Obesidade entre jovens de 18 a 24 anos subiu 90% em um ano

Em 2022, 9% dos jovens brasileiros com idade entre 18 e 24 anos tinham índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30, o que configura obesidade. Já em 2023, esse percentual saltou para 17,1% – um aumento de 90%. Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a organização global de saúde pública Vital Strategies. Os números mostram que, nessa mesma faixa etária, 31,6% dos jovens já receberam diagnóstico médico de ansiedade e 32,6% relatam episódio de consumo abusivo de álcool (quatro doses ou mais para as jovens e cinco doses ou mais para jovens em uma mesma ocasião) nos 30 dias antes da entrevista. O grupo é também o que menos consome frutas, verduras e legumes de maneira regular – apenas 33,5% e 39,2%, respectivamente, incluem esses alimentos na dieta cinco vezes ou mais na semana. Já o consumo de refrigerantes e sucos artificiais, considerado um marcador de alimentação não saudável, também se destaca nessa faixa etária – 24,3% dos jovens acusaram consumo frequente (cinco vezes ou mais na semana). Além disso, apenas 36,9% deles praticam os 150 minutos semanais de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, ao mesmo tempo, lideram o chamado tempo de tela, com 76,1% utilizando dispositivos como celulares, tablets ou televisão por três horas ou mais por dia para lazer. O sono na população com 18 a 24 anos, de acordo com a pesquisa, também está comprometido, com apenas 54,2% deles dormindo a quantidade de horas recomendadas para a idade (de sete a nove horas por dia, de acordo com a National Sleep Foundation). A falta de sono pode impactar em alguns quadros crônicos – 8,2% desses jovens já tiveram diagnóstico médico de hipertensão arterial, enquanto 14,1% da população nessa faixa etária já recebeu diagnóstico médico de depressão. O levantamento ouviu 9 mil brasileiros com 18 anos ou mais, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023. Fonte

Mais da metade dos brasileiros têm excesso de peso, aponta estudo

Estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a organização global de saúde pública Vital Strategies alerta que, atualmente, 56,8% dos brasileiros está com excesso de peso. O percentual representa a soma das pessoas com sobrepeso e com obesidade, ou seja, com índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de 25. A taxa chega a 68,5% na faixa etária com idade entre 45 e 54 anos e a 40,3% entre os mais jovens, com 18 a 24 anos. Além disso, 10,3% da população têm diagnóstico médico de diabetes. Os grupos mais afetados são pessoas com 65 anos ou mais (26,2%) e pessoas com até oito anos de escolaridade (15,7%).  Quando se trata de hipertensão arterial, 26,6% dos brasileiros receberam o diagnóstico, com maiores prevalências entre mulheres (30,8%), idosos com mais de 65 anos (62,5%) e aqueles com até oito anos de escolaridade (38%). Entre os mais escolarizados, a prevalência cai para menos da metade (15,6%).  Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), que ouviu 9 mil brasileiros com idade acima de 18 anos de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023. Alimentação De acordo com a pesquisa, menos da metade da população no Brasil (45,5%) consome verduras e legumes cinco vezes ou mais na semana. “Isso mostra que o consumo continua baixo entre os brasileiros, apesar de ter aumentado no último ano após uma queda expressiva durante a pandemia (aumento de 15,2% entre 2022 e 2023)”, destacou o estudo. A faixa etária que mais consome esses alimentos é a das pessoas com 65 anos ou mais, onde 45,5% consumem verduras e legumes na frequência semanal recomendada. No Brasil 45,5% consome verduras e legumes – Tânia Rêgo/Agência Brasil O levantamento mostra desigualdades no consumo desses alimentos quando se considera sexo e escolaridade. As mulheres consomem legumes e verduras mais do que os homens – 51,5% e 39,1%, respectivamente. Além disso, 57,5 % das pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo) têm legumes e verduras na dieta a maior parte dos dias da semana, enquanto 40,9% dos menos escolarizados (zero a oito anos de estudo) têm esse hábito. As diferenças também são grandes entre a Região Norte (36,4%), por exemplo, e a Sul (52,6%). A ingestão de frutas apresenta cenário similar: 41,8% dos brasileiros têm frutas na dieta cinco vezes ou mais por semana. Nesse caso, os mais velhos (65 anos ou mais) também são os que mais consomem com a frequência adequada (62,8%). Mulheres comem mais frutas que homens: 49,6% contra 33,4%. Entre brancos, 47,3% têm o hábito, mais do que entre pretos e pardos (37,9%). O consumo regular de frutas está presente para 48,2% da população mais escolarizada e para 39,3% dos menos escolarizados. Já com relação à inclusão de refrigerantes e sucos artificiais na dieta, 17,8% dos brasileiros consomem esse tipo de produto cinco vezes ou mais vezes na semana. Atividade física De acordo com a pesquisa, apenas 31,5% dos brasileiros praticam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou vigorosa por semana. Há diferenças consideráveis quando se olha recortes como sexo, idade e escolaridade. 34,8% dos homens são fisicamente ativos, contra 28,3% das mulheres. 48,3% das pessoas com maior escolaridade são fisicamente ativas – mais que o dobro dos menos escolarizados (20,9%). O índice fica em 18,9% entre os maiores de 65 anos e em 37,9% na faixa etária dos 25 a 34 anos. Tabagismo O Covitel 2023 mostra que a prevalência atual de tabagismo (uso de cigarro convencional, de palha, de papel, charuto e cachimbo) no Brasil é de 11,8%. Nos três períodos avaliados pelo inquérito (pré pandemia, primeiro trimestre de 2022 e primeiro trimestre de 2023), a prevalência se manteve estável no país, interrompendo uma tendência de redução registrada ao longo dos últimos anos. Quem mais fuma são homens (15,2%), pessoas da Região Sul (15,8%) e as com idade entre 45 e 54 anos (15,2%). Álcool Os dados também apontam 22,1% de prevalência de uso abusivo do álcool entre os brasileiros nos 30 dias que antecederam as entrevistas. A prevalência ficou maior entre pessoas do sexo masculino (28,9%), com maior escolaridade (26,5%) e jovens adultos entre 18 e 24 anos (32,6%). Já 7,2% da população brasileira relatou fazer consumo regular do álcool, que contempla três ou mais vezes por semana. As maiores prevalências são entre pessoas do Sudeste (10,2%) e homens (11,8%). Saúde mental Atualmente, 12,7% dos brasileiros relatam ter recebido diagnóstico médico para depressão. As maiores prevalências estão na Região Sul (18,3%), entre as mulheres (18,1%) e na faixa etária de 55 a 64 anos (17%), seguida pelos jovens de 18 a 24 anos (14,1%). Já o diagnóstico médico para ansiedade chegou para 26,8% dos brasileiros. De acordo com o estudo, um terço (31,6%) da população mais jovem de 18 a 24 anos é ansiosa. As prevalências são maiores no Centro-Oeste (32,2%) e entre mulheres (34,2%). Sono Por fim, 59,3% dos entrevistados do Covitel afirmaram dormir o tempo recomendado para a idade. Os números mostram que 58,9% dos brasileiros dizem dormir bem, sendo 63,9% entre os homens e 54,3% entre mulheres. No recorte raça/cor, também há diferenças: 64,2% das pessoas brancas relatam dormir bem, índice que fica em 55,1% entre pretos e pardos. Fonte

