Ministério da Saúde libera R$ 151 milhões para apoiar vacinação
As ações de multivacinação de crianças e adolescentes em todo o país vão receber incentivos financeiros do Ministério da Saúde, que vai destinar mais de R$ 151 milhões a estados e municípios. “O recurso faz parte das ações de microplanejamento, voltado para a realização de diagnóstico e ações locais para ampliar a vacinação”, informou a pasta. A medida – anunciada pela ministra Nísia Trindade, durante o 37º Congresso Nacional das Secretarias Municipais de Saúde, em Goiânia – consta da Portaria nº 844, de 14 julho de 2023, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (18). De acordo com o documento assinado pela ministra, a transferência dos recursos ocorrerá em duas etapas: a primeira, com 60% do valor total, e a segunda após o fechamento das ações de microplanejamento. Do total, R$ 13 milhões serão destinados aos estados e R$ 138 milhões vão para os municípios. “No microplanejamento, o Ministério da Saúde trabalha com estados e municípios para melhorar o planejamento das ações de vacinação. Equipes da pasta vão aos estados participar das ações deste método, como a análise da situação dos dados (características geográficas, socioeconômicas e demográficas locais), definição de estratégias de vacinação (intra e extramuro), seguimento e monitoramento das ações e avaliação de todo o processo da vacinação para o alcance das metas”, diz a nota divulgada pelo Ministério da Saúde. Acrescenta que a vacinação nas escolas, a busca ativa de não vacinados, a vacinação em qualquer contato com serviço de saúde, a vacinação extramuros, a checagem da caderneta de vacinação e a intensificação da vacinação em áreas indígenas estão entre as estratégias que podem ser adotadas através do microplanejamento pelos municípios. Multivacinação A multivacinação já foi antecipada no Amazonas, no Acre e no Amapá. A escolha dos estados busca conter doenças já eliminadas no Brasil, diante da queda das coberturas vacinais registrada nos últimos anos. O alerta é ainda maior pelo risco de reintrodução da poliomielite, doença que foi notificada em março deste ano no Peru, em região de fronteira. Roraima, Maranhão e Pará serão os próximos estados a receber a multivacinação. A previsão é que as ações nas unidades de saúde desses estados comecem no mês de agosto, informou o Ministério da Saúde. Fonte
Saúde vai abrir vagas para turma de formação de agentes comunitários
O Ministério da Saúde vai abrir novas vagas para qualificar mais 180 mil agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Combate às Endemias (ACE). O anúncio foi feito pela ministra Nísia Trindade, nesta segunda-feira (17), durante o 37º Congresso Nacional das Secretarias Municipais de Saúde, em Goiânia. A iniciativa faz parte do Programa Saúde com Agente, que promove a formação técnica permanente a agentes comunitários de todo o país, oferecendo um curso semipresencial de, no mínimo, dez meses de duração e 26 disciplinas. O detalhamento da próxima turma será divulgado em breve. Uma primeira turma, composta por quase 200 mil profissionais, concluirá o curso em setembro deste ano. Segundo o Ministério da Saúde, ao menos R$ 388 milhões estão destinados a investimentos no programa. Ainda de acordo com a pasta, o programa atende a uma antiga demanda da categoria, com o reconhecimento e valorização do trabalho realizado pelos agentes. A iniciativa busca melhorar os indicadores de saúde e dos serviços de atenção primária à saúde. * Com informações da Ascom/MS Fonte
Apenas 28,7% da cidade de SP se vacinou com a bivalente
A cobertura vacinal da dose de reforço da vacina bivalente contra a covid-19 está em 28,7% da população da capital paulista acima dos 18 anos. Dos 9,22 milhões de moradores de São Paulo dessa faixa etária, apenas 2,65 milhões receberam a dose bivalente contra a doença. Os dados foram divulgados hoje (17) pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Considerando a faixa etária apenas dos adultos, de 18 a 59 anos, a cobertura é ainda menor, de 19,8%. Dos 7,31 milhões de adultos residentes da capital paulista, apenas 1,45 milhões foram aos postos de saúde para se vacinar com a dose bivalente contra a covid-19. A cobertura vacinal dos idosos – pessoas de 60 anos ou mais – está em 62,8%. Dos 1,91 milhões de moradores de São Paulo, 1,2 milhões buscaram se vacinar com a dose bivalente. A vacina bivalente é recomendada para as pessoas que completaram o esquema básico de vacinação ou que já receberam uma ou duas doses de reforço, respeitando o intervalo de quatro meses da mais recente dose recebida. Em nota, a SMS disse que tem criado estratégias para ampliar a cobertura vacinal na cidade de São Paulo. “Para conscientizar os cidadãos, a secretaria divulga constantemente informações oficiais relacionadas à segurança e eficácia dos imunizantes. Além disso, os agentes comunitários de saúde orientam os munícipes a buscarem a vacinação nas UBSs [unidades básicas de saúde] e a manterem suas cadernetas atualizadas”. Fonte
STJ autoriza três pacientes a cultivarem cannabis para fins medicinais
O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou três pacientes a cultivarem em casa plantas de cannabis (maconha) para fins medicinais. A decisão foi proferida na última quinta-feira (13). Com a liminar, os pacientes ganharam um salvo conduto para evitar eventual prisão em flagrante ao portarem a quantidade de cannabis prescrita por um médico. Ao recorreram à Justiça, os pacientes afirmaram que têm problemas de saúde e necessitam do óleo extraído da planta para tratamento contra dor crônica, déficit de atenção, transtorno depressivo recorrente, fobia social e ansiedade. Em outras decisões recentes sobre o tema, o STJ decidiu que a União e o estado de Pernambuco devem fornecer medicamento à base de canabidiol à paciente com condição específica de saúde. Fonte
