativas. “Algumas vezes [as expectativas] estão pouco fora da realidade do que é possível o cirurgião fazer. Os pacientes têm também que lidar com frustração, ou seja, se o resultado não for exatamente o que a pessoa deseja. Entender que há uma limitação, que cada corpo responde de uma forma, que a cicatrização acontece de formas diferentes”, descreve. “Tem toda uma preparação para chegar à indicação [de cirurgia], e a pessoa ficar satisfeita com o resultado estético que ela vai conseguir alcançar.” Depois da cirurgia, o atendimento psicológico é mantido por pelo menos mais um ano. “Às vezes, a paciente já conversou com outras pessoas que foram submetidas à cirurgia, mas ela nunca viveu naquele corpo e, certamente, qualquer mudança corporal passa por desafios”, ressalta a coordenadora do ambulatório.  Outro acompanhamento é o tratamento hormonal, uma vez que a retirada dos testículos afeta a produção de hormônios sexuais. “É como se ela estivesse na menopausa. Isso para uma pessoa jovem tem vários danos, porque o hormônio sexual não é só para dar as características sexuais, tem vários papéis na saúde. Então a gente faz reposição hormonal para manter todos esses outros aspectos de saúde além das características sexuais.”  O urologista Ubirajara Barroso, que realizou o procedimento em Yohana, conta que a cirurgia é complexa, dura cerca de seis horas, mas que o índice de complicações é pequeno. Os pacientes têm alta em três dias, geralmente. “Não é muito diferente de outras cirurgias que têm o mesmo grau de complexidade”, expõe.  Acessibilidade pelo SUS  Para a endocrinologista Luciana, a oferta desse tipo de pelo SUS é justificada porque o procedimento está longe de ser algo meramente estético. Ela explica que o não reconhecimento da genitália como algo compatível com a identidade de gênero pode levar a uma série de problemas de saúde mental.   “Há vários trabalhos mostrando que a prevalência de depressão e ansiedade é bem maior na população de transgêneros. Os índices de adoecimento mental são muito maiores. Automutilação, tentativas de suicídio e suicídio de fato também têm alta prevalência quando a gente compara com a população cis (que se identifica com o gênero com o qual foi designado ao nascer). Então, essa cirurgia vai permitir o bem-estar psicológico da pessoa. É essencial para o reconhecimento dela como mulher.”  De acordo com Luciana Oliveira, a cirurgia custa aproximadamente R$ 50 mil e o fato de ser oferecida pelo SUS a deixa ao alcance de pessoas que não teriam condições de realizar por outros meios.  “Pelas questões sociais em que essas pessoas vivem, muitas são colocadas para fora de casa ainda na adolescência, ou seja, sem uma formação profissional adequada, sem um suporte emocional e financeiro da família, acabam indo para prostituição, para subempregos e, consequentemente, não têm uma renda suficiente para pagar pelos procedimentos. Para a população trans, seria inviável se não fossem viabilizados pelo SUS”, afirma.  Hospital de referência  O Hupes é um dos 41 hospitais universitários administrados pela Ebserh. Essas unidades de saúde são ligadas a universidades federais e têm características específicas: atendem pacientes do SUS ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.  Também conhecido como Hospital das Clínicas, o Hupes conta agora com um centro de cirurgia de redesignação sexual, credenciado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A unidade espera receber também o credenciamento do Ministério da Saúde para entrar no seleto grupo de hospitais que fazem cirurgias de redesignação sexual. Atualmente, nove estão na lista.  Hupes conta com um centro de cirurgia de redesignação sexual – Foto: Ebserh/Divulgação Com o aval da Sesab, o Hupes pode realizar procedimentos como mamoplastia masculinizadora (remove a glândula mamária e modela um tórax masculino), histerectomia (remoção do útero), tireoplastia (readequação vocal para pessoas trans) e plástica mamária.  A expectativa é de que seja realizado pelo menos um desses procedimentos por mês, enquanto a instituição aguarda o credenciamento do Ministério da Saúde, o que possibilitará ampliar a oferta de cirurgias, incluindo a de redesignação sexual.  Número de cirurgias  O Brasil tem aproximadamente 4 milhões de pessoas trans e não binárias (que não se identificam completamente com o gênero masculino ou feminino). O SUS realiza o procedimento de redesignação sexual desde 2010 em mulheres trans. Para homens trans é feito desde 2019. Segundo o Ministério da