Brasil tem primeiro caso de influenza aviária em aves domésticas

O Brasil registrou a primeira ocorrência de vírus da influenza aviária em aves domésticas. O caso ocorreu em uma criação de subsistência localizada no quintal de uma casa na cidade da Serra, no Espírito Santo. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), havia no local criação de pato, ganso, marreco e galinha. “Esse é o primeiro foco detectado em aves domésticas em criação de subsistência desde a entrada do vírus no Brasil, no dia 15 de maio. É importante ressaltar que a ocorrência do foco confirmado em aves de subsistência não traz restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros. O consumo e a exportação de produtos avícolas permanecem seguros”, informou, em nota, o ministério. Segundo as autoridades, medidas sanitárias já estão sendo aplicadas para contenção e erradicação do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Além disso, estão sendo intensificadas as ações de vigilância em populações de aves domésticas na região relacionada ao foco. “A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas pelo Ministério da Agricultura e pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) para evitar a disseminação do vírus e proteger a avicultura nacional”, explicou a pasta. Segundo o ministério há, no país, 50 focos de IAAP detectados em aves silvestres no Espírito Santo, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Informações atualizadas sobre os focos da doença podem ser acessadas por meio do Painel BI. O site informa também as espécies que já foram afetadas pelo vírus da influenza aviária. “Trabalho de excelência” Diante da situação, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nota na qual ressalta o que qualifica como “trabalho de excelência” conduzido de forma “transparente” pelo Ministério da Agricultura e pelas secretarias de agricultura estaduais. “A ABPA lembra que, como situação de fundo de quintal, o foco identificado não gera qualquer alteração no status do Brasil como livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), já que a produção comercial segue sem qualquer registro”, diz a nota da associação. A entidade não acredita que o caso resulte em qualquer alteração no fluxo das exportações. “Segundo todos os órgãos de saúde internacionais, não há qualquer risco no consumo dos produtos”, informou a ABPA, ressaltando que os protocolos sanitários mantidos pela avicultura industrial do Brasil mantêm-se “nos mais elevados padrões de biosseguridade, preservando as unidades produtivas perante a enfermidade”. Notificações Em nota, o Ministério da Agricultura informou, nesta quarta-feira (28), em Brasília, que as ações de comunicação sobre a doença e as principais medidas de prevenção foram reforçadas para aumentar a conscientização e sensibilizar a população e os criadores de aves, com destaque para a imediata notificação de casos suspeitos da doença e para o fortalecimento das medidas de biosseguridade. “O contato direto, sem proteção adequada, com aves doentes ou mortas deve ser evitado pela população. Todas as suspeitas de IAAP em aves domésticas ou silvestres, incluindo a identificação de aves com sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita, devem ser notificadas imediatamente ao órgão estadual de saúde animal ou à Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária por qualquer meio ou pelo e-Sisbravet”, advertiu o ministério. Fonte

UEA lança I Corrida do Sauim-de-Coleira da UEA

Com alerta para a preservação, evento acontecerá em setembro. As inscrições iniciam nesta quarta-feira (28/6) e seguem até o dia 4 de setembro, no site da Tiket Sport. Separe o tênis, roupa e disposição para o dia 10 de setembro, pois será realizada a I Corrida do Sauim-de-Coleira da Escola Normal Superior da Universidade do Estado do Amazonas (ENS/UEA). O lançamento ocorreu nesta quarta-feira (28/6), na reitoria da instituição. A corrida será um pré-evento do II Simpósio Amazônico de Biodiversidade e Conservação e a III Semana do Sauim-de-Coleira que será em outubro. O objetivo é alertar a sociedade sobre a ameaça do sauim, primata que é endêmico da região. O evento também pretende divulgar os trabalhos desenvolvidos sobre a espécie, assim como mostrar que existem diferentes formas de ajudar no processo de conservação. Como participar da corrida? As inscrições iniciam nesta quarta-feira (28/6) e seguem até o dia 4 de setembro, no site da Tiket Sport. Conforme o regulamento, a corrida tem 2,5 mil vagas disponíveis e a competição está dividida em 5 e 10 quilômetros. O percurso sairá da Escola Superior de Tecnologia (EST), na avenida Darcy Vargas, seguirá pelas avenidas Maceió, João Valério, Djalma Batista e finalizará na EST. Para participar, o investimento será de R$ 105,00 (comunidade acadêmica da UEA) e R$ 145,00 (para o público externo). Site das inscrições www.tiketsports.com.br O pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UEA, Prof. Dr. Darlisom Ferreira, explica que o Projeto Primatas é estratégico no campo da extensão universitária. “A corrida traz esse apelo que soma a prática esportiva, recreativa e transforma em uma causa social para além da academia e para todos os contextos da sociedade que podem aderir e transformar a realidade de ameaça de extinção do sauim-de-coleira. Então, convidamos a sociedade para participar e estar conosco no dia 10 de setembro, abrilhantando essa corrida.” A Prof.ª Dra. Luciane Lopes de Souza, coordenadora da I Corrida do Sauim-de-Coleira, ressalta que o evento esportivo integra três pilares importantes da sociedade: saúde, educação e o meio ambiente. “É um evento em homenagem ao sauim-de-coleira, espécie endêmica da nossa região, e criticamente ameaçada de extinção. Então, queremos chamar a atenção de toda a sociedade na busca da conservação dessa espécie.”