Ministério prevê pagamento do piso da enfermagem a partir de agosto
O Ministério da Saúde informou, na última sexta-feira (14), que está em processo de implementação do piso nacional da enfermagem na folha de pagamento já para ser incluído no contracheque de agosto. De acordo com a pasta, também foi realizado, “com êxito”, um amplo processo de levantamento de dados dos profissionais da enfermagem junto aos estados e municípios para apurar os valores a serem repassados a cada ente da federação. O piso será pago em nove parcelas neste ano. De acordo com as orientações da Advocacia-Geral da União (AGU), o cálculo do piso será aplicado considerando o vencimento básico e as gratificações de caráter geral fixas, não incluídas as de cunho pessoal. “A metodologia de repasse aos entes e o monitoramento da implementação do piso em nível nacional tomará como base um grupo de trabalho com a participação de diferentes pastas (Ministério da Saúde, Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Ministério do Planejamento e Orçamento, Advocacia-Geral da União e Controladoria-Geral da União), sob supervisão dos ministérios que integram a estrutura da Presidência da República e coordenados pela Casa Civil”, diz o informe divulgado pelo Ministério da Saúde. Entenda Em maio, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o pagamento do piso nacional da enfermagem após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sancionado a abertura de crédito especial de R$ 7,3 bilhões para o pagamento do piso. Até então, o novo piso nacional, definido pela Lei nº 14.434, estava suspenso, desde setembro de 2022, por decisão do próprio Barroso, até que os entes públicos e privados da área da saúde esclarecessem o impacto financeiro. Segundo os estados, o impacto nas contas locais é de R$ 10,5 bilhões e não há recursos para suplementar o pagamento. Na nova decisão, Barroso determinou que estados, Distrito Federal e municípios, bem como às entidades privadas que atendam, no mínimo, 60% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a obrigatoriedade de implementação do piso nacional só existe no limite dos recursos recebidos por meio da assistência financeira prestada pela União para essa finalidade. Valores O novo piso para enfermeiros contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750, conforme definido pela lei. Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375). O piso vale para trabalhadores dos setores público e privado. Dados do Conselho Federal de Enfermagem contabilizam mais de 2,8 milhões de profissionais no país, incluindo 693,4 mil enfermeiros, 450 mil auxiliares de enfermagem e 1,66 milhão de técnicos de enfermagem, além de cerca de 60 mil parteiras. Fonte
Diagnósticos de câncer no colo do útero devem somar 17 mil até 2025
O câncer no colo do útero foi responsável por 6.627 mortes no Brasil, em 2020. A estimativa do Ministério da Saúde é que, de 2023 a 2025, cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com o tumor, causado pelo papilomavírus humano (HPV). Esse vírus é facilmente transmitido na relação sexual; isso porque apenas o contato com a pele infectada já é o suficiente para a contaminação. “Estima-se que em torno de 70% a 80% da população, em geral, já teve algum contato com o vírus. Existem inúmeros tipos de vírus, mais de 50 tipos de cepas diferentes do vírus e não são todos eles que vão causar o câncer. Tem alguns que causam só verruga e outros que nem vão se manifestar”, explica a ginecologista Charbele Diniz. A Campanha Julho Verde-Escuro chama a atenção para a importância de exames preventivos e do diagnóstico precoce dos chamados cânceres ginecológicos – aqueles que afetam um ou mais órgãos do aparelho reprodutor feminino. As ocorrências mais frequentes desse tipo de câncer no Brasil são de tumores no colo do útero, no corpo do útero e no ovário. Diretrizes da OMS De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é possível, no futuro, erradicar tumores malignos no colo do útero no Brasil. Para isso, é necessário que a população siga as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). As mulheres entre 25 e 35 anos devem fazer os exames preventivos e as pacientes que forem diagnosticadas com alterações devem receber o tratamento correto. As meninas e meninos entre 9 e 14 anos de idade devem se vacinar contra o HPV. Para aumentar a imunização, o ideal é que a vacina seja tomada antes da primeira relação sexual. Desde 2014, o governo disponibiliza a vacina quadrivalente contra o HPV. Hoje, meninas e meninos entre 9 e 14 anos podem receber o imunizante no Sistema Único de Saúde. Além dos adolescentes, pessoas imunossuprimidas com até 45 anos também podem se vacinar na rede pública. Apesar de a vacina estar disponível gratuitamente, muitos pais não levam seus filhos adolescentes para se vacinarem por uma falsa crença de que vão estimular uma iniciação sexual precoce. “A gente tem a vacina disponível, é uma vacina cara, é uma vacina que está aí, mas que não está sendo utilizada. São vários tabus, de o povo brasileiro achar que você está expondo a questão sexual para a filha adolescente. Mas é mais uma vacina comum como outra qualquer”, explica o chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Gustavo Guitmann. A psicóloga Andreia Medeiros trabalha com adolescentes e tem uma filha de 15 anos, a estudante Sofia van Chaijk, que tomou a vacina contra o HPV, orientada pela mãe. “É um mito [a ideia] que vai estimular [a iniciação sexual precoce]. Não falar sobre o assunto vai prevenir? É o contrário”, diz a psicóloga. “Ter consciência dos benefícios, dessa prevenção e do contrário também, do risco que eles correm, é uma forma de cuidado”, acrescenta. “Eu agradeço minha mãe também por ter me vacinado contra HPV porque a gente conhece uma pessoa que infelizmente faleceu de câncer no útero por conta de HPV. Então ela nem precisou me convencer muito também. Ela já sabia das consequências”, completa Sofia. Fonte