Formados no exterior, brasileiros apostam em recomeço do Mais Médicos

Ana Caroline Feitosa tem 24 anos e se formou em medicina no Paraguai. Chegou ao país vizinho em 2017, quando ainda não pensava em atuar na saúde. Em 2022, já com o diploma em mãos, retornou ao Brasil. Nascida em São Luís, a jovem viveu com a família durante muitos anos em Barreirinhas (MA), onde pôde observar as dificuldades para se conseguir atendimento médico. Atualmente, Ana Caroline integra um grupo de 1.041 profissionais, formados em medicina no exterior, e que passam por um módulo de acolhimento e formação para poderem atuar no programa Mais Médicos. “No Paraguai, me identifiquei muito com a parte da saúde e decidi: quero ser médica, quero cuidar, quero ajudar a comunidade. Sou do Nordeste e, lá, a gente vê a comunidade, vê que ela precisa de um cuidado, de um olhar mais amplo. A gente precisa ver o paciente, o que ele precisa. Lá, faltava não só médico, mas equipe. Temos bastante postos de saúde, mas há carência de profissionais. Falta médico, enfermeira. Temos um agente de saúde, mas sobrecarregado, com muitas famílias.” Médica Ana Caroline Feitosa participa do 28° ciclo do Programa Mais Médicos- Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Em cerca de duas semanas, Ana Caroline e os demais médicos concluem o período de formação e serão encaminhados para 379 municípios brasileiros. Mais da metade deles vai atuar na região da Amazônia Legal. Dos profissionais que passam pelo acolhimento, 98% são brasileiros formados em medicina no exterior. Desses, 48% são formados na Bolívia; 41% no Paraguai; 3,8% na Argentina; 2,8% na Venezuela; e 1,6% na Rússia. Os demais dividem-se entre países como Cuba, Peru, Uruguai, República Dominicana, Nicarágua, Equador e Colômbia. Eles atuarão com o Registro do Ministério da Saúde (RMS). Ana Caroline será alocada em Godofredo Viana (MA), uma viagem de nove horas de ônibus até o município onde estão os pais e o namorado. Sobre o futuro, ela conta que pretende encarar o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) para, um dia, trabalhar com medicina do trabalho. “Pelo Mais Médicos, vamos atender na atenção básica. Temos essa chance de fazer especialidade em medicina da comunidade. Também estou fazendo uma pós-graduação em saúde pública. Gosto muito de medicina do trabalho, mas, pra isso, estou no processo de revalidação do meu diploma, pra poder entrar na residência”, contou. “No começo, terei muitos desafios. Mas estou aberta pra conhecer a comunidade, saber da necessidade dos pacientes. Estar lá mesmo pra tudo o que precisarem”. Mikaelle Cruz, 35 anos de idade, também integra o grupo de médicos que passa pelo módulo de acolhimento e formação do programa. Formada em medicina na Bolívia, em 2022, a jovem, do interior da Bahia, foi selecionada para o município de Águia Branca (ES). “Conheço o estado do Espírito Santo, mas a cidade em si não. Visitei a grande Vitória, Colatina. Fui a passeio, nunca a trabalho. As expectativas são muito fortes, além de muita ansiedade. Quero saber logo como é o local, a equipe, a população e poder atuar no Brasil”, disse. Sobre a cidade para onde será enviada, Mikaelle fez o dever de casa e pesquisou cada detalhe. “Tem quase 10 mil habitantes e era bem o que eu pensava. Queria morar no interior. Prefiro o interior à cidade grande. É aconchegante, você consegue conhecer todo mundo, ter contato com todo mundo e dar mais atenção ao seu paciente”, disse. “Estou muito confiante. Acredito que vou ser bem recebida e que vou ter uma equipe maravilhosa. Estamos todos no mesmo barco, todo mundo acolhendo todo mundo. Todos buscando novas experiências, com o mesmo objetivo e, com isso, todo mundo se ajudando”. O médico Allyson Nunes Choma, 31 anos, é natural de Guajará-Mirim (RO) e também se formou na Bolívia, em 2021. Ele foi alocado para trabalhar em Santa Isabel do Rio Negro (AM). A cidade tem cerca de 28 mil habitantes e está inaugurando sua terceira unidade de saúde, mas conta com apenas um médico, que trabalha no hospital municipal. Médico Allyson Nunes Choma participa do 28° ciclo do Programa Mais Médicos – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil “Somos nove médicos indo pra lá. Acredito que a gente vai mudar significativamente a questão da saúde no município”, disse. “As enfermeiras, acredito, estavam fazendo esse trabalho de imunização, preventivos, pré-natal. Mas elas precisam de uma assistência, até pela sobrecarga de serviço que elas têm. Então, acredito que a gente consiga mudar significativamente e melhorar bastante a saúde, tanto da população de lá como das comunidades em volta.” “Venho de uma cidade do interior. A saúde lá é precária. Não chegam os recursos adequados. E, quando vêm, os médicos da capital geralmente não querem ficar no interior. Ficam um, dois, três meses e acabam saindo e deixando a saúde e a população desassistida. Estou saindo de um interior e indo para outro. Sei mais ou menos como funciona. Foi uma escolha minha porque havia uma demanda maior para a Amazônia. Mil vagas. Queria me desafiar a conhecer outro estado e tentar implementar uma coisa boa”, disse Allysson. Entenda Ao todo, 1.041 profissionais do Mais Médicos passam por um módulo de acolhimento e formação em Brasília. Os profissionais, selecionados no primeiro edital após a retomada do programa, têm habilitação para exercício da medicina no exterior e devem passar pelo curso antes de iniciar a atuação em unidades básicas de saúde. Após esse período de três semanas, os médicos serão encaminhados para 379 municípios brasileiros. Ao todo, o Ministério da Saúde ofertou mil vagas para a Amazônia Legal que, historicamente, sofre com a falta de profissionais e a dificuldade de fixação de médicos.  Criado no governo Dilma Rousseff, o Mais Médicos foi desmontado no governo de Jair Bolsonaro. Quando lançado, em 2013, o programa sofreu diversas críticas de entidades profissionais por causa da contratação de médicos estrangeiros ou com diplomas no exterior. Alguns desses médicos foram vaiados e hostilizados ao chegarem ao Brasil. Anos depois, mesmo contribuindo para melhorar os indicadores de saúde, os profissionais de saúde cubanos acabaram expulsos por Bolsonaro. Acolhimento O