Orgulho LGBTQIA+ é caminho para saúde mental e bem-estar coletivo

Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexo e assexuais e mais, ou LGBTQIA+, uma sigla que reúne muitas especificidades e acima de tudo, o reconhecimento e orgulho de ser como se é. Neste dia 28 de junho, dia do Orgulho LGBTQIA+, a Agência Brasil conversou com psicólogos sobre o que é ter orgulho e como isso faz parte não apenas da construção e quem se é, mas de uma sociedade mais saudável e mais tolerante.  Segundo a professora de psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), pesquisadora e ativista Jaqueline Gomes de Jesus, o orgulho está relacionado a saúde mental individual e coletiva. “Esse orgulho é fundamentalmente necessário para a garantia da saúde mental, para o bem estar mais individual e também um bem estar coletivo para uma condição de se reconhecer como sujeito possível naquele lugar, sujeito possível na sua riqueza de desejos e formas de se sentir de estar no mundo para viver livremente”.  Na publicação virtual Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos, Jaqueline define orgulho como: “Antônimo de vergonha. Conceito desenvolvido pelo movimento social LGBT para propagar a ideia de que a forma de ser de cada pessoa é uma dádiva que a aproxima de comunidades com características semelhantes às suas, e deve ser afirmada como diferença que não se altera, não deveria ser reprimida nem recriminada”. “Eu explico o orgulho como o contrário da vergonha e, sendo o contrário da vergonha, significa reconhecer-se como se é e valorizar essa forma de ser em toda a sua complexidade, nas suas diferentes dimensões, apesar de muita gente da nossa cultura dizer que essa forma de ser de identidade e de desejo não são valorizadas”, complementa Jaqueline. “Se as pessoas não conseguem expressar livremente sua identidade de gênero, por serem pessoas trans, por exemplo, ou não conseguem vivenciar sua orientação sexual sendo homossexuais ou bissexuais, como podermos superar a saúde mental da população LGBTQIA+?”. Pesquisa realizada pelo Datafolha em 2022 mostra que oito em cada dez jovens brasileiros, de 15 a 29 anos, tiveram problemas relacionados a saúde mental. Os problemas incluem pensamentos negativos, dificuldade de concentração, crise de ansiedade, transtornos alimentares, pensamentos suicidas e ter ferido o próprio corpo. Entre os jovens que se identificam como LGBTQIA+ esses problemas são ainda mais comuns, relatados por nove a cada dez, ou 92% desse grupo.  O psicólogo, empresário e influencer Lucas de Vito, defende que muitos desses problemas estão relacionados a ser impedido de ser quem se é. “É falar quem a gente é e viver a vida de acordo com nossos desejos, respeitando todo mundo e a todos. Por isso que impacta bastante nossa saúde mental porque quando a gente não consegue viver esse orgulho significa que a gente está anulando nossa existência e vivendo uma vida que não é nossa”, diz. Outra definição de orgulho pode ser encontrada no dicionário Michaelis: Sentimento de prazer ou satisfação que uma pessoa sente em relação a algo que ela própria ou alguém a ela relacionado realiza bem”. Mas o que é realizar algo bem? Para os entrevistados, na nossa sociedade existe um entendimento de um padrão que é considerado satisfatório. Um padrão que muitas vezes exclui a diversidade. “O orgulho quanto a orgulho de ser LGBTQIA+ é a gente conseguir ir contra a maré de retrocesso que existe no nosso país. Contra um sistema que quer ver a gente sem direito, que não quer ver a gente se expor, que diz que a gente pode existir entre quatro paredes, que a gente pode existir sem existir, no caso”, diz Devito. Uma questão coletiva Entender que não se está só pode ser um passo importante na afirmação da própria identidade. No ano passado, pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coletou os dados de pessoas homossexuais e bissexuais do Brasil. O instituto registrou 3 milhões de pessoas e admitiu que o número pode ser maior. Para o professor da Universidade Federal do Rio e Janeiro (UFRJ) e presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, é preciso rever os atuais padrões sociais, que muitas vezes excluem a diversidade, em prol de um sociedade que seja para todos. “Existe uma construção de um padrão do que se orgulha e é necessário desconstruir esses padrões, inclusive por dentro da comunidade LGBTIQI+, é necessário que a comunidade olhe para esses padrões como algo historicamente construído e o que é historicamente construído pode também desconstruído historicamente”, diz que acrescenta: “É muito importante que se entenda que os padrões só são construídos através das relações de poder e essas relações de poder podem ser reconfiguradas e podemos construir outros padrões, aqueles padrões que são produzidos de fora para dentro podem ser repensados e recolocados a partir de outro lugar”. Quando a sociedade não é capaz de acolher, o autoconhecimento e o fortalecimento através de uma comunidade LGBTQIA+ tornam-se alternativa. “O Brasil é campeão no assassinato de pessoas LGBTQIA+, em especial a população de travestis e transexuais, portanto, chegar ao orgulho apesar de tanta violência, não é um percurso fácil, é um percurso em que é necessário descriminalizar subjetivamente aquilo que historicamente se diz”, explica, Bicalho. “O orgulho é orgulho também de se entender não mais como doente, não mais como desviantes, portanto, o percurso que leva as pessoas até o orgulho é o percurso do empoderamento, é o percurso de, apesar das violências, ter orgulho de ser quem se é”. O coletivo também tem força, aponta o professor. O próprio dia do Orgulho nasce em uma ação coletiva. Em 28 de junho de 1969, frequentadores do bar Stonewall Inn, bar LGBTQIA+, em Greenwich Village, em Nova Iorque, nos Estados Unidos reagiram pela primeira vez conta a constante truculência policial. O acontecimento virou um marco de defesa de direitos civis para essa população.  “É a primeira vez que as pessoas se revoltam e dão um basta para a violência policial. Então, a origem histórica é o orgulho por ter se rebelado, é o orgulho por não ter mantido