Julho Verde-Escuro conscientiza sobre prevenção ao câncer ginecológico
Voltada à conscientização sobre o câncer ginecológico, a Campanha Julho Verde-Escuro chama a atenção para a importância de exames preventivos e do diagnóstico precoce da doença. Apesar da alta incidência no país, esses tumores podem diminuir drasticamente se a população seguir as medidas de prevenção. Os cânceres ginecológicos são aqueles que afetam um ou mais órgãos do aparelho reprodutor feminino. As ocorrências mais frequentes desse tipo de câncer no Brasil são de tumores no colo do útero, no corpo do útero e no ovário. Esses tumores estão na lista do Ministério da Saúde entre os dez mais recorrentes em mulheres no país, destaca o chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Gustavo Guitmann. “Dentre os dez principais, em terceiro lugar, em mulher, está o câncer de colo de útero, com uma média de 17 mil casos por ano. Depois, em sétimo lugar, vem o corpo do útero, com em torno de 7,8 mil casos, [segundo] a estatística que saiu agora. E o câncer de ovário vem logo em seguida, com 7.310, isso em termos de incidência”, diz Guitmann. Sintomas como sangramentos incomuns e secreção vaginal fora do padrão devem ser investigados. A mulher também deve ter atenção se houver casos prévios de câncer ginecológico na família. Em todas as situações, a prevenção passa pelos exames periódicos. Servidora pública Patrícia Lins teve diagnóstico de tumor no corpo do útero – Frame/TV Brasil A servidora pública Patrícia Lins estava com o casamento marcado quando descobriu um tumor no endométrio, no corpo do útero. Ela chegou a suspender a festa por causa da doença. Após analisar as alternativas com seus médicos, a solução adotada foi a retirada do órgão. “Dizer que não me afetou em nada não seria uma verdade. Imaginar que hoje eu jamais teria um filho biológico mexeu um pouco”, conta. “Mas não era uma decisão só minha. Então, em algum momento, eu conversei com o meu noivo e falei: ‘olha, você é muito jovem, eu te deixo livre’. Fui bem honesta, ele disse não, enfim. Mas, assim, dizer que não mexeu é mentira”, lembra ela. O ginecologista Leonardo Campbell fala sobre a importância do diagnóstico precoce – Frame/TV Brasil Foi exatamente manter a rotina de exames e as visitas ao ginecologista em dia o que salvou a vida de Patrícia Lins, com destaca o ginecologista Leonardo Campbell. “Ela tinha uma alteração. tinha um pólipo endometrial que foi descoberto no exame de rotina, uma ultrassonografia transvaginal. E aí levantou o sinal de alerta que, pelo tamanho dele, pelo formato, poderia ser, e aí foi investigado, foi descoberto no começo. Então esse é o objetivo hoje em dia”. “Antigamente, não tão antigamente, 20 anos atrás, 80% das pacientes com câncer morriam. Hoje 80% sobrevivem. Isso não foi tanto pela melhora no tratamento, mas mais pelo diagnóstico precoce”, completa Campbell. A servidora pública Patrícia Lins destaca a importância do check-up anual. “Quando eu conversei com primas que tinham dois anos que não iam ao médico, sabe, [para] uma amiga minha, eu falei ‘amiga deixa eu te falar, você não tem plano de saúde, mas junta um dinheiro, uma vez ao ano faz um check-up‘. Porque eu vou te falar, o preço lá na frente é muito maior do que o preço de um exame se você não cuida.” Assista na TV Brasil: Fonte
Começa, no Amapá, a multivacinação de crianças e adolescentes
O Ministério da Saúde e o governo do Amapá iniciaram neste sábado (15), em Macapá, as ações da Campanha Nacional de Multivacinação no estado. O objetivo da iniciativa é ampliar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes com até 15 anos de idade. Segundo a superintendência estadual de Vigilância em Saúde (SVS), a partir deste sábado as unidade básicas de Saúde (UBS) de todo o estado intensificarão os esforços para garantir a aplicação de 17 tipos de imunizantes previstos no calendário nacional de vacinação. Os imunizantes disponibilizados no âmbito da campanha são a BCG, que protege o paciente contra a tuberculose, e as vacinas contra hepatites do tipo A e B, além da Penta (DTP/Hib/Hep. B) e das vacinas inativada (VIP) e oral (VOP) contra a poliomielite e o rotavírus humano (VRH). Segundo o governo amapaense, também estão disponíveis os imunizantes contra a covid-19; febre amarela; varicela e tríplice viral, além das Pneumocócica 10-valente; Meningocócica C (conjugada); DTP (tríplice bacteriana); HPV quadrivalente; dT (dupla adulto); dTpa (DTP adulto) e Menigocócica ACWY. O lançamento oficial da campanha no estado ocorreu esta manhã, na Praça Veiga Cabral, em Macapá. A campanha está prevista para terminar no dia 30 de julho. Neste sábado, a programação se encerra ao meio-dia (horário local). “A vacinação servirá para aumentar a cobertura vacinal nas crianças e