ANS atualiza regras para alteração de hospitais nos planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou novas regras para a alteração de rede hospitalar das operadoras de planos de saúde. As mudanças estão relacionadas com a Consulta Pública nº 82/2021, que recebeu contribuições sobre quais deveriam ser os critérios para alteração da rede assistencial das operadoras.  Novas regras entram em vigor 180 dias após publicação no Diário Oficial da União.  As mudanças valem tanto para a retirada de um hospital da rede, como para a troca de um hospital por outro. O objetivo é dar maior transparência e segurança aos beneficiários.  Portabilidade  Nos casos em que os beneficiários ficarem insatisfeitos com a exclusão de um hospital ou serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar da rede de sua operadora, ocorrida no município de residência do beneficiário ou no município de contratação do plano, o beneficiário passa a ter direito de portabilidade sem prazo de permanência no plano. Com isso, não precisará cumprir os prazos mínimos de permanência no plano (1 a 3 anos).   Também não será exigido que o plano de origem e o de destino sejam da mesma faixa de preço, como acontece atualmente nos outros casos de portabilidade de carências.  Comunicação  Pelas novas regras, as operadoras também serão obrigadas a comunicar os consumidores, individualmente, sobre exclusões ou mudanças de hospitais e serviços de urgência e emergência na rede credenciada no município de residência do beneficiário. A comunicação individualizada deve ser feita com 30 dias de antecedência, contados do término da prestação de serviço.  O diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, ressalta as vantagens ao consumidor do plano de saúde. “Além de ser informado oficialmente sobre qualquer mudança na rede hospitalar da sua operadora, o consumidor terá maior mobilidade, pois ficará mais fácil fazer a portabilidade de carências caso o hospital de sua preferência saia da rede da sua operadora”.  Redução da rede Em relação à redução de rede hospitalar, uma das principais mudanças está relacionada à análise do impacto da retirada do hospital sobre os consumidores atendidos pela operadora.   Desta forma, caso a unidade a ser excluída seja responsável por até 80% das internações em sua região de atendimento, a ANS determina que a operadora não poderá apenas retirar o hospital da rede, mas deverá substituí-lo por um novo.  Substituição de hospitais  A avaliação de equivalência de hospitais para substituição também deverá ser realizada a partir do uso de serviços hospitalares e do atendimento de urgência e emergência, nos últimos 12 meses. Assim, se, no período analisado, os serviços tiverem sido utilizados no prestador excluído, eles precisarão ser oferecidos no prestador substituto.  E se o hospital a ser retirado pertencer ao grupo de hospitais que concentram até 80% das internações do plano, não será permitida a exclusão parcial de serviços hospitalares.   A norma aprovada também obriga o hospital substituto a estar localizado no mesmo município do excluído, exceto quando não houver prestador disponível. Neste caso, poderá ser indicado hospital em outro município próximo.  O diretor de Normas e Operações de Produtos da ANS, Alexandre Fioranelli, destacou que o foco da ANS, com a adoção dos novos critérios, está na segurança do consumidor com plano de saúde contratado. “A proposta é que o beneficiário seja menos afetado em razão da relação desfeita entre a operadora e o prestador. Esta proposta de normativo é fruto de cuidadoso trabalho de elaboração, que contou com intensa participação social e amplo debate”, afirmou o diretor.  Fonte