SP: afegãos acampados em aeroporto são vítimas de surto de sarna

Sem conseguir lugar em abrigos, os afegãos acampados no Aeroporto Internacional de Guarulhos enfrentam agora um surto de sarna.  “A primeira identificação que a gente teve de sarna foi no dia 21 de junho por uma médica voluntária de uma unidade básica de saúde (UBS) próxima [do aeroporto] e que viu uma criança se coçando muito. Ela foi atrás dessa família e identificou que todos estavam com sarna. Na mesma hora, essa médica comunicou os outros voluntários que estavam no local e nós, da ONG Além-Fronteiras, junto com o Coletivo Frente Afegã, notificamos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa] e o Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, da prefeitura de Guarulhos [que fica dentro do aeroporto]”, explicou Aretusa Chediak, médica do Instituto do Coração (Incor) e fundadora da organização não-governamental Além-fronteiras – Rebuilding Lives,  voluntária  na ajuda aos afegãos.. “No dia seguinte, a prefeitura de Guarulhos enviou um batalhão de gente para ir olhar essa família que estava com sarna e identificar novos casos. Nesse dia foram identificados mais 22 casos. E eles chegaram já com uma medicação para tratamento e distribuíram para os afegãos que foram identificados com sarna”, acrescentou. Segundo a voluntária, no entanto, a medida não foi suficiente. “Quando fomos lá no dia seguinte, tinha afegão que nem tinha tomado o remédio porque não sabia como tomá-lo. Era para tomar um comprimido, dois? Vai ter que repetir? Eles [da prefeitura] identificaram, deram a medicação e ponto final. E o mais impactante e alarmante disso é que só o remédio não vai tratar absolutamente nada. O tratamento de sarna vem acompanhado principalmente de medidas de higiene que, na verdade, é a nossa grande dificuldade dentro do aeroporto”, disse a médica. Aline Sobral, uma das fundadoras do Coletivo Frente Afegã, que também atua de forma voluntária com os afegãos, informou que 26 casos foram identificados entre as 209 pessoas que tem vivido no aeroporto “sem banho diário, sem higiene e sem dignidade básica”. Aline Sobral do Coletivo Frente Afegã atua como voluntária na ajuda aos acampados- Paulo Pinto/Agência Brasil Essas pessoas, segundo ela, já foram medicadas pela prefeitura de Guarulhos e por médicos voluntários. “Eles foram medicados, porém não trocam de roupas, não tomam banho e não possuem condições de lavar suas roupas. Então deve haver um aumento no surto”, diz a voluntária. De acordo com a prefeitura de Guarulhos, há atualmente 206 imigrantes afegãos no aeroporto. A prefeitura possui apenas 177 vagas para acolhimento de migrante e refugiados, sendo 127 geridas pela municipalidade e outras 50 pelo governo estadual. No momento, segundo a administração municipal, todas estão vagas estão lotadas. Surto de sarna atinge afegãos acampados no Aeroporto de Guarulhos – Paulo Pinto/Agência Brasil Na semana passada, a Agência Brasil esteve visitando o aeroporto e uma afegã já havia relatado à reportagem sobre a dificuldade de conseguirem tomar banho. “Estou vivendo aqui há 22 dias e ninguém veio para nos ajudar, nos levar daqui [do aeroporto]. E é tão difícil a situação. Eu mesma estou doente. Aqui não temos nada para dormir. E estamos dormindo aqui com muito barulho. Tomamos banho somente uma vez por semana – e apenas dez pessoas puderam fazer isso. E aqui é tão frio [por causa do ar-condicionado]”, disse a afegã naquela ocasião. Histórico Desde 2021, quando os radicais do Talibã assumiram o poder no Afeganistão, milhões de afegãos têm deixado o país para fugir de um regime que viola seus direitos. O Brasil passou a ser destino de parte deles quando foi publicada uma portaria interministerial, em setembro de 2021, autorizando o visto temporário e a residência por razões humanitárias. O grupo tem contado com o apoio de voluntários e da prefeitura de Guarulhos, que tem contribuído com alimentos e buscado encontrar vagas em abrigos municipais. Uma afegã, que prefere não se identificar por medo de ser reconhecida pelo regime Talibã, conversou hoje com a reportagem e disse que tinha uma galeria de arte em seu país, onde produzia trabalhos com madeira e pintura. No entanto, como o Talibã proíbe que as mulheres exerçam atividades como essa por lá, ela precisou deixar seu país. “Temos vários problemas. Embora tenhamos almoço e jantar, não conseguimos tomar banho e diversas famílias estão com problemas na pele”, disse. Segundo essa afegã, que está há nove dias no país, hoje foi primeira vez em que ela conseguiu tomar banho desde que chegou ao Brasil. “Foi em um hotel muito bom, mas o tempo para o banho é reduzido, de apenas dez minutos. Dez pessoas foram tomar banho hoje nesse hotel”, contou. Agora, no Brasil, ela espera conseguir a oportunidade voltar a exercer a profissão. “Eu espero abrir minha galeria de arte aqui”. Prefeitura Na tarde de hoje, os afegãos também receberam a visita do prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti. Em entrevista à Agência Brasil, disse que a prefeitura está preocupada não só com o surto de sarna, mas também com a situação precária que esses imigrantes vêm enfrentando no aeroporto. Agentes da prefeitura visitaram hoje os afegãos no Aeroporto de Guarulhos – Paulo Pinto/Agência Brasil “Estamos colhendo mais informações e apelando ajuda do governo federal principalmente, que é o responsável direto por essa questão. Existe um problema mundial. Foram concedidos mais de 11 mil vistos humanitários e a maioria deles entra por Guarulhos. Mas Guarulhos não consegue dar conta sozinho. Não é nossa obrigação constitucional, mas é nosso dever estender a mão. No entanto, estamos começando a ficar com os braços curtos e quase de mãos atadas porque é muita gente, falta recurso”. De acordo com o prefeito, os abrigos municipais estão cheios. “Nas nossas casas, hoje, já acolhemos 177 afegãos. E estamos trabalhando duro para acomodá-los da melhor forma possível. Mas para ter uma noção, desde que essa problemática se iniciou, só com alimentação para os afegãos já investimos mais de R$ 2 milhões. E esse dinheiro não é novo, são recursos que tiramos da nossa assistência social e que são destinados a moradores em situação de rua e programas de restaurante popular. Na verdade, estamos tirando dinheiro de onde não temos para estender uma mão amiga”. De acordo com a prefeitura, todos