adolescentes, especialmente nas pessoas que apresentam fatores ou condições de risco”, informou, em nota, a superintendente da SVS, Margarete Gomes. “Infelizmente, nosso país apresenta baixas coberturas vacinais para praticamente todas as vacinas. Isso deixa a nossa população desprotegida. Vamos oferecer imunizantes de todo o calendário para evitar que aquelas doenças que são evitáveis por vacina retornem”, disse, também em nota, o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Eder Gatti. O Amapá é o terceiro estado a deflagrar a campanha de multivacinação este ano, seguindo Amazonas e Acre, unidades federativas onde o ministério decidiu antecipar a imunização devido à notificação de casos de poliomielite no Peru, país vizinho ao Brasil e que faz fronteira com os dois estados. Roraima, Maranhão e Pará serão os próximos estados a receber a multivacinação. A previsão é que as ações nas unidades de saúde desses estados comecem no mês de agosto. Fonte
Com baixa cobertura vacinal, estado do Rio busca reverter situação
O secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Dr. Luizinho, manifestou preocupação com as coberturas vacinais no estado, que estão entre as piores do país, e anunciou um pacto para reforçar a imunização e reduzir o número de casos de tuberculose. O estado discutiu o tema nesta sexta-feira (14) com representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), após a inauguração do Centro de Inteligência em Saúde (CIS). Os casos graves de tuberculose podem ser prevenidos com a vacina BCG, uma das mais conhecidas e antigas no Sistema Único de Saúde (SUS), mas a cobertura atingida pelo estado do Rio de Janeiro no ano passado ficou em apenas 76%, segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). A meta do Ministério da Saúde é vacinar 90% dos bebês com menos de um ano, e o percentual fluminense só foi maior que o do Espírito Santo, onde somente 63% dos bebês foram vacinados. O estado do Rio também tem a segunda menor cobertura vacinal contra a poliomielite do país, e ocupa essa mesma posição em relação à cobertura da vacina pentavalente, que previne contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b. Para reverter o quadro, o secretário de Saúde defendeu propostas como a ampliação do horário de funcionamento dos postos de vacinação e a criação de unidades que funcionem de segunda a domingo, das 8h às 20h. “Os nossos índices de vacinação são muito duros, por isso, precisamos fazer um esforço muito grande para superar essa dificuldade. Hoje, o estado do Rio de Janeiro é o segundo pior da federação em cobertura vacinal”, avaliou Dr. Luizinhoele, que prometeu cobrar resultados dos municípios: “Vou levar à Comissão Intergestores Bipartite do Estado do Rio de Janeiro (CIB) uma proposta pela qual, a partir de 2024, os municípios que não atingirem os índices de vacinação não terão repasse de recursos do estado.” Especificamente sobre a tuberculose, o secretário disse que o estado adquiriu testes rápidos e pretende montar uma rede para ajudar os municípios a trazer os exames colhidos para detecção da doença. Ele também prometeu levar tomógrafos móveis a presídios, onde condições precárias de ventilação e higiene favorecem a disseminação da doença. Presente ao evento, o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde/OMS, Jarbas Barbosa da Silva, defendeu a importância dos municípios no processo de recuperação das coberturas vacinais, já que as soluções devem ser elaboradas a partir da visita às salas de vacina. Barbosa também destacou que é preciso aprimorar a qualificação do profissional de saúde que aplica o imunizante, além de investir em estratégias de comunicação. A Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde apresentou um estudo sobre as causas da baixa cobertura vacinal no estado, e entre eles está o descaso de responsáveis pelas crianças em idade de serem vacinadas. Também há problemas que interferem nos registros das vacinas junto ao sistema. Entre os principais estão as constantes atualizações do sistema de informatização do governo federal, a lentidão da internet das prefeituras, a ausência ou alta rotatividade de funcionários, a inexistência ou defasagem de softwares, o desconhecimento do sistema de informação e a centralização dos registros. Fonte
Idealizar masculinidade afeta toda a sociedade, apontam especialistas
Jeremias* é um homem negro, de meia-idade. Convencido de que buscar ajuda seria uma demonstração de fraqueza incompatível com o ideal de masculinidade que concebeu a partir do que lhe foi ensinado ao longo da vida, ele só foi bater às portas de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) do Distrito Federal quando, desempregado e vendo as dificuldades se avolumando, admitiu para si mesmo que o sofrimento psíquico que enfrentava tinha se tornado persistente e severo. Já em tratamento, Jeremias foi entrevistado pelo psicólogo Fernando Pessoa, que fazia sua pesquisa de doutorado entre homens usuários do serviço de saúde mental de Brasília. Pessoa buscava compreender como o machismo interfere na vida dos homens e na saúde de suas respectivas famílias. Durante uma conversa com Jeremias, o psicólogo percebeu que sua suspeita tinha fundamento: para muitos homens apegados ao modelo hegemônico de masculinidade, o próprio adoecimento é vivenciado como um fracasso pessoal e um fator de enfraquecimento de suas identidades. “Vários usuários dos CAPs que entrevistei se sentiam à margem deste modelo. O Jeremias, por exemplo, disse: ‘Estou desse jeito porque não sou homem. E