Positividade de testes de covid-19 subiu de 4% para 13%, diz UFRJ

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma nova nota nesta sexta-feira (18) para detalhar os motivos que levaram à recomendação do retorno do uso de máscaras em ambientes fechados e de aglomeração, divulgada na última quarta-feira (16). A UFRJ esclareceu também que a recomendação não implica medidas de isolamento ou suspensão de atividades presenciais, “mas aponta para a importância de adoção no cotidiano de medidas protetivas simples que se mostraram fundamentais ao longo desses anos de pandemia”. No primeiro comunicado, a universidade havia afirmado que constatou um aumento moderado e progressivo de diagnósticos de covid-19 em seu centro próprio de testagem, o Centro de Triagem e Diagnóstico do Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (CTD/Needier). No texto publicado nesta sexta, a UFRJ detalha que a taxa de positividade dos testes de covid-19 subiu de 4% para 13%, em um cenário de baixa procura pelos testes. “Constatamos um crescimento de casos positivos diagnosticados no centro nas últimas semanas: 4% no período de 17/05/2023 a 16/06/2023 (4 positivos em 110 testados); 7% no período de 17/06/2023 a 16/07/2023 (5 positivos em 72 testados) e 13% de 17/07/2023 a 16/08/2023 (11 positivos em 86 testados)”, informa a universidade, que calcula que o aumento percentual é maior que 200%. Diante disso, o Needier/UFRJ justifica que essa alta desencadeou preocupação de alertar e reconsiderar a adoção de medidas protetivas, especialmente para as populações vulneráveis. A UFRJ lembra que, apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado o fim da “Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional”, a entidade ponderou que covid-19 continua a ser uma ameaça de saúde pública e que sua propagação ainda tem características de uma pandemia. Além disso, a UFRJ considera que, a exemplo de outros momentos recentes, a detecção de novas variantes no Brasil é apenas uma questão de tempo, diante da grande mobilidade global de pessoas e da circulação de novas linhages da cepa Ômicron, como a nova subvariante de interesse EG.5, já detectada em 51 países. A variante já provocou ao menos um caso confirmado no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o estado de São Paulo notificou que uma mulher de 71 anos, já curada da covid-19, foi infectada pela EG.5 e teve os primeiros sintomas em 30 de julho. Mais testes   A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro também detectou aumento da positividade nos testes de covid-19, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira. A taxa de positividade de exames RT-PCR passou de 2%, na última semana de julho, para 20%, entre 6 e 12 de agosto. A pasta informa que, apesar disso, o número de solicitações de leitos e atendimentos nas emergências e UPAs da rede estadual não apresentam tendência de alta. Mesmo assim, a secretaria decidiu ampliar a testagem de covid-19 nas UPAs e nas emergências da rede estadual. “A SES-RJ recomenda à população que mantenha em dia o esquema vacinal contra a covid-19. E ressalta que o cenário atual não justifica medidas restritivas”, completa o texto. Discordância A Prefeitura do Rio de Janeiro manifestou publicamente discordar do retorno do uso de máscaras neste momento. O prefeito, Eduardo Paes, foi às redes sociais para manifestar administração municipal é contrária à medida e completou: “esperamos que não inventem ensino à distância!” O Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, também avaliou que não é o momento para a adoção das máscaras. “Não há neste momento nenhuma alteração no cenário epidemiológico que justifique o uso indiscriminado de máscara, a recomendação é que todos os maiores de 12 anos realizem a dose de reforço para covid-19 com a vacina bivalente”. Um dia depois da UFRJ recomendas as máscaras, a Sociedade Brasileira de Infectologia também foi a público dizer que não há necessidade de mudança das recomendações vigentes para a prevenção da covid-19. “Não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil no momento”. A sociedade médica ressalta a importância de completar o esquema vacinal com doses de reforço e considera que é preciso aumentar a vigilância genômica sobre o SARS-CoV-2, realizada por meio de sequenciamento de amostras coletadas em testes RT-PCR, para acompanhar a circulação de variantes no país. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Boletim Infogripe, descreveu que o cenário atual é de queda ou estabilização de casos positivos de síndrome respiratória aguda grave causada pelo Sars-CoV-2 (covid-19). Para o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, é necessário que os estados mantenham fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 no território nacional. “A situação atual ainda é de certa tranquilidade, mas isso não muda o fato de que a população deve estar em dia com a vacinação para covid-19. Os dados continuam mostrando que a vacina oferece uma proteção muito boa, especialmente para as formas graves da enfermidade”, afirma. Fonte