Internações por síndromes respiratórias aumentam no Norte e Nordeste

Os casos graves de vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças continuam a puxar para cima a tendência de hospitalizações por síndrome respiratória em parte do Norte e Nordeste do Brasil. A informação consta do mais recente Boletim Infogripe, divulgado hoje (27) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nos estados do Acre, Amapá, Pará, Rio Grande do Norte e Roraima, as hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão em alta nas últimas seis semanas fundamentalmente devido aos casos em crianças e adolescentes. Já em Sergipe, além da alta na mesma faixa etária, também foi registrado aumento em adultos de idade mais avançada. O coordenador do Infogripe Marcelo Gomes alerta que, ainda que haja tendência de estabilização ou queda da SRAG no público infantil dos estados do Centro-Sul, o número de casos já tinha chegado a um patamar alto. “Como esses estados passaram por um longo período de aumento, semana após semana, nos casos de SRAG nas crianças pequenas, a interrupção ou reversão dessa tendência ainda levará um tempo para se refletir em diminuição nos leitos ocupados, já que parte dessas crianças continua hospitalizada. Além disso, as baixas temperaturas favorecem as infecções respiratórias nesse período do ano, de modo que é importante mantermos os cuidados de ventilação adequada e uso de boas máscaras por parte das pessoas que estão apresentando sintomas gripais e não possuem condições de fazer o repouso recomendado”, disse Marcelo Gomes, segundo a Fiocruz. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, o vírus sincicial respiratório causou 40% das ocorrências de SRAG com origem viral no país. O SARS-CoV-2, que causa a covid-19, respondeu por 22,8% dos casos, seguido por 17,5% do vírus da Influenza A, e 6,6% do daInfluenza B. Apesar disso, a covid-19 continua a responder por metade dos óbitos causados por síndromes respiratórias agudas graves virais no país. A Fiocruz destaca ainda que o Sars-Cov-2 permanece em queda no número de casos entre a população adulta na maioria dos estados. Em março, o vírus respondia por 80% dos casos, participação que caiu para 50% em maio. Já a gripe causada pela Influenza A – majoritariamente H1N1 – registrou aumento ao longo do mês de maio e manteve presença importante em junho. Fonte

VSR mantém síndromes respiratórias em alta no Norte e Nordeste

Os casos graves de vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças continuam a puxar para cima a tendência de hospitalizações por síndrome respiratória em parte do Norte e Nordeste do Brasil. A informação consta do mais recente Boletim Infogripe, divulgado hoje (27) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nos estados do Acre, Amapá, Pará, Rio Grande do Norte e Roraima, as hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão em alta nas últimas seis semanas fundamentalmente devido aos casos em crianças e adolescentes. Já em Sergipe, além da alta na mesma faixa etária, também foi registrado aumento em adultos de idade mais avançada. O coordenador do Infogripe Marcelo Gomes alerta que, ainda que haja tendência de estabilização ou queda da SRAG no público infantil dos estados do Centro-Sul, o número de casos já tinha chegado a um patamar alto. “Como esses estados passaram por um longo período de aumento, semana após semana, nos casos de SRAG nas crianças pequenas, a interrupção ou reversão dessa tendência ainda levará um tempo para se refletir em diminuição nos leitos ocupados, já que parte dessas crianças continua hospitalizada. Além disso, as baixas temperaturas favorecem as infecções respiratórias nesse período do ano, de modo que é importante mantermos os cuidados de ventilação adequada e uso de boas máscaras por parte das pessoas que estão apresentando sintomas gripais e não possuem condições de fazer o repouso recomendado”, disse Marcelo Gomes, segundo a Fiocruz. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, o vírus sincicial respiratório causou 40% das ocorrências de SRAG com origem viral no país. O SARS-CoV-2, que causa a covid-19, respondeu por 22,8% dos casos, seguido por 17,5% do vírus da Influenza A, e 6,6% do daInfluenza B. Apesar disso, a covid-19 continua a responder por metade dos óbitos causados por síndromes respiratórias agudas graves virais no país. A Fiocruz destaca ainda que o Sars-Cov-2 permanece em queda no número de casos entre a população adulta na maioria dos estados. Em março, o vírus respondia por 80% dos casos, participação que caiu para 50% em maio. Já a gripe causada pela Influenza A – majoritariamente H1N1 – registrou aumento ao longo do mês de maio e manteve presença importante em junho. Fonte