não sou homem porque estou deixando faltar coisas. Minha esposa falou: ‘Jeremias, não tenho mais fraldas para os meus filhos’. O que eu faço? Aqui [no CAPs], eu [Jeremias] vejo muito cara batalhador que se sente menos porque não consegue bancar a família; não consegue ser aquilo que esperavam que a gente fosse. E aí a gente começa a se perder’”, relembrou Pessoa, reproduzindo a declaração de Jeremias que registrou na sua dissertação. O psicólogo contou o caso nesta sexta-feira (14), durante um seminário que o Ministério da Saúde realizou para promover o debate acerca dos efeitos do machismo sobre a saúde da população em geral. Voltado principalmente para gestores públicos e profissionais de saúde, o evento também abordou as formas como as políticas públicas podem promover maneiras mais saudáveis de as pessoas vivenciarem as diversas manifestações de masculinidade e feminilidade. Atualmente trabalhando na Coordenação de Atenção à Saúde do Homem, do Ministério da Saúde, Pessoa lembrou que as pesquisas acadêmicas e a prática profissional são unânimes ao apontar os malefícios da falsa ideia de que homens devem ser viris, competitivos, provedores e aspirar a uma relativa invulnerabilidade. “Conforme demonstram as evidências científicas, os homens que adotam os padrões tradicionais de masculinidade têm mais transtornos mentais, buscam menos os serviços de saúde, têm maiores taxas de suicídio, se envolvem mais em situações de violência – especialmente de violência autoprovocada [autoagressões, tentativas de suicídio e suicídios]. Eles também fazem mais uso prejudicial de álcool e apresentam maior resistência ao uso de preservativos. Consequentemente, apresentam maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis. E também vão ter menor adesão a programas de imunização”, elencou o psicólogo. A própria Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, em vigor desde 2009, corrobora a opinião de Pessoa ao estabelecer a necessidade de o Poder Público “promover a mudança de paradigmas no que concerne à percepção da população masculina em relação ao cuidado com a sua saúde e a saúde de sua família”. Além disso, há anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) vêm apontando a necessidade de as sociedades discutirem a masculinidade, já que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “expectativas sociais em relação aos homens — de serem provedores de suas famílias; terem condutas de risco; serem sexualmente dominantes e evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda — estão contribuindo para maiores taxas de suicídio, homicídio, vícios e acidentes de trânsito, bem como para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis”. Professora do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), Márcia Thereza Couto destacou que a construção de políticas públicas deve levar em conta a possibilidade de influenciar na construção de modelos de masculinidades que tragam benefícios para a saúde e bem-estar não só dos homens, mas também de mulheres e crianças. “Aqui [no Ministério da Saúde] é um espaço de gestão muito forte, muito precioso para isso. E já temos, no Brasil e na América Latina, uma produção de pelo menos duas décadas sobre a complexidade do debate em torno do paradoxo dos homens que não se responsabilizam por sua saúde, não procurando ajuda, e que são os que mais morrem por causas evitáveis.” Coordenador de Atenção à Saúde do Homem, do Ministério da Saúde, Celmário Brandão garantiu que a pasta está empenhada em “problematizar a condição destes homens e das masculinidades apreendidas pela sociedade, bem como os reflexos da questão para o campo das políticas sociais”. Já a coordenadora-geral de Articulação do Cuidado Integral do ministério, a também psicóloga Grace Fátima de Souza Rosa, destacou, ao abrir o seminário, que “olharmos para as diversas expressões das masculinidades na nossa sociedade é uma forma de cuidarmos da saúde do homem e, através dele, da saúde de toda a sociedade”. A íntegra do vídeo do seminário está disponível no canal do DataSUS no YouTube. *Nome fictício Fonte
Rio de Janeiro inaugura maior centro de inteligência em saúde do país
O governo do Rio de Janeiro inaugurou, nesta sexta-feira (14), o Centro de Inteligência em Saúde (CIS), que vai monitorar e unificar, em um ambiente digital, informações a respeito de incidência de doenças e busca por leitos, consultas, exames e cirurgias. O CIS conta com 416 técnicos, que vão se revezar em turnos 24 horas por dia, em um prédio na capital fluminense, repleto de computadores e painéis de monitoramento com as informações consolidadas. De acordo com o governo estadual, é o maior centro intersetorial de vigilância epidemiológica e informações em saúde do país. O investimento do estado foi de cerca de R$ 6 milhões. O conjunto de informações acompanhadas em tempo real permitirá, por exemplo, a identificação mais rápida de surtos e epidemias. O CIS também possibilitará, com as análises, diminuir os efeitos da subnotificação de doenças. Centro de Inteligência em Saúde – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil “Quando a gente trabalha com sistema de notificação, a gente sabe que há um atraso da informação, até pelo próprio processo de identificação da doença. Agora, temos uma modelagem para estimar o quanto deveria ter de casos no momento atual, baseado no passado”, explicou a superintendente de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, Luciana Velasque. Fila de leitos Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, na