Ministério da Saúde confirma caso da variante EG.5 no Brasil

O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (18) que foi notificado um caso da variante EG.5 do coronavírus SARS-CoV-2 no estado de São Paulo. A paciente, uma mulher de 71 anos, apresentou os primeiros sintomas em 30 de julho e já está curada, de acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Ela teve febre, tosse, fadiga e dor de cabeça e fez a coleta do exame em 8 de agosto. Segundo o ministério, a paciente estava com o esquema vacinal completo.  A pasta destacou que a recomendação da vacinação como principal medida de combate à covid-19 se torna cada vez mais importante, com atualização das doses de reforço para prevenção da doença. Para pessoas do grupo de risco, é importante o uso de máscaras em situações de maior exposição. “Desde o fim da emergência, decretado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio deste ano, ainda se mantém a recomendação para que os grupos de maior risco de agravamento pela doença continuem a seguir as medidas de prevenção e controle não farmacológicas, incluindo o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou aglomerações, além do isolamento de pacientes infectados com o vírus SARS-CoV-2. A recomendação também vale para pessoas com sintomas gripais”, explicou o Ministério da Saúde. Acrescentou que está em contato permanente com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e com a Organização Mundial da Saúde para avaliar o cenário internacional e as novas subvariantes. Para evitar o agravamento da doença, está disponível em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir para ser utilizado no tratamento da infecção pelo vírus logo que os sintomas apareçam e se houver confirmação de teste positivo. Aumento de casos A OMS informou, na última segunda-feira (14) que foram registrados cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 em todo o mundo, entre 10 de julho e 6 de agosto, um aumento de 80% em relação ao período anterior. As mortes, por outro lado, tiveram uma queda de 57%. O aumento tem relação com a nova variante, que até então tinha sido confirmada em 51 países. Essa variante apresenta maior capacidade de transmissão e escape imune, o que pode fazer com que passe a dominar o cenário epidemiológico global. Apesar dessas características, a OMS classificou a EG.5 apenas como variante de interesse e de baixo risco para a saúde pública em nível global, porque ela não trouxe mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos). Os dados mostram que, enquanto diversos países registraram queda de novos casos e de óbitos por covid-19, o leste da Ásia e a Oceania anotaram aumento de novas infecções em meio a uma redução nos óbitos. Apesar da confirmação da nova variante no Brasil, o Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informou hoje (17) que o cenário no Brasil é de estabilização ou queda dos casos de síndrome respiratória aguda grave causados pela covid-19. O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, recomenda que os estados devem manter os fluxos de coleta e envio de amostras para que a vigilância genômica sobre o SARS-COV-2 possa ocorrer em todo o território nacional. “A situação atual ainda é de certa tranquilidade, mas isso não muda o fato de que a população deve estar em dia com a vacinação para covid. Os dados continuam mostrando que a vacina oferece uma proteção muito boa, especialmente para as formas graves da enfermidade”, explica Gomes. Fonte