Hospital no Rio está apto a fazer cirurgias de redesignação sexual

O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é a mais nova unidade hospitalar credenciada pelo Ministério da Saúde (MS) para oferecer cirurgias de redesignação sexual pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O HUGG já realizava cirurgia reconstrutora urogenital e, a partir do apoio da superintendência, solicitou a habilitação do novo serviço. Na última sexta-feira (23), no Mês do Orgulho LGBTQIA+, o HUGG realizou cirurgias de redesignação de sexo em três mulheres trans. Os procedimentos tiveram duração de cerca de quatro horas e foram coordenados pela equipe do Serviço de Urologia, com o apoio de cirurgiões plásticos e do urologista argentino Javier Belinky, do Hospital Carlos G Durand, de Buenos Aires. Em entrevista nesta segunda-feira (26) à Agência Brasil, o coordenador do Serviço de Urologia do Gaffrée e Guinle, André Cavalcanti, esclareceu que, em uma primeira etapa, o foco serão mulheres trans. Depois, o hospital vai ampliar o atendimento para outros tipos de cirurgias. “Porque [essa] é a maior demanda para a redesignação sexual. Tem outras filas nesse processo, como mastectomia, que é uma demanda importante do homem trans; harmonização facial. Uma série de procedimentos. Para cirurgia genital, o volume de mulheres trans é maior”. A partir do credenciamento pelo ministério, o HUGG está recebendo pacientes que já vêm prontas de serviços públicos ambulatoriais, ou seja, que já passaram pelas diretrizes do SUS para esse tipo de cirurgia – como a etapa de tratamento com hormônios, por exemplo. “Ela já tem que ter passado pelos outros serviços. Na verdade, o nosso objetivo é gerar mais pacientes no sistema e gerar maior número de vagas cirúrgicas”. O coordenador do Serviço Urológico do Gaffrée e Guinle informou que a ideia é finalizar 2023 com dez cirurgias realizadas. Novos procedimentos já estão sendo agendados para agosto: “a agenda de agosto está sendo finalizada”. Etapas Para estar apto à cirurgia, a paciente deve, inicialmente, ter sido atendida em ambulatório de transgenitalização do SUS em qualquer nível de atenção, seja municipal, estadual ou federal. No processo transexualizador, ela passa por uma etapa da questão social – que inclui mudança de nome, de registro, entre outras fases –, e pela etapa hormonal, vindo por último a etapa cirúrgica. “Para passar para a etapa cirúrgica, ela tem que ter o acompanhamento já dentro do ambulatório, com equipe multidisciplinar que inclua endocrinologia e saúde mental, há pelo menos dois anos”. O tempo de duração da cirurgia difere de paciente para paciente, variando de três horas e meia a cinco horas, em média, segundo Cavalcanti. A paciente permanece internada no hospital por cerca de cinco dias, quando recebe alta e começa um processo de dilatação da neovagina, além de uma série de processos ambulatoriais. A recuperação é paulatina, em casa, e requer acompanhamento ambulatorial rígido, salientou o urologista do HUGG. Segundo ele, é preciso fazer o processo de dilatação da vagina por um período longo. “Porque essas cirurgias todas têm chances de complicação e a gente tem que estar muito atento ao paciente. É um processo longo”. Geralmente, as mulheres trans operadas estão aptas à atividade sexual penetrativa em dois meses. Segundo Cavalcanti, todo hospital que se credencia junto ao Ministério da Saúde para este tipo de cirurgia já é considerado referência, tendo em vista que ainda é reduzido o número de hospitais públicos que fazem a redesignação sexual. No estado do Rio de Janeiro, além do HUGG, só realiza esse tipo de procedimento o Hospital Universitário Pedro Ernesto. Além desses, há mais quatro unidades que realiza essas cirurgias pelo SUS: Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Hospital da Universidade Federal de Goiás, Hospital da Universidade Federal de Pernambuco e Hospital da Universidade de São Paulo, informou o Ministério da Saúde. Fonte

Doações de sangue e plaquetas para o Inca crescem 6,5%

De janeiro aos primeiros 15 dias de junho deste ano, o hemonúcleo do Instituto Nacional de Câncer (Inca) coletou 4.516 bolsas de sangue e concentrados de plaquetas, um aumento de 6,5% em relação ao obtido em igual período do ano passado, com 4.224 coletas. O grupo etário jovem, entre 18 e 29 anos de idade, representou 30% do total coletado, com 1.300 doações. Incluindo os doadores adultos jovens de 30 a 39 anos de idade, que foram responsáveis por 1.100 doações, a faixa de 18 a 39 anos respondeu por mais de 50% do sangue e plaquetas coletados. A informação foi dada nesta segunda-feira (26) por Magda Adorno, tecnologista e farmacêutica bioquímica do Inca, que trabalha na parte de triagem clínica. Foram coletadas, ainda, cerca de 2 mil bolsas de sangue, divididas por doadores nas faixas de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos de idade. Apesar do aumento registrado, a meta de coletar 70 bolsas por dia não está sendo alcançada, ficando 30% abaixo do necessário, o que dificulta o atendimento aos pacientes em tratamento nas quatro unidades hospitalares do Inca, disse Magda Adorno. Ela informou que, em média, são coletadas atualmente entre 40 e 45 bolsas de sangue por dia. “Tem dias que está menos. Quando chove muito, quando tem feriado. Nos feriados emendados, tende a diminuir as doações e a frequência aqui também. O comparecimento é menor. Quando tem um feriado no meio da semana, não afeta tanto”. Cada bolsa pode beneficiar até quatro pessoas, em média. “Porque isso depende das condições do doador. Se o doador toma anti-inflamatório, a gente não pode fazer plaquetas. Aí, não vai atingir quatro pessoas. Vai atingir três pessoas ou duas”, explicou a tecnologista. Os estoques de sangue precisam ser constantemente abastecidos para atender à demanda, segundo a chefe do Serviço de Hemoterapia do instituto, Iara Motta. Corrente do Bem O grupo Corrente de Bem, que reúne moradores de Saquarema, na Região do Lagos, aproveitou o Dia Mundial do Doador de Sangue, no dia 14, e o Junho Vermelho, para mobilizar a cidade a doar sangue no Inca. Fundado no ano passado, o grupo já conta com 700 doadores cadastrados. A mobilizadora do Corrente de Bem, Rejane Paranhos, informou que o Inca foi priorizado porque ali é possível também fazer o cadastro para doação de medula óssea. Rejane sabe que essa é uma necessidade constante e o grupo quer contribuir de forma ampla para a saúde dos pacientes atendidos pelo instituto, destacou. Magda Adorno disse que grupos de torcidas organizadas também são doadores do hemonúcleo do Inca, que recebe também doadores de outros municípios fluminenses. O instituto não conta com serviço de transporte nem parceria com empresas de transporte e não dispõe também de serviço de coleta externa. Podem doar pessoas entre 16 e 69 anos de idade, com peso mínimo de 50 quilos, que estejam bem de saúde. Menores de 18 anos de idade só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais. Não é necessário estar em jejum, mas deve-se evitar comer alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes. Dúvidas podem ser tiradas no Serviço de Hemoterapia do Inca nos telefones 21 3207 1580 e 21 3207 1021. Para doar, as pessoas interessadas devem se dirigir à Praça Cruz Vermelha, 23, 2º andar, região central do Rio de Janeiro. O funcionamento do serviço é de segunda-feira a sexta-feira, das 7h30 às 14h30, e aos sábados, das 8h às 12h. Fonte