inauguração do Centro de Inteligência em Saúde – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse que visitou lugares como a Estônia, Copenhague (Dinamarca) e Londres para buscar informações de países mais atualizados em inteligência em saúde. Castro acredita que o CIS vai melhorar o gerenciamento de filas de atendimento e o uso de recursos públicos. “A Secretaria de Saúde pode dar mais transparência, pode ter uma fiscalização daqueles leitos que estão regulados. Será que a gente não está gastando dinheiro demais, ou será que não está liberando o paciente muito rápido? Isso a Secretaria de Saúde, hoje, tem condição de saber não mais por feeling [intuição], mas pelo dado científico”, disse o governador. A Agência Brasil solicitou ao governo do Rio de Janeiro dados sobre o tamanho da fila de espera de pacientes por leitos hospitalares. A Secretaria de Saúde respondeu, em nota, que “as filas da regulação são dinâmicas e variam de acordo com o tipo e a complexidade do procedimento [exames, cirurgias], podendo a espera variar de 30 dias a dois anos”. O CIS também terá o Painel de Rumores, que vai monitorar informações falsas que circulam na internet. De acordo com o secretário estadual de Saúde, Dr. Luizinho, é uma forma de reagir ao surgimento de fake news. “Faz com que a gente consiga dar informação de qualidade para que a imprensa possa passar uma informação de qualidade para a população. Senão fica gente em sites pregando contra a vacina, contra vacinação, e as pessoas se alimentam de informações erradas”, disse. “Daqui vai sair uma alimentação correta”, acrescentou. Parcerias Representante da Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil, Socorro Gross, na inauguração do Centro de Inteligência em Saúde (CIS) – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, vai colaborar com o CIS no compartilhamento de informação e conhecimento. “O Rio de Janeiro apontou ser um estado digital, que entende que a informação, a evidência e a inteligência podem mudar realidades de populações. Essa inauguração permite conhecer necessidades e fazer a implementação das ações corretas, de uma maneira que ninguém fique para trás”, disse Socorro Gross Galiano, representante no Brasil da Opas/OMS. O secretário estadual de Saúde explicou que a parceria com a Opas será além de informações reunidas no ambiente digital. “[A parceria] vai principalmente para o nosso enfrentamento da tuberculose. A nossa prioridade com a Opas é tirar o estado do Rio de Janeiro da posição de um dos maiores em casos de tuberculose do Brasil. A nossa parceria está dedicada a isso, nós vamos para a rua para fazer busca ativa nas casas, vamos entrar nos presídios para diminuir os casos tuberculose no Brasil”, disse Dr. Luizinho. O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, citou como o CIS pode ajudar a manter a assistência às populações mais vulneráveis, que ainda sofrem impactos negativos pós-pandemia. “A pandemia aumentou a mortalidade materna, fez com que paciente de doenças crônicas perdessem a oportunidade de fazer o diagnóstico precoce. Nós vemos que é o momento de se recuperar desses impactos, e nada melhor que ter informação correta para que o estado possa tomar decisão, mobilizar as prefeituras e atuar conjuntamente. Saúde é parte importante do desenvolvimento de qualquer país”, disse. O diretor da Opas acredita que o CIS fluminense pode ser um exemplo internacional. “Vamos trazer outros países da América Latina e do Caribe para conhecer essa experiência daqui, as coisas boas que vão sair dessa iniciativa”, informou. Fonte
Casos de sarna são identificados em jovens da Fundação Casa em SP
A Fundação Casa informou que foram identificados 12 casos de sarna entre os jovens internos de seis unidades da instituição no estado de São Paulo, nos últimos dois meses. Segundo a instituição, os jovens diagnosticados receberam o tratamento e passam bem. Foram adotadas também medidas sanitárias para evitar novos casos da doença. “A fundação também determinou a revisão de todos os procedimentos de higiene e saúde nos seis centros onde os casos foram registrados e instaurou uma apuração preliminar para esclarecer todos os fatos relacionados a essas ocorrências”, informou, em nota. Em relação à higienização das roupas dos adolescentes, a fundação informou que segue rigoroso processo de higienização, recomendado pelo Manual de Processamento de Roupas de Lavanderia da Vigilância Sanitária, com oito estágios para a limpeza: umectação, pré-lavagem, lavagem, aplicação de alvejante, neutralização, enxágue e secagem. O presidente da Associação dos Servidores da Fundação Casa do Estado de São Paulo (Afcesp) apontou a necessidade de avaliação médica dos jovens assim que chegam em alguma unidade da instituição. Segundo ele, a avaliação de saúde inicial é feita superficialmente, apenas com perguntas e respostas. “O jovem internado quando chega não tem uma receptiva de um médico. O que a gente está pedindo que se vincule [a chegada com exame médico]e que se mude”, disse. Fonte