Campanha busca ampliar vacinação de crianças e adolescentes

O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (17), a campanha nacional de multivacinação com o objetivo de aumentar os índices de imunização de crianças e adolescentes menores de 15 anos, com a atualização da caderneta de vacinação deste público. Xuxa e Zé Gotinha se unem em campanha de multivacinação – Ministério da Saúde Nesta edição, a apresentadora, atriz e cantora Maria da Graça Xuxa Meneghel, a Xuxa, é a madrinha da campanha junto com o personagem Zé Gotinha, criado pelo artista plástico Darlan Rosa, em 1986. A Rainha dos Baixinhos participou voluntariamente de todo o material da campanha. Desde fevereiro deste ano, Xuxa é uma das embaixadoras do Movimento Nacional pela Vacinação, mobilização nacional coordenada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de retomar as coberturas vacinais no país. Em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do ministério, Eder Gatti, reforçou ao público a segurança dos imunizantes. “Lembramos que as vacinas são seguras e salvam vidas. O Programa Nacional de Imunizações [PNI] conta com o apoio de especialistas pautados pela ciência para a tomada de decisões.” Em nota divulgada nesta quinta-feira, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, comentou sobre o risco de as doenças já eliminadas no Brasil voltarem, como a poliomielite. “Com a queda das coberturas vacinais nos últimos anos, nós temos, infelizmente, o risco de reintrodução de doenças que estavam eliminadas no Brasil. Por isso, precisamos proteger as nossas crianças e os nossos adolescentes.” “Temos uma responsabilidade fundamental, algo definido no Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA] como um direito. O direito à vacina é o direito à proteção, é o direito à vida que não pode ser negado”, destacou a ministra. A campanha do governo federal será exibida em emissoras de rádio e TV aberta; nas redes sociais; em outdoors; mobiliário urbano, como pontos de ônibus; e em locais de grande circulação de pessoas, em todo os estados e no Distrito Federal. O Ministério da Saúde também agendou para 26 de agosto o Dia D de divulgação e mobilização nacional para multivacinação. Neste dia, as unidades básicas de saúde (UBS) de todo o país funcionam para os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) vacinarem o público, em massa. Para incentivar e apoiar as ações de multivacinação, o Ministério da Saúde repassou mais de R$ 151 milhões. A pasta indica que outras ações também estão sendo realizadas para retomada das altas coberturas vacinais, como a busca ativa de não vacinados, vacinação nas escolas e quando ocorrer qualquer contato com um serviço de saúde, intensificação da vacinação em áreas indígenas e nos locais onde as taxas de imunização estão mais baixas, entre outras iniciativas. Xuxa e Zé Gotinha No vídeo oficial da campanha, Zé Gotinha procura a Xuxa para juntos convocarem baixinhos e baixinhas para o Movimento Nacional pela Vacinação. Durante a viagem na recriada nave da apresentadora, apelidada por ela de “nave da multivacinação”, com efeitos especiais e animação em 3D, eles comentam que algumas doenças voltaram a atingir o público-alvo.  Assista ao vídeo: Nas suas redes sociais, a artista também destaca a importância da vacinação. “Chegou a hora dos baixinhos e baixinhas menores de 15 anos atualizarem a caderneta de vacinação. Eu e o @zegotinha estamos viajando juntos por todo o Brasil pra apoiar o Movimento Nacional pela Vacinação. Vamos juntos proteger a infância das nossas crianças. Confira o calendário de vacinação da sua cidade”, escreveu. Mobilizações regionais A campanha nacional de multivacinação do Ministério da Saúde será veiculada em todo o país, em etapas regionais de imunização. De acordo com o ministério, a decisão é parte da estratégia inédita com o objetivo de retomar as altas coberturas vacinais. Em cada unidade da federação, a campanha trará conteúdo específico que retrata as realidades locais de cada estado, com cenas de paisagens regionais sobrevoadas pela nave da Xuxa. O intuito é se aproximar da população e engajá-la para o Brasil se manter livre de doenças que podem levar à morte ou deixar sequelas.   O público já pode consultar a data de vacinação na cidade onde reside. Todos os estados do país receberão a multivacinação em etapas regionais até o fim de 2023. No último dia 10, as ações de multivacinação começaram em Belém. Os estados do Maranhão e Roraima também já iniciaram a multivacinação.  “Vamos valorizar a vida e promover a proteção coletiva. Juntos, podemos fazer a diferença na luta contra as doenças. Faça sua parte, vacine-se e compartilhe essa mensagem de solidariedade”, convidou o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti. Rolê do Zé Gotinha Na manhã desta quinta-feira, Zé Gotinha passeou na rodoviária de Brasília e cumprimentou o público. O personagem esteve acompanhado do lutador olímpico de taekwondo e assessor do Ministério do Esporte, Diogo Silva, que convocou os adultos a levarem suas crianças aos postos de saúde para vacinação. “Os brasileiros são apaixonados por futebol, por correr, práticas de lazer, pelo mundo das lutas. Mas, nada disso é possível, se a gente não se vacinar. Pode-se ter inúmeras sequelas físicas, intelectuais, caso não se vacine e isso vai impactar diretamente no bem-estar dos seus filhos. Então, pais, por favor, levem suas crianças para se vacinar. Não dói. É rápido e todo mundo vai ficar bem e seguro”, enfatizou o atleta. Ao lado do Zé Gotinha, Diogo Silva, atleta olímpico do taekwondo, pede que pais e responsáveis atualizem a caderneta de vacinação de crianças – José Cruz/Agência Brasil Zé Gotinha também estava acompanhado de Nayara Falcão, atleta de canoagem paralímpica e, atualmente, diretora de Projetos Paradesportivos de Educação, Lazer e Inclusão Social, do Ministério do Esporte. Nayara destacou que o papel dos responsáveis pelas crianças e adolescentes é fundamental na vacinação. “Pais, mães, familiares e aqueles que amam os pequenininhos, que eles não podem ir por si só: Vamos lá, os levem! Vamos incentivar a vida, porque vacinação é isso. É com um organismo saudável para que possa se desenvolver perfeitamente e com saúde.” “Da mesma forma que você leva seu filho, sua filha para natação, para uma corrida,