Saúde destina R$ 200 milhões para serviços de hemodiálise no SUS

Portaria do Ministério da Saúde publicada nesta segunda-feira (26) no Diário Oficial da União destina R$ 200 milhões para custear equipamentos de hemodiálise em uso no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento é indicado para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica grave. Em nota, a pasta informou que serão contemplados serviços que tenham até 29 máquinas de hemodiálise, considerando análises e discussões com gestores municipais e estaduais sobre eficiência de custo “diante das dificuldades encontradas especialmente nesses serviços”. O recurso é calculado com base anual e será transferido mensalmente por meio do Componente do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec), devendo ser repassado aos estabelecimentos contemplados. Fonte

Canabidiol: em favelas do RJ, maioria depende de ajuda para tratamento

Seis em cada dez moradores de favelas do Rio de Janeiro que fazem terapia com óleo de maconha dependem. Uma pesquisa feita com 105 moradores de favelas cariocas mostrou que a maioria dos entrevistados depende de doações de organizações não governamentais para fazer terapia com óleo derivado da maconha. Segundo o levantamento realizado pela ONG Movimentos, das 63 pessoas que usam o óleo, 66,67% recebem o insumo medicinal de ONGs ou instituições. Outra forma de obter a substância é por associações de pacientes (20,63%), de amigos ou parentes (6,35%), de liminar (3,17%) ou importação direta pelo paciente (3,17%). De acordo com Ricardo Fernandes, da ONG Movimentos, a pesquisa mostra que nas favelas também há pacientes que usam derivados de maconha. “Nossa pesquisa mostra que tem um número significativo de pessoas que faz uso do óleo de canabidiol. Pessoas de fora da favela vão ficar muito surpresas com as informações que a pesquisa traz. O uso do canabidiol ainda tem um recorte muito elitista, por isso o preço é tão elevado”. Acesso Mas, muitos não têm condições de pagar pelo remédio e precisam ter acesso de forma gratuita ou subsidiada. Fernandes diz que o processo para obtenção do remédio através do Sistema Único de Saúde (SUS) é burocrático, o que faz com que muitos tenham que recorrer à ajuda de ONGs e outras instituições. Segundo o estudo, apesar de 60 das 63 pessoas que usam óleo terem prescrição médica, apenas seis conseguiram autorização judicial para o produto. Algumas unidades da federação regulamentaram a distribuição gratuita desse tipo de medicamento, facilitando o acesso dos pacientes, como São Paulo, Paraná, Alagoas, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. “Isso evidencia as burocracias que existem para que a pessoa consiga todo esse processo através do SUS gratuitamente. Hoje o SUS tem algumas formas de disponibilizar o óleo, só que é um processo extremamente burocrático, difícil e não possível para muitas pessoas das favelas, diante de suas necessidades físicas e das necessidades de documentação para se apresentar”. Mesmo os medicamentos obtidos através das ONGs nem sempre são gratuitos. Algumas pessoas têm que arcar com parte do custo, como o frete. “Algumas ONGs conseguem fazer com que os óleos cheguem às pessoas de forma 100% gratuita, mas tem ONGs que precisam que as pessoas se responsabilizem pelo menos pela taxa de frete, porque o óleo vem de outro pís”. O óleo de canabidiol ou de THC é usado por 60% dos entrevistados, mas não é a única forma de uso medicinal da maconha. Outros usos registrados são o cigarro de maconha (18,1%), chás (0,95%) e alimentos (0,95%). Perfil O tratamento do transtorno do espectro autista é o principal motivo (52,2%) para o uso dos derivados de maconha, seguido por epilepsia (12,39%), sintomas de ansiedade (12,39%), sintomas de depressão (7%) e dores (5%). Em relação à religião daqueles que usam esses medicamentos, chama atenção o fato de que 28% são evangélicos. “Minha mãe é evangélica, da Igreja Universal, e hoje recebe o óleo de um projeto do Complexo do Alemão. Ela sofria de dores por causa da Chikungunya que lhe davam desespero. Hoje tem uma outra qualidade de vida. Ela fala dentro da igreja, que faz uso do canabidiol, um óleo que vem da maconha”, conta Ricardo Fernandes. Entre as outras religiões: 24% são católicos, 10% professam religiões de matriz afro-brasileiras e 3% declararam ter outra fé. Há ainda 35% que declararam não ter religião. A pesquisa termina com recomendações às autoridades públicas: a regulamentação e fortalecimento das associações que produzem substâncias derivadas da maconha, a aprovação de legislação federal que garanta a distribuição de substâncias derivadas da maconha pelo SUS, o fomento a iniciativas canábicas em favelas e periferias e a revisão da Resolução 327/2019 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece os critérios para a concessão de autorização sanitária para importação, fabricação e comercialização de produtos derivados de maconha para fins terapêuticos. “O SUS precisa entender o quanto é vital a produção de óleos em grande escala para que as pessoas possam ter mais acesso. E também o fortalecimento das associações que já fazem esses óleos, que já têm a liberação de seus estados e municípios para fazer o óleo, porém não têm incentivos e não conseguem fazer numa escala que atenda a toda a população”, afirma Fernandes. Fonte