Lula sanciona lei do Mais Médicos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta sexta-feira (14), a lei do Programa Mais Médicos. A expectativa do governo é ampliar em 15 mil o número de médicos na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2023, por meio da Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde. O foco do programa serão as regiões de maior vulnerabilidade. A nova edição do Mais Médicos priorizará a formação dos profissionais com mestrado e especialização. Serão oferecidos benefícios para os profissionais que atuarem em locais de difícil provimento. Há também a possibilidade de incentivos como liquidação de dívidas e reembolso de pagamentos feitos para o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Com os 15 mil novos médicos, o programa contabiliza um total de 28 mil profissionais, o que possibilitará acesso à saúde para mais de 96 milhões de pessoas. Durante a cerimônia de sanção do programa, o presidente Lula criticou a forma como o Mais Médicos e outras políticas públicas foram conduzidos nos últimos anos. “Vocês perceberam quantas políticas públicas foram destruídas de 2018 até agora? Vocês sabem que tivemos que remontar 37 políticas públicas que a gente tinha feito, mas que foram desmontadas?”, disse o presidente ao se referir a programas voltados a universidades, farmácias populares, merenda escolar e, também, à falta de reajuste a funcionários. “Tudo foi tirado com a maior de desfaçatez.” De acordo com Lula, em meio a esse contexto, os brasileiros entenderam que, “em um curto espaço de tempo, para a coisa ficar ruim é muito fácil. Mas para a coisa melhorar, é muito difícil”, afirmou. “Eu não imaginava que um presidente ou um ministro pudesse dizer que esse programa não vai mais acontecer, e que tem muito comunista trabalhando na periferia deste país. O ato de hoje é, na verdade, a afirmação de que, neste país, definitivamente e para sempre, o dinheiro que se coloca na saúde não pode ser visto como gasto. É investimento”, argumentou. O presidente lembrou de algumas críticas que o Mais Médicos já recebeu. “Entidades representativas da medicina disseram não precisa formar mais médico porque tem muitos médicos no país. É verdade. Às vezes, até em excesso, mas na Avenida Paulista, na Avenida Copacabana, na Avenida Boa Viagem. Mas basta ir nas periferias de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza ou Salvador para ver como faltam médicos.” Adesão maciça De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a adesão ao Mais Médicos foi “maciça”. Segundo a ministra, o “clamor” pela retomada do programa vinha não apenas da população, mas de prefeitos de todas as regiões do país, “Independente de partidos, porque o Mais Médicos é uma visão de mais saúde no Brasil e de acesso à saúde.” “O Mais Médicos não é um programa de uma medicina pobre para pobres, como muitas vezes nossos detratores falam. O Mais Médicos é um programa para dignidade da atenção à saúde da nossa população.” complementou a ministra. Em nota, o Planalto informa que o primeiro edital desta edição criará 5.968 vagas – mil delas, inéditas, para a Amazônia Legal. O programa registrou 34 mil inscrições, número que representa recorde, desde a criação do programa, em 2023. “Até agora, dos selecionados pelo primeiro edital, 3.620 profissionais já estão atuando em todas as regiões do país, garantindo atendimento médico para mais de 20,5 milhões de brasileiros”, detalha o Planalto. Novos editais A retomada do programa é fruto da Medida Provisória 1.165, de 2023, aprovada em junho pelo Legislativo. Serão abertos novos editais para profissionais e para adesão de municípios, “com iniciativas inéditas como médicos para equipes de Consultório na Rua e população prisional, além de novas vagas para os territórios indígenas”. No mesmo evento, o presidente Lula assinou decreto que institui um grupo de trabalho (GT) interministerial coordenado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de “discutir, avaliar e propor” regras para reservas de vagas aos médicos com deficiência e pertencentes a grupos étnicorraciais. Segundo o Planalto, o GT, coordenado pelo Ministério da Saúde, terá a participação dos Ministérios da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e Cidadania, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e do Planejamento. Mais detalhes sobre o programa Mais Médicos podem ser obtidas no site do Ministério da Saúde. Fonte
Acordo entre Saúde e Educação permitirá transformação digital do SUS
Os ministérios da Saúde e da Educação assinaram nesta quinta-feira (13) um acordo de cooperação em prol da transformação digital do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. Com a medida, hospitais e postos de saúde estaduais e municipais terão acesso aos dados do Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU), desenvolvido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). De acordo com o presidente da empresa, Arthur Chioro, o aplicativo de gestão hospitalar é utilizado há dez anos por cerca de 50 mil profissionais de saúde. “É um sistema testado e aprovado. É utilizado nos 41 hospitais universitários da Ebserh, possui cerca de 3 milhões de acesso mensais e uma base de 25 milhões de pacientes em uso no sistema”, disse. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o uso da tecnologia será útil para diminuir a desigualdade e garantir acesso à informação dos usuários do SUS. “Essa parceria é de um potencial e de um impacto fantástico, esperado por todos os gestores da saúde. Ela vai beneficiar a toda linha de cuidado do SUS”, avaliou. O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a medida vai permitir a integração do sistema de saúde e dar eficiência ao atendimento dos pacientes. “O cidadão vai ao posto de saúde e tem lá os dados dele, vai a uma UPA, lá está o histórico desse cidadão. Esse é o grande desafio desse sistema, que é o mais moderno dos sistemas hospitalares do Brasil”, afirmou. O aplicativo AGHU é um sistema padrão utilizado por todos os hospitais federais geridos pela Ebserh. Com a tecnologia, os profissionais de saúde podem gerir internações, distribuição de medicamentos, cirurgias e exames de laboratoriais. Fonte