Crescem casos de internações associados ao rinovírus entre crianças

Novo Boletim InfoGripe, referente à Semana Epidemiológica de 6 a 12 de agosto, alerta para o crescimento de novos casos semanais e de internações associados ao rinovírus entre crianças de 2 a 4 anos e de 5 a 14 anos de idade no Espírito Santo, Bahia, Paraná e São Paulo, além da capital do Rio Grande do Norte (Natal). “Não há indícios de que pode ser uma retomada da covid-19 nessas faixas etárias, nem do vírus Influenza, mas o rinovírus está com um ligeiro aumento e a gente tem visto aumento nas internações nessas faixas etárias”, analisou o coordenador do InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes. De acordo com o boletim, divulgado nesta quinta-feira (17) pela Fiocruz, o aumento de casos de rinovírus foi detectado, apesar de o cenário permanecer estável em relação às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) de modo geral. A análise se baseia em dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 14 deste mês. Marcelo Gomes disse que em relação às crianças menores de 2 anos de idade se vê sinal de aumento de casos ligados ao rinovírus em Roraima e nas capitais Boa Vista e Porto Alegre. Destacou a importância de os estados continuarem os fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 (covid-19) em todo o país. O boletim indica manutenção de volume expressivo de novos casos semanais de SRAG no Acre, mas com interrupção no aumento. Já no Rio de Janeiro, o cenário no estado e na capital não sugere aumento, apenas pequenas oscilações. Quatro capitais apresentam alta de casos: Belém (PA), Boa Vista (RR), Natal (RN) e Porto Alegre (RS). Houve também ligeiro crescimento na população maior de 65 anos, na capital gaúcha. Prevalência De acordo com o boletim, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, foi de vírus sincicial respiratório (25,2%); Sars-CoV-2/Covid-19 (22,3%); influenza A (5%); e influenza B (2,5%). Entre os óbitos registrados a presença desses mesmos vírus entre os resultados positivos foi de Sars-CoV-2/Covid-19 (52,6%); vírus sincicial respiratório (10,5%); influenza A (9,2%); e influenza B (6,6%). O boletim revela ainda que no ano epidemiológico 2023, já foram notificados 121.214 casos de SRAG, sendo 47.134 (38,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 59.248 (48,9%) negativos, e pelo menos 8.168 (6,7%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 9,2% são influenza A; 4,9% são influenza B; 40,7% são vírus sincicial respiratório (VSR); e 30,6% são Sars-CoV-2 (covid-19). Nas 4 últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 5% influenza A; 2,5% influenza B; 25,2% vírus sincicial respiratório; e 22,3% Sars-CoV-2 (covid-19). Fonte

Sociedade de Infectologia pede reforço da vigilância sobre SARS-CoV-2

A Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu uma nota informativa nesta quinta-feira (17) avaliando que a nova variante de interesse monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não modificou o cenário epidemiológico no Brasil. Apesar disso, a entidade pede que as autoridades sanitárias reforcem a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19, para que qualquer mudança de cenário seja detectada precocemente. Essa vigilância é feita com o sequenciamento genético das amostras positivas do coronavírus SARS-CoV-2 coletadas nos testes RT-PCR, e permite identificar quais variantes estão circulando no país e mudanças nesse cenário. A nota informativa foi assinada pelo presidente da SBI, o infectologista Alberto Chebabo, que salienta que a nova variante ainda não foi detectada no Brasil, mas pode já estar circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta para análise genômica no país. “Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes”. O texto foi divulgado um dia depois de a Universidade Federal do Rio de Janeiro ter recomendado a retomada do uso de máscaras em aglomerações e ambientes fechados na universidade, como prevenção contra a covid-19. A universidade afirma ter detectado aumento moderado e progressivo nos testes positivos de covid-19 realizados por seu centro de testagem, e menciona avaliação da OMS de que 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados em todo o mundo entre 10 de julho e 6 de agosto, um aumento de 80% em relação ao período anterior. Esse aumento, porém, está concentrado principalmente no Leste da Ásia e Oceania, segundo a organização. Para o secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, “não há neste momento nenhuma alteração no cenário epidemiológico que justifique o uso indiscriminado de máscara, a recomendação é que todos os maiores de 12 anos realizem a dose de reforço para covid-19 com a vacina bivalente”. Nova subvariante Ômicron Na nota divulgada nesta quinta, a Sociedade Brasileira de Infectologia contextualiza que 51 países já confirmaram casos da nova subvariante EG.5, da cepa Ômicron. Essa variante apresenta maior capacidade de transmissão e escape imune, o que pode aumentar os casos de covid-19 globalmente até que ela se torne a nova cepa dominante e se estabilize dessa forma. Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 apenas como variante de interesse, e como de baixo risco para a saúde pública em nível global, porque ela não trouxe mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos). Os óbitos por covid-19, na verdade, tiveram queda de 80% no mesmo período em que os casos aumentaram, segundo a OMS. Vacinação No cenário atual, a Sociedade Brasileira de Infectologia enfatiza que é necessário manter o calendário vacinal atualizado com as doses de reforço. A vacina bivalente foi desenvolvida justamente para aumentar a proteção contra as subvariantes da Ômicron, que tem grande capacidade de escape do esquema vacinal básico, sem as doses de reforço. A SBI reforça que grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço realizadas com não mais de um ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente. Em relação às máscaras, a indicação de uso é para a população de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração, caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil. A sociedade científica também considera importante que seja realizada testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de covid-19, com isolamento dos casos positivos. Tratamento Para o tratamento dos casos diagnosticados, a SBI aconselha que, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), sejam prescritos dentro dos cinco primeiros dias de sintomas os antivirais Nirmatrelvir/ritonavir (NMV/r), para pacientes com 65 anos ou mais e imunossuprimidos. A recomendação tem como objetivo reduzir risco de agravamento, complicação e morte. Também deve haver avaliação médica devido à possibilidade de interações com outras medicações e possíveis contraindicações à sua utilização. Na rede privada de saúde, em situações de impossibilidade de uso do NMR/r, devem ser considerados alternativamente o uso de Molnupiravir ou Rendesevir nos primeiros dias de sintomas, também nos casos de maior risco de hospitalização. Fonte