Governo antecipa entrega de 400 mil doses de insulina de ação rápida

Até o próximo dia 9, o Ministério da Saúde vai concluir a distribuição de mais de 400 mil unidades de insulina análoga de ação rápida, usada no tratamento de diabetes tipo 1. A compra do medicamento ocorreu após cinco meses de negociação com o setor farmacêutico e depois de duas tentativas frustradas. É que dois pregões anteriores – em agosto do ano passado e em janeiro deste ano – não receberam propostas. O Ministério da Saúde antecipou a entrega da insulina por conta do risco de desabastecimento motivado pela escassez mundial do produto. Essa carga de 400 mil unidades se soma à de um 1,3 milhão de doses compradas emergencialmente e que vão garantir o abastecimento do SUS e de mais de 60 mil pessoas que fazem atendimento no Sistema Único de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, as insulinas regulares mais consumidas, indicadas para pacientes com diabetes tipo 2 e demais tipos, estão com “estoque adequado”. As insulinas análogas de ação rápida foram incorporadas ao SUS em 2017 após aprovação da Conitec, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde. Ouça a matéria na Radioagência Nacional: Fonte

Ministério da Saúde quer ampliar digitalização e conectividade no SUS

Ampliar a digitalização no Sistema Único de Saúde (SUS) para incluir cada vez mais os cidadãos e melhorar o atendimento da saúde pública no país é um trabalho que está em curso no Ministério da Saúde com a criação, neste ano, da Secretaria de Informação e Saúde Digital. Esse trabalho será reforçado com o lançamento do programa SUS Digital Brasil. “Está em preparação o lançamento de um grande programa que é o SUS Digital Brasil e esse programa vai ter múltiplas estratégias para que a gente possar fazer com que o SUS, como um todo, avance cada vez mais na transformação digital voltada para a melhoria das condições de saúde da população, para democratizar o acesso para que a gente tenha melhor saúde para todos”, disse a Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (25), na TV Brasil. A secretária explica que, para o cidadão, a digitalização da saúde no sistema público tem como diretrizes a inclusão, o acesso universal reduzindo as iniquidades e buscando verificar quem está em uma situação de maior vulnerabilidade. Para os profissionais de saúde e gestores, a expansão de sistemas informatizados e integrados gera informações mais qualificadas para a tomada de decisões tanto de gestão, quanto para o cuidado clínico do paciente. “Quando a gente tem a informação a gente pode identificar melhor as necessidades e trabalhar as políticas públicas para atender melhor a população”, afirmou Ana Estela. Uma importante ferramenta digital que, atualmente, permite ao cidadão acompanhar, na palma da mão, seu histórico clínico é o Conecte SUS Cidadão. O aplicativo oficial do Ministério da Saúde permite a uma pessoa visualizar o histórico clínico, identificar estabelecimentos de saúde próximos a sua localização e acessar o histórico de vacinação, por exemplo. O aplicativo também permite a integração dos estabelecimentos de saúde públicos e privados para garantir o acesso à informação em saúde necessário à continuidade do cuidado do cidadão. Saúde indígena Avançar na informatização do subsistema de saúde indígena é uma prioridade, de acordo com a secretária Ana Estela, e a região onde vivem os povos Yanomamis, em Roraima, terá atenção reforçada. “Essa é uma das regiões que vamos estar planejando e tralhando com prioridade para estruturação da rede de telessaúde junto com a rede de atenção e também cuidando do processo de digitalização, de telessaúde, de informação dos sistemas, para podermos ter uma melhor performance da rede de atenção.” O programa Brasil em Pauta vai ao ar às 22h30. Clique aqui e saiba como sintonizar a TV Brasil. Fonte

Prefeitura de São Paulo confirma morte de criança por meningite

Uma criança, de cinco anos de idade, morreu de meningite meningocócica no hospital municipal Carmen Prudente, na zona leste da capital paulista, na última quinta-feira (22). De acordo com a Secretaria de Saúde da prefeitura, a criança havia dado entrada, horas antes, na unidade de pronto atendimento (UPA), do mesmo bairro, com sintomas da doença.  “A equipe médica da UPA e do HM Cidade Tiradentes seguiram todos os protocolos recomendados, utilizando os equipamentos de proteção individual (EPIs) durante todo o atendimento. Não havendo, até o momento, qualquer outro caso relacionado”, disse a secretaria, em nota.  Conforme a secretaria, os leitos de emergência da unidade hospitalar são separados por cortinas e que os outros pacientes não foram expostos ao risco de contaminação.  Meningite A meningite é um processo inflamatório das meninges – membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal – que pode ser causado por vírus ou bactérias. A meningite bacteriana tem letalidade maior e mais chances de complicações, mas para esse tipo da doença há vacina disponível no calendário previsto pelo Ministério da Saúde.   Na capital paulista, a vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados nas AMAs/UBSs Integradas, também das 7h às 19h.    O imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já o de meningite ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos de idade. Desde o dia 25 de maio, professores e adolescentes de 15 a 19 anos podem receber a vacina de meningocócica C.  O modo de transmissão da doença se dá pelo contato direto entre pessoas, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas. De janeiro a maio deste ano, foram registrados 312 casos de meningite bacteriana na cidade de São Paulo, entre todas as faixas etárias, resultando em 12 óbitos. Em 2022, foram registrados 174 casos, com 19 mortes.  Fonte