Pandemia de Aids pode acabar até 2030, diz Unaids
O fim da Aids é uma escolha política e financeira dos países e lideranças que estão seguindo esse caminho e estão obtendo resultados extraordinários, o que pode levar ao fim da pandemia de Aids até 2030. É o que mostra um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). O relatório – denominado O Caminho que põe fim à Aids – expõe dados e estudos de casos sobre a situação atual da doença no mundo e os caminhos para acabar com a epidemia de Aids até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Segundo a entidade, esse objetivo também ajudará o mundo a estar bem preparado para enfrentar futuras pandemias e a avançar no progresso em direção à conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Unaids é o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids que lidera e inspira o mundo a alcançar sua visão compartilhada de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à Aids. Ele trabalha em colaboração com parceiros globais e nacionais para combater a doença. Metas 95-95-95 Países como Botsuana, Essuatíni, Ruanda, República Unida da Tanzânia e Zimbábue já alcançaram as metas 95-95-95. Isso significa que, nesses países, 95% das pessoas que vivem com HIV conhecem seu status sorológico; 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV estão em tratamento antirretroviral que salva vidas; e 95% das pessoas em tratamento estão com a carga viral suprimida. Outras 16 nações, oito das quais na África subsaariana – região que representa 65% de todas as pessoas vivendo com HIV – também estão perto de alcançar essas metas. Brasil: 88-83-95 O Brasil, por sua vez, também está no caminho, com suas metas na casa de 88-83-95. Mas o país ainda enfrenta obstáculos, causados especialmente pelas desigualdades, que impedem que pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade tenham pleno acesso aos recursos de prevenção e tratamento do HIV que salvam vidas. Na visão da Oficial de Igualdades e Direitos do Unaids Brasil, Ariadne Ribeiro Ferreira, o movimento em casas legislativas municipais, estaduais e no Congresso Nacional de apresentar legislações criminalizadoras e punitivas que afetam diretamente a comunidade LGBTQIA+, especialmente pessoas trans, pode aumentar o estigma. “Este movimento soma-se às desigualdades, aumentando o estigma e discriminação de determinadas populações e pode contribuir para impedir o Brasil de alcançar as metas de acabar com a Aids até 2030”, diz ele. Lideranças “O fim da Aids é uma oportunidade para as lideranças de hoje deixarem um legado extraordinariamente poderoso para o futuro”, defende a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima. “Essas lideranças podem ser lembradas pelas gerações futuras como aquelas que puseram fim à pandemia mais mortal do mundo. Podem salvar milhões de vidas e proteger a saúde de todas as pessoas”, acrescenta. O relatório destaca que as respostas ao HIV têm sucesso quando baseadas em uma forte liderança política com ações como respeitar a ciência, dados e evidências; enfrentar as desigualdades que impedem o progresso na resposta ao HIV e outras pandemias; fortalecer as comunidades e as organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garantir financiamento suficiente e sustentável. Investimentos O relatório do Unaids mostra, também, que o progresso rumo ao fim da Aids tem sido mais forte nos países e regiões com maior investimento financeiro. Na África Oriental e Austral, por exemplo, as novas infecções por HIV foram reduzidas em 57% desde 2010 e o número de pessoas em tratamento antirretroviral triplicou, passando de 7,7 milhões em 2010 para 29,8 milhões em 2022. Com o apoio e investimento no combate à Aids em crianças, 82% das mulheres grávidas e lactantes vivendo com o HIV em todo o mundo tiveram acesso ao tratamento antirretroviral em 2022, em comparação com 46% em 2010, o que levou a uma redução de 58% nas novas infecções por HIV em crianças de 2010 a 2022, o número mais baixo desde a década de 1980. Marcos legais Segundo o relatório, o fortalecimento do progresso na resposta ao HIV passa pela garantia de que os marcos legais e políticos não comprometam os direitos humanos, mas os protejam. Vários países revogaram leis prejudiciais em 2022 e 2023, incluindo Antígua e Barbuda, Ilhas Cook, Barbados, São Cristóvão e Nevis e Singapura que descriminalizavam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Financiamento O financiamento para o HIV também diminuiu em 2022, tanto de fontes internacionais quanto domésticas, retornando ao mesmo nível de 2013. Os recursos totalizaram US$ 20,8 bilhões em 2022, muito aquém dos US$ 29,3 bilhões necessários até 2025, afirma o documento. O relatório expõe, no entanto, que existe agora uma oportunidade para acabar com a Aids na medida em que a vontade política é estimulada por meio dos investimentos em resposta sustentável ao HIV. Esses recursos devem ser focados no que mais importa, reforça o Unaids: integração dos sistemas de saúde, leis não discriminatórias, igualdade de gênero e fortalecimento das redes comunitárias de assistência e apoio. “Os fatos e os números compartilhados neste relatório não mostram que o mundo já está no caminho certo, mas indicam claramente que podemos chegar lá. O caminho a seguir é muito claro”, observa a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima. Fonte