UFRJ recomenda uso de máscaras em ambientes fechados da universidade

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recomendou nesta quarta-feira (16) que máscaras voltem a ser usadas em aglomerações e ambientes fechados da universidade. Segundo o Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, o Centro de Triagem Diagnóstica para Covid-19 constatou aumento de casos da doença. “Diante da constatação de aumento moderado e progressivo de casos positivos diagnosticados no CTD/Needier e da preocupação com uma nova onda de covid-19, fato já constatado em outros países, julgamos prudente alertar ao corpo social da universidade e recomendar o uso adequado de máscaras em ambientes fechados e em contextos de aglomeração humana, assim como higienização frequente das mãos. Cabe ressaltar a importância da testagem em caso de surgimento de sintomas respiratórios ou contato próximo com caso de covid-19”, explica nota, assinada pela diretora do Needier, Terezinha Marta Castiñeiras. O centro de testagem realiza atendimentos diariamente no Pavilhão Clínico da Cidade Universitária, sem necessidade de agendamento prévio. Casos no Rio Dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, disponíveis apenas até o dia 8 de agosto, mostravam queda na média móvel de novos casos de covid-19 diagnosticados na cidade. Em 8 de agosto, a média móvel de novos casos diários dos últimos sete dias era 16, enquanto em 8 de julho estava em 36. Em 8 de junho, a média estava em 30. Os casos de síndrome gripal causadas por todos os agentes infecciosos também apresentavam queda na cidade, assim como no último boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz em 3 de agosto. Segundo a Fiocruz, os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estavam em queda ou estabilidade na maior parte do país, incluindo o estado e a capital do Rio de Janeiro. O boletim informou que, nas quatro semanas epidemiológicas anteriores a 3 de agosto, a covid-19 respondia por 23% dos casos da síndrome gripal com resultado positivo para vírus respiratórios. No estado do Rio de Janeiro, os casos de covid-19 que constam no painel da Secretaria de Estado de Saúde tem sido atualizados semanalmente. Em 12 de agosto, data da última atualização, foram acrescentados 1.576 novos casos de covid-19. Na semana anterior, foram 1.156, e duas semanas antes, 855. Apesar do aumento, esses números são próximos das semanas anteriores. Em quatro semanas de julho houve registro de mais de 1 mil casos de covid-19 no estado, e na semana encerrada em 17 de junho, mais de 3 mil casos adicionados ao painel de dados. Casos no mundo Ao noticiar a decisão do núcleo de enfrentamento às emergências de saúde, a UFRJ citou uma reportagem da Agência Brasil de segunda-feira (14) informando que cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados em todo o mundo entre 10 de julho e 6 de agosto, um aumento de 80% em relação ao período anterior. As mortes, por outro lado, tiveram uma queda de 57%. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e mostram que, enquanto diversos países registraram queda de novos casos e de óbitos por covid-19, o leste da Ásia e a Oceania tiveram aumento de novas infecções em meio a uma redução nos óbitos. “Atualmente, os casos relatados não representam com precisão as taxas de infecção devido à redução de testes e relatórios globalmente. Durante esse período de 28 dias, 44% (103 de 234) dos países relataram pelo menos um caso à OMS – uma proporção que vem diminuindo desde meados de 2022”, destacou a entidade em comunicado. Fonte

Regularização tributária de hospitais beneficentes tem novo prazo

Uma instrução normativa da Receita Federal, publicada nesta quarta-feira (16), no Diário Oficial da União, inclui débitos tributários vencidos até o dia 30 de maio no Programa Especial de Regularização Tributária (Pert-Saúde). A medida vale para santas casas, hospitais e entidades beneficentes da área de saúde. A norma renova o prazo para adesão ao Pert-Saúde até o dia 30 de agosto próximo, para que as instituições possam liquidar débitos de natureza tributária de forma parcelada, em até 60 prestações para débitos previdenciários, e 120 para débitos de outros tipos de tributo. O último prazo acabou em agosto do ano passado. Débitos A medida possibilita o parcelamento, inclusive, de débitos anteriores rescindidos, em discussão administrativa, ou judicial e também provenientes de lançamento de ofício. Com a abertura de um novo prazo, os hospitais e instituições beneficentes também poderão também migrar os débitos de outros programas de regularização tributária para o Pert-Saúde. Para aderir ao programa, a instituição precisa protocolar requerimento no site no Portal do Centro Virtual de Atendimento (Portal e-CAC) da Receita Federal. Fonte